Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 14 de Agosto de 2016
“Eu não sei explicar; eu estava fora de mim, quando fiz isso. Fiquei desesperado, e não sabia o que fazer… Me arrependo, mas, agora, nem consigo dormir à noite”. Foi assim que o goiano Fábio José dos Reis se explicou, quando foi preso. Ele admitiu ter sido o ator da narrativa que a polícia publicou: Fábio asfixiou a jovem Ana Paula Ferreira da Silva; depois, pegou o corpo inerte, colocou-o num saco de lixo grande, e ‘desovou-o’ na rua. Por último, ateou fogo, sem êxito. O maior problema é que Ana estava grávida de cinco meses – e Fábio sabia. Logo que percebeu Ana inerte em suas mãos, Fábio tentou reanima-la; mas, era tarde demais. As câmeras pela rua mostraram tudo em detalhes.
Que sina é esta, de nós, seres humanos, sempre arrependendo tarde demais? Não vou dizer que somos, no geral, como o Fábio, a ponto de cometer uma insanidade desta. Ele mesmo reconheceu a insanidade, e procurou justificar-se, dizendo – eu estava fora de mim. Há muita gente que se desculpa pelo que faz, ou pelo que fala, dizendo algo parecido: não está em mim, isso! Como assim, não está em mim?
Mas, posso dizer que, no geral, somos como o Fábio, buscando arrependimento tardio, quando deveríamos aproveitar melhor o tempo e as oportunidades para refletir, dosar e moderar o que fazer e o que falar. Deus assim adverte, pelas palavras de Salomão: “Você já viu alguém que se precipita no falar? Há mais esperança para o insensato do que para ele” (Provérbios 29.20, NVI).
Certa feita, falava com uma pessoa muito conhecida pelo telefone celular. Quando terminei a ligação, fiz alguns comentários com minha esposa sobre a situação daquela pessoa; aqueles comentários, usando as palavras que usei, com a liberdade que usei, eu só faria com minha esposa. E, estava “crente” que somente minha esposa tinha ouvido meus comentários. Se tivesse que dize-los à própria pessoa envolvida, certamente escolheria com todo cuidado as minas palavras, para não causar qualquer mal estar.
Acontece que, depois de alguns minutos, passei a mão no celular para fazer outra ligação, e me espantei… Um frio gélido subiu pela minha coluna, quase paralisou meu coração, e ainda subiu até o cérebro (ou, o que poderia estar restando dele): a conexão telefônica ainda estava aberta! Pensei, apenas pensei, que tinha apertadο corretamente o botãozinho vermelho, que desliga o aparelho… Não tinha! Já tinha falado muito… Tarde demais…
Dizemos “agora é tarde” para o que fazemos… Dizemos, também, para o que falamos… E pode acontecer o contrário: agora é tarde pode se referir ao que não dizemos (pois, deveríamos ter dito) ou ao que não fazemos (pois, deveríamos ter feito). É pertinente o conselho bíblico: “A vossa moderação seja conhecida de todos os homens; o Senhor está perto!” (Filipenses 4,5, BCF). Como nos ensina a instrutiva revelação divina: “Não é bom proceder sem refletir; peca quem é precipitado” (Provérbios 19.2, ARA).
Quem segue o ensinamento bíblico da temperança, da moderação, corre menos risco de sofrer, dizendo – agora é tarde! Quem pensa antes de falar, antes de agir, quem busca andar no conselho de Deus, quem se refreia ante os ímpetos carnais, anda ao lado da virtude. Suas chances de aborrecer-se, dizendo – agora é tarde! – são menos freqüentes.
Moderação, temperança, lembram aquele ditado popular, que diz: “cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém”. Faz mal é, depois do leite derramado, chorar pelo leite. Para muitas dessas situações, aquel’outro ditado nenhum consolo trará.Refiro-me ao que prega: “antes tarde do que nunca!”. De jeito nenhum! Esse vale apenas para outras situações.
Faço uma oração sincera, cujo prazo de validade corresponde ao tempo enquanto eu esteja “por aqui”: Senhor, que eu fique livre, diariamente, de exclamar, por culpa de mim mesmo – agora é tarde!
Trazemmos de volta uma mensagem musical clássica, presente em vários hinários cristãos. O seu autor estava em plena série de pregações em Ngaruawahia, na Nova Zelândia, quando, compelido pela atmosfera das pregações, e preparando-se para falar sobre o Salmo 139, compôs sua poesia. Ele, que era irlandês de nascimento, o fez em curtíssimo tempo, usando o lado limpo de um envelope postal que tinha às mãos, quando contava apenas 24 anos de idade. A composição serviu de oração pessoal de contrição e dedicação a Deus, mas também de intercessão pelo povo aborígene neozelandês, e por todo aquele país. Posteriormente, tornou-se um antema vertido em vários idiomas, usual nas campanhas evangelísticas do próprio autor, e de vários outros pregadores.
SEARCH ME, O GOD (CLEANSE ME, 1936)
Sonda-me, ó Deus (Purifica-me)
James Edwin Orr (1912-1987)
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Abraços, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15)
Ulisses
Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional