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Nº 245 : “ESTATÍSTICA DUVIDOSA”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 20 de Março de 2016

No último dia 13, chegou a um número inusitado, surpreendente, o contingente daqueles que foram às ruas de cidades brasileiras, pedindo afastamento da atual presidente da nação. Mas, como sempre, notórias controvérsias quanto ao número apareceram logo. O evento mais eloqüente foi, novamente, o da avenida Paulista. Os organizadores do “#vemprarua” falaram de 2,5 milhões; a Polícia Miltar falou de 1,4 milhão; o instituto de pesquisas Datafolha, sempre mais acanhado, nesses casos, falou de 500 mil (o que já foi um recorde, nos registros do instituto). Que diversidade estatística!

Certo jornalista, de prestigiada revista nacional, evocou passagem do evangelista Mateus, como hipotética “mãe de todas as imprecisões na contagem de pessoas em eventos públicos”. Citando Mateus 14, onde se encontra o registro da alimentação de “cerca de cinco mil homens, sem contar mulheres e crianças”, a partir de apenas cinco pães e dois peixinhos, o articulista diz – “pobre Mateus, se tentasse se safar com esses números, nos dias de hoje”.  

De fato, não sei (e não está entre meus primários interesses saber) se, na Paulista, foram dois e meio milhões, um e meio milhões ou meio milhão (muito embora, creia mais nos números da polícia). Imagino que, se os números não coincidem, não é porque cada segmento não disponha de instrumentos estatísticos adequados para acertar e precisar… É por causa de outro tipo de preferência, que induz maquiagem nos números.

Quanto à estatística de Mateus, não é muito sensato discutir a competência do evangelista: como funcionário público da coletoria de impostos que havia sido, certamente estava muito bem treinado para lidar com números e contagens. Por outro lado, o personagem de quem ele retrata o feito – Jesus – tinha competência (leia-se ‘poder e autoridade’) suficiente para, de tão poucos pães e peixes, alimentar até muito mais do que cinco mil. Destarte, é bom, logo de cara tirar o evangelista Mateus desse campo de dúvida, o das estatísticas discutíveis. Até porque, não estamos falando de uma estatística comum: esta pertence ao registro inerrante de Palavra que leva a assinatura do Deus Vivo, acima de Mateus.

Houve uma segunda ocorrência parecida – outra multiplicação para  a multidão: está em Mateus 15. Posteriormente, Jesus previne os discípulos contra o “fermento dos fariseus e saduceus”, isto é, sua falsa doutrina, firmada em distorções da Escritura. Os discípulos pensaram que Jesus lhes falava de pães, e recriminavam-se por não os terem trazido. Jesus, então, lhes cobra: Não compreendeis ainda, nem vos lembrais…?” (Mateus 16.9, ARA), fazendo referência às duas ocasiões em que o pão foi multiplicado.

Numa ocorrência, cinco pães alimentaram cinco mil com sobras; noutra ocasião, sete pães alimentaram quatro mil com sobras também. Os números, aqui, não foram registrados por acaso. Entretanto, não servem ao objetivo de comparações estatísticas… Eis um exemplo de inquirição insana ao texto: Por que com mais pães (sete, em vez de cinco) menos pessoas (quatro mil, em vez de cinco mil) foram alimentadas? Menos importante são os números, a estatística em si, do que o  fato significado. Jesus reivindica a compreensão de verdades autenticadas; dentre elas:

Primeira, atesta que ali, perante aquela multidão e os discípulos, estava o Senhor dos senhores, o enviado de Deus, o Ungido do Todo-Poderoso (Lucas 4.13).

Segunda, que a Providência divina é capaz de suprir toda necessidade (Filipenses 4.19).

Terceira, que seu suprimento é farto, abrangente e com sobras (Provérbios 10.22).

Quarta, que o milagre testifica a favor do verdadeiro, único e suficiente “pão da vida”, o “pão vivo que desceu do céu” (João 6.35, 51 e 58).

Quinta, que, mais do que saciar de pão, Jesus é aquele que promete, para a glória eterna, fartar eternamente, todo aquele que tem fome e sede de justiça! (Mateus 5.6).

Se alguém, como o articulista da revista, quiser perder tempo com suspeitas sobre a estatística de Mateus, que perca. Melhor seria que não! Melhor seria que atentasse nas lições daquele estupendo evento da multidão.    

 

No hino de hoje, a mensagem lembra o milagre à beira-mar… 

 

O PÃO DA VIDA
BREAK THOU THE BREAD OF LIFE (1877)
Mary Artemisia Lathbury (1841-1913) & Willliam Fisk Sherwin (1826-1888)


Ouça, com nosso… 

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Até à próxima! (Tg 4.15)

 

NOTAS (versões bíblicas):
ACF – Almeida Corrigida e Revisada Fiel, Soc. Bíblica Trinitariana
ARA – Almeida Revista e Atualizada, Soc. Bíblica do Brasil
ARC – Almeida Revisada e Corrigida, Soc. Bíblica do Brasil
BCF – Versão Católica do Pe. Antonio de Figueiredo
NVI – Nova Versão Internacional, Soc. Bíblica Internacional