Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 26 de Março de 2017
Leio esparsamente essas revistas de bordo de maneira diferente do que a da maioria. A maioria, quando se senta na poltrona do avião, pega nas tais revistas por curiosidade passatempo. Dependendo da duração da viagem, mesmo tendo dezenas (ou mais de uma centena) de pessoas em volta, estamos ‘sós’. Não estando preparados para alguma leitura mais útil, torna-se, portanto, uma maneira de passar aquele tempo. Sem contar a curiosidade por um punhado de informações que, não raro, expõem a vida alheia.
Eu, não. Se nada melhor tenho às mãos, abro à procura de informes que me possam ser úteis em algum momento posterior. Então, da última viagem, trago uma menção. A matéria, pra variar, explorava a vida e as preferências de uma artista da tevê. Mesmo sendo famosa para o público, sua fama é irrelevante para mim; assim, nem vou citar seu nome. Até porque, eu acho que nunca tinha visto sua figura antes.
A matéria era daquele tipo de respostas a diversos tópicos: nome, idade, naturalidade, tempo na profissão, etc… A maior parte da matéria era uma lista de preferências pessoais: melhor filme, melhor trilha sonora, música que mais ouviu nos últimos tempos, livro que andou lendo recentemente, cidade que ainda gostaria de conhecer, mania pessoal, etc…
Desta feita, a pergunta que me chamou atenção foi: “Show inesquecível”. E a resposta, bem ao pé-da-letra: “Caetano Veloso e Gilberto Gil na turnê de 50 anos. Assisti da coxia. Foi o mais perto que cheguei de Deus”. É curioso: descobri que Gilberto Gil (1942-…) compôs uma canção a pedido de Roberto Carlos (Se Eu Quiser Falar com Deus), que este acabou não usando. Dela, diz-se que este disse: “o Deus que eu conheço não é assim”.
Mesmo que, para aquela artista, assistir a dupla de sua admiração nos bastidores do palco, bem próximo do cenário, dizer que foi o mais próximo de Deus que chegou tenha sido mera força de expressão, preciso eu pontuar: o mais perto de Deus é coisa bem diferente.
Há quem pense que o mais perto de Deus deve ser o alto de uma montanha; ou, então, o fundo de uma caverna; talvez, quem sabe, o encanto do bosque… Mas Deus mesmo nos informa que procurar o lugar mais perto dEle não depende da física espacial: “Se subo ao céu, lá estas; se faço a minha cama no mais profundo abismo, lá estás também… Na alvorada… Nos confins dos mares…” (Salmo 139,8-10, ARA). Então, o mais perto de Deus não depende da altura, da profundidade, da extensão ou da solidão.
Há quem pense que a intensidade dos atos devotivos aproxima de Deus. Quase todo dia passo em frente a um lugar onde ouve-se a voz de um dirigente de ato religioso. Pela intensidade crescente de sua voz, de sua conclamação aos presentes, faz-me pensar que esta é a sua convicção. Deus não é como a caricatura divina que o profeta Elias desafiou, diante dos profetas de Baal: “Gritem mais alto!… Quem sabe está meditando, ou ocupado, ou viajando; talvez esteja dormindo, e precise ser despertado” (I Rs 18.27, NVI). De modo algum é assim o Deus verdadeiro: “Eis que não adormecerá e nem dormirá o Guarda de Israel” (Salmo 121.4, BCF).
O Espírito de Deus, por meio do apóstolo, notificou eloquentemente que não é tão difícil achegar o mais perto de Deus, porque Ele “não está longe de cada um de nós” (Atos 17.27, ACF). Por outro apóstolo, o Espírito de Deus indica que determinada condição de nossa aproximação de Deus o traz para bem perto de nós: “Aproximem-se de Deus, e ele se aproximará de vocês! Pecadores, limpem as mãos, e vocês, que têm a mente dividida, purifiquem o coração” (Tiago 4.8, NVI). Não é possível estar perto de Deus em pecados inconfessos.
Dizem que para bom entendedor, meia palavra basta. Neste caso, com uma palavra inteira, até os entendedores menos aptos alcançam a verdade. Se alguém quer chegar o mais perto possível de Deus, não precisa mudar de lugar, não precisa aumentar o tom de voz ou a intensidade da devoção. Bastam três condições: invocá-lo de coração sincero, faze-lo com disposição de purificação pessoal. Sim, porque, “perto está o Senhor de todos os que o invocam, de todos os que o invocam em verdade!” (Salmo 145. 18, ARC). Por último, que o seja na mediação de Cristo Jesus, que diz: “Ninguém vem ao Pai, senão por mim” (João 14.6).
Ninguém menos do que o compositor do grande clássico “Mais Perto Quero Estar” (Nearer My God, to Thee), tocado pela orquestra enquanto o Titanic afundava, compôs também o hino derivado do Salmo 145, versos 17 e 18. João Gomes da Rocha adaptou a letra para nosso idioma. É o hino que produz o nosso desfecho de hoje.
“Bem perto estás, Senhor, dos que te invocam
De todos que te invocam em verdade!”
JUSTO ÉS SENHOR! (JUSTUS DOMINUS)
Lowell Mason (1792-1872)
Adapt. João Gomes da Rocha (1861-1947)
Ouça, com nosso
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Abraços, até à próxima (Tiago 4.15)
Ulisses
NOTAS (versões bíblicas):
ACF – Almeida Corrigida e Revisada Fiel, Soc. Bíblica Trinitariana
ARA – Almeida Revista e Atualizada, Soc. Bíblica do Brasil
ARC – Almeida Revisada e Corrigida, Soc. Bíblica do Brasil
BCF – Versão Católica do Pe. Antonio de Figueiredo
NVI – Nova Versão Internacional, Soc. Bíblica Internacional