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N° 294 : “ARECACEAE”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 09 de Abril de 2017

Arecaceae! Que palavra é esta? Será que existe, em algum idioma do planeta? Existe sim! Desde a antiguidade, há uma ciência para a nomenclatura das espécies vivas; entretanto, foi o cientista sueco Carl Linnaeus (1707-1778) quem a revolucionou, tornando-se o responsável pelo sistema moderno de nominação. Na milenar rivalidade entre grego e latim, acabou prevalecendo esta última.

Arecaceae é a nomenclatura científica para toda a grande família de palmeiras. São mais de 180 gêneros, com mais de 2500 espécies em todo o mundo, sob esta família vegetal. Só no Brasil, são mais de 120 espécies endêmicas, isto é, nativas do nosso solo pátrio.

Belas, exuberantes, as palmeiras carregam um simbolismo próprio em diversas culturas no mundo. Os árabes diziam (e ainda dizem) que uma palmeira tem tantas utilidades quantos são os dias do ano; o antigo Egito legou ao mundo pré-cristão o símbolo da esperança de triunfo, de vitória nos embates, associado à palmeira; no Oriente, desde a Mesopotâmia até ao Mediterrâneo, era símbolo de vida, rompendo sobre a morte… Moedas romanas dos primeiros imperadores já mostravam suas efígies, acompanhadas de louros e palmas, símbolos dos seus triunfos.

Quem não se lembra das gravuras de oásis do deserto nos livros, em que exemplares de alguma espécie de palmeira sempre aparecem junto à fonte de águas? No livro do êxodo de Moisés e seu povo, depois que este se livrou do exército egípcio, e depois que passou pelas águas amargas de Mara, no deserto, chegou aos oásis de Elim, onde havia doze fontes de águas e setenta palmeiras… (Êxodo 15.27).

E foram ramos de palmeiras (Arecaceae) que marcaram o simbolismo da Páscoa que crucificou o Filho de Deus. À medida que Jesus entrava em Jerusalém, no lombo de um jumentinho, o povo se manifestava com alegria: “No dia seguinte, a numerosa multidão que viera à festa, tendo ouvido que Jesus estava de caminho para Jerusalém, tomou ramos de palmeiras e saiu ao seu encontro, clamando: Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor e que é Rei de Israel!” (João 12.12-13, ARA).

Era dia de celebração, era dia de alegria, era dia de esperança de vida! Oh! Salva-nos, Senhor… Esse sentimento era legítimo, e estava autorizado pela palavra profética: “Alegre-se muito, cidade de Sião! Exulte, Jerusalém! Eis que o seu rei vem a você, justo e vitorioso, humilde e montado num jumento, um jumentinho, cria de jumenta(Zacarias 9.9, NVI).

Qual o significado profético daquilo tudo? Para o povo, o simbolismo já era um tanto familiar: no templo, Salomão havia mandado esculpir, por dentro e por fora de suas paredes, imagens de querubins, palmas e flores (I Reis 6.29); ali estava a ideia de pujança, de redenção, de soberania e de triunfo. O Apocalipse confirma essa cultura do Povo da Aliança, desenhando a visão: “eis aqui uma multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas, que estavam diante do trono, e perante o Cordeiro, trajando vestes brancas e com palmas nas suas mãos” (Apocalipse 7.9, ACF). Palmas significavam, também, gesto de submissão ao Rei que veio em nome do Altíssimo.

Então, no cenário doloroso daquela Páscoa, pelo qual o Salvador dos homens haveria de ser elevado à cruz, havia uma clara mensagem de poder, de celebração, de soberania, de triunfo, próximos. Logo depois da cruz, viria uma vitória inusitada, maravilhosa, miraculosa, extasiante. O Cordeiro de Deus, crucificado pelos pecados dos homens, sairia vitorioso, ao final. Com palmas, sem o saber de antemão, o povo já anunciava e festejava o seu reino a aproximar-se.

Esta Páscoa, não celebramos com palmas nas mãos, nem pelo caminho; não as Arecaceae… Antes, celebremo-la com a genuflexão do espírito, as palmas simbólicas da devoção e da submissão. A propósito: vale a pena pensar que tipo e que grau de devoção e de submissão… E, por fim, medir a devoção e a submissão que professamos diante dEle. Páscoa! Tempo oportuno para isto…

 Em 1970, o casal Gaither vivia dias muito turbulentos: enfermidade séria, contexto de apreensão familiar… Expectativa da chegada do terceiro filho (sem saber quanto ele viveria). Nasceu Benjamim; Deus lhes trouxe o conforto e a segurança de Sua Palavra, a despeito de todas as apreensões. Foi como se " a vida estivesse mostrando sua vitória sobre a morte", disseram. Inevitável, a lembrança da semana final (e triunfante) do Messias. 

Após a transcrição (traduzida) da letra, a execução… 

BECAUSE HE LIVES (1970): PORQUE ELE VIVE!
William (1936…) and Gloria Gaither (1942…)

God sent His son, they called Him, Jesus;
Deus enviou Seu filho, chamaram-no Jesus
He came to love, heal and forgive;
Ele veio para amar, curar e perdoar
He lived and died to buy my pardon,
Ele viveu e morreu para adquirir meu perdão
An empty grave is there to prove my Savior lives! 
Uma tumba vazia lá está, provando que meu Salvador vive!

Because He lives, I can face tomorrow,
Porque Ele vive, posso encarar o amanhã
Because He lives, all fear is gone;
Porque Ele vive, todo o temor se foi;
Because I know He holds the future,
Porque eu sei que Ele governa o futuro 
And life is worth the living,
E viver vale a pena
Just because He lives!
Justamente porque Ele vive!

And then one day, I'll cross that river
E então, um dia, hei de cruzar o rio

I'll fight life's final war with pain; 
Enfrentarei a última batalha com dor
And then, as death gives way to victory, 

E, assim, como a morte é um portal para a vitória
I'll see the lights of glory and I'll know He reigns! 
Verei as luzes da glória e confirmarei que Ele reina!
 

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Boa semana, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana

ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 80 : “PORQUE ELE VIVE!”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 04 de Novembro de 2012

Poucos dias atrás, recebi a recomendação para assistir um acervo de imagens que alguém julgou útil para minhas aulas. Não creio que sejam todas as pessoas aptas para ver tais imagens, sem guardar impressões fortes e psicologicamente marcantes. Trata-se de acervo que mostra um ritual da região de Tana Toraja, na Indonésia: determinados clãs familiares, naquele país, fazem uma celebração com seus mortos,  designada como "Ma'nene", uma festiva "troca de roupa". Eles retiram, de suas covas, os seus mortos, abrem-lhes os caixões diante de todos os familiares, e fazem um cerimonial de troca de roupas dos cadáveres, "em honra aos seus espíritos". Isto mesmo: por considerarem "velhas" as roupas dos cadáveres semi-mumificados, trocam-lhes as roupas; com isto, pensam homenagear seus espíritos, já 'libertos' do corpo. 

De outra parte do mundo, vem-nos certa tradição tida como cristã, desde a idade medieval: alguns cristãos passaram a seguir ensinamento de que é aconselhável dedicar um dia à intercessão pelos espíritos dos que já faleceram. No ano de 998, um monje europeu, chamado Odilon, abade do mosteiro de Cluny (França), passou a pregar um dia para tal prática. Poucos anos depois, passou a ser uma observância por ordem papal. O dia de "Finados", dois de novembro, segue-se ao dia chamado "de todos os santos"… E este, copiando algumas tradições pagãs (principalmente celtas), começa na vesperal, o que originou os rituais de Halloween. No Brasil, constitucionalmente tido como país laico, virou até feriado nacional, e assim permanece até hoje. Nesta semana, cemitérios por toda parte do país (e até mundo) foram varridos e limpos, para receber massas de pessoas para seus rituais. Pessoalmente vi, num deles, mulheres prestando serviço, lavando tumbas (mármore, granito) e fotos. Foram milhões e milhões, em todo o Brasil. Só na capital paulista, os jornais deram conta de que dois milhões de pessoas afluíram. É um quadro contextual que faz-nos retomar o que o nosso Velho-Sempre-Novo-Livro-de-Deus pode dizer sobre o assunto.

Por um lado, esse Livro diz que "morte" não é o fim. Não é como insanamente apregoou o famoso poeta mineiro, Carlos Drummond de Andrade  – "morreu, acabou; não há mais nada!". Ah, isto não. É a palavra de Drummond, contra a palavra do Deus Criador. E, nessa balança, incomparavelmente melhor ficar com o que Deus diz… No dia vindouro, que a Bíblia chama de "Dia do Grande Trono Branco", o futuro tem voz de passado profético: "Deu o mar os mortos que nele estavam; a morte (hades) e o além deram os mortos que neles havia" (Apocalipse 20.13, ARA) "Morreu, acabou!", coisa nenhuma… Há um recomeço, futuramente…  E, em duas direções distintas, diga-se de passagem… Com tal predição profética, a Escritura nos adverte de que todos os espíritos que deixam seus corpos, na morte, vão a eles retornar, na ressurreição que está próxima, mui próxima.

Por outro lado, diz-nos o nosso Livro que a morte não tem que significar desesperança. Por mais contraditórias que possam parecer as palavras, com Cristo até a morte é vida.  "Preciosa é, aos olhos do Senhor, a morte dos seus santos"(Salmo 116.15) "Insensato! O que semeias não nasce, se primeiro não morrer" (I Coríntios 15.36) "Na verdade, na verdade vos digo que, se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, dá muito fruto" (João 12.24). Com estas palavras, a Escritura nos conforta, por meio da figura e da analogia, dizendo que a morte é o ponto de partida para a vida, e vida eterna. Com isto, o verdadeiro cristão não celebra a morte; ele celebra a vida. Melhor, celebra a vida, quando a vida é com o Autor da Vida!   

Por falar nisto, é preciso lembrar que esta celebração da vida, que inclusive traz a nós outra visão da própria morte, é totalmente possível porque temos aquele pioneiro na história. Esse pioneiro é Cristo Jesus. A vitória dele sobre a morte é também garantida como a nossa própria vitória sobre a morte. "Nossa", quer dizer, quem estiver nele, com ele, por meio dele, sob ele – Jesus Cristo, o autor e consumador da nossa fé.  No evangelho de João, há uma sucessão de afirmações do próprio mestre, que conectam sua obra e suas virtudes à forma sublime de vida que com ele passamos a desfrutar, desde aqui, até ao infinito:  "Por isso, quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, todavia, se mantém rebelde contra o Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus" (3.36) "Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida" (5.24)"O ladrão vem somente para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância" (10.10) "Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão" (10.28) "Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá" (11.25) "Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim" (14.6)   "Quando Jesus ressuscitou, anjos disseram a quem foi procurá-lo na sepultura: "Por que buscais entre os mortos ao que vive?" (Lucas 24.5)  Pois, posso dizer que a mesma pergunta pode ser aplicada aos que morrem no Senhor; e chegará o dia em que esta realidade será plena e definitiva. O conhecimento da Palavra de Deus é alvissareiro. Ele adverte sobre a morte, sim. Mas, acima de tudo, aponta para a vida que se sobrepõe à morte. Esta vida está em Cristo, e pertence aos que lhe pertencem. "Porque buscais entre os mortos aquele que vive?", perguntaram os anjos… Porque Ele vive, nós também vivemos, e viveremos (ainda que morramos, em caráter temporário) !!!  

Para terminar, segue uma suave execução instrumental do antológico Because He Lives (Porque Ele Vive); você pode até cantar com ela. Em 1970, o casal autor deste hino vivia dias muito turbulentos. Bill estava enfrentando uma séria enfermidade (mononucleose), e o contexto em que vivia a família trazia muitas e severas apreensões. Sua esposa, Gloria, esperava o nascimento do terceiro filho (e ele, sem saber quanto viveria). Imaginavam eles – "que mundo é esse, em que nascerá e viverá esta criança? ". Que mundo lhes preocupava quanto ao seu terceiro filho? Ascensão das drogas, da criminalidade, maior risco de guerras, avanço da atitude pregada pelo slogan nitszcheano "Deus está morto!" nas escolas …  Tudo isto isto, no meio de suas aflições pessoais, apertava-lhes o coração. Então, quando nasceu Benjamim, Deus lhes trouxe o conforto e a segurança de Sua Palavra, a despeito de todas as apreensões. Foi como se " a vida estivesse mostrando sua vitória sobre a morte", disseram. Eis, abaixo, as duas letras  – original e uma versão em nosso idioma.

BECAUSE HE LIVES (1970)
William (1936…) and Gloria Gaither (1942…)

God sent His son, they called Him, Jesus;
Deus enviou Seu filho, chamaram-no Jesus
He came to love, heal and forgive;
Ele veio para amar, curar e perdoar
He lived and died to buy my pardon,
Ele viveu e morreu para remir meu pecado
An empty grave is there to prove my Savior lives! 
Uma tumba vazia lá está, provando que meu Salvador vive!

Because He lives, I can face tomorrow,
Porque Ele vive, posso encarar o amanhã
Because He lives, all fear is gone;
Porque Ele vive, todo o temor se foi;
Because I know He holds the future,
Porque eu sei que Ele governa o futuro 
And life is worth the living,
E viver vale a pena
Just because He lives!
Justamente porque Ele vive!

How sweet to hold a newborn baby,
Quão doce é segurar nas mãos um recém-nascido 
And feel the pride and joy he gives;
E sentir o orgulho e a alegria que ele proporciona
But greater still the calm assurance:
Mas é ainda maior a serena segurança:
This child can face uncertain days because He Lives! 
Esta criança pode enfrentar os  dias incertos… porque Ele vive!

Em Português, eis a letra mais usual : 
Deus enviou, seu Filho amado – prá nos salvar, e perdoar
Na cruz morreu por meus pecados, mas ressurgiu e vivo com o Pai está!
 
Porque Ele vive, posso crer no amanhã
Porque Ele vive, temor não há
Pois eu bem sei, eu sei, que a minha vida
Está nas mãos do meu Jesus que vivo está!
 
Um dia eu vou cruzar o rio; irei, então, prá o céu de luz
Verei que lá, em plena glória, vitorioso reina e vive o meu Jesus! 
 
ou
 
E quando enfim chegar a hora, em que a morte enfrentarei
Sem medo, então, terei vitória, verei na glória o meu Jesus que vivo está!

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Boa semana, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana

ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional