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N° 66 : “TUDO NOVO!”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 22 de Julho de 2012

Neste final de semana, minha esposa, eu e Ulissinho, nosso filho, viemos a São Paulo visitar filha e genro. Hoje cedo, levantando-me mais cedo que todos, saí para buscar pães para o café, e para encontrar um local para guardar o carro. Logo me deparei com duas situações de deixar qualquer um pensativo. 
Aqui, nesta cidade, é comum pagar-se por um metro quadrado para estacionamento de veículo, na medida do tempo, cerca de três a cinco vezes mais do que se paga por uma locação pelo abrigo familiar de um apartamento. Pelo menos. Não duvide: eu fiz as contas aritméticas, que não são tão difíceis de fazer…  Na ciranda louca da típica inversão de valores entre "coisas" e "pessoas", é duro constatar que o metro quadrado de espaço para abrigar carros é bem mais valorizado do que o metro quadrado para abrigar seres humanos.

E aí, adiei um pouquinho a tarefa da manhã que primeiro tomou minha atenção, em busca da desincumbência da outra tarefa, relacionada ao café da manhã da turma. No trajeto para a padaria, passei ao lado de uma cobertura de toldo à frente de uma pizzaria, esta fechada, obviamente. Chamou-me a atenção a cena montada por um  "hóspede de rua", ainda dormindo ao abrigo daquele toldo. Não era um maltrapilho, nem parecia um típico "morador de rua". Era um jovem, que estava relativamente bem vestido, com um cachecol em volta do pescoço, uma camisa polo de algodão, agasalho, vestindo uma calça que, se não era "social", tampouco era surrada. Nos pés, uma meia branca (que não estava encardida) com listras pretas, um sapato preto que estava longe de parecer algo ganhado das sobras de outrem… Por sobre o corpo, uma manta e, debaixo da cabeça, uma mochila servindo de travesseiro. 
O que imaginei foi que tratava-se de alguém que, de passagem pela capital paulista, não teve como abrigar-se num hotel ou numa pousada, nem em casa de alguém conhecido, e abrigou-se na rua mesmo, debaixo daquele toldo. De imediato, voltou à minha mente a inversão de valores: nesta nossa sociedade corrompida e maltratada pelas consequências da Queda 'adâmica', "coisas" parecem mesmo fadadas a valer muito mais do que "pessoas", e pessoas" parecem estar destinadas a ser subalternas às "coisas".

Por oportuno, lembro o que disse o Mestre dos mestres:  "Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo, mais do que as vestes? Porventura não valeis vós muito mais do que as aves ?"(Mateus 6.25, 26). A Queda trouxe a miséria e a desdita à mais sublime de todas as obras do Criador – o ser humano. O pecado, que acompanhou a Queda, trouxe infortúnio, dano, prejuízo e morte. O estado que disso adveio ao homem provocou ruptura e distanciamento de Deus, com Deus, o Criador. A inversão de valores de que falei acima também é uma consequência dessa Queda e do pecado. Não vamos ser hipócritas: em todas as cidades vemos pessoas dormindo ao relento, em abandono. Isto não é retrato de degradação? Creio que a contemplação destas coisas nos faz pensar mais ainda na nossa redenção próxima. 

Mas, por mais distanciado, miserável, infeliz e desafortunado que seja o homem, continua sendo a espécie da Criação que detém o privilégio de ser à imagem e semelhança de Deus. E, em Cristo, essa "imagem e semelhança" é resgatada à sua mais sublime dignidade. "… uma vez que vos despistes do velho homem com os seus feitos e vos revestistes do novo homem  que se refaz para o pleno conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou… " (Colossenses 3.9,10). No entanto, esse resgate é parcial no tempo presente. Só é total no tempo porvir.  É quando seremos à semelhança do Mestre. 
"E, assim como trouxemos a imagem do que é terreno, devemos trazer também a imagem do celestial " (I Coríntios 15.49).
É confortante saber que a nossa degradação, a degradação a que chegamos, por causa daquele distanciamento de Deus, terá reparo, terá remissão.  
É por isto que autores bíblicos falam, com insistência, do porvir. A esperança, que é recorrente em suas proclamações, é nutriente de suas almas. 
"Sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos da parte de Deus um edifício, casa não feita por mãos, eterna, nos céus. E, por isto, neste tabernáculo, gememos, aspirando por sermos revestidos da nossa habitação celestial." (II Coríntios 5.1,2)

Na década de "trinta", o Rev. Blackmore tinha um programa radiofônico evangélico. Seu filho que era pianista e solista, participava com mensagens musicais. Um dia, sua pregação versou sobre o novo céu e a nova terra, bem como sobre a nova vida de lá, porvir. Uma ouvinte escreveu-lhe uma carta, questionando: 
– Será que lá eu vou me ver livre da prisão que me prende a esta cama por 25 anos? 
– Será que lá vou poder correr, brincar, andar como todo mundo, alegremente? 
– Será que vida lá vai mesmo valer a pena?

É claro que o Rev. Blackmore respondeu a carta com outra, cheia de afirmações, confirmações e esperança. Mas o questionamento lhe deixou pensativo. 
Seu filho, seu músico colaborador, incentivou-o a compor um poema sobre o tema, prometendo ajudar-lhe com a música. E logo surgiu esta mensagem musical significativa e expressiva. Eis a sua letra, com minha tradução livre:

"SOME GOLDEN DAYBREAK" (1934)
UMA CERTA ALVORADA DOURADA
Carl A. Blackmore

1. Some glorious morning sorrow will cease,
Numa certa manhã gloriosa as tristezas hão de cessar
Some glorious morning all will be peace;
Numa certa manhã gloriosa tudo será paz
Heartaches all ended, school days all done,
Pesares todos acabarão, o tempo de aprendizado terá findado
Heaven will open, Jesus will come.
O céu há de se abrir, Jesus voltará!

Some golden daybreak Jesus will come;
Numa certa manhã dourada, Jesus voltará
Some golden daybreak, battles all won,
Numa certa manhã dourada, as batalhas restarão todas vencidas
He'll shout the vict'ry, break through the blue,
Ele há de proclamar a Vitória, rompendo pelo celeste
Some golden daybreak, for me, for you.
Numa certa manhã dourada, para mim, e para ti

2. Sad hearts will gladden, all shall be bright,
Corações abatidos vão se alegrar, tudo há de brilhar
Goodbye forever to Earth's dark night;
Um 'adeus' permanente para a densa noite terrestre
Changed in a moment, like Him to be,
Transformados num momento, para ser como Ele é
Oh, glorious daybreak, Jesus I'll see.
Oh, que glorioso romper do dia, verei Jesus!

3. Oh, what a meeting, there in the skies,
Oh, que encontro tal, lá nos céus
No tears nor crying shall dim our eyes;
Não mais lágrimas, nem mais pranto hão de toldar nossos olhos
Loved ones united eternally,
Todos aqueles amados [re]unidos eternamente
Oh, what a daybreak that morn will be !
Oh, que alvorada tal, será aquele amanhecer !

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Boa semana, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana

ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional