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N° 278 : “DESMAMANDO DO MUNDO”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Segunda, 28 de Novembro de 2016

 

Na manhã deste dia, passei por uma experiência singular. Estando na cidade de São Paulo, tomei conhecimento da notícia do falecimento do Pastor Russell Shedd. Era um homem que impressionava quem convivia com ele, por suas qualidades, por sua humildade, por sua devoção ao Senhor Jesus e à Palavra de Deus.

Russell Philip Shedd (1929-2016) era filho de missionários norte-americanos, tendo nascido na Bolívia, mas tendo feito do Brasil seu homeland… Alguns fatos me ligaram, vez ou outra, a ele: fui aluno seu, num curso, vários anos atrás, na capital paulista; em 1997, quando em estudos na Escócia, tive a oportunidade de ter em mãos sua tese de doutoramento, defendida na Universidade de Edimburgo (é uma das muitas ‘tombadas’ na biblioteca da universidade); e, pouco tempo atrás, ao dar partida a um ministério que ainda está em seus passos iniciais, Shedd se dispôs, com a gentileza que lhe era peculiar, a ser um dos colaboradores. Privilégios na minha conta!

Soube que seu corpo estaria aguardando o dia do sepultamento numa igreja da zona norte de São Paulo, na Vila Romana. Amanhecido o dia, tomei o metrô Ana Rosa, seguindo até à Sé; de lá, baldeando para a “linha vermelha”, até a Barra Funda. Na última estação oeste do metrô, nova baldeação – desta feita, para a ferrovia do CPTM, rumo a Pirituba, até à Lapa. Dali, mais um trecho, e eis a igreja.

Embora grande, a simplicidade é o seu tom preponderante. Não só a simplicidade da igreja; também a simplicidade das pessoas ali. E mais: a simplicidade daquele episódio, que as pessoas se habituaram a chamar de “velório”. Dentro da urna, também sem a mínima suntuosidade, um corpo embalsamado, por causa da necessidade de esperar filhos que residem fora do Brasil: dois nos Estados Unidos, e uma filha na Alemanha, além dos dois que aqui residem. Ao redor do esquife, nenhuma corbélia de flores; nem uma, sequer. Por que não? ‘Dona’ Patrícia, sua viúva, tinha expresso o pedido: “Por favor, não mandem flores: invistam o dinheiro em missões”. Este é o tipo de investimento que motivava o coração do pastor, assim como de sua esposa – trabalho para alcançar, com o evangelho redentor, pessoas ainda não alcançadas em outros lugares do mundo. Constatei, pessoalmente, que as pessoas atenderam ‘dona’ Patrícia, por 59 anos casada com o missionário… “Meu marido gostaria que fosse assim”.

No último dos seus depoimentos pessoais gravado em vídeo, falava do câncer que, da próstata, virou metástase. A frase dita cria lembrança irremovível: “O câncer é uma experiência muito boa, porque a gente sente-se desmamando do mundo e pronto para subir!”. Fatalmente atingido poucos dias depois de completar 87 de idade, Russell Shedd impressiona com essa afirmação. "Experiência muito boa"… "Desmamando do mundo" – onde já se viu? O que o “desmame” significa, para crianças? Significa o primeiro passo no rumo da vida própria. Na linguagem médica, o que significa o “desmame”? Significa o procedimento de emancipação de um doente à autonomia da respiração, depois que passa uma fase na dependência de ventilação mecânica. E, na linguagem espiritual usada por Shedd, o que significa? Significa o desprendimento desta vida, sob a aspiração da etapa porvir.

O apóstolo se referiu a essa nova fase: “Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho. Mas, se o viver na carne me der fruto da minha obra, não sei então o que deva escolher. Mas de ambos os lados estou em aperto, tendo desejo de partir, e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor” (Filipenses 1.21-23, ACF). Shedd conhecida bem esta passagem bíblica. Estava mais que desmamado do mundo.

Tão expressiva quanto esta afirmação aos Filipenses, é a que o mesmo apóstolo faz aos coríntios: “Enquanto isso, gememos, desejando ser revestidos da nossa habitação celestial…  Pois, enquanto estamos nesta casa, gememos e nos angustiamos, porque não queremos ser despidos, mas revestidos da nossa habitação celestial… Portanto, temos sempre confiança e sabemos que, enquanto estamos no corpo, estamos longe do Senhor… Temos, pois, confiança e preferimos estar ausentes do corpo e habitar com o Senhor” (II Coríntios 5.2-8, NVI).

Paulo não era alienado, não era escapista; mas estava ‘desmamado’ do mundo; Russell Shedd não era escapista, não era alienado, mas sentia-se sendo desmamado do mundo. Atribuiu ao câncer essa mérito. E lhe crescia, ante os olhos espirituais, a incomparável glória a ser revelada em nós (Romanos 8.19), que suplanta todo sofrimento deste mundo. Quem contempla e saúda essa glória porvir, está se ‘desmamando do mundo’! E que glória, será aquela!

Na virada do século 19 para o século  20, o compositor sacro trouxe a lume as palavras que, na voz de Guimarães Filho e Josafá Vasconcelos, trazem desfecho a este preito especial de hoje. Ouça, com nosso

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GLÓRIA HAVERÁ
THe Glory Song (1900)
Charles Hutchinson Gabriel (1856-1932)

Boa semana,
Ulisses 

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil

ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 277 : “DUZENTOS ANOS…”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 20 de Novembro de 2016

“Eu estou morrendo, mas eu vou voltar daqui uns duzentos anos”. A mesma adolescente que isto declarou, escreveu ao juiz britânico Peter Jackson: “Eu tenho apenas 14 anos, mas vou morrer, mesmo sem querer. Eu não quero ser sepultada debaixo da terra; eu quero viver, e viver muito, e acho que no futuro vão acabar achando a cura para o meu câncer, e vão me colocar de pé. Este é o meu desejo. Acho que se eu for criopreservada, isto me dará uma chance de ser curada”. A jovem que disse isto tinha 14 anos de idade, e teve seu nome preservado pela imprensa inglesa, conhecida apenas pelas iniciais “JS”.

E, assim, o juiz foi sensibilizado pelo pedido da menina. Pouco antes da sua morte, ele concedeu um veredicto, atendendo ao seu pedido. JS faleceu no dia 17 de Outubro deste ano. Seu corpo foi trasladado em gelo para um estabelecimento especializado na técnica de congelamento, nos Estados Unidos. Lá, foi entregue aos cuidados de uma firma que usa a técnica de congelamento em Nitrogênio, a 196 graus negativos de temperatura.

Estados Unidos e Rússia são os únicos países do mundo que dominam essa técnica. Chama-se “conservação criogênica”. O corpo de JS está, agora, dentro de um ‘casulo’ metálico, imerso e congelado em nitrogênio líquido, aguardando o progresso da Ciência; a expectativa é de que, um dia, seja possível resgatá-lo da morte, para reviver sem doenças. Curiosamente, o nome da empresa norte-americana inclui a designação “Fundação para Extensão da Vida”. O gasto para tal manutenção envolve muitos milhares de dólares…

E, precisa disto? Além de não precisar, nem funciona. Muitos cientistas são céticos quanto à possibilidade de o homem arregimentar recursos seus para, um dia (mesmo que daqui 200 anos, como previu JS),  levantar alguém com vida do tanque de congelamento. Eles estão cobertos de razão. O homem está gostando, cada vez mais, de brincar de ser deus… Trata-se de um engodo, uma enganação, arrancando dinheiro de ingênuos.

Para conseguir essa façanha, seria preciso que os cientistas soubessem localizar as almas desprendidas desses corpos; depois, seria preciso que tivessem o poder de recoloca-las nos corpos, outra vez; por último, seria preciso meios para regenerar todas as partes do corpo  que perderam sua capacidade de funcionar, depois de tão longo processo.

Não! Esse poder não foi dado ao homem. Esse poder, apenas Deus tem, em Suas mãos soberanas e portentosas. É possível, sim, esperar por aquele dia. Mais do que recolocar vida em corpos congelados, será possível constatar a reconstrução de corpos destruídos pela doença, ou pelos acidentes, ou por naufrágios, ou por extinção das chamas, ou por qualquer outra forma. Chama-se isto “ressurreição”.

A ressurreição do último dia está assegurada pelo desígnio daquEle que não falha, e que não depende de processos, tecnologia, máquinas sofisticadas, seres humanos, ou mesmo os anjos. Multidões que dormem no pó da terra acordarão: uns para a vida eterna, outros para a vergonha, para o desprezo eterno” (Daniel 12.2, NVI).

Naquele dia, também haverá um juiz a estabelecer sentenças: “Folgue o campo e tudo o que nele há; regozijem-se todas as árvores do bosque, na presença do SENHOR, porque vem, vem julgar a terra; julgará o mundo com justiça e os povos, consoante a sua fidelidade” (Salmo 96. 12,13, ARA).

A Alcor Extension Life Foundation (Fundação Alcor para Extensão da Vida), no estado norte-americano do Arizona, é um caso raro no mundo, disponível em um único país. Mas, naquele dia, a “fundação para a extensão da vida”, existente no reino do Filho de Deus, vai proporcionar um milagre que nenhum estabelecimento tecnológico no mundo é capaz de fazer… “Em verdade, em verdade vos digo que vem a hora, e agora é, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus; e os que a ouvirem, viverão” (João 5.25, ARC).

Ninguém se iluda, como a JS, ou a sua mãe (a quem o juiz Peter Jackson consultou antes, para decidir quanto ao pedido da menina), ou o próprio juiz. Com Deus não se brinca.  Depois do suspiro final de cada um de nós, o evento para se aguardar é o Juízo Final, conforme afiançado pela Palavra de Deus, em Hebreus 9.27. No transcurso, a maior esperança que poderia alentar JS: a ressurreição dos mortos. “Graças a Deus, que nos dá a vitória [sobre a morte] por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo” (I Coríntios 15.57, ARA). 200 anos? Talvez muito antes…  

Um belo hino para desfecho de nossa mensagem… Transcrevo a letra, com tradução… 

THIS COULD BE THE DAWNING OF THAT DAY! (1971)
PODERIA SER ESTE MOMENTO A AURORA DAQUELE DIA
Bill & Gloria Gaither

A parade began at Calvary
Uma parada (marcha) começou no Calvário
The saints of all the ages fill its ranks
Os santos de todas as eras preenchem suas fileiras
For the sands of time they're marching
Pelas areias do tempo eles estão marchando
To their King's great coronation
Para o dia do grande coroamento [final] de seu Rei
And this could be the dawning of that day
E poderia ser este momento a aurora daquele dia!

Coro:
This could be the dawning of that grand and glorious day

Poderia ser este momento a aurora daquele dia!
When the face of Jesus we'll behold
Quando contemplaremos [para sempre] a face de Jesus
Dreams and hopes of all the ages are awaiting His returning
Sonhos e esperanças de todos os tempos estão aguardando sua volta
And this could be the dawning of that day!
E poderia ser este momento a aurora daquele dia!

All the saints are getting restless
Todos os santos [aqui] ainda estão sem [seu definitivo] descanso
They're not bound by shackles forged with earthly gold
Eles não são detidos pelas algemas forjadas com o ouro terreal
Since that day they knelt at Calvary
Desde aquele dia em que eles puseram-se de joelhos perante o Calvário
They've been pilgrims ever wandering
Eles têm sido peregrinos vagueando
Just looking for a place to rest their souls
Tão somente esperando pelo lugar em que suas "almas" hão de descansar!

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Boa semana,
Ulisses 

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil

ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

Nº 026 – “GRAÇA QUE BASTA”

Ministérios EFRATA – Arautos de Vida
Abril de 2016

No dia 04 de Outubro de 1996, Larry Gene Bell (1949-1996) foi executado na cadeira elétrica, no estado de Carolina do Sul, devido à condenação da pena capital. Seu crime foi o sequestro seguido de assassinato de uma criança (Debra May Helmick, 9 anos) e uma adolescente (Saron ‘Shari’ Faye Smith, 17 anos). Por um mês inteiro, Bell atormentou a família de Shari Smith; especialmente, sua irmã, quatro anos mais velha, hoje conhecida pelo nome de casada, Dawn Elizabeth Smith [Jordan]. Ela foi escolhida por ele para concentrar os contatos telefônicos diários, nos quais aterrorizou a família.

Shari Smith foi abduzida por Bell em plena luz do dia. Foi levada para lugar oculto, onde foi obrigada pelo seu seqüestrador a escrever uma espécie de testamento. No texto, Shari reafirma sua fé em Deus, encoraja sua família, pedindo que se lembrassem dela por sua coragem, e pelas boas lembranças. Além disto, sustenta seu amor por Deus, mesmo estando sob a mão cruel e insensível do seu assassino. Bel alternava, tendo Dawn, a irmã de Shari, do outro lado da linha, palavras de expectativa no reencontro com palavras de verdadeiro terror. Quando a polícia encontrou o corpo abandonado de Shari, os legistas concluíram que ela havia sido assassinada ainda nos primeiros dias, desiludindo a família.

A família de Shari é membro de uma igreja evangélica na pequena cidade de Summerton. Quão difícil foi para Dawn, encarar a retomada da vida, após os funerais da irmã. Um texto, em especial, era especialmente desafiador: “A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza” (II Coríntios 12.9, ARA). Custou certo tempo, até que ela superasse os traumas por que passou, e voltasse a confiar na Palavra de Deus, especialmente neste caso. “Em meio às provas e tormentas, o meu Deus me ensinou que Sua graça é suficiente”, afirmou ela.  
No entanto, outro brande desafio estava por vir. Dawn dizia: “eu estava feliz por saber que aquele monstro estava condenado à morte; e eu tive uma luta dentro de mim, acerca de como perdoa-lo”. Eis que, um dia, chega-lhe uma carta; era de Larry Bell. Disse ele que sabia estar no corredor da morte, mas que tinha rendido sua vida a Cristo Jesus, e que precisava partir tendo o seu perdão. Que dilema… Aquele que seqüestrou e assassinou sua irmã, que lhe efetuou verdadeira tortura psicológica por um mês inteiro, iludindo (uma vez que sua irmã já estava morta), que demonstrou frieza ao relatar como procedeu, agora surpreende desse modo? Como Dawn poderia encará-lo de novo? Difícil! Dificílimo!

Dawn conta que, de novo, o texto de Paulo veio à sua mente. Veio também, à sua mente a seguinte cena imaginária: “Jesus Cristo estava em sua cruz, orando – Pai, perdoa a Dawn, porque ela tem feito coisa terríveis; ela nem sabe o que faz.” E assim, Dawn concluiu que deveria fazer por Larry Bell, o assassino de sua irmã, o mesmo que o Filho de Deus havia feito por ela. Basta a minha graça, porque poder se aperfeiçoa na fraqueza! Dawn Smith foi, pelo espírito de Deus, segundo a Sua Palavra, capaz de perdoar, porque Cristo a perdoara. Dawn escreveu um livro contando sua história de superação, e compôs uma canção (Sisters, Irmãs), em lembrança e testemunho de sua irmã.

Quando Noé soltou a pomba na janela da arca, depois de todo aquele dilúvio que cobriu (e destruiu) a terra (está lá, em Gênesis, entre os capítulos 6 e 9, inclusive), e a pomba trouxe a Noé o raminho de  oliveira no bico, a mensagem era clara, do jeito que Deus tinha dito: o dilúvio não será para sempre… Haverá vida, outra vez, e ainda há esperança! Confira, especialmente em Gênesis, capítulo 8. Concordemente com a nossa mensagem, nosso hino-tema é também mensagem de arautos de vida. Mesmo que o 'dilúvio' seja longo e hostil, não vai chover para sempre; há vida, depois dele… 

Nosso hino temático também fala disto. Na voz suave de Cynthia Clawson, ouça a mensagem, com o nosso player online…

IT   WON’T    RAIN   ALWAYS…  (1981)
NÃO VAI CHOVER PARA SEMPRE…
Letra : Gloria Gaither (1942…)
Música : Bill Gaither (1936…) & Aaron Wilburn (1950…)

Someone said that in each life:
Alguém disse que em cada vida   
Some rain is bound to fall:

Alguma chuva é fadada a cair
And each one sheds his share of tears:
E cada um entorna seu tanto de lágrimas
And trouble troubles us all:
E problemas afetam a todos nós
But, the hurt can't hurt forever:
Mas, a dor não pode ferir para sempre
And the tears are sure to dry…:
E as lágrimas por certo hão de se estancar… 

And it won't rain always:
E não há de chover para sempre
The clouds will soon be gone:
As nuvens logo se dissiparão
The sun that they've been hiding:
O sol que elas têm ocultado
Has been there all along…:
Tem estado lá, em todo o tempo…
And it won't rain always:
E não há de chover para sempre
God's promises are true!:
As promessas de Deus são reais
The sun's gonna shine in His own good time:
O sol há de brilhar no tempo próprio Dele [Deus]
And He’s gonna see you through!…:
E Ele vela por ti…
The sun's gonna shine in God's own good time:
O sol há de brilhar no tempo próprio Dele [Deus]
And He will see you through!…:
E Ele há de velar por ti! …

AudioPlayer online (controle de volume à direita)

Abraços
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 26 : “QUEM OUSARIA DIZER?”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 25 de Setembro de 2011

Há alguns ditados que aprendemos a repetir pela vida: – "Água mole em pedra dura, tanto bate, até que fura…" – "Quem ri por último, ri melhor…" – "Nem tudo o que reluz é ouro!" – "Em terra de cego, quem tem um olho é rei… " E por aí vai… Há algumas letras de músicas, há algumas frases marcantes, que costumam não sair da memória. E, não saindo, são fáceis de se repetir. Fáceis, e frequentes. Como exemplo, algumas das cantigas que nossos pais usaram em nosso período de infância, e que tornamos a usar com nossos filhos. Há imagens que marcam, e não saem da mente tampouco. Por exemplo: Um acidente visto pela TV, é uma coisa. Um acidente visto em caso real, é outra coisa. Creio que me lembro de todos os que já vi… Mais marcantes ainda foram aqueles que presenciei na estrada, em que aconteceram óbitos. Não saem da memória. 

    Há algumas afirmações bíblicas que são também presença frequente, seja na memória, seja na nossa repetição."O Senhor é o meu pastor, e nada me faltará ", frase tirada do Salmo 23  é uma construção de palavras que anda na ponta da língua de qualquer cristão. Assim são também algumas outras afirmações bíblicas. Mas há um tipo de afirmação bíblica desafiadora. É desafiadora por ser comprometedora. E se é comprometedora, é porque confronta interesses e inclinações usuais do nosso dia-a-dia. O exemplo que vou citar é o da última afirmação que há na Escritura, antes apenas da invocação final da graça de Cristo. A afirmação é: "Amém! Vem Senhor Jesus!  [Maranatha] (Apocalipse 22.20) O texto sagrado, depois de 1187 versículos, e antes apenas do que fecha a revelação, proclama este desiderato. Acredito piamente que todos os crentes em Jesus Cristo já leram (ou ouviram ler) essa afirmação derradeira da Palavra. Mas acredito também que não são muitos os que, dentre esses, fazem destas palavras uma expressa aspiração sua. É preciso cultivar um certo tipo de ânsia diante do Eterno e Altíssimo para o fazer. Em que este tipo de afirmação é desafiadora? Na medida em que confronta nosso apego ao mundo presente. Veja como são desafiadoras as afirmações do apóstolo:  "Porque, para mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro" (Filipenses, 1.21) No mesmo livro e capítulo ele acrescenta : "Ora, de um e outro lado, estou constrangido, tendo o desejo de partir e estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor" (verso 23).

   Há algumas condicionantes necessárias para se entender tais afirmações.Uma delas é o desprendimento: o apóstolo, em que pese serem estas palavras inspiradas por Deus, vivia e respirava desprendimento desta vida, e anseio ardente pela vindoura. Ele mesmo declarou que desprezou tudo, e a tudo considerou refugo, por causa do Reino de Cristo e o seu amor. Outra condicionante é o "viver" : o fato de ele afirmar que o viver é Cristo já elimina a possibilidade de sua expectativa ser um mero escapismo da vida.O viver é Cristo. Logo, enquanto vivesse, viveria com ele e por ele (II Coríntios 5.15). Mais outra condicionante é a diferença de valores : se o viver é Cristo, o morrer é "lucro", quer dizer, "vantagem" – saio ganhando muito com isso – seria o equivalente. Essa é a razão da expectativa dos peregrinos que confessam estar procurando uma pátria superior, isto é, celestial, da qual Deus é o arquiteto e o edificador (à semelhança de Hebreus 11).   

   O apóstolo, os peregrinos de Hebreus, são todos paradigmas dos cristãos de todos os tempos, todas as eras, que anseiam pela "aurora do grande e glorioso dia" da vinda de seu Rei-Redentor. "Sou forasteiro aqui, em terra estranha estou, celeste pátria, vi, é para onde vou", é o refrão que vem à sua mente a cada novo dia.E não pode ser diferente. Afinal, estamos neste mundo, mas não pertencemos a ele. O que há, por aqui, que pode nos fazer amar mais o presente século, o presente mundo, do que a pátria que aguardamos? O que há por aqui que seja melhor do que por lá? O que podemos conquistar neste mundo que mais valor tem do que os valores da vida porvir? Quem podemos anelar mais do que a Cristo ? Por que razões "maranatha" não é uma expressão constante de quem ama a Cristo, e aguarda por ele? Somos daqueles que devem viver "aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo " (I Ts 2.13). É lícito enfrentar, com envolvimento pleno, a lufa-lufa de Segunda a Sexta (ou de Segunda a Sábado): o ascetismo medieval se mostrou uma prática insana e superada para promover comunhão intensa entre discípulos e seu Senhor. "Mas não podemos esquecer de que "a nossa pátria está nos céus, de onde aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo" (Filipenses 3.20).

    O hino que segue anexo hoje é uma composição marcante, datada de 1971. O casal que o compôs tem várias composições proclamando, exaltando a volta de Cristo. Aqui, ocorre através da gravação de uma apresentação ao vivo num grande auditório da Irlanda, com o grupo que estava junto com os compositores, acompanhados de grande coral. Na letra abaixo, coloco algumas expressões entre colchetes. São apenas qualificações pessoais do tradutor. Mesmo correndo o risco de extrapolar a intenção dos autores, esses colchetes servem para dar uma maior consistência bíblica à afirmação poética, evitando que se abrigue um entendimento equivocado dela, em relação ao que a Bíblia ensina sobre o assunto.

   A primeira ocorrência se refere ao grande dia do coroamento [final] do Rei; como a Bíblia ensina que ele JÁ reina desde que foi entronizado no céu (At 2.33), mas que AINDA há de subjugar por completo todos os inimigos debaixo dos seus pés (I Co 15.25), o acréscimo na tradução tem por fim assinalar esta distinção escatológica. O último dos últimos inimigos é a própria morte, quando ele há de consumar o triunfo do seu reino.

   A segunda ocorrência pontua o fato de que, no evento da "aurora daquele grande e glorioso dia", contemplaremos a face de Cristo, mas não para perder de vista depois essa contemplação; jamais! Haveremos de contemplá-lo de uma vez por todas e para todo o sempre! 

   A terceira assinala algo que deve ser lembrado : no momento presente, segundo o que ensina a Escritura, há dois estados para os  "santos": o estado da "graça", que se refere aos "santos" hoje presentes no mundo, embora sob graça, os quais aguardam ardentemente o dia do encontro com seu Senhor, que será o dia de seu "descanso definitivo"; mas há também o estado de  "glória intermediária", referente ao descanso que já gozam as almas dos santos que partiram, embora seus corpos ainda aguardem a ressurreição. Isto não é definitivo, porque AINDA não é o "novos céus e nova terra", a ressurreição. Entretanto, tanto estes como aqueles, a partir da "aurora daquele grande e glorioso dia", hão de ser conduzidos ao estado triunfal da glória – alma e corpo ressurretos, transformados – para o Descanso Final da Vida Eterna. O que mais chama a atenção no hino é a "ousada" declaração, que aclama – "[bem que] poderia ser este o dia!". Quem mais o diria? Não são muitos os crentes que o ousariam, com  santa ousadia…

THIS COULD BE THE DAWNING OF THAT DAY! (1971)
PODERIA SER ESTE MOMENTO A AURORA DAQUELE DIA
Bill & Gloria Gaither

A parade began at Calvary
Uma parada (marcha) começou no Calvário
The saints of all the ages fill its ranks
Os santos de todas as eras preenchem suas fileiras
For the sands of time they're marching
Pelas areias do tempo eles estão marchando
To their King's great coronation
Para o dia do grande coroamento [final] de seu Rei
And this could be the dawning of that day
E poderia ser este momento a aurora daquele dia!

Coro:
This could be the dawning of that grand and glorious day

Poderia ser este momento a aurora daquele dia!
When the face of Jesus we'll behold
Quando contemplaremos [para sempre] a face de Jesus
Dreams and hopes of all the ages are awaiting His returning
Sonhos e esperanças de todos os tempos estão aguardando sua volta
And this could be the dawning of that day!
E poderia ser este momento a aurora daquele dia!

All the saints are getting restless
Todos os santos [aqui] ainda estão sem [seu definitivo] descanso
They're not bound by shackles forged of earthly gold
Eles não são detidos pelas algemas forjadas com o ouro terreal
Since that day they knelt at Calvary
Desde aquele dia em que eles puseram-se de joelhos perante o Calvário
They've been pilgrims ever wandering
Eles têm sido peregrinos vagueando
Just looking for a place to rest their souls
Tão somente esperando pelo lugar em que suas "almas" hão de descansar!

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Obs.: Se vc quiser ver esta apresentação, clique em => http://www.youtube.com/watch?v=hxEFd7dTg4k

Bom Domingo, boa semana,
 Ulisses 

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
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