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N° 138 : “NO CENTRO DA VONTADE DE DEUS…”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 19 de Janeiro de 2014

Por favor, vamos o mais rápido possível para o hospital mais próximo!” Foi esta a súplica de Íngrid, quando socorrida na via Dutra, depois do grave acidente que sofreu no carro onde estava. Era o início do ano de 1975. Esse acidente acabou por deixá-la sem movimentos, da cintura para baixo, para o resto da vida: paraplegia flácica, com ruptura de medula entre as vértebras 11 e 12. No acidente, duas pessoas tiveram sua vida ceifada. E Íngrid, por pouco também, não fosse a mudança de posição no carro, momentos antes. Quando ocorreu, Íngrid Lopes Neumann estava meio afastada de seu convívio espiritual com seu Deus. Mas, Deus tinha planos valiosos para ela, no futuro. O resultado dessa experiência foi o prosseguir de uma vida, quer numa cadeira de rodas, quer sobre as muletas canadenses, quer em Recife, quer onde mais Deus viesse levá-la, na procura de localizar-se no “centro da vontade de Deus”. Leia mais de sua encorajadora história em “Arautos de Vida”:  http://efrata.cmeinformatica.com/mod/page/view.php?id=85.

Falei com Íngrid há poucos dias. Fiz-lhe uma desafiadora pergunta: Íngrid, depois de trinta anos, desde que conheci sua história, e te conheci pessoalmente, depois de quase quarenta anos daquele acidente, eu te pergunto: você reafirma as palavras do seu testemunho pelo Seu Deus? E Íngrid, sem titubear um só segundo após minha pergunta, respondeu que não só reafirma; ainda as reforça. Que força é esta, que faz alguém tirar, da amargura, doçura? Da angústia, segurança e renovo de vida…? Que força é esta, que faz alguém tirar, da desventura, alento…? Da aflição, consolo para repartir…? É uma força poderosa, porém invisível a olho nu. Essa força é mais poderosa do que o invisível campo magnético terrestre, mais poderosa do que a gigantesca força gravitacional do universo… É força que vem de Deus, e que se cultiva somente em Sua presença e comunhão.

A Bíblia fala de Coré; fala, também dos seus filhos. Em Números 16, relata-se a desastrosa sedição que Coré (ou Corá, depende da versão) promoveu contra o seu primo, o líder Moisés. O resultado, é que Moisés se viu desafiado, em sua autoridade de profeta e líder divino, e colocou, de um lado, Coré, seus companheiros Datã e Abirão, e os 25º homens que lhe deram suporte; depois, colocou à frente do povo a mulher e os filhos de Coré. E, então, disse: Se a morte destes homens for como a morte de todos os demais homens, é porque não sou enviado da parte de Deus, o Senhor. Mas, se a terra se abrir, e os engolir aqui, perante todos, é porque desprezaram eles o Senhor, e não a mim. E, sabe o que aconteceu? Deixe que fale a Escritura:  

E aconteceu que, acabando ele de falar todas estas palavras, a terra que estava debaixo deles se fendeu. E a terra abriu a sua boca, e os tragou com as suas casas, como também a todos os homens que pertenciam a Coré, e a todos os seus bens. E eles e tudo o que era seu desceram vivos ao abismo, e a terra os cobriu, e pereceram do meio da congregação. E todo o Israel, que estava ao redor deles, fugiu ao clamor deles; porque diziam: Para que não nos trague a terra também a nós. Então saiu fogo do SENHOR, e consumiu os duzentos e cinqüenta homens que ofereciam o incenso.” (Números 16:31-35, ACRF).

No entanto, mais adiante há uma anotação importante:

E a terra abriu a sua boca, e os tragou com Coré, quando morreu aquele grupo; quando o fogo consumiu duzentos e cinqüenta homens, os quais serviram de advertência. Mas os filhos de Coré não morreram.” (Números 26:10-11, ACRF).  Os filhos de Coré assistiram a toda aquela cena, aquela tragédia: seu pai desceu ao abismo, sendo engolido vivo pela terra; mas, eles foram poupados. O que lhes restou? Alguma herança? Nada! Moisés, obedecendo a Deus, cuidou que os bens de Coré estivessem junto dele; quando o abismo se abriu por debaixo de seus pés, os bens, todos, foram junto. Não sobrou nada para seus filhos. Pensa você que eles blasfemaram contra Deus, que O abandonaram? De jeito nenhum. Mais à frente, quando foram escolhidos os levitas cantores e compositores para o ‘templo’ em forma de tabernáculo, os filhos de Coré foram escolhidos para as mais importantes funções. Compuseram músicas, e cerca de doze dos salmos bíblicos são de sua autoria. Mais tarde ainda, quando Davi organizou os serviços do culto, e Salomão, seu filho, os estabeleceu no templo recém edificado, lá estava a descendência dos filhos de Coré, nas mesmas funções.

Foi um caso típico do que registra o escritor de Hebreus, referindo-se aos modelos mais destacados da verdadeira fé: “E que mais direi? Certamente, me faltará o tempo necessário para referir o que há a respeito de Gideão, de Baraque, de Sansão, de Jefté, de Davi, de Samuel e dos profetas, os quais, por meio da fé, subjugaram reinos, praticaram a justiça, obtiveram promessas, fecharam a boca de leões, extinguiram a violência do fogo, escaparam ao fio da espada, da fraqueza tiraram força, fizeram-se poderosos em guerra, puseram em fuga exércitos de estrangeiros.” (Hebreus 11.32-34, ARA).  Notou? “Da fraqueza, tiraram força”… Órfãos, por um evento tragico; envergonhados, porque seu próprio pai tinha sido disciplinado, aos olhos de todos; hipoteticamente desaparados, porque nenhuma herança lhes restou. Mas, o Senhor foi a sua herança. Recobraram força, retomaram o caminho da pesença e da obediência ao Altíssimo, e viveram em graca.

É possível tirar força da fraqueza? Sim! Mas é preciso estar “no centro da vontade de Deus”. Íngrid tem sido assim; esse tem sido o seu testemunho, a sua busca, desde aquele acidente na Dutra, em 1975. Fora do centro da vontade de Deus, nenhuma herança é suficiente; nenhuma vantagem é vantagem; nenhuma glória e nenhum sucesso, neste mundo, tem valor. Mas, no centro da vontade de Deus, o que parece não dar certo cumpre propósitos, sábios e santos, que Ele reserva para os Seus.   

Nossa mensagem musical de hoje sai “do fundo do baú”…
No início da década de Setenta, foi cantada por todo o Brasil, na voz dos Vencedores Por Cristo.

Sei Que Jesus Vem Guiar
Harry John Bolback  (1925…)

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Abraços, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15)
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ACRF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional'

Nº 002 – “NO CENTRO DA VONTADE DE DEUS…”

Ministérios EFRATA – Arautos de Vida
Janeiro de 2014

Na dedicatória, logo na primeira capa, lê-se assim: “Ulisses, uma recordação de uma época, na qual minha vida passou por grandes mudanças, esperando que sirva de conforto e estímulo – Recife, Outubro de 1984”. Assim Íngrid deixou comigo o seu segundo presente, às vésperas de meu primeiro filho completar seu primeiro ano de idade. Se isto foi significativo – quero dizer, a história de Íngrid, o presente, a dedicatória? Não tenha dúvida que foi. Logo que meu filho, que é (ou nasceu, nem sei bem) autista, foi levado, nos braços de minha esposa, para nossa morada nas dependências do seminário em Recife, naquela tarde de Domingo, 13 de Novembro de 1983, Íngrid foi a primeira pessoa da “família” do seminário a conhecê-lo. Ela estava lá, sentada, no caminho de entrada do campus, à porta de sua casa, com um presentinho na mão para o nosso primogênito-caçula.

Íngrid Lopes Neumann nasceu no lar do Rev. Heinz Neumann, germânico professor de hebraico no nosso seminário, ao tempo em que por lá chegamos, e de sua esposa, dona Virgínia. Era a segunda filha, depois de Vera, e antes de Sigrid, Armínio e Henrique. Como gostava de jogar voleibol. Logo que concluiu (1974) os dois cursos de faculdade que cumpriu em paralelo – Direito e Ciências Econômicas – seus sonhos eram múltiplos, como os de qualquer jovem. No entanto, segundo ela mesma relata, a partir de 1972 já não vinha cultivando a mesma comunhão com Deus, como outrora. Na faculdade, chegaram a ‘balançá-la’, dizendo: “Íngrid, você tem que colocar na cabeça que não foi Deus quem criou o homem; o homem foi quem criou Deus!”.

No início de 1975, estava para voltar de São Paulo para Recife, e a viagem seria de carro. No volante do Opala ‘quatro portas’, seu tio Abel; à direita dele, seu tio Rubem; entre os dois, o Rev. Dionísio Pape, missionário canadense que tinha vindo ao Brasil para trabalhos da ABU – Aliança Bíblica Universitária. No bando de trás, a amiga Betinha, obreira da ABU e a própria Íngrid. Uma passagem pelo camp da ABECAR, em Mogi das Cruzes, proporcionou um apelo aos seus olhos – o Congresso Missionário em Curitiba, no ano seguinte. Íngrid disse, de si para si: Nesse aí, eu não vou. E a viagem seguia. Antes de saírem, um pneu furado; depois, na Dutra, outro pneu furado. A certa altura, Betinha convidou Íngrid para deitar-se em seu colo, no que foi atendida. No entanto, depois de algum tempo, Íngrid resolveu erguer-se, recostando-se à janela direita do banco de trás do Opala. E foram pouco minutos que seguiram, quando mais um pneu murcho deve ter provocado a perda do controle do Opala, levando-o para a pista contrária. A colisão com um caminhão, que vinha em sentido contrário, foi inevitável. O choque destruiu todo o lado esquerdo do Opala, e ceifou a vida do seu tio Abel e da amiga Betinha. Íngrid foi levada para o hospital em Cruzeiro, SP. No trajeto, ia a seu lado o corpo de seu tio Abel, e ela a pensar:  “Betinha morreu, tio Abel está morto aqui do meu lado e agora é a minha vez!”.  Lá, a assistência médica, incluindo cirurgia na mesma noite do acidente, comprovou a conseqüência: seccionamento da medula vertebral, resultando em paraplegia flácica, por lesão entre as vértebras 11 e 12.

A experiência desse acidente direcionou a vida de Íngrid para outro rumo: como ela mesma disse, para o “centro da vontade de Deus”. Sua oração, naquele mesmo dia, foi a de reconsiderar sua vida por inteiro, colocar-se diante de Deus, dizendo a Ele que, se Ele quisesse preservar sua vida, ela a colocaria a serviço do Senhor. Disse ela: “Senhor, dá-me esta oportunidade, não como a comprar o direito de viver, mas, para que, quando eu tiver de me encontrar com o Senhor, não sinta vergonha de ter vivido egoisticamente”. Muitas orações foram elevadas ao céu, pedindo a cura de Íngrid: seus pais, sua família, pastores, vários irmãos na fé, e também ela mesma. No entanto, o “centro da vontade de Deus” era usar Íngrid, mesmo paraplégica, para “confortar e estimular” muitas outras pessoas; e, também, para alcançar seus corações, através do seu testemunho, com a palavra que emana do coração de Deus – a Palavra de Deus! E é assim que se têm sucedido seus anos de vida. Falei com Íngrid, por telefone, ainda esta semana, e perguntei-lhe: Íngrid, depois de trinta anos, desde que conheci sua história, e te conheci pessoalmente, depois de quase quarenta anos daquele acidente, eu te pergunto: você reafirma as palavras do seu testemunho pelo Seu Deus? E Íngrid, sem titubear um só segundo após minha pergunta, respondeu que, não só reafirma; ainda as reforça.

O Deus do saudoso Rev. Heinz Neumann, e de sua amável esposa (ainda viva) dona Virgínia, foi o Deus de Íngrid naquela tarde/noite sombria na via Dutra, no hospital em Cruzeiro, no Centro Hospitalar Albert Sabin, naqueles duros dias de adaptação à nova vida, nas crises que vieram à mente e à lembrança, e também nos novos desafios, como tem sido até hoje. Íngrid aprendeu como poderia ser útil a crianças especiais, a adultos especiais, a pessoas em crise, a tanta gente… Habilitou-se na OAB-PE, e advoga para portadores de necessidades especiais; ensinou dezenas de meninos e adolescentes; ensinou no seminário (eu mesmo fui seu aluno de Sociologia Geral); assumiu uma destacada função na Visão Mundial, mediante convite do Pastor Manfred Grellert; e sua vida, orbitando em busca da plena percepção do “centro da vontade de Deus”, se tornou em bênção inspiradora para muitos. A maneira como ela ampliou sua percepção de como poderia ser útil a outrem começou com um inusitado convite de outro pastor: “Íngrid, nós precisamos que você ajude o nosso filho com reforço escolar, por favor!”. Era o pastor Frans Leonard Schalkwijk, reitor do seminário onde lecionava seu pai (“Se algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá, liberalmente, e nada lhes impropera, nada lhes lança no rosto, em censura, Tiago 1.5). Depois, pelo mesmo pastor, veio o convite para lecionar no seminário. Talvez, o mais notável projeto em que Deus envolveu Íngrid foi o CERTO-Centro Evangélico de Reabilitação e Terapia Ocupacional. Conheci a instituição. No mesmo dia, recentemente, em que falei com Íngrid, falei também com o irmão Silvanio. Mas, aí, já é prá vir uma outra história – um outro Arauto de Vida!

Entre as pessoas que Íngrid conheceu, naqueles anos de duras provas de recondução ao ‘centro da vontade de Deus’, estavam Lizete e Marize. A propósito, quem sabe, também serão, entre nós, “Arautos de Vida”? De Marize, recebeu Íngrid um texto que ela mesma havia antes recebido:

Quando alguém se aproxima de você triste, desesperado, por não ter um castelo, com um jardim somente com flores, transmita você, com seu sorriso, esta mensagem – A vida é uma dádiva de Deus, é um jardim com muitas flores; só que, entre as flores aparecem os espinhos, os quais, por várias vezes, nos ferem e magoam. Nunca deixe de existir!”. Foi a partir desta amizade que surgiu o CERTO. Hoje, Íngrid conserva a mesma certeza de quarenta anos atrás: quando o Filho do homem – Jesus Cristo – se manifestar, para o juízo e a re-criação de todas as coisas, ela terá um corpo ressurreto, sem defeito. Por toda a eternidade, não mais dependerá de uma cadeira de rodas, nem de muletas canadenses, nem nada. Será nova, inteiramente nova criatura, pelo poder de Deus, em Cristo Jesus.  
Quando Noé, aquele, do Dilúvio, soltou a pomba da janela da arca, sobre as águas da inundação que destruiu a terra uma vez, voltou a pomba com um raminho de oliveira no bico. Isto significou que a vida estava recomeçando. A história completa está nos capítulos 6 a 9 de Gênesis, na Bíblia. E Deus mesmo prometeu: O DILÚVIO NÃO SERÁ PARA SEMPRE. Há vida para depois do Juízo: a vida eterna dos remidos!

Concordemente com a nossa mensagem, nosso hino-tema é também mensagem de arautos de vida. 

Mesmo que o 'dilúvio' seja longo e hostil, não vai chover para sempre; há vida, depois dele… 

Nosso hino temático também fala disto. Na voz suave de Cynthia Clawson.

IT   WON’T    RAIN   ALWAYS…  (1981)
NÃO VAI CHOVER PARA SEMPRE…
Letra : Gloria Gaither (1942…)
Música : Bill Gaither (1936…) & Aaron Wilburn (1950…)

Someone said that in each life:
Alguém disse que em cada vida
Some rain is bound to fall:
Alguma chuva é fadada a cair
And each one sheds his share of tears:
E cada um entorna seu tanto de lágrimas
And trouble troubles us all:
E problemas afetam a todos nós
But, the hurt can't hurt forever:
Mas, a dor não pode ferir para sempre
And the tears are sure to dry…:
E as lágrimas por certo hão de se estancar… 

And it won't rain always:
E não há de chover para sempre
The clouds will soon be gone:
As nuvens logo se dissiparão


The sun that they've been hiding:
O sol que elas têm ocultado
Has been there all along…:
Tem estado lá, em todo o tempo…
And it won't rain always:
E não há de chover para sempre
God's promises are true!:
As promessas de Deus são reais
The sun's gonna shine in His own good time:
O sol há de brilhar no tempo próprio Dele [Deus]
And He’s gonna see you through!…:
E Ele vela por ti…
The sun's gonna shine in God's own good time:
O sol há de brilhar no tempo próprio Dele [Deus]
And He will see you through!…:
E Ele há de velar por ti! …

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Abraços
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional