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N° 21 : “VÊ-LO-EI POR MIM MESMO…”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 21 de Agosto de 2011

Por estes dias,  acontecimentos na Europa (Noruega, Inglaterra, etc.) têm trazido de volta o fantasma do Nazismo. Só quem desconhece a história, ou quem a ela tampa os olhos, ignora quão nefasta foi aquela época e aquela ideologia. Alguns que ainda vivem sabem de testemunho ocular. Falando de Nazismo, lembrei-me disto por causa de uma ocorrência imprevista recém relacionada a um professor e colega no seminário, pela qual uma disciplina que lhe caberia neste semestre foi transferida a mim (ao menos temporariamente).  Trata-se da segunda unidade, de uma sequência de duas, de História do Pensamento Cristão. Em estudos e preparativos, ontem, deparei-me com a necessidade de falar sobre Nietzsche (1844-1900). É que a "ressurreição" do pensamento de Nietzsche no período nazista trouxe consigo pelo menos duas vertentes ao pensamento cristão no período da guerra e do pós-guerra. A propósito, chamou-me a atenção o fato de que, nesta semana, ocorre a data em que, aos 55 anos de idade, morreu Nietzsche. Um que é considerado dos grandes filósofos alemães do século XX (Martin Heiddeger) afirmou: "Na Alemanha, até à guerra, se era, ou contra ou a favor de Nietzsche; nada menos do que isso".

Sabe quem foi ele? Filho de uma família luterana de vários pastores, Nietzsche chegou a pensar em ser pastor, ele próprio, no começo de sua adolescência. Mas, os dias da sua mocidade, e os estudos da universidade, o afastaram de Deus. E afastaram mesmo. Poucos imaginam quanto, como… Tornou-se um ácido crítico do cristianismo. Aliás, não só do cristianismo – da religião. O anti-semitismo de Hitler deveu-se, em grande parte, ao anti-semitismo de Nietzsche.   Auto-intitulou-se um ateu, deixando um legado de afirmações, na História e nos escritos, de arrepiar siberianos. Exemplos:

– "O cristianismo e o budismo são religiões em decadência, embora o budismo seja cem vezes mais realista que o cristianismo".

– "Para mim o ateísmo não é nem uma consequência, nem mesmo um fato novo: existe comigo por instinto."

– "O amor é o estado no qual os homens têm mais probabilidades de ver as coisas tal como elas não são."

– "Deus está morto. Viva Perigosamente. Qual o melhor remédio? – Triunfo!".

– "O Evangelho morreu na cruz."

–  "O cristianismo promete tudo, mas não cumpre nada."

– "O cristianismo foi, até o momento, a maior desgraça da humanidade … "

– "A fé é querer ignorar tudo aquilo que é verdade."

– "As convicções são cárceres; convicções são inimigas mais perigosas da verdade do que as mentiras."

– "O depois de amanhã me pertence."

– "Deus está morto, mas o seu cadáver permanece insepulto."

– "Será o Homem  um erro de Deus, ou Deus um erro dos Homens?"

   Chega? Então está bem. Vou parar por aqui. Mas, que tem mais, tem… Tem muito mais. Pouca gente sabe, mas, embora sem jamais ter lido Nietzsche, há muitos "gurús" hoje que têm sua "cabeça feita" por pensadores que, direta ou indiretamente, têm-se inspirado nessa mentalidade maligna. Esse homem costumava afirmar tratar-se de uma cegueira irracional sem comparação a expectativa de morrer e ver a Cristo na outra existência, a eternidade. Para ele, não haveria como esperar por uma eternidade. Muito menos esperar "ver a Cristo". "Tolices de crianças"! ("Quem não se fizer como uma criança, jamais pode ver o Reino de Deus!") As lembranças da Palavra de Deus, nessa diretiva, lhe causavam um sentimento comparado a asco – era o que dizia. Que diferença de expectativa! Que diferença de esperança!! Que diferença de convicção!!!

   Quando lemos o conteúdo revelado, o que o Espírito faz robustecer no coração do remido é algo inteiramente diferente: "Amados, agora, somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que havemos de ser.Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque haveremos de vê-lo como ele é" (I João 3.2) Alguns alunos me perguntam, quase todo ano: Mas, quando nos encontrarmos com Cristo, também poderemos ver suas marcas nas mãos, e sua ferida do lado? Eu deixo escapar um sorriso (mais por dentro do que por fora), e digo… – Claro que não, meu filho. Isto seria o mesmo que dizer que quando ocorrer a nossa ressurreição, nosso corpo não será o de glória, mas alguma coisa ligeiramente melhorada deste corpo terreno. Seremos glorificados com Cristo. Seremos transformados para portarmos corpos de glória, assim como ele foi transformado, após a ressurreição, ao ensejo da ascensão, adentrando o céu. Lá ele se encontra em seu novo corpo celestial, de glória, à semelhança do qual também seremos revestido na ressurreição e na Regeneração de toda a criação. É assim que o veremos. Mas, voltando à esperança, diz mais a Escritura: "Porque, agora, vemos como em espelho, obscuramente; então veremos face a face. Agora, conheço em parte; então, conhecerei como também sou conhecido". (I Coríntios 13.12) O veremos face a face, portanto. Como ele seremos. Pode haver glória maior? Naquele dia, todos o verão; até Nietzsche, que questionou quem errou – se Deus, quanto ao homem, ou se o homem, quanto a Deus.

   A fé é algo verdadeiramente incomum: Nunca, jamais, alguém voltou da instância da eternidade, para testificar se existe mesmo, ou não, esse lugar celestial. Deus no-lo revelou, em Sua Palavra, a Palavra de Seu Filho. Pela fé, cremos. Não é "tiro no escuro", porque o Espírito testifica com o nosso espírito. E Ele deu à Sua Palavra múnus suficiente, para auto-sustentação. Veja que preciosa declaração, a de Jó : "Porque eu sei que o meu Redentor vive, e que, por fim, se levantará sobre a terra; depois, revestido este meu corpo, em minha carne verei a Deus. Vê-lo-ei por mim mesmo, os meus olhos o verão, e não outros. De saudade me desfalece o coração". (Jó 19.25-27) 

   O autor das letras que vão em mensagem musical, hoje, referenciou-se  nesta precisa passagem, à luz do Novo testamento, para compor o poema. Foi ele mesmo quem lhe pôs notação musical. Mas, brindo a você com uma execução instrumentos e voz, em nossa língua. Maranatha! Vem, Senhor Jesus!! Deleite-se aí… Conforte-se aí… Fortaleça-se aí…

Face to Face
Eu Face a Face Vê-lo-ei (1898)
Herbert Johnson

1. Em breve irei, de meu Jesus, 
   O rosto meigo contemplar. 
   Quanta alegria fruirei 
   E doce paz irei gozar! 
   Ante Seu trono adorarei, 
   E meu louvor então darei; 
   Almejo estar no eterno lar, 
   E face a face o contemplar.

CORO: Eu, face a face, vê-lo-ei; 
      Por graça salvo, cantarei; 
      Sim, face a face, vê-lo-ei
      E Dele sempre então serei.

2. A vida aqui irá passar, 
   O novo Éden Surgirá. 
   Pecado ali não se achará, 
   Nem mal algum existirá.
   Pois o Senhor com a sua luz 
   Já os baniu na rude cruz; 
   Almejo estar no novo lar, 
   E sua face contemplar.

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Bom Domingo, boa semana,
 Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional