Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 19 de Julho de 2015
Recente entrevista que ouvi pelo rádio alertava contra a negligência de número expressivo de cidadãos, quanto à possibilidade de ocorrência de doenças oculares. O oftalmologista citou glaucoma e catarata como exemplos, justificando a imperiosa necessidade de se proceder, quanto antes, exames médicos capazes de diagnosticar problemas e indicar tratamentos. “Quanto antes”, na linguagem do médico, foi mencionado com a adição de uma lembrança de Maquiavel.
Nicolau Bernardo Maquiavel (1469-1527) foi um filósofo, diplomata e músico de Florença, Itália. Notabilizou-se pela forma como um de seus pensamentos passou à história: “Os fins justificam os meios”. Suas obras, com destaque para “O Príncipe” (1513), lhe conferiram o renome de fundador da ciência política moderna. Entre suas máximas filosóficas, está o conselho de que se deve cortar o mal pela raiz. Foi este pensamento que o oftalmologista entrevistado lembrou, parafraseando Maquiavel: problemas de visão, como praticamente todos os males, são difíceis de diagnosticar e fáceis de curar, quando no início; porém, quando em estágios avançados, são fáceis de diagnosticar, e difíceis de curar…
Talvez, fosse esse o problema de certo grupo de pessoas na antiga cidade de Laodicéia, ao final do primeiro século. Esse grupo se ufanava, com aquele sentimento típico de quem afirma – “Eu me basto”! No entanto, o que eles ouviram, de quem efetuou o juízo mais legítimo no tocante à sua condição foi:“Aconselho-te que de mim compres ouro provado no fogo, para que te enriqueças, e vestes brancas, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez; e que unjas os olhos com colírio, para que vejas” (Apocalipse 3.18, ARC). E o diagnóstico foi: “…nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu” (Apocalipse 3.17, ARA).
Que colírio é este, capaz de curar até cegueira? Se consegue curar cegueira, certamente é eficaz também contra outras enfermidades oculares… Hummmm! De fato, o texto usa figura de linguagem, e não trata especificamente das patologias da visão humana; antes, trata daquele tipo de cegueira que se manifesta por outros sintomas típicos: vacilação entre verdade e mentira, entre comportamentos justos e injustos, desdém diante de quem honestamente lhe aponta erros ou impropriedades, ouvidos moucos diante das verdades eternas, ou diante denúncia de carência de atitudes dignas aos olhos de Deus: a devoção, a santidade, a adoração verdadeira, o acolhimento do ensino de Sua Palavra… Pessoas com a sensação de auto-suficiência moral e espiritual costumam sentir que em nada dependem de Deus. No máximo, podem até pensar que Dele dependem, mas cabe a elas, exclusivamente a elas, escolher os dias (ou horas) em que Deus será admitido em suas vidas. Pensam que sabem tudo, enquanto lhes afeta uma flagrante ignorância; pensam que enxergam toda a realidade, enquanto lhes afeta um tipo de cegueira que pode lhes subtrair excelentes dotes da eternidade – até mesmo a própria convivência com Deus, naquela eternidade.
Devo dizer: o conselho do oftalmologista entrevistado, amparando-se em Maquiavel, vale especialmente para circunstâncias assim. Há deficiências mais fáceis de tratar, ainda que mais difíceis de diagnosticar, quando diagnosticadas mais cedo. É o caso, no campo dos valores espirituais. Você, que lê, acha que nenhuma deficiência na esfera espiritual tem para ser tratada, neste momento? Talvez, lá na frente, descubra que não deveria ter deixado passar tanto tempo, até socorrer-se do tratamento eficaz. Segundo a Bíblia, quem não anda sob a verdade do evangelho, anda em trevas, em cegueira completa; e quem diz andar sob o evangelho, mas coxeia entre dois caminhos, é como aquela gente de Laodicéia: “Conheço as suas obras, sei que você não é frio nem quente. Melhor seria que você fosse frio ou quente! Assim, porque você é morno, nem frio nem quente, estou a ponto de vomitá-lo da minha boca” (Apocalipse 3.15,16, NVI). Chega de ser morno (ou morna); chega de faz-de-conta! É hora de encontro com a verdade…
O conselho adequado para hoje é o mesmo de outrora: adquiras o colírio, para ungir os olhos, para enxergar… E, sem esquecer do lembrete de Maquiavel (quer dizer, do oftalmologista): quanto mais cedo, melhor, porque mais eficaz será o tratamento. Se deixar para mais tarde, pode complicar muito mais. Que colírio é este? É a verdade do evangelho de Jesus Cristo, de sua redenção, de seus mandamentos, de seus ensinamentos. Ok! Para alguns, diagnóstico preciso, prescrição precisa… O que falta? Começar a usar o colírio. Diagnóstico correto, receita na mão não resolvem nada, se não for seguida a prescrição.
A mensagem musical de hoje toca neste assunto: “eu que era cego, agora posso ver”… Ouça, na voz do seu compositor, com o Grupo Elo.
AUTOR DA MINHA FÉ (1988)
Paulo Cezar da Silva (1952…)
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Boa semana, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
Ulisses
Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br