Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 09 de Outubro de 2011
Nesta semana, uma repercussão mundial acompanhou o passamento do gênio Steve Jobs. Com "apenas" 56 anos de idade, Jobs foi vencido por uma batalha de 7 anos contra o câncer pancreático, câncer esse que chegou a afetar o fígado, exigindo até um transplante. Nada adiantou. O mundo inteiro tem alguma coisa, algum apetrecho, em casa, no carro, no seviço, seja lá onde for, a lembrar Steve Jobs. Sua vida passou a ser mais esquadrinhada, com lembranças dos seus feitos e façanhas. Por uma delas, destaques reverberaram pela TV, por ter sido paraninfo da turma 2005 da renomada Universidade de Stanford. Mesmo com o seu próprio abandono inconcluso da universidade, a honraria de paraninfo lhe propiciou um discurso que marcou época, para ficar na história – é o que muitos dizem. Aqui, copio algumas das declarações do seu discurso:
“Às vezes a vida te bate com um tijolo na cabeça. Não perca a fé. Estou convencido de que a única coisa que me fez continuar foi que eu amava o que eu fazia. Você precisa encontrar o que você ama… continue procurando até encontrar, não pare".
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“Você não pode conectar os pontos olhando para a frente; você só pode conectar os pontos olhando para trás. Assim, você precisa acreditar que os pontos irão se conectar de alguma maneira no futuro. Você precisa acreditar em alguma coisa – na sua coragem, no seu destino, na sua vida, no karma (sic), em qualquer coisa. Este pensamento nunca me deixou na mão, e fez toda a diferença na minha vida.”
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“Lembrar que eu estarei morto em breve é a ferramenta mais importante que eu encontrei para me ajudar a fazer grandes escolhas na vida. Por que quase tudo – todas as expectativas externas, todo o orgulho, todo o medo de se envergonhar ou de errar – isto tudo cai diante da face da morte, restando apenas o que realmente é importante. Lembrar que você vai morrer é a melhor maneira para eu saber evitar em pensar que tenho algo a perder. Você já está nu."
…
“Isto foi o mais perto que cheguei da morte e espero que seja o mais perto que eu chegue nas próximas décadas. Tendo passado por isso, posso dizer agora com mais certeza do que quando a morte era apenas um conceito intelectual: ninguém quer morrer. Até mesmo as pessoas que querem ir para o céu não querem morrer para ir para lá. Ainda, a morte é um destino que todos nós compartilhamos. Ninguém conseguiu escapar dela. E assim é como deve ser porque a morte é talvez a melhor invenção da vida. É o agente que faz a vida mudar. É eliminar o velho para dar espaço ao novo."
Interessante, a perspectiva. Tem algo de muito positivo: A perspectiva de que a vida é passageira, e de que algo, comum a todos, põe termo a ela; também, de que a expectativa de que a morte, que lhe poderia chegar mais rápido do que imaginava anos antes (como chegou), se tornara um estimulante para valorizar a vida, e encorajar os passos mais significativos, os saltos mais ousados, a busca mais intensa do futuro que vale a pena. Pena que ele, pelo menos naquele ponto da sua própria vida (por volta dos 50 anos de idade), o ensino por ele recebido em sua infância, adolescência e parte de sua mocidade na Igreja Luterana (do Sínodo de Missouri) havia sido mesclado com crenças orientais frontalmente em desacordo com a Palavra de Deus. Por exemplo, a crença de que a morte é uma pedra de passagem para uma existência subsequente de aperfeiçoamento, reencarnada, num ciclo sucessivo de ocorrências (samsara), até que se chegue a essa perseguida perfeição, mediante libertação da matéria (nirvana). Crer nisto é crer em algo que contraria frontalmente o ensino da Escritura, a Palavra de Deus.
De fato, a Palavra de Deus proclama – "Preciosa é, aos olhos do Senhor, a morte dos seus santos!" (Salmo 116.15). Isto oferece garantia de que ela não nos amedronta, não nos apavora, não infunde desespero. Mais que isso: passar por ela significa (ou significará) passar pelo processo que Paulo chama de semeadura para a vida eterna. "Semeia-se o corpo em corrupção; ressuscita em incorrupção; semeia-se em desonra, ressuscita em glória; semeia-se em fraqueza, ressuscita em poder" (I Coríntios 15.42,43). Neste caso, tal como assevera a Palavra eterna do Infalível, o Imutável, o Soberano: Não há novo ciclo de existência neste mundo. Não há segunda chance. Daqui, para a eternidade, nada mais (ou nada menos) do que isso. Estamos numa rota – Jobs estava certo, mas pelas premissas erradas – que não proporciona retorno. E daí? Que diferença faz? Muita, muita mesmo. O tipo de esperança que nutrimos aponta para o cenário que esperamos. O apóstolo afirma ainda (e nos convida a fazer a mesma afirmação, com o mesmo brio): "Porque sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos de Deus um edifício, uma casa não feita por mãos, eterna, nos céus. E por isso também gememos, aspirando por sermos revestidos da nossa habitação celestial" (II Coríntios 5.1). E depois? Depois, não é como disse Carlos Drummond de Andrade – "morreu, acabou, não tem mais nada! " Definitivamente, não! Após a morte, vem a ressurreição. Após a ressurreição, seremos empossados em nossa habitação celestial. Não será necessário um "MST" – cada um terá seu título, sua posse, sua habitação. E ela será magnífica!
O que significa, na mente de alguém que não conhece de verdade como é um cristão, como é a esperança da vida eterna, asseverar que mesmo aquele que quer ir para o céu não quer morrer para lá chegar ? Será verdade? E, se for, que tipo de verdade é? Que tipo de qualificação, de ressalva, deve acompanhá-la . É preciso que fique claro: não somos como quem não tem esperança! E mais: essa esperança não é uma mera expectativa do que aspiramos… É muito mais do que isso: é uma firme convicção em cima das promessas daqu'Ele que não falha… E não falha, simplesmente por causa de quem Ele é: Ele é Deus! Deus é Deus! Se Deus é Deus, é o criador; se é o criador, é o Todo-Poderoso. Se é o Todo-Poderoso, Ele não falha, nem tampouco Sua promessa, Sua Palavra! Então, de novo, a pergunta – E depois? Depois é Deus, é a vida eterna, é o paraiso, é a habitação celestial. "Nós, porém, segundo a sua promessa, esperamos novos céus e nova terra, nos quais habita justiça.Por esta razão, pois, amados, esperando estas coisas, empenhai-vos por serdes achados por ele em paz, sem mácula e irrepreensíveis, e tende por salvação a longanimidade do nosso Senhor… A ele seja a glória, tanto agora, como no dia eterno" (II Pedro 3.13,14,18).
Numa tarde de 1936, em sua casa nas cercanias de Winona Lake, estado de Indiana (EUA), Virgil Prentiss Brock e sua esposa Blanche Kerr Brock receberam os primos Horace Burr e sua esposa, Grace, para um jantar. Da varanda de sua casa, Virgil e Blanche sempre podiam ver o pôr-do-sol. Mas, naquele entardecer, houve um belíssimo, não usual pôr-do-sol. Incomum mesmo. Com o comentário de Virgil, sobre a beleza do cenário, Horace acrescentou: – De fato, eu mesmo nunca vi um pôr-do-sol tão lindo. Virgil registrou o acontecimento assim falando: – Naquele momento, nós três não sabíamos o que dizer – se concordar, se achar graça, ou se engolir em seco… [A questão que os atordoava era – Horace era cego]. Virgil arriscou-se a dizer que a muita gente era incompreensível quando Horace, cego que era, pudesse fazer uma afirmação como tal. E Horace, com a mesma serenidade, apenas respondeu: – Mas eu vejo; sim, eu vejo, através dos olhos dos que os têm; e não apenas isto: eu consigo ver além do que os olhos deles vêem – agora, por exemplo, eu vejo além do crepúsculo" . Isto foi suficiente para que Virgil, com a ajuda de sua esposa, compusesse esse que considera o seu predileto hino. Aqui, vai acompanhado do belíssimo poema declamado por George Younce (1930-2005), já nos seus últimos anos de vida, ao meio do hino. Detalhe: no auditório, estava a esposa de George, Clara que, cerca de apenas 2 ou 3 anos depois, veria seu esposo partir. George era cardíaco, e dependia de 3 diálise renais por semana.
BEYOND THE SUNSET (1936)
ALÉM DO CREPÚSCULO
Virgil Prentiss Brock (1887-1978) & Blanche Kerr Brock
Beyond the sunset, O blissful morning, when with our Saviour heaven's begun.
Além do crepúsculo, que abençoada manhã, quando, com nosso Salvador, terá início o céu
Earth’s toiling ended, O glorious dawning; beyond the sunset, when day is done.
As labutas terrenas findaram, ó glorioso alvorecer; além do crepúsculo, quando o dia chegar.
SHOULD YOU GO FIRST – A. K. ROWSWELL (elocução de George Younce)
SE FOR VOCÊ PRIMEIRO
Should you go first and I remain to walk the road alone
Se for você primeiro, e eu ficar, para caminhar sozinho a estrada
I'll live in memory's garden, dear, with happy days we've known
Viverei no jardim das memórias, querido(a), dos dias felizes que desfrutamos
In spring, I'll watch for roses red, when fades the lilac blue
Na primavera, vou aguardar pelo rubro das rosas, quando fenece o azul dos lírios
And, in early fall when brown leaves call I'll catch a glimpse of you
E, logo ao início do outono, quando as folhas marrons o anunciam, terei um rápido vislumbre de você…
Should you go first and I remain, to finish with the scroll
Se for você primeiro, e eu ficar, para terminar a jornada
No lenghtening shadows shall creep in to make this life seem droll
Nenhuma sombra prolongada há de se esgueirar prá fazer esta vida parecer mais divertida
We've known so much of happiness, and we've had our cup of joy
Já tivemos bastante suprimentos de alegria, e também o nosso cálice de regozijo
But, memory is one gift of God that death cannot destroy.
Mas, memória é um dom de Deus que a morte não pode destruir.
Should you go first and I remain, for battles to be fought…
Se for você primeiro, e eu ficar, para batalhas que ainda precisam ser enfrentadas
Each thing you've touched along the way will be a hallowed spot
Cada coisa que você tiver tocado ao longo do caminho será um símbolo sagrado
I'll hear your voice, I'll see your smile, and though blindly I may grope,
Ouvirei sua voz, verei seu sorriso, e ainda que um tanto cego eu venha a tatear
The memory of your helping hand will buoy me on with hope.
A lembrança de sua mão ajudadora há de balizar me à frente com esperança
Should you go first and I remain one thing I'd have you do
Se for você primeiro, e eu ficar, preciso que você faça uma coisa
Walk slowly down that long, long path, for soon I'll follow you
Vá devagar, no caminho daquela longa, longa jornada, pois logo te seguirei
And, now, I want to know each step you take that I may walk the same
E, então, quero saber de cada passo que você der, para que eu possa fazer o mesmo
For someday, someday down that lonely road you'll hear me… call your name!
Pois, um dia, um dia, ao fim daquela longa jornada, você vai ouvir… chamar teu nome!
Beyond the sunset, O glad reunion, with our dear loved ones who’ve gone before.
Além do crepúsculo, ó feliz reunião, com os nossos mui amados que partiram antes de nós
In that fair homeland we’ll know no parting; beyond the sunset for evermore!
Naquela ditosa morada, já não mais saberemos o que é 'separação'; além do crepúsculo, para sempre e sempre!
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Bom Domingo, boa semana,
Ulisses
Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional