Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 19 de Abril de 2015
“Perder um filho é uma dor sem limite. Só a fé e a solidariedade dos amigos nos ajudam a suportá-la neste momento…”. O dono desta afirmação é o governador paulista Geraldo Alckmin – Geraldo José Rodrigues Alckmin Filho (1952-…). A declaração se deu após retornar da missa de sétimo dia do falecimento de seu filho caçula Thomaz, que estava perto de completar 32 anos de idade. Thomaz foi sepultado em plena Sexta-feira que se costuma chamar da “Paixão”, 03 de Abril último, vítima de acidente aéreo de helicóptero. Outros quatro ocupantes do aparelho também faleceram, e o rapaz deixou esposa e duas filhas pequenas.
Eu não tenho um miligrama de dúvida sobre a veracidade hiperbólica do que afirmou o governador, ainda que jamais tenha passado, pessoalmente, por experiência idêntica. Quem estava com Alckmin, quando ele soube do sinistro, atesta que viu, em seu semblante, “um olhar de absoluto desalento”. Pais com quem já estive neste tipo de experiência – e já estive com não poucos – sempre se expressam de modo semelhante. Lembro-me do meu próprio tio, referindo-se à perda do segundo filho: “É, gente! Um filho sepultar um pai é muito dolorido; mas, um pai sepultar um filho, é dor que não tem tamanho”! Geraldo Alckmin já havia perdido seu pai aos 45 anos de idade e, aos 11, sua mãe. Por isto, mesmo sem ser paulista, mesmo sem jamais ter estado com o governador daquele estado brasileiro, sendo também pai, consigo solidarizar-me com essa sua dor. A minha mensuração dela é exercício de imaginação, não é empírica.
Sem óbice à dolorosa experiência da família Alckmin, pergunto eu: você acha que a ‘dor’ do Pai Celestial foi menor, na morte de Seu filho, Jesus Cristo? Nem um pingo! Nem meio, na verdade! Muitíssimo pelo contrário. Se existe uma espécie de dor que ninguém, jamais, consegue mensurar, é aquela que se deu ao contemplar Seu Unigênito Filho; lá estava ele, sem culpa alguma, expirando, mãos estendidas e cravadas contra o madeiro daquela cruz, cabeça pendente a derramar sangue por espinhos em forma de halo a cravar-lhe a fronte…
Alguns levantam intrigante objeção, lembrando que a Bíblia diz que a Deus “agradou” entregar o Seu Filho à morte – “Todavia, ao Senhor agradou moê-lo…”(Isaias 53.10, ARA), como se houvesse deleite em Deus pela morte do Justo. Ora, se nem com a morte do injusto se produz, em Deus, deleite, quanto mais na morte do Seu Filho Amado! Diz Ele: “Teria eu algum prazer na morte do ímpio? Palavra do Soberano, o Senhor. Ao contrário, acaso não me agrada vê-lo desviar-se dos seus caminhos e viver? Diga-lhes: Juro pela minha vida, palavra do Soberano, o Senhor, que não tenho prazer na morte dos ímpios, antes tenho prazer em que eles se desviem dos seus caminhos e vivam. Voltem! Voltem-se dos seus maus caminhos! Por que o seu povo haveria de morrer, ó nação de Israel?" (Ezequiel 18.23 e 33.11, NVI).
Em hipótese alguma aquela expressão de Isaías poderia ser tida como sadismo da parte de Deus. Antes, significa que o propósito que O levou a entregar Seu Filho Amado por nós, na cruz, o resultado proposto – este, sim – Lhe trouxe e Lhe traz deleite. Aliás, se há alguém a quem se poderia atribuir, verdadeiramente, “dor sem limite” pela morte do Filho, esse alguém é Deus! Porque a morte, no tocante à natureza humana de Jesus, trouxe ao Pai Celeste a mais intensa natureza, extensão e profundidade de dor que alguém poderia, jamais, sentir. Imensurável, até… Um dilema incompreensível, mesmo ao ser humano mais bem dotado de cérebro: por um lado, disposição para entregar à própria morte, segundo forma de expressar que está infinitamente acima de qualquer compreensão – “agradou moê-lo”! Por outro lado, a inevitável dor, dor sem limite, porquanto o Seu único Filho, o Justo, estava sendo submetido à ira divina por causa dos pecados dos que foram por ele mesmo criados.
Notinha pertinente, a esta altura: já que o preço da redenção que a morte de Cristo propicia é tão alto, que atitude convém observar, em decorrência? Vale pegar resposta emprestada! Neste caso, sugiro, tome emprestada a do salmista: “Mas que poderei retribuir ao Senhor por tudo o que ele me tem dado? Erguerei o cálice da salvação, invocando o nome do Senhor” (Salmo 116.12, BCF).
Nossa mensagem musical de hoje é um poema de piedosa cristã, que compôs mais de 2000, a serviço do Seu Salvador. Sua saúde era frágil e, às vezes, necessitava descansar. Nesses descansos, tendo sempre junto um dos cinco filhos, compunha, sob a influência da Palavra de Deus. Um dia, despachou ela um pacote com poemas seus a um músico e pastor que chegou a suceder meu xará na presidência dos Estados Unidos da América; ela obteve dele a composição musical para os poemas. Entre eles, esta composição, e também o belíssimo “Face a Face Eu Hei de Vê-lo…”. Ouça, com nosso AudioPlayer online…
There Was One Who Was Willing (1899)
Houve Alguém
Letra: Carrie Ellis Breck (1855-1934)
Música : Grant Colfax Tullar (1869-1950)
AudioPlayer online (controle de volume à direita)
Boa semana, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
Ulisses
Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional