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N° 174 : “FIRDOUS”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 19 de Outubro de 2014 

“Alegro-me pelos meus irmãos que foram mortos, porque foram feitos mártires; ajudem-me, matem-me, pois quero unir-me a eles, e tomar a posse das 40 mulheres que me foram prometidas, no paraíso celeste”. O rapaz que assim implorou ao militante curdo Cuneyt Hemo para ser morto, visando a recompensa celeste, tinha apenas 20 anos de idade.  Vinha ele do Azerbaijão quando foi capturado como prisioneiro do Estado Islâmico do Iraque e Síria (ISIS, em inglês) pelos curdos sírios. O que mais impressionou, segundo Hemo, foi a ausência do medo de morrer. O rapaz estava tão seguro que, morrendo, iria para o céu, para desfrutar do paraíso, que chegou a implorar para que não demorassem. E conseguiu o que queria: menos de vinte e quatro horas depois foi executado, na sitiada cidade síria de Kobane. Para ‘fazer jus’ à rápida execução, bastou que fossem lembradas as atrocidades cometidas na milícia do ISIS. Assim pensava ele adentrar mais rapidamente ao Firdous, o paraíso celeste, na doutrina islâmica. 

O “Estado Islâmico do Iraque e Síria” é uma facção jihadista do Islam contemporâneo, que pratica o sharia, a “lei do Islam” (“estado islâmico”) de modo radical. Em decorrência de suas práticas, cidadãos ocidentais aprisionados naquela região têm sido mortos de modo cruel, com exploração político-religiosa da execução. Entre suas crenças, também peculiares ao Islam, está a que compeliu a atitude do militante jihadista supra mencionado: a esperança escatológica de recompensa celestial, especialmente em troca de sua militância dedicada, numa espécie de oásis paradisíaco, onde donzelas estarão à disposição, para sempre, dos recompensados. 

Há semelhanças e diferenças desta crença em relação à verdade. Bem! Discutir, aqui, quanto à fonte da verdade não será cabível. Logo, põe-se o fato, posterga-se a prova. De onde vem a verdade? Ah! Que pergunta!… O governador romano Pôncio Pilatos a fez a Jesus, durante o interrogatório para fins de  julgamento“Que é a verdade?” (João 18.38), foi o que perguntou. Faltando-lhe, porém, o interesse genuíno na verdade, nem a resposta esperou; e olhe que estava diante de quem mais autoridade tinha para dá-la. 

A verdade é que Deus existe, e que Deus é Deus! Sua descrição em outras fontes, não autorizadas pelo próprio Deus, não fazem jus à própria auto-descrição de Deus em Sua Palavra, a Bíblia. “Sem fé é impossível agradar a Deus, pois quem dele se aproxima precisa crer que Ele existe e que recompensa aqueles que o buscam.” (Hebreus 11:6, NVI). Nela, vemos o que é semelhante à fé islâmica: a vida não se resume ao tempo presente (como querem crer os céticos e materialistas), porque a alma ultrapassa o limite entre o finito de hoje e o eterno de além-morte. Há recompensa, sim; mas o meio e o fim são diferentes. Mas, como está escrito: As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem são as que Deus preparou para os que o amam  (I Coríntios 2.9, ARC). O meio não se constitui de uma “guerra santa contra os insubmissos”; nem, tampouco, de martírio por uma causa sublime (hipoteticamente ou factualmente). Ao contrário, o meio é Jesus Cristo somente, em seu significado como pessoa, como obra salvadora realizada, como palavra viva de Deus outorgada. É o martírio do Filho de Deus que vale a eternidade, não o do candidato. Jesus lhe respondeu: Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.” (João 14:6, BCF). O fim não é o deleite sensual, segundo as medidas e os parâmetros desta existência. Ao contrário, é outro tipo de deleite, superior, sublime, inaudito. Ninguém dele vai jamais se cansar. Ninguém, ali, vai ter a mínima saudade dos efêmeros e fugazes deleites de aqui.  Não seremos à semelhança do que somos, hoje; antes, seremos à semelhança do que Jesus Cristo se tornou, após subir de volta ao céuE, quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vós também. (João 14.6, ARA). 

Em último lugar, há uma diferença extrema entre a natureza de apelo pela morte de um jihadista do ISIS, e a serenidade de um cristão quanto à morte. O cristão não é um kamikaze. Não procura a morte como parte do ônus pela recompensa, nem tampouco como fuga do desprazer pela vida. Seu coração é sereno, e seu destino é entregue nas mãos de Deus. Se tiver que morrer como cristão (como muitos vêm morrendo, sob execuções cruéis do próprio ISIS), morrerá nos braços do seu Redentor. Do contrário, viverá cônscio de “o viver é Cristo, e o morrer é lucro”  (Filipenses 1.21, ARA). Não busca, em sã consciência, a morte; mas, não a teme, se tiver que enfrentá-la. Muita diferença. Sei que você entende, se é cristão; se não é, provavelmente não entende, mas entender pode estar ao seu alcance. O paraíso celeste (Firdous, a palavra de origem persa que o designa, na linguagem islâmica) está preparado e reservado.   

Nossa mensagem musical de hoje é extremamente significativa, a propósito. Trata-se do mesmo compositor do hino "Manso e Suave, eis Jesus nos chamando", que foi um pedido especial de Dwight Lyman Moody, perto da morte, ao autor. Dentre os seus muitos belíssimos hinos, recuperei mais este das minhas gravações de rádio. O autor compôs o hino de hoje ainda relativamente jovem – 32 anos de idade. Mas, também ele viveu o grande incêndio de Chicago de 1872, que tantas vidas ceifou (mais de trezentas, fora os mutilados). A expectativa do encontro com seu Mestre falava sempre forte ao seu coração, desde então.

Ouça, com nosso AudioPlayer Online (a letra e a tradução vêm a seguir…).

LEAD ME GENTLY HOME, FATHER (1879) 

Leva-me Ternamente Prá Casa, Pai 
Will Lamartine Thompson (1847-1909)

Lead me gently home, Father, lead me gently home, Father !
Leva-me ternamente prá casa, Pai, leva-me ternamente prá casa, Pai! 
Lest I fall upon Your wayside, lead me gently home!
Para que eu não caia andando ao teu lado, Pai, leva-me ternamente prá casa!
 
1. Lead me gently home, Father, lead me gently home!
Leva-me ternamente prá casa, Pai, leva-me ternamente prá casa!
When life's toils are ended, and parting days have come,
Quando as labutas da vida terminarem, e os dias da partida chegarem,
Sin no more shall tempt me, ne'er from You  I'll roam,
Pecado já não mais tentar-me-á, nunca me apartarei de Ti
If You'll only lead me, Father, lead me gently home.
Se apenas me conduzires, Pai, leva-me ternamente prá casa.

2.Lead me gently home, Father, lead me gently home!
Leva-me ternamente prá casa, Pai, leva-me ternamente prá casa!
In temptations hour, Father, when so trials come…
Na hora das tentações, Pai, quando tantas provações chegarem… 
Oh! Beneath You keep me, take me as Your own
Oh! Sob Ti guarda-me, toma-me como um dos teus 
For I cannot live without You, leave me gently home!
Pois eu não posso viver sem Ti, leva-me ternamente prá casa! 
 
3.[Verso não cantado] Lead me gently home, Father, lead me gently home!
Leva-me ternamente prá casa, Pai, leva-me ternamente prá casa!
In life's darkest hours, Father, when life's troubles come,
Nas horas mais escuras da vida, Pai, quando os apertos da vida chegarem 
Keep my feet from wand'ring, lest from You I roam,
Guarda meus pés de vaguearem, para que não me aparte de Ti
Lest I fall upon the wayside, lead me gently home!
Para que eu não caia andando ao teu lado, Pai, leva-me ternamente prá casa!

 

 AudioPlayer online (controle de volume à direita) 

Boa semana, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ACRF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br