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N° 70 : “NENHUM DESAMPARO!”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 19 de Agosto de 2012

Conheci, nesta semana, a Lena. "Lena" é diminutivo afetivo de "Marilena".  Estava ela lá, brincando sem parar com seu ioiô, e chamou atenção, inclusive, do meu primogênito-caçula.  Estava ela na companhia da Teresinha, uma senhora de 81 anos, que a apresentou como "meu bebê". 

Perguntei à dona Teresinha a idade da Lena…
– Adivinhe ! Disse ela… 
Tentei arriscar, mas a tarefa era difícil. Precisei do socorro dela. 
– "Setenta anos", socorreu-me então. 
– Qual o caso dela? Então a Teresinha contou-me a história da sua irmã ("meu bebê"). 
– Meus pais e nós morávamos na roça; só se deram conta de que a Lena tinha alguma diferença quando ela chegou aos 9 anos de idade. 
E até hoje ela trata da esquizofrenia. Só que meus pais morreram, e ela ficou para mim  e mais duas irmãs. 
Perguntei ainda: Com quem ela era mais ligada, com o pai ou com a mãe? 
– Com mamãe, disse ela. 
– E qual foi primeiro? – perguntei ainda… 
– Nossa mãe se foi há treze anos, e nosso pai, três anos depois
Ainda tive tempo de procurar saber como a Lena lidou com a falta de cada um, cada qual a seu tempo, e como era a rotina de vida desde então. 
Fiquei curioso, deveras.  Mas, o que me chamou mais atenção foi a forma como a irmã mais velha a adotou, e cuidava dela com um desvelo de impressionar.  Me lembrei do meu nobre e estimado tio, que um dia, numa pequena roda, exclamou:
"É, gente! Um filho sepultar o pai, é duro; porém, mais duro ainda é um pai sepultar o filho!"
E, desta feita, imaginei : neste tipo de caso, deve ser exceção.  Aliás, confesso que permiti vir à minha mente a idéia de que as coisas não deveriam ocorrer assim: Em caso de uma pessoa 'especial', dependente dos pais, não deveriam os pais ir primeiro. 
Mas, logo me corrigi, lembrando-me: – Quem sou para ensinar a Deus? Deus sabe o que faz! Sempre sabe !!

Meu pensamento voou mais longe. Cheguei até a algumas lembranças do meu livro-guia-de-vida. Por exemplo, me lembrei de Davi:  "Porque, se meu pai e minha mãe me desampararem, o Senhor me acolherá." (Salmo 27.10). Eu nunca pensei que Davi considerasse a hipótese de ser abandonado por seu pai e sua mãe ('inda mais, sabendo quem foram – a Bíblia o diz!).  A não ser que sua palavra fosse em tom profético e genérico, diante de toda a circunstância de sua veemente oração no restante do salmo, como uma hipótese não pessoal em que a confiança no acolhimento divino se sobrepunha a todas as hipóteses. Mas, a hipótese se estende a um caso como o da Lena exemplifica. E isto acaba por maravilhar aquele que Nele confia. Penso que posso assim entender : Se meu pai e minha mãe faltarem, o Senhor não me faltará. Jamais !Vejo que a Escritura repete muitas promessas  semelhantes:
"… o Senhor teu Deus não te desamparará, porquanto é Deus misericordioso"(Deuteronômio 4.31). Confortador !
"… porque tu, Senhor, não desamparas os que te buscam" (Salmo 9.10). Animador !!
"Em tudo somos … perseguidos, porém não desamparados" (I Coríntios 4.9). Consolador !!!
"… De maneira nenhuma te deixarei, nunca, jamais, te abandonarei" (Hebreus 13.5). Encorajador !!!!
 
Estas promissoras palavras certamente não farão muito sentido ante os ouvidos (ou melhor, olhos) de quem não sabe muito bem o que é andar na comunhão divina.  Mas elas têm um rico e efetivo sentido ante os ouvidos (melhor, olhos) de quem sabe e conhece essa comunhão… A propósito: para você, que me lê, estas palavras são vazias, ou são ricas de sentido, de significado? 
 
Deus é aquele que não desampara aqueles que Nele se refugiam.  Ele é "rocha eterna", "rochedo forte", "abrigo seguro", "amparo constante", "acolhimento perene"… Veja na ilustração do que disse Seu precioso Filho, à cidade de Jerusalém: "Ah, Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas, e aqueles que a ti foram enviados;  quantas vezes eu quis ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintinhos, e tu não o quizeste…".  Deus, querendo ajuntar os filhos, e os filhos não querendo… Vê se pode! Contudo, para quantos neles se abrigam, não falta o amparo, não falta a força, não falta o refúgio.  Se, entre os homens, com todas as suas mazelas e egoísmos, há gestos tão altruístas como o da Teresinha, irmã que "adotou" sob seu amparo a Lena, quanto mais em Deus há amparo seguro e constante, para os que Nele buscam sua adoção. 
Bendito Deus!  Maravilhoso Deus !!
 
Presenteio você, como 'remate' desta mensagem escrita, uma mensagem musical, como de costume. 
Vai na voz de um coral, com solo de meu amigo e irmão César Timóteo .

GOD WILL TAKE CARE OF YOU (1904)
DEUS CUIDARÁ DE TI
Civila Durfee Martin (1866-1948) 

A música original é de seu esposo, Walter Stillman Martin (1861-1935)
A poesia surgiu por causa de uma criança, filho do casal. 
Walter tinha que pregar numa cidade fora. No entanto, sua esposa  não estava passando bem de saúde, e ele falou de cancelar a viagem. 
O filho, de 9 anos de idade, questionou:
"Papai, o senhor não acha que, se Deus quer que o senhor vá pregar, não tomará Ele conta da mamãe até o senhor voltar? " 
E Walter foi, e 'Deus tomou conta' de Civilla, com os filhos. No mesmo dia ela compôs a letra original do hino, que seu esposo depois musicou. 

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Abraços, boa semana !
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana

ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional