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N° 333 : “TOLERÂNCIA”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 25 de Fevereiro de 2018

Que cena interessante foi aquela. Olhava eu o movimento das andorinhas sobre as cruzetas de madeira de um poste de energia. Era fim da tarde. Chegavam elas aos poucos, mas muito rapidamente. De repente, as peças de madeira e os cabos de média tensão no alto do poste estavam repletos de andorinhas… Várias, dezenas…

Outro repente, quando todas do bando lá estavam, algumas até brincando com outras, e parecia ter sido emitida uma senha: a primeira se arrancava, e logo outra, e mais um tanto, e em poucos segundos o bando estava todo no ar, aparentemente voando a esmo. Nada! Estavam em busca de seu alimento: andorinhas são aves que caçam seus alimentos (insetos voadores, na maioria dos casos) em pleno vôo. Terminada a sessão, voltavam todas para o mesmo poste, as mesmas travessas, os mesmos pontos dos cabos de energia. E assim, sucessivas vezes, enquanto o sol ia reclinando…

Num terceiro repente, meu olhar percebeu uma curiosidade: sobre umas das cruzetas de madeira daquele poste, havia, também, um ninho de joão-de-barro. Que ave curiosa! Macho e fêmea colocam-se a construir sua casa como se fossem adestrados engenheiros: sempre ‘percebendo’ a direção do vento na estação da postura de ovos, de modo que a entrada da casa sempre fique contra o vento. E assim, a ante-sala e a câmara, separada da primeira por uma parede, são uma verdadeira obra de arte.

O casal joão-de-barro usa o ninho somente uma vez na vida. Depois que os filhotes se emancipam, o ninho abandonado serve a outras espécies (talvez mais preguiçosas); serve até às andorinhas. Enquanto isso, o casal espera a próxima época de procriação, para construir outro ninho.

Assim, a cena se tornou mais admirável para mim. Uma revoada de andorinhas que iam e vinham, em suas caçadas coletivas, ao mesmo poste onde estava aquele distinto casal de joões-de-barro. Estes, à esquerda e à direita do seu ninho recém-construído (não deu para perceber se já havia filhotes), se postavam como se fossem vigilantes do ninho.

Nenhuma briga; nenhum conflito… Apenas convivência harmônica. Vez ou outra, um dos membros do casal joão-de-barro descia ao solo, em busca de seu próprio alimento, e logo voltava. Se alguma andorinha estivesse perto de seu ponto de pouso, nas cercanias do ninho, logo saía, dando lugar ao joão-de-barro. Não consegui notar nenhuma reclamação por excesso de barulho, por ambição de lugar privilegiado, por proximidade… Reinava, harmonicamente, paz, mesmo que, em determinado momento, algumas andorinhas tivessem que se espremer, quando lhes aumentava o número…

Fiquei pensando: por que não ocorre o mesmo com o ser humano? Este, não! Por pouco incômodo da convivência, já é capaz de içar punhos, erguer armas ou impropérios, transtornar-se de raiva. Seres humanos são, via de regra, muito intolerantes uns com os outros.

O profeta de Deus dez uma declaração importante: Deus fez os homens justos, mas eles foram em busca de muitas intrigas" (Provérbios 7.29, NVI). Um exemplo foi a convivência de Abraão e Ló: Abraão tomou o sobrinho Ló como verdadeiro filho, depois da morte do pai deste – Harã, irmão de Abraão. Ló herdou o rebanho de seu pai, e acompanhou Abraão até Canaã. Porém, um dia, a convivência entre os pastores dos rebanhos de tio e sobrinho conflitou, a ponto de terem que se separar.

Até os discípulos de Jesus, depois de quase três anos de convivência com ele, chegaram a pensar em pedir fogo do céu para consumir samaritanos, só porque estes não foram generosos em hospedá-los… Certamente, intolerância é resultado da decadência da raça, que ocorreu com a entrada do pecado no mundo lá no Jardim do Éden. Por causa disso, o Criador enfileirou prescrições no Seu Manual, de modo a minimizar os efeitos da intolerância mútua.

Desde o início, Deus ensina a receber e a amar o estrangeiro que viesse residir no meio do Seu povo, uma vez que eles mesmos tinham sido estrangeiros no Egito (Lv 19.34). No Salmo 133, registrou em poesia: “Oh! Como é bom e agradável viverem unidos os irmãos! (Salmo 133.1, ARA).

O apóstolo Paulo tem pleno conhecimento da nossa tendência natural para intolerância mútua; por isto, prescreve o exercício: “Se possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens” (Romanos 12.18, ARA). Em sequência, no mesmo texto, roga imitação de Deus, que é rico em paciência, e ensina a termos paciência, também, uns com os outros: Ora, o Deus de paciência e consolação vos conceda o mesmo sentimento uns para com os outros, segundo Cristo Jesus” (Romanos 15.5, ACF).

A epístola aos Efésios, em que o tema por excelência é a convivência interpessoal, ainda exorta: “Rogo-vos… que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados,  com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor, procurando guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz” (Efésios 4.1-3, ARC). Que desafio, em nossos tempos!…

Com o hino de hoje, a lembrança acerca de quem é compassivo e tolerante sem medida…  

NO ONE EVER CARED FOR ME LIKE JESUS (1932)
(Ninguém Jamais Se Interessou Por Mim Como Jesus)
Charles Frederick Weigle (1871-1966)

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Boa semana, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 286 : “LIÇÕES DE VIDA”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 12 de Fevereiro de 2017

Um dos meus maiores prazeres é garimpar histórias de vida de gente simples, detentores de ‘outras riquezas’. Por estes dias, um casal de vendedores ambulantes tentava convencer minha esposa a comprar algo em suas mãos. Escalado para pagar a conta, não resisti à curiosidade de lhes conhecer um pouco a história.

Sandra veio aos cinco anos de idade de Timbaúba, Pernambuco, para São Paulo. O irmão mais velho convenceu seus pais a vender tudo por lá, e vir tentar a vida cá no Sudeste. Mas, as coisas não deram certo, e tentaram, em vão, voltar para o nordeste. O pai, desiludido, adoeceu e faleceu sem realizar o sonho do retorno. Pouco depois, faleceu a mãe dela. Já na juventude, Sandra conheceu o Ademilton; para ela, apenas Milton. Ah! O Milton, pouca escolaridade, mas que nunca começa um dia sem leitura da Bíblia e oração a Deus.

Milton é mineiro de Turmalina, de onde saiu por causa da escassez no sertão mineiro. Desceu até Três Corações, à procura de emprego. Numa indústria em Elói Mendes, se tornou mecânico de montagem e manutenção de máquinas. Uma lesão grave na coluna, uma cirurgia de risco, o ‘encostaram’. Afastado do trabalho, enfrentou uma dura luta de seis anos para aposentar-se; foi tentar a vida em São Paulo, onde conheceu Sandra.

Um dia, depois de muitas lutas enfrentando os advogados do INSS (coisa que, em Brasília, muitos nem precisam fazer, mesmo com pouco tempo de “trabalho”, para ter boas aposentadorias), veio a boa notícia: sua esperada aposentadoria de um e meio salários mínimos tinha sido julgada a seu favor, lá no STJ. Direitos retroativos de seis anos lhe deram uma soma inesperada (mesmo com trinta por cento já ficando com o advogado).  

 Milton chamou Sandra numa conversa:
– Fia, se seu pai tivesse ‘inda vivo, era hora d’eu ajudar ele… Vamos a Turmalina? Preciso ajudar minha mãe, coitada…
Sandra, sem reservas, logo concordou. De São Paulo a BH, de BH a Araçuaí, de Araçuaí a Turmalina, de Turmalina à roça… E lá chegaram, alegrando o coração da pobre viúva. Entrar de novo naquela “tapera de adobe e taipa” (sic), com apenas duas portas que mal cabiam um corpo, e duas janelas que mal cabiam um rosto, trazia muitas recordações.
Mãe, quero fazer um barraco pra mim aqui nesse terreno, e quero saber se a senhora concorda e me ajuda…
Ajudo sim, meu filho.
E ajudar com que? Pelos três anos da construção, até os irmãos, cunhados e cunhadas criticaram Milton e Sandra: “Tão querendo tomar um pedaço do terreno de nossa mãe”.

Chegou o dia, três anos passados, casa pronta – casa de alvenaria e laje, bacana, uma “mansão”…
– Mãe, tá tudo pronto, tá na hora da mudança…
– E cadê tuas coisa, meu fio?
Milton e Sandra se dirigiram para a velha tapera, e foram buscando, um a um, os poucos pertences da idosa. “­Mãe, a casa num é pra nós não; já temo casa… É prá senhora mesmo! Se eu dissesse antes, nem tinha graça!”. Os olhos da mulher viraram torrente de cachoeira. Os irmãos, cunhados e cunhadas, engoliram em seco, enfiando a viola no saco.

E, prá mim, também já me segurando, a essa altura da história, ainda ‘filosofou’ o Milton: “A gente tem que fazer o bem com o que tem, e enquanto está por aqui, porque daqui não se leva nenhum bem material; só o espiritual”.

O Milton está certo; em tudo. Primeiro, tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças, porque na sepultura, para onde tu vais, não há obra nem projeto, nem conhecimento, nem sabedoria alguma” (Eclesiastes 9.10, ACF); segundo, “e poderoso é Deus, para fazer abundar em vós toda a graça, para que, abastados em tudo, abundeis em toda boa obra” (II Coríntios 9.8, BCF); terceiro, tal como disse Jó, “saí nu do ventre da minha mãe, e nu partirei. O Senhor o deu, o Senhor o levou; louvado seja o nome do Senhor” (Jó 1.21, NVI); quarto, “honra ao teu pai e à tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor, teu Deus, te dá” (Êxodo 20.12, ARA); quinto, não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam. Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam, nem roubam.  Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração (Mateus 6.19-21, ARC).

Lição de vida, transmitem o Milton e a Sandra, em toda a sua simplicidade. Acabei comprando mais do que na intenção inicial: paguei pela ‘aula’, e meus netos ganharam, cada um uma lembrancinha.  O hino de hoje retrata de onde provém a mais genuína inspiração de vida: daquEle que, com desvelo e compaixão sem fim, demonstra a mais alta expressão de amor solidário.  

NO ONE EVER CARED FOR ME LIKE JESUS (1932)
(Ninguém Jamais Se Interessou Por Mim Como Jesus)
Charles Frederick Weigle (1871-1966)

Você vai poder ouvir uma versão em nosso idioma. 

Enquanto o coro da versão diz … 
Sempre cuidará de mim, meu Mestre,
Com desvelo e compaixão sem fim!
Nenhum outro tira a culpa do pecado.
Oh! como Ele ama a mim!

A letra original diz :
No one ever cared for me like Jesus
Nenhum outro jamais se importou comigo como Jesus
There's no other friend so kind as He
Não existe outro amigo tão gentil  quanto Ele
No one else could take the sin and darkness from me
Ninguém além dele poderia livrar-me do pecado e da escuridão
Oh! How much He cared for me!
Oh! Quanto se importou Ele comigo!

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Boa semana, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 95 : “VERDADEIRO AMIGO…”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 17 de Fevereiro de 2013

Uma conversa até certo ponto nostálgica nesta semana me fez lembrar de amigos do passado. Quando os verei de novo? Eu bem que gostaria…
Alguns até estão nas listas de remessas destas singelas mensagens, mas em lugares distantes… 
Amigos! ? Sim, mas, o que realmente é isto – um amigo? 
Sem desprezar qualquer dos meus amigos de anos variados, vale a pena pensar:
Que força consegue, em termos práticos, transformar esse tipo de adjetivo num autêntico substantivo? 
Quero dizer, uma transformação de mera qualidade em vera essência! 
Quem cultiva amigos do tipo que façam jus a todas as letras graúdas na palavra? Hoje em dia isto não é mais tão frequente, convenhamos… 

Diz o poema da Martha :
"Verdade verdadeira. Amigos recentes custam a perceber essa aliança, não valorizam ainda o que está sendo contruído. 
São amizades não testadas pelo tempo, não se sabe se enfrentarão com solidez as tempestades ou se serão varridos numa chuva de verão. Veremos. 
Um amigo não racha apenas a gasolina: racha lembranças, crises de choro, experiências. Racha a culpa, racha segredos. 
Um amigo não empresta apenas a prancha. Empresta o verbo, empresta o ombro, empresta o tempo, empresta o calor e a jaqueta. 
Um amigo não caminha apenas no shopping. Anda em silêncio na dor, entra contigo em campo, sai do fracasso ao teu lado. 
Um amigo não segura a barra, apenas. Segura a mão, a ausência, segura uma confissão, segura o tranco, o palavrão, segura o elevador. 
Duas dúzias de amigos assim ninguém tem. Se tiver um, amém!
"
E o grego de saber enciclopédico filosofou :
"O que é uma verdadeira amizade? É uma única alma habitando dois corpos!"
E eu ainda acrescentaria: Uma boca que fala, quando deve falar, e que se cala, quando deve calar…

Mais profundidade ainda tem a revelação do Livro de conteúdo eterno, nas palavras daquele que foi insuperável em sabedoria, quando diz :
"Em todo tempo ama o amigo; e na angústia se faz o irmão…  O homem que tem muitos amigos sai perdendo; mas há amigo mais chegado que irmão " (Provérbios 17.17 + 18.24, ARA). 
Não quer dizer o texto que não haja irmão que não seja amigo de verdade – pois há! 
Quer dizer, antes, que a verdadeira amizade é aquela, que pode razoavelmente ser interpretada na frase de Aristóteles. É aquela que até pode superar as relações de sangue. Em tais circunstâncias as condições de "amigo" e de "irmão" podem mesmo se confundir… 
Bem, talvez eu devesse ser um pouco mais consistente e pertinente; e vou tentar, adiante…

Nesta vida já tive oportunidade de perguntar a algumas pessoas, em conversas bastante particulares, dando uma de… 'psicólogo'  – Você tem amigos?  
É claro que não pretendia perceber-lhes a existência de uma amizade frugal, corriqueira, comum. Se necessário, eu estava pronto a destrinchar melhor minha pergunta, conforme o alvo por ela perseguido. Doutro ângulo, jamais me lembro de haver alguém ter feito essa mesma pergunta a mim. Pelo menos, não com a intenção com que, em casos vários, eu a fiz… 

Como se pode ver pela voz dos sábios e poetas, uma amizade autêntica pode parecer, a muitos, uma raridade. Serão eles desmentidos ?
Idealmente, é aquela que jamais decepciona, e nem corre o risco, jamais… 
Assim,como não poderia deixar de ser, penso que há caso único, singular mesmo, que deva ser meu paradigma : 
"Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; chamei-vos de amigos, porque vos dei a conhecer tudo quanto ouvi de meu Pai" (João 15.15, BCF). Quem disse isto foi aquele que, sendo Deus e sendo rei sobre toda a criação, resolveu também fazer-se amigo daqueles que carregou para junto de si.  
Ele mesmo – o Senhor, Jesus Cristo!

Isto faz-me lembrar o cântico infantil que aprendi, naquela fase:
"Jesus é o amigo leal, Jesus é o amigo leal! Jesus é o nosso salvador, Jesus é o amigo leal!"
É um amigo um tanto diferente :
Nós não o vemos ao lado (ainda não);  mas, surpreendentemente, é quem mais próximo podemos sentir…
Não podemos tocá-lo, apertar-lhe a mão, dar-lhe um abraço (ainda não); admiravelmente, porém, não há alguém com uma presença mais tangível… 
Não precisamos do seu número de celular, do seu 'fixo', mas podemos, a qualquer momento, levar a ele nossas inquietações, nossos queixumes, nossas aspirações, nossas decepções; a única pessoa a quem ele revela nossos segredos é a pessoa do Pai… 
Não o encontramos no Facebook, nem em qualquer outra rede de relacionamento; mas ele é bem mais fácil de ser encontrado, até por quem não tem internet… 
Fora desse círculo de confiança – nós, na individualidade de cada um, ele e o Pai – ninguém mais vai conhecer os segredos que lhe endereçamos. 
Ele é solidário, pois sabe colocar-se em nosso lugar. 
"Por essa razão era necessário que ele se tornasse semelhante a seus irmãos em todos os aspectos, para se tornar sumo sacerdote misericordioso e fiel com relação a Deus e fazer propiciação pelos pecados do povo. Porque, tendo em vista o que ele mesmo sofreu quando tentado, ele é capaz de socorrer aqueles que também estão sendo tentados." (Hebreus 2. 17,18, NVI).

Não há amigo melhor, mais verdadeiro. E tem outra: se queremos cultivar com nossos amigos uma verdadeira amizade, não há outra escola onde treinar – é a escola do "amigo Jesus".  Podemos até fazer prova, ele permite. Ele permite ser testado.  
Ele não decepciona ninguém. Não há tão grande, tão fiel  amigo. 
Você tem amigos? De verdade? Que tal este, que também para mim é o mais chegado? 

O hino de hoje, que desfecha a nossa singela mensagem, é uma preciosa mensagem. Considero eu que sua letra original é bem mais expressiva do que a versão. 
É mais fiel à circunstância que levou o autor a escrevê-la. Se alguém se interessar pela letra original, pode pedir que mando. 
Seu autor era um evangelista itinerante. Assim como qualquer de nós, também fez coisas de que se arrependeu. Experimentou distanciamento de pessoas (amigos?), por causa do evangelho. Não tendo conseguido administrar, ao mesmo tempo, o ministério e as coisas do lar e as necessidades da esposa, teve a desventura de vê-la abandonando-o, para "usufruir melhor desta vida", conforme declarou ao esposo. Segundo suas palavras, naquele dia o mundo desabou debaixo dos seus pés.  Chegou a pensar que não valia mais a pena viver : vivo ou morto, quem se interessa por mim? – pensou. Mas logo pediu perdão a Deus, por abrigar momentaneamente tal tipo de pensamento insano. Procurou a reconciliação com sua esposa por um bom tempo, mas o tempo foi, digamos, insuficiente. Ela, por seu turno, acabou não tendo muito tempo para "usufruir a vida": morreu pouco tempo depois de um ataque cardíaco fulminante. Sobre o assunto, Charles declarou: "Eu sempre a amei, e ela me faz muita falta. Contudo, como vou desvendar os mistérios de Deus? Ao contrário, sei que Ele sempre faz o melhor e mais sábio, e um dia, se quiser, poderá me dizer porque tudo isto aconteceu. Até lá, quero apenas dizer ao mundo que ' Ninguém jamais se interessou por mim como Jesus” (No One Ever Cared For Me Like Jesus). Em Jesus encontrou ele um verdadeiro amigo – o consolo e o cuidado definitivos, pelo resto de sua vida.

NO ONE EVER CARED FOR ME LIKE JESUS (1932)
(Ninguém Jamais Se Interessou Por Mim Como Jesus)
Charles Frederick Weigle (1871-1966)

Você vai poder ouvir uma versão em nosso idioma. 

Enquanto o coro da versão diz … 
Sempre cuidará de mim, meu Mestre,
Com desvelo e compaixão sem fim!
Nenhum outro tira a culpa do pecado.
Oh! como Ele ama a mim!

A letra original diz :
No one ever cared for me like Jesus
Nenhum outro jamais se importou comigo como Jesus
There's no other friend so kind as He
Não existe outro amigo tão gentil  quanto Ele
No one else could take the sin and darkness from me
Ninguém além dele poderia livrar-me do pecado e da escuridão
Oh! How much He cared for me!
Oh! Quanto se importou Ele comigo!

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Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ACRF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
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