Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 17 de Abril de 2016
Hoje, veio-me vontade diferente da usual… Lembrei-me de várias coisas… Do cantor e compositor brasileiro Sérgio Reis, o qual tem uma canção que diz: Tô ficando velho, tô ficando fraco; já não sou o mesmo, estou virado em caco; tô mais encolhido do que gato em saco, fui madeira boa que virou cavaco…
À medida que o tempo passa, não apenas vão mudando as forças, mitigando, é claro… Vão mudando, também, os focos, e os gostos. Gosto pelas plantas, por exemplo… Lembrei-me de quando era menino: morávamos numa casa com quintal relativamente amplo. Havia um flamboyant (Ah! Deslumbrante flamboyant, á beira do muro do passeio), havia uma goiabeira (esta ficava perto da casa), havia um canteiro ornamental (onde estava a goiabeira)… Minha mãe plantou, depois, um canteiro de hortaliças (ao lado, no quintal frontal). Adivinha de quem era a incumbência de molhar, todos os dias, os pezinhos de alface, de couve, de taioba, de tempero verde? E, adivinha se eu gostava da tarefa? Pode ser que tenha acertado a primeira, não sei a segunda… Não, aquilo me era enfadonho. Até que ganhei uma muda de cipreste, e plantei-a no mesmo quintal. O gosto pelo crescimento daquela árvore ornamental me foi mudando. Hoje, mais do que então, valorizo o verde. Deslumbra-me…
O Salix-babylonica (Salgueiro-Chorão), por exemplo, é uma planta emblemática, exótica, simbólica. Mais que isso: é linda, exuberante. Seu nome se associa à menção do salmo do exílio babilônico do povo de Deus:
"Junto aos rios de Babilônia, ali nos assentamos e nos pusemos a chorar, recordando-nos de Sião. Nos salgueiros que há no meio dela penduramos as nossas harpas, pois ali aqueles que nos levaram cativos nos pediam canções; e os que nos atormentavam, que os alegrássemos, dizendo: Cantai-nos um dos cânticos de Sião.Mas como entoaremos o cântico do Senhor em terra estrangeira? e eu me esquecer de ti, ó Jerusalém, esqueça-se a minha destra da sua destreza. Apegue-se-me a língua ao céu da boca, se não me lembrar de ti, se eu não preferir Jerusalém à minha maior alegria" (Salmo 137.1-5, ARA).
Ah! Que saudade da terra distante, da terra querida, do torrão-natal. Como entoaremos o cântico do Senhor em terra estranha? – questionaram os judeus, em pleno exílio babilônico, cinco séculos antes de Cristo. Daí em diante, o ‘salgueiro-chorão’ passou a ser símbolo de nostalgia da terra saudosa.
Faz-me lembrar Jó: “Porque eu sei que o meu Redentor vive e por fim se levantará sobre a terra. Depois, revestido este meu corpo da minha pele, em minha carne verei a Deus. Vê-lo-ei por mim mesmo, os meus olhos o verão, e não outros; de saudade me desfalece o coração dentro de mim” (Jó 19.25-27, ARA). Isto ajudaria a responder o questionamento dos judeus em exílio. Com esperança! Com esperança de que O verei, de que com ele estarei [para sempre], de que serei revestido da imortalidade, e de que isto antecipa saudade, mesmo antes de o experimentar. Como diz o apóstolo: “Se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos de Deus um edifício, uma casa não feita por mãos, eterna, nos céus” (II Coríntios 5.1, ARA). Esta é a “nova Jerusalém”, no céu…
O tempo passa, não é verdade? A esperança cresce… O salgueiro-chorão me traz sua mensagem, ligando o Salmo 137 à esperança de Jó… O dia, o Senhor o fez (comum como todos os outros)… Mas, é dia de uma vida, é véspera de uma nova vida, é dia de esperança no meio do caos. Coisa confortante!
Deixo com você uma melodia sugestiva, já pelo título. É uma de minhas lembranças inevitáveis, num dia como hoje. Seu autor viveu a herança maldita da escravidão norte-americana. O piano era seu grande amigo.
WEEPING WILLOW (1903)
Salgueiro-Chorão
Scott Joplin (1867-1917)
AudioPlayer online (controle de volume à direita)
Até à próxima, se Deus quiser (Tg 4.15)
Ulisses
NOTAS (versões bíblicas):
ACF – Almeida Corrigida e Revisada Fiel, Soc. Bíblica Trinitariana
ARA – Almeida Revista e Atualizada, Soc. Bíblica do Brasil
ARC – Almeida Revisada e Corrigida, Soc. Bíblica do Brasil
BCF – Versão Católica do Pe. Antonio de Figueiredo
NVI – Nova Versão Internacional, Soc. Bíblica Internacional.