Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 25 de Março de 2012
A recente morte do artista e comediante brasileiro Chico Anysio 'fisgou' minha atenção por algumas declarações, feitas ou lembradas.
Não sei muito sobre sua vida; aliás, pouco sei, porque não sou dado a ficar acompanhando vidas de artistas.
Mas a atenção que me foi fisgada teve suas razões específicas.
Ano passado, após completar 80 anos de idade, mas também após passar 110 dias internado (cerca de 78 na UTI), deu um depoimento carregado de emoção.
Afirmou, por exemplo : "Sei que vou morrer, mas não tenho medo de morrer – tenho pena, pelo que vou perder… não vou ver meus netos crescerem… tenho pena, mas medo, não ".
Acrescentou, por exemplo : "Sou um teimoso – fiz 80 anos, mas estou querendo renovar meu contrato por uns 20 anos… porque acho que vou chegar aos 100… devo ir, eu acho ".
No dia que morreu (Sexta última, dia 23), a sexta e atual esposa registrou nalgum site de relacionamento:
"Por volta das 15 horas de hoje acenderam-se as luzes do céu…
Estava para começar o último show de Chico Anysio.
A platéia ? Os anjos, aplaudindo de pé! "
0 Eu de cá, fico tentando imaginar essa cena. É, mesmo imaginária, uma espécie de "licença poética".
Mas eu tenho um referencial muito seguro – tenho uma descrição de quadro, que uma fonte segura me revelou, acerca de como pode ser uma cena típica como essa que a afirmação insinua, quando alguém ultrapassa a "linha de chegada" (que também é "linha de partida", de outro início).
Acredito que a minha fonte segura não me deu todos os detalhes de como ocorre uma cena típica dessas.
Mas os detalhes que a minha fonte segura me passou são suficientes para que eu (e qualquer outro que a ela tiver acesso) possa me certificar do que caracteriza o momento.
Eis o que a minha fonte segura me diz :
1°) "Eis o que tão-somente achei: que Deus fez o homem reto, mas ele se meteu em muitas astúcias" (Eclesiastes 7.29).
Há toda uma história por trás desse "muitas astúcias"… Planejamento da criação, criação propriamente dita, responsabilização do homem ante a criação, infração e quebra de pacto da criação, perdição e rebelião, julgamento, sentença, penalidade (eterna), necessidade de redenção, e assim por diante.
2°) Minha fonte segura diz que este problema, em toda a sua complexa e mais ampla dimensão, não atingiu somente o protagonista inicial…
"Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram" (Romanos 5.12).
Mas há ainda um lado outro da questão, e minha fonte segura também fala disto :
3°) "Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores" (Romanos 5.8).
Destarte, há uma obtenção dos frutos desse amor, que resulta em redenção e resulta em previsibilidade segura do que pode acontecer na hora desse 'ato', que a Malga Di Paula chamou de "último show" … Só que, quem exerce o papel central nessa epopéia é Jesus Cristo, o Filho de Deus, encarnado como homem, Salvador, voluntariamente posto sob humilhação e morte, mas triunfantemente exaltado pela ressurreição, pela ascenção aos céus, pela gloriosa transformação de sua matéria em corpo celestial, pela sua entronização à destra do Pai, e pelo domínio que lhe foi dado até que volte.
Além disto, minha fonte segura dá mais elementos da descrição:
4°) "Os néscios são mortos por seu desvio, e aos loucos a sua impressão de bem-estar os leva à perdição; mas o que me der ouvidos habitará seguro, tranqüilo e sem temor do mal" (Provérbios 1.32,33).
Há, portanto, dois cenários, e não apenas um único.
Chico Anysio foi distinguido por muitos dos seus pares, e também por seus filhos, como um caso único entre os artistas e humoristas – tratado como "o mestre".
Entretanto, o "Mestre" ( eu preferi designar a este outro com "M", maiúsculo) sumariza estes dois cenários aos quais há pouco me referi com duas declarações, cada uma dirigida a um de dois distintos grupos , com as seguintes proclamações proféticas:
Primeira => "Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo"(Mateus 25.34).
Segunda => "Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos" (Mateus 25.41).
Confirmam-se, portanto, os dois cenários distintos.
5°) De fato, há júbilo no céu por um pecador que se arrepende e volta-se para Deus, e isto certamente promove uma grande celebração por lá, quando esse redimido de Deus termina aqui a sua jornada, e adentra os páramos celestiais, regozijando-se na presença do Cordeiro e seu Pai – também o nosso Pai …
Isto é afiançado em Lucas 15.7, em associação com o capítulo 5 de Apocalipse.
Certamente a Malga Di Paula estava mesmo usando aquela espécie de "licença poética" ao usar as palavras e a sintaxe que usou para descrever a cena que imaginou…
Então eu também vou reproduzir uma espécie de "licença poética" que certo casal de autores utilizou, descrevendo o que ambos mesclaram de realidade presente e esperança escatológica.
O lugar do cenário não era Rio de Janeiro ou São Paulo – era Nashville, no Tennessee (tida por muitos como a capital musical dos Estados Unidos).
Lá, havia (ainda há) um auditório – The Ryman Auditorium – construído com os recursos próprios de um certo homem, chamado Thomas Ryman.
Seu palco, acompanhando a forma do auditório, era semicircular.
Ryman o construiu em dedicação a Deus, e em homenagem a Sam Jones, pregador da Palavra de Deus, que fora usado em sua conversão pessoal.
(Eu conheço um ou outro tipo de Ryman da atualidade, mas eles são raros).
Durante algumas décadas, o Ryman Auditorium foi palco de pregações e execuções de mensagens musicais, inclusive transmitidas pelo rádio para terras bem distantes.
As ondas do "Grand Ole Opry", como era chamado, alcançaram milhões. Contudo, o auditório passou também a ser palco central da música country norte-americana.
Entre os que lá se apresentaram estava Roy (Claxton) Acuff (1903-1992).
Mas, em 1974, um novo auditório – o Nashville Opryland, bem maior e mais sofisticado – foi inaugurado, e o Ryman relativamente esquecido.
Já não mais era a "era do rádio", e sim da televisão, da ilusão dos efeitos visuais…
Conta-se que Roy Acuff, quase ao fim da vida, já idoso, sem saúde e praticamente cego, àquela altura já tendo feito várias apresentações em ambos os auditórios (primeira fase em um, depois no outro), pediu aos seus amigos que o levassem mais uma vez para uma última apresentação no "saudoso" Ryman Auditorium.
Havia um acesso de veículos próximo à porta posterior do auditório, que levava ao diretamente palco.
Os seus amigos o levaram, o puseram próximo à porta de entrada dos artistas e tomaram sua mão para conduzi-lo até lá.
Naquele momento, ele os interrompeu dizendo: "Obrigado! Estou bem aqui; eu já sei onde estou ! Posso seguir por conta própria".
Esta história levou o casal a compor uma canção gospel, tendo em mente um outro cantor – gospel – o grande amigo Jake Hess; naquela altura, Jake já tinha passado por várias complicações cardíacas, usava um marca-passo, e já havia sido desenganado duas vezes.
Jake conhecia as promessas verdadeiras que a minha fonte segura também me revelou…
E foi ele mesmo quem cantou pela primeira vez a composição, derivada da história do artista Roy Acuff.
E cantou-a também no próprio Ryman Auditorium.
Voce tem a execução aqui…
A voz introdutória narra a experiência ilustrativa de Roy Acuff, como um exórdio, dizendo que fora o artista carregado de carro até o Grand Opry…
Estava ele velho, fraco, e um tanto cego.
Os amigos o conduziram até próximo da porta de entrada do palco, atendendo ao seu último desejo…
O resto vem na canção, com a saudosa voz do próprio Jake Hess…
A primeira parte, num tom, é a metáfora da história de Roy Acuff; a segunda parte, tom mais alto, é o paralelo na vida de um crente, tendo a experiência de vida do 'artista' redimido Jake Hess, como outra ilustração – a história dos remidos.
I KNOW WHERE I AM, NOW (1997)
EU SEI ONDE ME ENCONTRO, AGORA
William J. Gaither (1938…)& Gloria Gaither (1942…)
Many the time he stood by the curtain,
Muitas vezes ele se pôs de pé atrás da cortina
Waiting his turn to walk out on the stage.
Aguardando sua vez de adentrar ao palco
Thunderous applause once welcomed the entrance
Aplausos retumbantes afinal davam saudavam a entrada
Of this old performer now crippled with age.
Desse velho intérprete, agora fragilizado com a idade
He leaned on them heavy as slowly they led him,
Ele pesadamente se escorou neles, à medida que conduziam-no lentamente
Through the back entrance and up to the round;
Através da entrada dos fundos, subindo ao círculo
Then, by some magic, his bent body straightened,
Então, como por mágica, seu corpo todo encurvado se fortaleceu
"I can make it from here now, I know where I am".
"Eu posso ir por mim mesmo a partir daqui, eu sei onde estou"… [disse ele]
"Don’t worry ’bout me; I know where I am, now…
Não se preocupem comigo, eu sei onde estou agora
Thanks for the hand, but now I can stand – I’ll walk on alone!
Grato pela ajuda [mãos], mas agora posso suster-me – vou sozinho!
The voices and faces — I know them all well, now;
As vozes e as faces – eu as conheço bem, agora;
I can hear, I can see — don’t worry ’bout me — I’m finally home!"
Posso ouvir, posso ver – não se preocupem comigo – estou em casa, finalmente!…
In life’s traveling road show, I’ve been a performer No show
transitório da vida, eu tenho sido um intérprete
When burdens were heavy, when days were too long
Quando ao fardo era pesado, quando os dias eram muito, longos
When there was a part for an old gospel singer
Quando havia um papel para um velho cantor gospel
When folks needed hope, I sang them my song.
Quando as pessoas precisavam de esperança, cantava-lhes minha canção.
One of these days Someone [He, the Master, the Lord] will lead me
Um dia desses, Alguém [Ele, o Mestre, o Senhor] vai conduzir-me
Through heaven’s 'stage' door and into the wings
Através da porta do 'palco' celestial, para dentro de [suas] alas
There’ll be a place in that final performance
Haverá um lugar naquela performance final
I know my part, and I’m ready to sing.
Eu sei a minha parte, e estou pronto para cantar.
"Don’t worry ’bout me; I know where I am, now…
Não se preocupem comigo, eu sei onde estou, agora
Thanks for the hand, but now I can stand – I’ll walk on alone!
Grato pela ajuda [mãos], mas agora posso suster-me – vou sozinho! [com Ele, porém]
The faces of loved ones, the voice of my Father
As faces dos amados, a voz do meu Pai
I hear and I can see — don’t worry ’bout me : I’m finally Home!
Posso ouvir, posso ver – não se preocupem comigo – estou em casa, finalmente!
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Bom domingo, boa semana a seguir
Ulisses
Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional