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N° 91 : “SE O MEU POVO…”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 20 de Janeiro de 2013

Outro dia, escutando rádio no carro, em meu trajeto para o trabalho, ouvi uma das entrevistas do jornalista Heródoto Barbeiro.

Naquele dia, o entrevistado era "Antonio Augusto Queiroz", diretor do Departamento Intersindical da Assessoria Parlamentar do Congresso Nacional brasileiro.

Na entrevista, foi passada à parcela da população brasileira que o ouvia uma declaração seríssima, baseada em pesquisa de opinião pública de largo espectro: computando-se todas as espécies de instituições jurídicas públicas da nação – de igrejas a sindicatos, de autarquias oficiais a associações de classe – o legislativo brasileiro é a  instituição pública mais desacreditada ante a população. O Heródoto se imiscuiu em explorar, daquele diretor, a razão de dal descrédito. As razões apontadas, insinuadas pela pesquisa, foram: corporativismo, corrupção, quebra sistemática (e sintomática) de promessas, fisiologismo, entre outros…

Não posso dizer que não haja tais sintomas nos quadros legislativos de outras nações, mesmo aquelas que foram, em suas origens, impregnadas de valores éticos derivados de ideais de alto nível. Entre as nações Ocidente, destacaram-se os legislativos surgidos pelo impulso  da Reforma do século XVI; entre as do Oriente, legislativos de alguns países de tradições milenares estáveis… Como a inclinação natural para a corrupção é um 'gérmen' universal – ninguém neste mundo, que nasce de mulher, escapa de sua sina (só Jesus Cristo escapou), não poderia ser diferente.

Mas o que entristece é o fato de que o nosso legislativo foi colocado, por opinião pública estatística, como a instituição pública menos confiável do país. E é, exatamente, a que delibera pelas leis; lei é o código ético de uma sociedade. Em suma: quem diz a ética da sociedade é a corporação pública mais desacreditada dessa mesma sociedade.

O grande brasileiro soteropolitano Rui Barbosa (1849-1923) pronunciou, quase um século atrás, em pleno senado federal, um histórico discurso, onde gravaram-se as lapidares palavras: "De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto." (Rio de Janeiro, 1914).

Há doenças que são resultado de déficit de vitaminas; outras, de sais minerais; mas a maioria dos médicos afirma que há, também, doenças de fundo genético (eu, que não sou médico, até que gostaria de explorar isto, mas não me é lícito). Com tais deficiências, o organismo fica vulnerável aos micro organismos deletérios que infestam o corpo humano (e o deterioram)…

No caso do desapontamento geral com o nosso legislativo, ninguém pode dizer que seja falta de 'vitamina'; isto, parece haver de sobra. Também não deve ser deficiência dos preciosos 'minerais'; parece que isto não falta às nossas nobres "excelências", aqui no Brasil. Mas, ressalvadas as exceções que possam haver, acho que pode ser, mesmo, um caso de patente deformidade 'genética'.  

É típico da natureza humana, e não só de parlamentares, militar por ideais não muito dignos (mesmo que só ocasionalmente, em alguns casos, por conta de pequenos lapsos). Trata-se da notória constatação da 'deformidade cromossômica' do gene original da 'integridade' e do gene da 'retidão'.

Tal 'deformidade genética' adveio com a entrada do pecado no mundo (Romanos 5.12-18).

Desafortunadamente, entre os denominados cristãos também cresce o contingente de exemplares que leva a sociedade a olhar este segmento com desconfiança também crescente. Líderes de denominações evangélicas populistas ocuparam o noticiário, nestes dias, pelo fato de haverem pleiteado (e obtido, sei lá a troco de que) passaportes diplomáticos, por concessão do ministério de relações exteriores do atual governo. De outra banda, ressurgem as notícias das grandes riquezas (dinheiro e patrimônio) amealhadas por vários deles (dentro e fora do país).

Muito provavelmente por isto, encontramos no 'Sublime Manual de Existência' um livro profético muito interessante. Trata-se do livro do profeta Miquéias. Ali, há 7 mensagens, contendo 20 profecias duras contra a natureza humana corrompida (com especial interesse nos que lideram gente). Há duras condenações contra os desvios de caráter, a exploração indevida dos semelhantes, o manejo sistemático de 'balança com dois pesos e duas medidas'.

Exemplos de observações de carência, que exemplificam o caso:

  • O julgamento das minhas próprias causas com critérios deliberadamente diferentes do que uso no julgamento das causas dos meus semelhantes
  • O tratamento de pessoas mais simples com menos condescendência do que uso no tratamento das pessoas mais 'graúdas'
  • O tratamento de pessoas mais 'graúdas' com menos rigor do que uso no tratamento das pessoas mais simples
  • O tratamento para com as instituições financeiramente mais 'poderosas' (isto inclui até igrejas, e seus líderes) com uma veneração aparentemente endeusante
  • O tratamento de quem nos faz o bem com o mal, e mesmo de quem nos faz o mal, com ainda mais pujança de mal

É triste, a nossa natureza humana decaída; infelizmente. Não o é a redimida; gloriosamente!

O Mestre Supremo até admoestou:

"Sede vós pois perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus." (Mateus 5.48 – ARC).

O grande legislador e governante Salomão deixou a preciosa lição:

"Dois pesos e duas medidas, uns e outras são abomináveis ao SENHOR… Nada vale, nada vale, diz o comprador, mas, indo-se, então, se gaba… 

Dois pesos são coisa abominável ao SENHOR, e balança enganosa não é boa." (Provérbios 20. 10, 14, 23 – ARA).

O próprio pai dele, por ordem divina, também prelecionou:

"Porque o Senhor é justo, Ele ama a justiça; os retos Lhe contemplarão a face… Observa o homem íntegro e atenta no que é reto." (Salmo 11.7; 37.37 – ARA). Isto é tão sério para Deus, que três vezes inspirou o mesmo assunto, no mesmo capítulo, do mesmo autor bíblico. Aliás, esta é um dos notáveis contrastes que nos faz deleitar em nosso Deus. Ele é íntegro! Ele é autêntico! Ele é reto! Os próprios preceitos do Senhor são retos (Salmo 19.8). Seus juízos são verdadeiros ! (Salmo 19.9).

Seus pensamentos são corretos e ajustados, mesmo com Sua sabedoria, com Seu conhecimento e com Seu conselho (Romanos 11.33-36)!

Deus não tem duas palavras sobre o mesmo assunto; não tem dois pesos para o mesmo objeto.

Deus não faz acepção de pessoas (Romanos 2.11).

Deus não alimenta (nem admite) hipocrisia.

Por isto, avultam-se diante de nós, os que desejamos levar a sério a prescrição divina, dois desafios :

Que procuremos, cada vez com mais intensidade, ser dEle imitadores…

E que nos empenhemos, com esforço cada vez mais intenso, em ser reconhecidos como os que fazem diferença no meio da desafiante sociedade de hoje. 

São dois desafios extremamente imperiosos para os nossos dias…

A mensagem musical de hoje foi 'inspirada' no texto de II Crônicas 7.14.

Foi uma palavra do próprio Deus, dirigida ao povo sob a liderança de Salomão, num momento singular da sua história.

Por ela, Deus afiançou bênçãos e redenção quando, ao afastar-se o povo do Seu reto caminho, buscasse a face de Deus, retomando a atitude de integridade e temor ante Seus olhos.

Canta o quarteto Vozes da Liberdade.

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Boa semana, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ACRF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional