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N° 15 : “MAIS PERTO… EM BETEL!”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 10 de Julho de 2011

Acaba de ser lançada ao espaço, para sua última viagem, a nave Atlantis. Uma equipe mista adentrou o aparelho, para passar uma temporada no espaço, "mais perto do céu". Eu bem que gostaria de dizer "mais perto de Deus", como minha força de expressão. Mas, não ouso: já há muito tempo que os pesquisadores norte-americanos do espaço abandonaram as motivações de alguns dos Pilgrim Fathers de sua nação. Iuri Gagarin, russo que ficou famoso pelo feito pioneiro de ter dado uma órbita completa ao redor do planeta, a bordo da Vostok 1, famoso ficou também por reflexos da fama que adquiriu. Uma de suas frases de efeito fez história : "a terra é azul", proclamou, ainda em órbita. Outra, que se atribui a ele, ajudou a fomentar o programa anti-teísta do comunismo soviético: "Andei pelos céus, procurei por Deus, mas não achei nem vestígio dele". Supondo ter sido verdadeira a frase, é admissível supor também que no aparato "avançado" (para os padrões da época) da Vostok, lhe faltasse o instrumento essencial. Este instrumento é facilmente disponível há muitos séculos, mesmo antes de Iuri Gagarin, e não é fruto da tecnologia soviética, ou mesmo da NASA. Encontra-se no Sermão do Monte: "Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus!" (Mateus 5.8).

   É claro que a mensagem consoladora e esperançosa de Jesus não objetivava alguém que não tem pecados. O dilema por ele proposto diante dos acusadores da mulher apanhada em adultério (por que não trouxeram também o homem com quem estava?) é suficiente para indicar que não é o "zero absoluto" de pecados o critério que Jesus estipula (João 8.7); do contrário, sem chances para quem quer que fosse. Aliás, o mesmo João que registra esse dito de Jesus, registra ainda: "Se dissermos que não temos pecados, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós" (I João 1.8). Neste caso, não há quem possa bater no peito, como aquele fariseu ao lado do publicano (Lucas 18.10-14). Comparativamente, o auto-diagnóstico do publicano é o único autêntico em relação a todos nós. Mas, doutro ângulo visto, os "puros de coração" são os que "lava(ra)m as suas vestiduras, e as alveja(ra)m  no sangue do Cordeiro" (Apocalipse 7.14).  São os que purifica(ra)m suas almas, não em ritos exteriores, inertes, inúteis e inócuos, mas pela aplicação na "obediência à verdade" (I Pedro 1.22). São os que tomam parte na verdadeira igreja de Cristo, única instituição do mundo para a qual há garantia de purificação como "noiva", por meio da lavagem de água pela Palavra (Efésios 5.22), para o dia do encontro com o Noivo, o próprio Cordeiro.

   Assim encontrados, estes não precisam de toda a tecnologia do Kremlin, de Cabo Canaveral ou Cabo Kennedy, ou de que mais tecnologia ainda o homem possa construir, para "ver a Deus". Podem vê-lo naquele em quem Ele habita corporalmente em plenitude – o Filho (Colossenses 2.9). Podem vê-lo em Suas obras, isto é, as marcas do seu poder e da sua divindade (Romanos 1.19,20). Podem vê-lo em sua Palavra e em seus atributos, nela autenticados, pois "bem que não está longe de cada um de nós" (Atos 17.27)Porque nEle nos movemos, e existimos (Atos 17.28)Poderão vê-lo face a face, quando chegar a hora! (Apocalipse 1.7)Por enquanto, uma aspiração basta: "Mais perto quero estar, meu Deus, de Ti!" Sim, mais perto, cada vez mais perto, como a aproximação da luz da aurora, que se faz semelhante à senda de um fiel, brilhando mais e mais, até ser  dia perfeito (Provérbios 4.18). 

   Lembra a poesia linda ?

"Mais perto quero estar, meu Deus de Ti!
Inda que seja a dor que me una a Ti.
Sempre hei de suplicar, mais perto quero estar
Mais perto quero estar, meu Deus de Ti.

Mesmo vagando aqui, na solidão
Paz e descanso a mim teus braços dão;
Sempre hei de suplicar: mais perto quero estar
Mais perto quero estar, meu Deus de Ti.

E quando a morte, enfim, me vier buscar
Com serafins nos céus, irei morar
Então me alegrarei perto de ti, meu Rei…
Perto de ti, meu Rei, meu Deus de ti!" 

   Esta poesia foi composta em alguma data entre 1840 e 1841 por Sarah Flowers Adams (1805-1848), quando de uma noite um tanto "em claro" (no meio do escuro), e lhe ocorreu uma pasagem da Bíblia. A passagem na qual refletiu foi Gênesis 28 (a visão do céu e a sua escada, no sonho de Jacó). Olhos abertos, no meio do escuro da noite, e tudo lhe pareceu tão vívido… Tão forte foi a impressão causada por aquela lembrança do relato bíblico, a imagem "imaginária" que ficou em sua mente, a lembrança de anjos subindo e descendo até o céu, a lembrança que marcou a existência de Jacó, o nome "Betel" (a casa de Deus"), que tudo isto lhe serviu de motivação para a composição. A composição foi fruto do anseio que aninhou-se dentro de si. "Mais perto [também] quero estar, meu deus, de Ti"… É disto que nos fala Jesus, em Mateus 5.8:  "Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus!" 

   Os sobreviventes do Titanic (1812) contaram que, ao perceberem que algo grave havia acontecido ao "inafundável" (unsinkable), e que o risco de morte era iminente, a orquestra tocou, como seu último número, uma das melodias deste hino (a de  Lovell Mason, a mais conhecida). E, desde os céus, Deus e os anjos ouviram muitos (dezenas? centenas?) cantando naquela trágica noite – Nearer, My God, to Thee!

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Bom Domingo, boa semana,
 Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional