Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 02 de Novembro de 2014
Quem me lê usualmente, ou quem comumente me ouve (como meus alunos, coitados – talvez não tenham outra escolha), sabem que tenho fascinação por genealogias… Inclusive de palavras, ciência chamada de etimologia (etymos=real +logia=estudo). Um nome para investigar a etimologia, com motivação logo a seguir: “Rafael”. Vem de duas palavras hebraicas, a primeira relacionada ao verbo “rapha”, que significa curar, e a segunda derivada de “El”, que significa “Deus”. Em hebraico transliterado, RAPHA’EL; aportuguesado, Rafael que significa “Deus curou”! As duas palavras aparecem diversas vezes na Bíblia, mas nenhuma vez juntas, como nome próprio (exceto no livro não canônico de Tobias). É também um nome angelical na tradição islâmica, e ainda na tradição judaica. E esse é o nome que chamou a minha atenção, de ontem para hoje…
É o nome do único filho do apresentador Jô Soares, que acaba de falecer. Rafael tinha 50 anos de idade; era diagnosticado como autista, e já por um ano vinha lutando contra um câncer cerebral. Neste caso, houve mais razões para minha atenção ter sido atraída… Disse o Jô a respeito do filho: “Rafael era um menino muito especial, que veio a este mundo para nos ensinar muitas coisas [eu, aqui escrevendo, declaro que acredito piamente!]. E, nestes últimos 50 anos, como ensinou… a mim e à Teresa [eu, continuando a escrever, também declaro que acredito nisto]. Devido ao autismo, permaneceu a vida toda um menino, o nosso menino” [não duvido uma vírgula]. E eu, que nem sabia que tinha um colega de ‘escola’ famoso assim…
Em pleno dia de Finados, poucos nomes próprios são tão pertinentes à lembrança do dia como “Rapha’el” – “Deus cura!”. Outro dia mesmo, mencionei um internauta que zombava do blogger, pedindo cura para a morte. Mais ou menos assim: eu morri com o remédio que você sugeriu; você tem aí algum remédio para curar a morte? Deus cura! Cura tão poderosamente, que os efeitos não somente colaterais dessa cura já passam a ser usufruídos, aqui, e antes da hora.
Finados é uma data memorial pelos mortos, observada ano a ano. Neste Brasil, laico de araque, o dia de Finados é feriado nacional. É dia em que os ‘campos santos’ recebem vários vivos para venerar seus finados queridos. Para a grande maioria, há uma séria dúvida (quando não ceticismo mesmo) se a vida continua depois… E, para os que não partilham da dúvida, ainda há as grandes discrepâncias sobre como continua. Um parêntesis: na mensagem de exatamente um ano atrás já foi abordado o tema “finados” (clique AQUI para ler). Mas, o assunto de hoje é a cura. Sim, há cura para a morte! Há vida depois dela. Há plena e real possibilidade de se visualizar um túmulo, sabendo-se de quem o corpo que lá foi posto, e revestir essa leitura visual da mais convicta esperança de que não está, ali, o fim cabal (desculpem a redundância proposital).
A cura para a morte está em Deus (Rapha’el). Preste atenção na seguinte mensagem divina:
“Asseguro-lhes que, se alguém guardar a minha palavra, jamais verá a morte’. Diante disso, os judeus exclamaram:
– Agora sabemos que você está endemoninhado! Abraão morreu, bem como os profetas, mas você diz que se alguém guardar a sua palavra, nunca experimentará a morte. Você é maior do que o nosso pai Abraão? Ele morreu, bem como os profetas. Quem você pensa que é?
Respondeu Jesus:
– Se glorifico a mim mesmo, a minha glória nada significa. Meu Pai, que vocês dizem ser o Deus de vocês, é quem me glorifica. Vocês não o conhecem, mas eu o conheço. Se eu dissesse que não o conheço, seria mentiroso como vocês, mas eu de fato o conheço e guardo a sua palavra. Abraão, pai de vocês, regozijou-se porque veria o meu dia; ele o viu e alegrou-se.
Disseram-lhe os judeus:
– Você ainda não tem cinqüenta anos, e viu Abraão?
Respondeu Jesus:
– Eu lhes afirmo que antes de Abraão nascer, Eu Sou!" (João 8:51-58, NVI).
Quem de fato conhece os ensinos de Jesus, como na Escritura Sagrada podem ser conhecidos, não se engana: Jesus não afirmou, com tais respostas, que guardar a sua palavra evita a morte; antes, o que garantiu é que guardar a sua palavra curada morte. A prática consistente do ensino da Palavra de Deus é, não o preventivo da morte física, mas o seu curativo. E, diga-se de passagem, o único eficaz. Foi o tom do que ele afiançou a Marta e Maria, mesmo sob o quadro sombrio da morte, já vigente por quatro dias sobre o amado irmão delas, Lázaro (vide João 11).
Não sei o que motivou Jô Soares a ‘batizar’ seu “menino especial” com o nome de Rafael. Não sei o que, a esta altura, preenche a saudade do coração dele. Só sei de uma coisa: até para a morte há cura… Deus cura… “Rapha’el”… E eu bem que gostaria que o Jô Soares soubesse disso, como eu e você já sabemos…
Para terminar: em 1854 o órfão alemão Kurzenknabe deixou, aos 14 anos de idade, o porto de Bremen, em sua terra natal, migrando para a América do Norte. Viajou em companhia de familiares que lhe deram cuidados; entretanto, chegando aos Estados Unidos, vagueou, vagueou por vários lugares, até se fixar na Pennsylvania. Ali, desenvolveu sua capacidade musical a serviço do evangelho, deixando um imenso legado. No meio desse legado, nossa mensagem musical de hoje…
Wenn Erschallt Einst Die Posaune
Quando Ressoar Uma Vez Por Todas a Trombeta
John Henry Kurzenknabe (1840-1927)
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Boa semana, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
Ulisses
Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional