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N° 85 : “VIDA LONGA”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 09 deDezembro de 2012

104 anos!  Uma existência longa, para os padrões mais comuns… Não tive como não prestar atenção a alguns detalhes da extensa exploração da mídia em torno da figura de Oscar Niemeyer. Não restam dúvidas de que marcou época, com seu estilo próprio de arquitetura. Se bem que esse seu estilo, a mim, ao menos, parecia um serviço muito mais à arte e à estética, do que à engenharia e à lógica; mais a seu próprio "ego", do que à necessidade e bem-estar das pessoas. Mas trouxe-lhe fama internacional. Sua identidade com a filosofia marxista e comunista grangeou-lhe afinidade com governantes de várias décadas e países, de Juscelino a Dilma, incluindo os de fora, como Fidel. Era simpatizante declarado daquele governante soviético que ficou conhecido pela política de "expurgos e depurações", dirigidas a todos os desafetos (refiro-me a Joseph Stalin – só quem lê história verídica sabe parte da verdade sobre essa política). 

Poucos personagens não políticos receberam as homenagens que Niemeyer recebeu do governo brasileiro, assim como do governo do estado a sudeste do meu. E, não só de governantes… No Rio de Janeiro, dois padres receberam a adesão de um pastor luterano e um rabino judaico, para celebrar um … … "culto ecumênico" (sic) em homenagem à lembrança do renomado arquiteto – o artista das linhas curvas,  com o ofício fúnebre. O pastor luterano – por nome Mozart Noronha – chegou a declamar um poema, no qual arriscou dizer que o ateu (por "profissão de fé") Niemeyer teria sido aclamado por Deus ante os anjos, na sua recepção no céu, dizendo a esses anjos que cantassem "mil louvores" ante a entrada de Niemeyer na esfera de Seus celestiais domínios. Quer ver o poema? No rodapé desta mensagem colocarei o link… Ao final do chamado "culto", cantou-se um hino… Mas, que hino se cantaria num "culto" desses ? O hino da "Internacional Comunista", ora essa – foi esse mesmo.  Acho que foi a primeira vez que ouvi falar que "profissionais sacerdotais" das distintas heranças religiosas da fé monoteísta de Abraão se juntassem para afrontar tão explicitamente, com um ato de ofício, ao Deus verdadeiro, em nome de quem (supostamente) exercem seus ofícios.  A menos que Niemeyer tenha refugado seu ateísmo nos últimos momentos (mas isto destoaria do tom geral do ato de ofício). 

Uma visão canhestra da Escritura Sagrada pode intrigar certas pessoas. A Bíblia diz, por exemplo, que a virtude dos que ouvem as prescrições divinas proporciona longevidade. O Quinto Mandamento do Decálogo o afirma. Isto é reiterado adiante, sob variados aspectos: "Guardai, pois, todos os mandamentos que eu vos ordeno hoje, para que sejais fortes, e entreis, e ocupeis a terra que passais a possuir; e para que prolongueis os dias na terra que o SENHOR jurou dar a vossos pais e à sua descendência… " (Deuteronômio 11.8,9, ACRF). O primeiro Salmo igualmente o confirma, com metáfora que se refere ao homem que teme ao Senhor. Provérbios,  em seus primeiros capítulos, onde decanta os benefícios de se seguir a sabedoria que vem do Alto, também declara que "o alongar-se da vida" está no poder dessa sabedoria, e que ela é "árvore de vida para todos os que a alcançam"  (Provérbios 3.18, ARA). Diante desses valores bíblicos, incautamente poderíamos pensar que ateísmo não impede alguém (como Niemeyer) de alcançar essa bela dádiva divina. Se nos lembrarmos de que alguns, de maneira nenhuma ateus (muito pelo contrário até), já têm sido colhidos "bem cedo" na vida, fica-nos a impressão de que a conclusão provisória se confirma. 

Mas, é só provisória. O Salmo 73 é um monumento altaneiro, um farol supino, a mostrar que a realidade é diferente do que mostram as aparências.  Ignorar a existência de Deus, desprezar o Seu conselho, afastar-se de Sua expressa vontade, ainda que sob caminhos de aparente êxito, fama, prosperidade ou saliência entre os homens, é um quadro temporário, precário, e até enganoso. Pode até ser verdade que "o seu povo se volta para eles, e os tem por fonte de que bebe a largos sorvos" (verso 10);  mas, a sequência desse mesmo salmo, retomada a partir do verso 12, e avançando até o verso 17, mostra que a "visão do fim", genuína apenas quando apurada na presença do Altíssimo, mostra quão enganosas são as aparências  temporárias. 

Tenho certa segurança em dizer que estamos mesmo em dias últimos dos "últimos dias". As coisas que se podem ver, as notícias que chegam ao nosso conhecimento, os desafios que estão à nossa volta, me deixam com um grau significativo dessa expectativa, para o afirmar; como exemplo, isto, que acima relatei, sob breves palavras. Então, é assim agora? Popularidade também leva para o céu? Habilidade artística também leva para o céu? Reconhecimento de feitos que a sociedade considera relevantes também leva para o céu? Longevidade terrena produtiva também leva para o céu? Até ateísmo já leva para o céu? Não! Nada disto leva alguém para o céu, para a presença do Augusto Criador; para alguns, o Sublime Redentor. Somente o reconhecimento autêntico de que Deus existe, e de que Deus é Deus; somente o genuíno reconhecimento de que Jesus Cristo, Deus de Deus, eternamente pré-existente como Deus, como homem encarnado, Criador e Redentor, "único mediador entre Deus e homem" (I Tm 2.5); somente o reconhecimento e a submissão de fé que brota da apreensão da Sua Palavra, toda suficiente na Escritura… Somente isto pode carimbar o passaporte deste mundo para o céu.

Penso que a longevidade de que fala a Bíblia, para não incorrer em contradição verdadeira, não pode excluir a visão do fim, a projeção da eternidade. E penso ainda que, na 'fração' terrena, ela aponta muito mais para o valor qualitativo, do que para a duração numérica dos dias de vida. Justamente por que a 'matemática' é : "finito + eterno = eterno"! Neste caso, o valor numérico que substitui a parcela "finito" não importa !!!

Há algumas coisas que disseram, ao ensejo das exéquias de Oscar Niemeyer, que caminham sob as cores da verdade. Haverá, sim, um glorioso encontro no céu. Ocorrerá um dia, e esse dia pode estar mais perto do que alguns imaginam… Pois, até dizem: "Onde está a promessa de sua vinda ? Pois, desde que os pais dormiram, todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação…"  (II Pedro 3.4, ARA). Naquele dia glorioso, os anjos cantarão, além de ribombar suas trombetas. Os remidos do Cordeiro de Deus serão recebidos com festa no céu (os vivos, que presenciarem Sua vinda, e os mortos em Cristo, que ressuscitarão para o encontro); e cantaremos com eles. Não vou afirmar que Niemeyer estará lá (pela convicção ateísta, não estaria nunca), nem vou dizer que não estará (sei lá o que Deus pode ter-lhe propiciado nos últimos momentos, livrando-o da maldição insensata do ateísmo.?. ?…).  Mas sei que Eu estarei lá !  Deus me livrou do ateísmo, da incredulidade, da ignorância espiritual. Foi uma obra de pura graça de Deus… E é expectativa sincera do meu coração que cada um dos que me lêm também esteja lá… Daremos, juntos, as mãos ao coro celeste. 

Não se iluda – você que me lê. Porque as aparências dos olhos são enganosas. Vida longa, sob a perspectiva mais sadia do Livro-Que-Nunca-Falha, só é uma expectativa agradável quando inclui a eternidade com Deus. Quando não inclui, ainda que pareça um modelo "aos que os têm por fontes de que bebem a largos sorvos", é um suplício prolongado de alma. Por outro lado, não importando quanto dure por aqui, somada à eternidade com Deus, já é um 'pedaço' dessa eternidade. Eu não me engano: Já 'ouço' o coro celeste que me aguarda (não importando quantos dias de 24 horas ainda leve para estar em sua presença, e na presença do Cordeiro, junto ao trono divino da glória). Chego a pensar que até já estou aprendendo algumas das melodias que lá cantarei junto deles…  Mas, bem pode ser que o repertório que aprendo aqui, mavioso como me parece, nem em fração se assemelhe ao repertório que me será entregue para cantar com os anjos por lá… 

Veja (ou melhor, ouça, e em Português) que mensagem musical, a de hoje… Seu autor foi um pastor genuinamente cristão e evangélico;  converteu-se aos onze anos de idade, e serviu a igreja oficialmente por mais de trinta e cinco anos, e não oficialmente, até findar da vida. Não chegou a completar seus 74 anos de vida. Como diriam alguns – "morreu novo, né"? Mas, sua vida, desde que se converteu ao evangelho de Cristo, foi cheia, foi rica de graça. Nunca lhe faltou, à memória, a consciência da promessa do bendito porvir. Se, para Oscar Niemeyer a "curva" era obsessão artística, para esse compositor a promessa do encontro vindouro era uma constante na pregação, inclusive sob a forma poética. O compositor musical trabalhou nas campanhas de Billy Sunday.  Para os que quiserem apreciar a letra original, aí vai ela. 

Abaixo da letra, use o nosso audioplayer online…

I SHALL SEE THE KING (1915) 
Hei de Ver o Rei 
William Charles Poole (1875-1949); Bentley DeForest Ackley (1872-1958)

I shall see the King
Where the angels sing;
I shall see the King some day,
In the better land,
On the golden strand,
And with Him shall ever stay.

In His glory, I shall see the King,
And forever endless praises sing;
’Twas on Calvary Jesus died for me;
I shall see the King some day.

In the land of song,
In the glory-throng,
Where there never comes a night,
With my Lord once slain
I shall ever reign
In the glory-land of light.

I shall see the King,
All my tributes bring,
And shall look upon His face;
Then my song shall be
How He ransomed me
And has kept me by His grace.

AudioPlayer online (Controle de volume à direita)

Boa semana, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional