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N° 263: “AGORA É TARDE – II…”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 14 de Agosto de 2016

Eu não sei explicar; eu estava fora de mim, quando fiz isso. Fiquei desesperado, e não sabia o que fazer… Me arrependo, mas, agora, nem consigo dormir à noite”. Foi assim que o goiano Fábio José dos Reis se explicou, quando foi preso. Ele admitiu ter sido o ator da narrativa que a polícia publicou: Fábio asfixiou a jovem Ana Paula Ferreira da Silva; depois, pegou o corpo inerte, colocou-o num saco de lixo grande, e ‘desovou-o’ na rua. Por último, ateou fogo, sem êxito. O maior problema é que Ana estava grávida de cinco meses – e Fábio sabia. Logo que percebeu Ana inerte em suas mãos, Fábio tentou reanima-la; mas, era tarde demais. As câmeras pela rua mostraram tudo em detalhes.

Que sina é esta, de nós, seres humanos, sempre arrependendo tarde demais? Não vou dizer que somos, no geral, como o Fábio, a ponto de cometer uma insanidade desta. Ele  mesmo reconheceu a insanidade, e procurou justificar-se, dizendo – eu estava fora de mim. Há muita gente que se desculpa pelo que faz, ou pelo que fala, dizendo algo parecido: não está em mim, isso! Como assim, não está em mim?

Mas, posso dizer que, no geral, somos como o Fábio, buscando arrependimento tardio, quando  deveríamos aproveitar melhor o tempo e as oportunidades para refletir, dosar e moderar o que fazer e o que falar. Deus assim adverte, pelas palavras de Salomão: Você já viu alguém que se precipita no falar? Há mais esperança para o insensato do que para ele” (Provérbios 29.20, NVI).

Certa feita, falava com uma pessoa muito conhecida pelo telefone celular. Quando terminei a ligação, fiz alguns comentários com minha esposa sobre a situação daquela pessoa; aqueles comentários, usando as palavras que usei, com a liberdade que usei, eu só faria com minha esposa. E, estava “crente” que somente minha esposa tinha ouvido meus comentários. Se tivesse que dize-los à própria pessoa envolvida, certamente escolheria com todo  cuidado as minas palavras, para não causar qualquer mal  estar.

Acontece que, depois de alguns minutos, passei a mão no celular para fazer outra ligação, e me espantei… Um frio gélido subiu pela minha coluna, quase paralisou meu coração, e ainda subiu até o cérebro (ou, o que poderia estar restando dele): a conexão telefônica ainda estava aberta! Pensei, apenas pensei, que tinha apertadο corretamente o botãozinho vermelho, que desliga o aparelho… Não tinha! Já tinha falado muito… Tarde demais…

Dizemos “agora é tarde” para o que fazemos… Dizemos, também, para o que falamos… E pode acontecer o contrário: agora é tarde pode se referir ao que não dizemos (pois, deveríamos ter dito) ou ao que não fazemos (pois, deveríamos ter feito). É pertinente o conselho bíblico: “A vossa moderação seja conhecida de todos os homens; o Senhor está perto!” (Filipenses 4,5, BCF). Como nos ensina a instrutiva revelação divina: “Não é bom proceder sem refletir; peca quem é precipitado” (Provérbios 19.2, ARA).

Quem segue o ensinamento bíblico da temperança, da moderação, corre menos risco de sofrer, dizendo – agora é tarde! Quem pensa antes de falar, antes de agir, quem busca andar no conselho de Deus, quem se refreia ante os ímpetos carnais, anda ao lado da virtude. Suas chances de aborrecer-se, dizendo – agora é tarde! – são menos freqüentes.

Moderação, temperança, lembram aquele ditado popular, que diz: “cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém”. Faz mal é, depois do leite derramado, chorar pelo leite. Para muitas dessas situações, aquel’outro ditado nenhum consolo trará.Refiro-me ao que prega: “antes tarde do que nunca!”. De jeito nenhum! Esse vale apenas para outras situações.

Faço uma oração sincera, cujo prazo de validade corresponde ao tempo enquanto eu esteja “por aqui”: Senhor, que eu fique livre, diariamente, de exclamar, por culpa de mim mesmo – agora é tarde!   

Trazemmos de volta uma mensagem musical clássica, presente em vários hinários cristãos. O seu autor  estava em plena série de pregações em Ngaruawahia, na Nova Zelândia, quando, compelido pela atmosfera das pregações, e preparando-se para falar sobre o Salmo 139, compôs sua poesia. Ele, que era irlandês de nascimento, o fez em curtíssimo tempo, usando o lado limpo de um envelope postal que tinha às mãos, quando contava apenas 24 anos de idade.  A composição serviu de oração pessoal de contrição e dedicação a Deus, mas também de intercessão pelo povo aborígene neozelandês, e por todo aquele país. Posteriormente, tornou-se um antema vertido em vários idiomas, usual nas campanhas evangelísticas do próprio autor, e de vários outros pregadores.

SEARCH ME, O GOD (CLEANSE ME, 1936)
Sonda-me, ó Deus (Purifica-me)
James Edwin Orr (1912-1987)

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Abraços, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15)
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 126 : “PENSAMENTOS EXPOSTOS”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 20 de Outubro de 2013

Em 04 de Novembro de 1869, apenas dez anos após a publicação, em Londres, de "A Origem das Espécies" (Charles Darwin), surgiu no mesmo país o periódico que seria o mais famoso, difundido e citado no mundo científico. Nature, hoje uma revista considerada de altíssimo gabarito científico, teve seu início dirigido pelo grupo sob a liderança do biólogo britânico Thomas Henry Huxley, o qual, naquela fase inicial, se tornou a principal voz de defesa do darwinismo evolucionista. Neste Outubro de 2013, a versão online da revista publicou uma instigante matéria, refletida na revista brasileira de maior circulação, com o seguinte título – "Cientistas criam método para 'ler pensamentos". A matéria original britânica tem um conteúdo altamente técnico e focado na descrição dos experimentos feitos com a "leitura" da atividade cerebral, mediante estímulos, obtida através de eletrodos 'plantados' na caixa intracraniana dos pacientes – método conhecido como ECoG (Eletrocorticografia).  Por ela, tais leituras foram interpretadas como respostas não vocalizadas aos estímulos. Já a matéria espelhada no Brasil comporta um tom mais sensacional e futurista, sugerindo que "a descoberta pode levar a diversas aplicações no futuro, como permitir que pacientes que perderam a capacidade da fala após um derrame, por exemplo, se comuniquem por meio do pensamento".

Bacana, não é mesmo? Fica parecendo que, dentro de algum tempo, poderá o homem adquirir capacidade de "ler" o que está se passando no cérebro alheio. Se isto for verdadeiro, eu pergunto – vai ser bom, ou vai ser ruim? Depois do 11 de Setembro de 2001, os aparelhos de 'raio x'  já se tornaram capazes de 'enxergar', com muito mais nitidez e precisão, além da roupa e da pele do cidadão. Agora, a humanidade caminha para "ler pensamentos". Minha imaginação 'voa longe': além de passarmos pelo pórtico de uma máquina que nos desnuda fisicamente, ainda teremos nossos pensamentos publicados? É a glória da 'divinização' humana. Sim, porque, apesar de um contingente humano massivo e majoritário não se dar conta, esses poderes Deus já tem, desde antes que o homem fosse por Ele criado no planeta.  

Por mais que se diga e se repita (ou se ouça e se reverbere) que "Deus é Deus!", e que o Seu poder, bem como a extensão de seus atributos são infinitos, parecemos nós persistentes (e renitentes) em não "dar muita bola" a este fato. Porque, continuamos a proceder em oculto, ou sob as convenções dos acordos particulares, do recesso oculto das 'quatro paredes', como se Deus não estivesse tudo contemplando… Como se Deus não estivesse 'por dentro' de tudo… Aliás, muito mais 'por dentro' do que nós mesmos, no suposto ocultamento da individualidade, ou na suposta discrição dos eventuais conluios.   

Eis a verdade:
"…porque o SENHOR não vê como vê o homem, pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o SENHOR olha para o coração." (I Samuel 16.7, ACRF). 
"…o que há no interior dos insensatos vem a lume. " (Provérbios 14.33, ARA); "…a sua malícia se descobrirá  publicamente." (Provérbios 26.26, ARA).

"Tu bem sabes como fui insensato, ó Deus; a minha culpa não te é encoberta." (Salmos 69:5, BCF).
"Conheces as nossas iniqüidades; não escapam os nossos pecados secretos à luz da tua presença." (Salmos 90:8, NVI).

Já viu, né? Não há como escapulir… Na verdade, pelo simples (e, ao mesmo tempo complexo) fato de que "Deus é Deus!", e que é detentor de todos os atributos que Ele mesmo declara ser possuidor, nada (mas, eu quero dizer NADA mesmo), fica oculto aos Seus olhos, seja ao nosso redor (ainda que sob um teto de concreto sustentado por quatro paredes herméticas),  seja no nosso íntimo. Pela boca e 'pena' do profeta, Deus ainda proclama que Ele mesmo prova, no sentido de sondar, perscrutar os corações e o íntimo de cada um (Jeremias 11.20).

Mesmo o Filho de Deus, exercendo o ministério profético de maior envergadura e mais cabal autoridade sobre a terra, acentuou o fato, para que ninguém o ignore:
"E o Senhor lhe disse: Agora, vós, fariseus, limpais o exterior do copo e do prato, mas o vosso interior está cheio de rapina e maldade. Loucos! O que fez o exterior não fez também o interior? " (Lucas 11.39,40, ARC).
"Nada há encoberto que não venha a ser revelado; e oculto que não venha a ser conhecido." (Lucas 12.2, ARC).

Por fim, transcrevo a pesada anotação apostólica, e também Palavra de Deus:
"Por isso, não julgueis antes do tempo; esperai que venha o Senhor. Ele porá às claras o que se acha escondido nas trevas. Ele manifestará as intenções dos corações." (I Coríntios 4:5, BCF).

Já imaginou o perigo? Se imaginar essa máquina do futuro, na qual até os pensamentos podem ser expostos, é algo promissor, mas também arriscado, que dizer então daquEle que não precisa de nenhuma engenhosidade para o obter? Será que queremos continuar correndo o risco, sob a imaginação de que Deus não o possa? Ou, de que, mesmo podendo, Ele tem tantas outras ocupações para cuidar, que não vai ficar 'gastando seu tempo' em esquadrinhar nossos pensamentos e nossos intentos?

O Salmo 139 afiança quão patentes são, aos olhos de Deus, todos os nossos desígnios internos, além do nosso deitar, do nosso levantar e do nosso andar…

Mas, deixe-me te dizer uma coisa: nem tudo é 'arriscado' nesse cenário… A despeito de podermos nos assegurar (porque Deus é Deus, e Ele mesmo o garante) que o Altíssimo é intrinsecamente poderoso para tornar públicos todos os nossos intentos íntimos, nossas articulações ocultas e nossos pensamentos indignos, Ele também nos garante que é misericordioso, e que pode (basta querer, com sua vontade amorosa e benevolente) não olhar para as nossas iniquidades. Ele afiança que Sua benevolência é tão infinita quanto o são os Seus poderes perceptivos. Há um recurso para usufruir tal benevolência:
"Eis que te comprazes  na verdade no íntimo e no recôndito me fazes conhecer a sabedoria." (Salmos 51.6, ARA).

Se você desconhece o contexto em que essa outra verdade foi posta como um estandarte no topo de um mastro, valeria a pena ir ao Livro da Verdade e conhecer todo este contexto.
"Pensamentos expostos"! Quem pode dizer – isto não me atinge?

Nossa mensagem musical de hoje é um clássico, presente em vários hinários cristãos. O seu autor  estava em plena série de pregações em Ngaruawahia, na Nova Zelândia, quando, compelido pela atmosfera das pregações, e preparando-se para falar sobre o Salmo 139, compôs sua poesia. Ele, que era irlandês de nascimento, o fez em curtíssimo tempo, usando o lado limpo de um envelope postal que tinha às mãos, quando contava apenas 24 anos de idade.  A composição serviu de oração pessoal de contrição e dedicação a Deus, mas também de intercessão pelo povo aborígene neozelandês, e por todo aquele país. Posteriormente, tornou-se um antema vertido em vários idiomas, usual nas campanhas evangelísticas do próprio autor, e de vários outros pregadores.

SEARCH ME, O GOD (CLEANSE ME, 1936)
Sonda-me, ó Deus (Purifica-me)
James Edwin Orr (1912-1987)

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Abraços, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15)
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Notas das citações bíblicas:
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ACRF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional