Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 31 de Julho de 2016
Dez anos depois, lá na cidade sul-mineira de Pouso Alegre, pouco antes do início da Olimpíada do Rio, ele voltou para pagar a bacia da avó. Ela recebeu a “devolução” rindo à toa, embora observando: “não é igual, mas tá ótimo!” Em 2006, vidrado pelo basquetebol, sem ter como treinar, num ambiente familiar de muita limitação, Cristiano da Silva Felício (1992-…) pegou a bacia usada da avó, cortou o fundo e improvisou o “aro”. E assim começou a treinar, em casa mesmo. Foi na casa dos avós, porque era ali onde ele morava, com os irmãos, e os pais; não tinham como morar em sua própria casa…
Dois anos depois, uma equipe paulista o levou, em troca de hospedagem e material esportivo. Pouco depois, uma temporada numa equipe de Belo Horizonte e outra numa equipe do Rio. Foi quando foi “descoberto” pelo Chicago Bulls, nada menos que a ex-equipe do astro Michael Jordan. Ali, depois de contratado, deslumbrou a América, e é chamado de “a fera brasileira” (a despeito de sua ‘docilidade’ pessoal). Nesta semana, ele deve estrear numa Olimpíada, com a seleção brasileira, com seus 2,08 metros de altura e 125 kg. Da bacia da vó, para as cestas de uma Olimpíada: dez anos!
A vida nem sempre é assim, com reviravoltas positivas de curto prazo. Bem! Isto, para quem pensar que dez anos seja curto prazo. Mas, a história de Cristiano Felício é uma ilustração interessante. Entrou no grupo da seleção que disputará a Olimpíada por causa do corte de outro jogador, por problemas físicos. O infortúnio de um transforma-se na oportunidade do outro. De garoto humilde, família humilde, treinando num aro de bacia cortada, para a vitrine do mundo. Dez anos atrás, podia sonhar. Mas, sentar, pela primeira vez, no banco do Chicago Bulls, como jogador profissional, o manteve rindo do começo ao fim do jogo: “Eu simplesmente não conseguia parar de rir!”.
Faz-me lembrar o salmista do exílio babilônico: “Os que com lágrimas semeiam, com júbilo ceifarão. Quem sai andando e chorando, enquanto semeia, voltará com júbilo, trazendo os seus feixes” (Salmo 126.5,6, ARA). O povo de Deus vinha passando mais do que uma geração no exílio, em terra estranha. O retorno, a retomada da vida normal, traduzem o significado: o júbilo da ceifa é bem maior, quando a semeadura é em lágrimas; carregar os feixes da colheita depois que o andar semeando foi sofrido e chorado é recompensa que valoriza o que passou.
Qual de nós ‘olhará’ para o passado – seja mais remoto ou mais recente – sem reconhecer que houve provas suficientes da bondade de Deus, proporcionando superação? “Bendiga ao Senhor a minha alma! Não esqueça de nenhuma de suas bênçãos! É ele que perdoa todos os seus pecados e cura todas as suas doenças, que resgata a sua vida da sepultura e o coroa de bondade e compaixão, que enche de bens a sua existência, de modo que a sua juventude se renova como a águia” (Salmo 103.2-5, NVI).
Outra coisa: ainda que a enfermidade seja definitiva, nesta vida, ela se limita a esta vida: no céu não haverá enfermidade. Ainda que não haja fartura de bens nesta existência, esse déficit se limita a esta vida: no céu haverá uma tal fartura como ninguém, jamais, imaginou. “Porque ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; ainda que decepcione o produto da oliveira, e os campos não produzam mantimento; ainda que as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos currais não haja gado; todavia eu me alegrarei no Senhor; exultarei no Deus da minha salvação. O Senhor Deus é a minha força, e fará os meus pés como os das cervas, e me fará andar sobre as minhas alturas” (Habacuque 3.17-19, ACF).
Neste exato momento, cada um de nós sabe como está sua própria vida. Se está, ainda, na fase da bacia, ou na fase das cestas… Se está na fase do exílio, ou na fase da restauração… Na fase da semeadura entre lágrimas, ou na fase da colheita sob júbilo… Não importa! Deus é o mesmo: o mesmo do passado, seja no presente, ou mesmo no futuro. Não te esqueças, ó minh’alma, de nenhum dos Seus benefícios!
“…no seu favor está a vida; o choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã” (Salmo 30.5, ARC). Se pensarmos bem, se prestarmos atenção, sempre há incontáveis razões para agradecer a Deus, para louvar Sua Providência, para jamais esquecer de Seus preciosos benefícios. A despeito de tudo, de todos e de nós mesmos!
Quando Jake Hess (1927-2004) cantou, junto com o grupo, So Many Reasons (Muitas Razões), sua vida já andava por um fio. Depois de algumas paradas cardíacas, andava com um indispensável desfibrilador dentro do peito. Mesmo assim, cantou com alma o que cantou…
SO MANY REASONS (1964)
TANTAS RAZÕES
David Reece (1928-1999) & Jimmie Davis (1899-2000)
Grupo:
So many reasons why I love the Lord,
Há tantas razões pelas quais eu amo ao Senhor
So many reasons I can't count them.
Há tantas razões, eu nem posso enumerá-las
So many reasons why I trust His Word,
Há tantas razões pelas quais eu confio em Sua Palavra
So many reasons I can't count them…
Há tantas razões, que eu nem posso enumerá-las…
Jake Hess:
One is how He saved me at an old-time altar,
Uma [delas] é como Ele me salvou
Diante de um altar daqueles, dos antigos
He placed within my heart this joy I know
Ele pôs dentro em meu coração este gozo que [agora] eu conheço
And He changed my life completely,
E Ele mudou minha vida completamente
Gave me hope for tomorrow,
Deu-me esperança face ao amanhã
That's the reason why I love Him so !
Eis a razão porque eu tanto O amo !
(Lágrimas rolam da face daquele que canta, com voz embargada)
So many reasons why I love the Lord,
Há tantas razões pelas quais eu amo ao Senhor
So many reasons I can't count them.
Há tantas razões, eu nem posso enumerá-las
So many reasons why I trust His Word,
Há tantas razões pelas quais eu confio em Sua Palavra
So many reasons I can't count them…
Há tantas razões, que eu nem posso enumerá-las…
There's just so many reasons I can't count them.
Simplesmente há tantas razões, que eu nem posso enumerá-las.
So many reasons I can't count them…
Há tantas razões, que eu nem posso enumerá-las…
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Bom Domingo, boa semana,
Ulisses
Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional