Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 12 de Março de 2012
Embora residindo em plena "selva de asfalto", numa região de Belo Horizonte bem próxima do aeroporto da Pampulha, minhas madrugadas têm permitido a mim mesclar a audição do ronco de motores de aviões e helicópteros com um outro tipo de sonoridade: a doce sonoridade da OSPOV, a "ORQUESTRA SINFÔNICA DE PARDAIS E OUTROS VOLÁTEIS". Graças a Deus, uma certa retomada de consciência ecológica se recobrou nas cidades, nos últimos tempos. É possível ver (e ouvir), em plena cidade, pássaros que há certo tempo atrás era difícil ver (e ouvir)… Joões-de-Barro, sabiás, bem-te-vis, entre outros, além da fartura de pardais. Na frente de minha casa, numa nesga de terra entre duas ruas, que acabou enchendo-se de vegetação, há pelo menos seis árvores frondosas, sem contar as que estão nas proximidades. Essas, o animal racional "evoluído" da criação não conseguiu ainda derrubar, para, quem sabe, abrir espaço ao 'progresso', deixar o chão 'mais limpo' (tem gente que ainda pensa que as folhas que caem das árvores no chão são sujeira !), ou coisa que o valha. O resultado é uma verdadeira sinfonia; em muitas manhãs é um verdadeiro deleite. Quer saber do que se junta ao melhor? Não pago um 'centavo' pelo 'espetáculo'. É inteiramente de graça. Dá vontade de ficar ouvindo até o último movimento, do Alegro ao Andante, cujo grand finale certamente só ocorre quando o sol castiga e as aves se ocultam nas sombras das próprias folhas. Infelizmente não dá: praticamente todos os dias já preciso estar bem longe de casa, antes que o sol se levante por detrás da 'serra do curral'. É bom saber que essas aves 'sinfônicas' ainda não desapareceram da cidade. Temos visto, com certa frequência, algumas mais exóticas, como o pica-pau, ou o pássaro-preto, de vez em quando um curió (até um cardeal já vi)… É a bondosa mão do Criador, apesar do homem, que as preserva. Aliás, veja que isto está assentado no Livro: "O pardal encontrou casa, e a andorinha, ninho para si, onde acolha os seus filhotes; eu, os teus altares, SENHOR dos Exércitos, Rei meu e Deus meu!" (Salmo 84.3) Sim, é verdade: O Criador, sábio, providente e benévolo como é, aprovisionou lugares de manutenção de Sua magnífica obra, e preserva até os pássaros. Eles são, inclusive, parte significante de Seu deleite. Porque o seu canto é em louvor do Criador. "Todo ser que respira, louve ao Senhor. " (Salmo 150.6)
Curioso é que o autor de toda a Criação usa a figura do pardal para entregar-nos também uma preciosa mensagem:"Não se vendem dois pardais por um asse? E nenhum deles cairá em terra sem o consentimento de vosso Pai. E, quanto a vós outros, até os cabelos todos da cabeça estão contados. Não temais, pois! Bem mais valeis vós do que muitos pardais" (Mateus 10.29-31) Entendeu? Claro que entendeu. Eu duvido que não entendeu… Se Deus sabe a hora em que cai um pardal, ou quanto tempo deve ele durar, escapando de seus predadores naturais, quanto mais saberá cuidar de nós (e também nos preservar dos nossos 'predadores').
Na verdade, o zelo de Deus sobre todo o restante da Sua Criação não é tão intenso e interessado quanto o é sobre os que temem o Seu Nome, e sabem porque (no uso dos atributos da razão, mas também do sentimento e até da vontade) foram criados pelo Supremo; mais que criados, porque são chamados e remidos no Seu precioso Nome. E veja mais: Sei que é difícil, pois sei (mesmo por experiência própria, embora certamente jamais o tipo de experiência mais dolorosa que se pode ter) que a vida nos aperta de todos os lados. Portanto, sabendo que é assim, e que talvez não seja diferente para quem quer que seja, com toda a certeza sou assaltado pelas mesmas dúvidas, pelas mesmas ansiedades, e pelas mesmas fraquezas que qualquer um que me lê. Por isto, reconheço que é difícil encarar o que vou anotar; mas vou anotar, a despeito do que me vem a alma, porque o que vai ainda acrescido provém do Fiel, Aquele que era, que é e que será eternamente – cuja palavra é firme como Ele próprio (e Ele não depende de nós para suster Sua palavra): "Por isso, vos digo: não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer ou beber; nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo, mais do que as vestes? Observai as aves do céu: não semeiam, não colhem, nem ajuntam em celeiros; contudo, vosso Pai celeste as sustenta. Porventura, não valeis vós muito mais do que as aves? Qual de vós, por ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado ao curso da sua vida? {ao curso da sua vida; ou à estatura}. E por que andais ansiosos quanto ao vestuário? Considerai como crescem os lírios do campo: eles não trabalham, nem fiam. Eu, contudo, vos afirmo que nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles. Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós outros, homens de pequena fé? Portanto, não vos inquieteis, dizendo: Que comeremos? Que beberemos? Ou: Com que nos vestiremos? Porque os gentios é que procuram todas estas coisas; pois vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas elas; buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os seus cuidados; basta ao dia o seu próprio mal." (Mateus 6.25-34) Isto serve para nos lembrar: Por mais quente que seja o dia, causticante com o sol que se esgueira pelo meio do buraco da camada de ozônio, e invade a terra com cada vez mais quantidade de UV-A e UV-B, dá para esperar que na manhã seguinte os pardais estarão lá, antes de vir o escaldante, acompanhados dos bem-te-vis, dos sabiás-laranjeiras, dos canários, com uma nova sinfonia (e tudo sem ensaio – não é fantástico ?).
Da mesma forma, o Criador já está 'acordado' antes de despertarmos, e já está lá adiante, lá na colina onde a trajetória da madrugada permite ver o sol sair da cortina, renovando Seus cuidados para o dia. Haverá lutas; haverá dissabores; haverá tormentas… Mas, Ele estará lá, estará junto, estará sustendo. Ele tem seu olhar nos pardais, mas também o tem especialmente em nós.
A propósito, de novo a nossa mensagem com música de hoje fala disto também. A autora (também autora do clássico "Deus Cuidará de Ti") dá o seguinte testemunho do surgimento da composição: "No início da primavera de 1905, meu marido e eu estávamos em jornada no estado de Nova Yorque. Nesse ínteim, surgiu uma boa amizade com um casal – Sr e Sra Doolitle, verdadeiros santos de Deus. Sra. Doolitle estivera enferma, acamada por cerca de 20 anos. Seu marido era um paralítico incurável, que para locomover-se precisava de uma cadeira de rodas. A despeito de suas aflições, eram cristãos felizes, trazendo inspiração a quem quer que os conhecesse. Um dia, quando visitávamos o casal, meu marido fêz menção do brilho da vida deles, a despeito de sua dureza, e perguntou-lhes qual o segredo. A Sra. Doolitle deu uma resposta simples: 'His eye is on the sparrow, and I know He watches me' (Seu olhar está sobre o pardal, e eu sei que Ele também me contempla). A beleza dessa expressão, simples e direta, de uma fé sem fronteiras, apoderou-se de mim e do meu marido. O hino resultou dessa experiência, e da lembrança automática das palavras do Mestre". Charles Gabriel pôs-lhe a música, sob solicitação da Sra. Martin, esposa do pastor Walter Martin. A primeira vez que ouvi a interpretação com a qual te presenteio agora, 26 anos atrás, eu estava muito, muito longe de casa.Como me foi confortador ouvir. Fui atrás e comprei o LP. Ouça aqui, acompanhando com a tradução.
HIS EYE IS ON THE SPARROW (1905)
Seu Olhar Está Sobre o Pardal
Civilla Durfee Martin (1866-1948) & Charles Hutchinson Gabriel (1856-1932)
Why should I feel discouraged ?
Por que deveria sentir-me eu desencorajado ?
Why should the shadows come ?
Por que deveriam as sombras vir ?
Why should my heart be longing
Por que deveria meu coração estar suspirando ?
And long for heaven and home
E aspirando pelo céu e o lar
When Jesus is my portion
Se Jesus é a minha porção
My constant friend is he
Meu amigo constante ele é
His eye is on the sparrow
Seu olhar está no pardal
And I know he watches over me
E eu sei que ele contempla a mim!
I sing because I'm happy
Eu canto porque sou feliz
I sing because I'm free
Eu canto porque sou liberto
His eye is on the sparrow
Seu olhar está no pardal
And I know he watches over me
E eu sei que ele contempla a mim!
Whenever I am tempted
Toda vez que sou tentado
Whenever clouds arise
Toda vez que as nuvens se levantam
When songs give place to sighing
Quando as canções dão espaço ao suspiro
When hope within me dies
Quando a esperança dentro em mim fenece
I draw the closer to Him
Eu me encaminho o mais perto Dele
From care He sets me free
Por [Seu] cuidado ele me liberta
His eye is on the sparrow
Seu olhar está no pardal
And I know he watches over me
E eu sei que ele contempla a mim!
Estrofe não cantada aqui :
"Let not your heart be troubled!"
"Não se atemorize o vosso coração!"
His tender words I hear
Suas ternas palavras eu ouço
And resting on His goodness
E descansando em Sua bondade
I lose my doubts and fear
Eu deponho minhas dúvidas e temor
Though by the path He leadeth
Poquanto pelo caminho Ele guia
But one step I may see
Ainda que um passo eu não consiga ver
His eye is on the sparrow
Seu olhar está no pardal
And I know he watches over me
E eu sei que ele contempla a mim!
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Abraços, boa semana !
Ulisses
Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional