Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 08 de Abril de 2018
A condenação do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, num primeiro processo julgado pelo Juiz federal Sérgio Moro, chegou ao seu desfecho recente com a prisão ocorrida em São Bernardo do Campo, e seguida a Curitiba. Decretada na última Quinta-feira, 05 de Abril, deveria ter sido cumprida no dia subsequente. Uma sucessão de episódios, dentro e fora do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC paulista, adiou a prisão. Uma verdadeira procissão de apoiadores e seguidores encheu e cercou o sindicato, repetindo o refrão de que trata-se de uma condenação injusta.
“Condenação sem provas”, “prisão ilegal”, “motivada pela ânsia de encarcerar”, são algumas das palavras de ordem repetidas à exaustão. Impressiona a legião de adeptos que se expõe além do limite razoável para defender o Lula. Muitos queriam usar a força para impedir o aprisionamento de seu ícone. Esse nível de disposição chega a parecer devoção a um mártir…
Curiosamente, Lula chegou a se comparar a Jesus Cristo em algumas ocasiões. Recentemente, em Janeiro de 2018, cogitou ser ele – Lula – o alvo da maior injustiça na humanidade; mas, reconheceu que Jesus foi mais, e logo fez humorismo com a comparação. Em Março de 2017, em audiência judicial, disse que recomendou as pessoas a lerem a Bíblia, a fim de pararem de tomar seu nome (Lula) em vão… Deixou dúvidas: se ele realmente acredita que isto esteja na Bíblia, ou se acredita que ele (Lula) e Deus sejam a mesma pessoa. Em Setembro de 2016, afirmou que, em termos de inocência, aqui no Brasil, acima dele, “só Jesus Cristo”. Em 2010 disse: “Se eu pudesse destacar uma imagem das facadas que eu tomei, tirar a camisa, meu corpo estava mais estraçalhado do que o de Jesus Cristo”.
Realmente acho estas comparações curiosas (para não dizer blasfemas e grotescas). Em termos de comparação de valores, multidões se expõem por Lula; por Jesus Cristo, quando lemos os evangelhos, o que vemos é realidade cruel preconizada quase 600 anos antes pelo profeta Isaias, falando de Jesus Cristo:
“Quem creu em nossa pregação, e a quem foi revelado o braço do Senhor?” (v.1)
“Foi desprezado e rejeitado pelos homens, um homem de tristeza e familiarizado com o sofrimento. Como alguém de quem os homens escondem o rosto, foi desprezado, e nós não o tínhamos em estima” (v.3).
"Com julgamento opressivo ele foi levado” (v.8).
“…Ele foi contado entre os transgressores, pois carregou o pecado de muitos, e intercedeu pelos transgressores” (v.12) Nota – citações da NVI.
Em suma, ficou ele só! Esta é a realidade, qualquer que seja o evangelista lido. Não houve multidões a clamar por sua inocência; pelo contrário: as multidões clamaram por cruz para ele. Não houve quem se oferecesse como escudo humano em seu favor; pelo contrário, ajudaram a bater nele… Não houve advogados se revezando, interminavelmente, por um habeas corpus em seu favor; pelo contrário, só acusadores… Nem sequer um juiz de qualquer tribunal a alçar a voz em favor dele (exceto a voz ignorada da mulher de Pilatos).
Então, trata-se de uma estranha comparação. Como pôde acontecer que um homem verdadeiramente justo, verdadeiramente inocente, verdadeiramente santo – o próprio Filho de Deus – não contasse, no dia do seu julgamento e suplício, com, ao menos, dez por cento do número das hostes que se apresentam, hoje, em defesa do Lula? Mas, não é difícil compreender; o próprio Jesus ensina que há um julgamento de Deus sobre os homens, com as seguinte palavras: “E a causa desta condenação é: que a Luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque eram más as suas obras” (João 3.19,20, BCF). Neste caso, condenação injusta foi a de Jesus. Aliás, nunca antes, na história deste planeta, jamais, houve condenação tão injusta quando a de Cristo. Ele, que era a verdadeira luz vinda ao mundo, foi desprezado e tratado como malfeitor…
Por outro lado, pela ótica divina, que precisa ser justa e boa ao mesmo tempo (ao contrário do que zombou John Stuart Mill, 1806-1873), sua condenação injusta foi inevitável. Inevitável porque um homem credenciado por Deus, substituto para a humanidade caída, precisava morrer naquela cruz… Deus, por sua justiça, não abriu mão disto. Mas aquela morte resolveu o meu problema diante de Deus! Talvez, até o seu: “O castigo que nos traz a paz estava sobre ele; e, pelas suas pisaduras, nós fomos sarados!” (Isaias 53.5, ARA).
Só tem uma coisa: a cena solitária do Filho de Deus, crucificado entre dois malfeitores, em completa solidão da parte de todos a quem fez tanto bem durante três anos, escandaliza… Dói… Choca… Ninguém o defendeu! Ninguém o acompanhou! Nem uma voz se levantou em favor do Justo! Preferiram, em seu lugar, para anistia popular, um fascínora, já conhecido pelo nome de Barrabás…
Lulistas, que consideram injusta a condenação e a prisão de seu líder, se amotinam, se expoõem, e correm até o risco de ser presos por ele… Os discípulos de Cristo, naquele dia, mesmo entendendo quão verdadeiramente injusta foi sua condenação, correram dele… E muitos, ainda hoje, correm… Que mundo!
Deixo, por fim, mensagem cantada de poucos anos atrás…
"NINGUÉM O QUIS" (Vencedores por Cristo)
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Boa semana, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
Ulisses
Notas das citações bíblicas:
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ACRF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional