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N° 56 : “SOB SUAS ASAS”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 13 de Maio de 2012

A história da mulher de quem lhes vou falar é muito propícia para o dia. Pertence a muito tempo passado. Era irmã de mais 24 irmãos : isso mesmo – filha de um casal que teve 25 filhos. Tornou-se mãe de 19 (eu disse "dezenove"). Desde o início do casamento enfrentou várias dificuldades, algumas quase extremas: Por causa das limitações profissionais do marido, a família viveu a vida toda com limitadíssimos recursos. Duas das casas (de madeira) onde moraram foram destruídas acidentalmente por fogo. Ao filho mais velho – Samuel – chamava de "filho de minhas provas"; ele não falou até aos 5 anos de idade, e foi muito doente; ela orava por ele de contínuo. Outro filho asfixou-se enquanto dormia. A primeira filha – Susana, seria seu alento como mãe e dona de casa, talvez sua companheira; mas também não sobreviveu à infância. Era mãe parcimoniosa, mas de vez em quando aceitava uma ajuda para cuidar dos filhos, enquanto fazia algum trabalho para ajudar o marido com as finanças; mas uma dessas ajudas resultou num grave acidente doméstico, que deformou outra filha. Vários de seus filhos tiveram varíola, que ceifou um ou outro. E assim, nove de seus dezenove filhos morreram ainda na infância. Desses nove, quatro eram dois pares de gêmeos. Por falta de recursos, era comum os filhos não frequentarem a escola regular por uma fase, frequentando a "escola domiciliar", onde a própria mãe era a professora. Apesar das perdas que sofreu, era muitíssimo zelosa pelos filhos. Quando cada um completava os cinco anos de idade, ela mesma o alfabetizava. E, das "primeiras letras" seguia-se o aprendizado das "sagradas letras". Era enérgica quando preciso, mas era também amorosa: seus filhos deixaram registros de quanto a mãe lhes fez bem, de quanto a amaram. Seus filhos aprenderam com ela os valores elevados das virtudes, e o temor devido ao Criador. Pode-se dizer que ela, qual uma águia de agudo instinto maternal, conservava sob o abrigo de "suas asas" cada filho, orando por eles, velando por eles. Era uma mulher de presença contínua, diária, perante Deus. E, não por pouco tempo: costumava gastar duas horas por dia. Quando lhe perguntavam como achava tempo para tantos afazeres e ainda o cuidado com os filhos, e ainda sua devoção diária, costumava 'responder':-  "Não tem o dia 24 horas?"

   Do ponto de vista natural (e horizontal, humano), sua vida foi um exemplo de insucesso (pensando no lado financeiro); do ponto de vista sobrenatural (e vertical, divino), sua vida tem sido quase universalmente tida como um elevado exemplo de sucesso espiritual. Considere-se, para tanto, o que se viu em muitos países pelo histórico de influência de alguns de seus filhos, até hoje. Nenhum historiador digno do nome deixa de retroceder os méritos do que eles legaram à sua mãe. No meio das duras provas pelas quais passou, deixou um registro escrito : "Ainda que a gente nasça para o infortúnio, eu ainda creio que sempre têm sido raros os seres humanos sobre a Terra, considerando todo o curso de sua vida, que não tenham recebido mais misericórdia do que aflições e muitos mais prazeres do que dor. Todos os meus sofrimentos, pelo cuidados do Deus Onipotente, cooperam para promover meu bem espiritual e eterno [e o de meus filhos]… Glória seja a ti, oh Senhor!" O nome dela? Susana Wesley (1669-1742), mãe de John Wesley (o décimo quinto, pregador), e de Charles Wesley (o décimo  oitavo, músico, hinólogo).

   No dia que hoje se celebra, um pequeno flash da vida dessa valorosa mulher (dentre as duas que nos 'inspiraram' o nome de nossa filha) é um simbólico retrato de como o nosso Deus é: Ele cuida de nós com cuidado inestimável; nos educa em cada aplicação dos ensinamentos de Sua Palavra, o que ocorre em cada transe de vida. Ele se deu por nós, na pessoa do Seu Filho. Nele, sofreu, humilhou-se, privou-se, morreu, mas revelou amor tal que, cá "embaixo", aparentemente só um tipo de amor pode ilustrar adequadamente o Dele – o amor de mãe! As palavras do Livro das Verdades Eternas ecoam: "Guarda-me como a menina dos teus olhos, esconde-me à sombra das tuas asas". (Salmo 17.8) As aves são conhecidas por esse tipo de instinto materno; as fêmeas, são capazes de extinguir-se ante o perigo, no intuito de resguardar seus filhotes. Assim também são mães legítimas. Pois assim também é o nosso Deus. Por isto, o salmista ainda proclama: "Como é preciosa, ó Deus, a tua benignidade!  Por isto, os filhos dos homens se acolhem à sombra de tuas asas". (Salmo 36.7) E ainda :  "Cobrir-te-á com as Suas 'penas' e, sob Suas asas estarás seguro!". (Salmo 91.4) Sim, Deus é qual refúgio, "asas seguras", sob as quais temos abrigo inigualável.  

    Esta mensagem de hoje é, ao mesmo tempo, uma homenagem e um ode de exaltação. Homenagem, às mães, sob cujas 'asas' temos refúgio até o maturar para a vida (e até depois); ode de exaltação, a Deus, sob cujas 'asas' temos refúgio eterno!"Bem-aventurado aquele que Nele se refugia!". (Salmo 34.8) Assim o poeta se inspirou, quando compô"Sob Suas asas te acolherá; Deus velará por ti!".

    O hino de hoje é um clássico de dois conhecidos compositores cristãos. Foi o Salmo 17.8, acima mencionado, diante de uma circunstância de vida, que compeliu o lirista a compor. Cushing teve uma séria enfermidade na garganta, pela qual perdeu a voz. Já não mais poderia pregar. Orou a Deus, com o coração derramado sobre o Salmo 17.8. Deus respondeu as suas orações, mas de um modo diferente do que ansiava: em troca da voz, deu-lhe o dom de escrever, e de compor. Outrossim, foi o músico das campanhas de Moody quem lhe pôs melodia.  Segue, na voz de Heritage Singers.

UNDER HIS WINGS (1896)
Sob Suas Asas
William Orcutt Cushing (1823-1902)
Ira Sankey (1840-1908)

Under His wings I am safely abiding,
Sob Suas asas habito em segurança
Though the night deepens and tempests are wild,
Ainda que a noite adentre e as tempestades sejam selvagens
Still I can trust Him; I know He will keep me,
Ainda assim posso Nele confiar; sei que me guardará,
He has redeemed me, and I am His child.
Ele me redimiu, e eu sou dos seus filhos.

    Under His wings, under His wings,
    Sob Suas asas, sob Suas asas

    Who from His love can sever?
    Quem pode, de seu amor, separar-se?
    Under His wings my soul shall abide,
    Sob Suas asas minha alma residirá
    Safely abide forever.
    Com segurança, habitará para sempre.

Under His wings, oh, what precious enjoyment!
Sob Suas asas, oh que precioso prazer
There will I hide till life's trials are o'er;
Onde eu me abrigo até que passem as tormentas da vida
Sheltered, protected, no evil can harm me,
Aninhado, protegido, nenhum mal pode injuriar-me,
Resting in Jesus, I'm safe evermore.
Descansando em Jesus, estou para sempre seguro.

Há um verso não cantado nesta execução :

Under His wings, what a refuge in sorrow!
Sob Suas asas, que refúgio na tribulação!
How the heart yearningly turns to His rest!
Como duradouramente o coração encontra seu descanso!
Often when earth has no balm for my healing,
Frequentemente, quando a terra não traz o bálsamo para minha cura
There I find comfort, and there I am blessed.
Ali eu encontro conforto, onde está minha bênção.

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Bom domingo, boa semana a seguir
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana

ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional