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N° 143 : “MADEIRA, FENO E PALHA”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 23 de Fevereiro de 2014

“O futebol estará protegido; acredito que os brasileiros não atacariam ao futebol diretamentePara eles, é uma religião”. Segundo a imprensa brasileira, quem disse isto foi Joseph Blatter, o presidente da FIFA. Entre o arroubo ‘profético’ e a dissertação que sustenta a predição, acredito que ele esteja pelo menos uns cinquenta por cento certo. Me refiro à parte que afirma que, para o brasileiro, futebol é religião. A julgar pelo comportamento apaixonado de expressiva parte de sua população, penso que ele acertou. Aliás, neste tipo de assunto, às vezes tenho dificuldade de distinguir não religiosos de religiosos (incluindo não poucos cristãos). Curioso que um dos sacerdotes dessa religião, digo, uma das autoridades do mundo do futebol manifesta preocupação com a possibilidade de retornarem os protestos populares incivilizados durante a copa; para ele, a FIFA não pode ser responsabilizada pelo déficit de hospitais, escolas, segurança e transportes no Brasil. No entanto, para Raquel Rolnik, urbanista, professora da USP e relatora especial do Conselho de Direitos Humanos da ONU, o que a COPA deixará no Brasil será predominantemente ônus, e não legado.  É fato que muitos milhões de Reais estão sendo gastos visando o evento. Mas, experts  do nível dessa professora consideram que estão sendo construídos “elefantes brancos”. Isto não deve ser verdade: não são “elefantes brancos”; são “templos”… “Templos” dessa religião tipicamente tupiniquim.

Faz-me isto lembrar um dos ensinos de um legítimo profeta. Aliás, podemos considerá-lo, usando suas próprias palavras, como um verdadeiro arquiteto de idéias sadias e de valor eterno. Disse ele: Segundo a graça que Deus me deu, como sábio arquiteto lancei o fundamento, mas outro edifica sobre ele. Quanto ao fundamento, ninguém pode pôr outro diverso daquele que já foi posto: Jesus Cristo. Agora, se alguém edifica sobre este fundamento, com ouro, ou com prata, ou com pedras preciosas, com madeira, ou com feno, ou com palha, a obra de cada um aparecerá. O dia {do julgamento} demonstrá-lo-á. Será descoberto pelo fogo; o fogo provará o que vale o trabalho de cada um. Se a construção resistir, o construtor receberá a recompensa. Se pegar fogo, arcará com os danos. Ele será salvo, porém passando de alguma maneira através do fogo(Apóstolo Paulo, em I Coríntios 3.10-15, BCF). Quem lê, que entenda: não se trata, aqui, de contraste entre arranha-céus de concreto armado de alta resistência, shopping-centers com alta densidade de mármore italiano para se pisar, ou templos com altíssimo conforto, de um lado, e pequenas choupanas de sapé ou paliçada, como exemplo doutro lado.

Trata-se, aqui, de algo muito mais importante: a necessidade de se distinguir, diante do Criador e, quiçá, Redentor, o que se produz com os melhores recursos que Ele coloca ao dispor da nossa vida – a própria vida, além dos recursos intelectuais/espirituais, bem como além até dos recursos físicos e materiais. Há um único fundamento, um único alicerce, e esse é Jesus Cristo – autor e consumador da vida; para não poucos, também autor e consumador da fé. Mas, o que erigimos sobre esse fundamento da nossa vida e mesmo da nossa fé, pode ser classificado de duas maneiras: obras de “madeira, feno e palha”, de um lado; obras de “ouro, prata e pedras preciosas”, doutro lado. “Madeira, feno e palha” é todo investimento, toda produção, todo esforço e toda construção que, feita diante dos homens, pode até ter grande beleza (principalmente se forem talhados com arte); mas, não resistem ao fogo. Por outro lado, “ouro, prata e pedras preciosas” é todo investimento, toda produção, todo esforço e toda construção que, uma vez provados e testados por Deus (nisso, o teste dos homens nada adianta), é capaz de resistir até ao fogo. E o “fogo” é o dia do julgamento de nossas obras.

Convém-nos uma sincera avaliação, pedindo emprestados do Soberano que habita nos céus os instrumentos de aferição de obras, sobre que tipo de investimentos e esforços têm sido os nossos. Que espécie de religião pratico? A que Ele prescreve em Seu Manual de pura religião?… Que espécie de investimentos faço? Os que Ele indica em Seu Manual de investimentos de vida e recursos?… Que espécie de obras efetuo? De “madeira, feno e palha”, que só aparecem para os homens, mas nada valem aos olhos de Deus? Ou de “ouro, prata e pedras preciosas”, que resistem até ao fogo do juízo divino, e produzem dividendos para a eternidade?

A antiga Roma dava ao povo o que eles mais apreciavam para saciar seus apetites infames: pão e circo; já houve ensaiante de política no nosso país que afirmou sua vocação de dar pão e circo ao povo (talvez, mais circo do que pão, como temos visto com freqüência). E assim, que se concluam os ‘templos da religião’ do esporte bretão, ‘naturalizado’ brasileiro. Deus, a tudo assiste, certamente muito desapontado. Enquanto isso, com a palavra do apóstolo Ele chama a um gasto mais nobre, dos que lhe querem ouvir a Palavra, de seu tempo, energia física pessoal, energia cerebral e até recursos: Pois nós somos cooperadores de Deus; vocês são lavoura de Deus e edifício de Deus. Conforme a graça de Deus que me foi concedida, eu, como sábio construtor, lancei o alicerce, e outro está construindo sobre ele. Contudo, veja cada um como constrói.“ (I Coríntios 3.9,10, NVI).

Importa-nos almejar que o saldo da balança espiritual, no último dia, tenha mais “ouro, prata e pedras preciosas”; importa-nos almejar que seja mínima a fumaça que há de restar, quando o fogo consumir todos os nossos ‘edifícios’ de madeira, feno e palha. São as obras, os pensamentos e os esforços inúteis, ou que apenas satisfazem a ânsia de pão e circo. “Buscai, pois, em primeiro lugar, o Seu Reino e a Sua Justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas“ (Mateus 6.33, ARC). ”Portanto… buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra“ (Colossenses 3.1,2, ARC).

A nossa mensagem musical de hoje é a oração composta por um músico cristão brasileiro (paraense), que alcançou repercussão internacional. Foi composta a partir de uma mensagem que lhe calou ao coração, e o hino foi levado, pela primeira vez, à Primeira Igreja Batista, em Fortaleza, para um tempo de oração e atitude diante de Deus.  A interpretação é pelo Coral Masculino da Primeira Igreja Presbiteriana de Belo Horizonte, de formação já extinta. Na minha oração, cantando junto com o coro, eu peço: Perdoa-me, Senhor, por minhas ações de “madeira, feno e palha”… Ajuda-me a edificar com “ouro, prata e pedras preciosas”!

PERDOA-ME, SENHOR (1987)
Hiram Simões Rollo Júnior  (1961…)

Perdoa-me Senhor, se eu não vivi pra Te servir,
Se em meu agir o Teu amor também não refleti,
Perdoa-me, Senhor, se o Teu caminho não segui,
Se falhas cometi, se Tua doce voz não quis ouvir…
Escuta minha oração, Senhor!
Desejo aqui viver prá Teu louvor:
Ensina-me a Te ouvir, e com amor servir
E os santos passos Teus aqui seguir!
Perdoa-me, Senhor, se eu de Ti me afastei,
Se em meu caminho escuro Tua luz não procurei,

Perdoa-me, Senhor, se na aflição não Te busquei,
Se eu não Te sondei, se Teu querer pra mim não procurei…
Escuta minha oração, Senhor!
Desejo aqui viver prá teu louvor:  
Ensina-me a louvar e junto a Ti estar,
E em Tua graça sempre confiar!
Perdoa-me, Senhor, se frutos eu não produzi,
Se indiferente a tudo a missão eu não cumpri,

Perdoa-me, Senhor, se os campos brancos eu não vi,
Se só pra mim vivi, se meus talentos não desenvolvi…
Escuta a minha oração, Senhor!
Desejo aqui viver prá Teu louvor:
Ensina-me a agir, e Teu dever cumprir,
E frutos dignos dedicar a Ti.

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Abraços, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15)
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil

ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ACRF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional'