Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 08 de Dezembro de 2013
Ted Turner (Robert Edward Turner III, nascido em 1938) sempre aparece na mídia. Há poucos dias, apareceu por causa do seu 75º aniversário. É conhecido como magnata da mídia: em 1980, criou a CNN, primeiro canal de TV a cabo dedicado a notícias. Ao criá-lo, soltou uma de suas mais antigas “pérolas”: “Vamos permanecer no ar, até que o mundo acabe; e, quando acontecer, vamos estar lá, fazendo a cobertura do fim do mundo, ao vivo – vai ser nosso último evento. Prá fechar a programação, vamos tocar ‘Mais Perto Quero Estar, Meu Deus de Ti ”. Isto não é lenda; está gravado. Você, meu caro leitor, avalia quão sério ele estava falando. Daí prá diante, não parou com suas pérolas. Casou-se três vezes, sendo o último casamento o mais badalado, com a atriz Jane Fonda. Mas, sempre disse às suas mulheres que estavam em terceiro lugar na sua vida, depois dos negócios e do seu veleiro. Até 2011, gabava-se do fato de ser o maior proprietário de terras nos Estados Unidos. Já foi eleito o “Homem do Ano”, pela revista Time. Depois disso, soltou outra de suas ‘pérolas’ : “Sou um homem da mesma classe que Alexandre o Grande, Napoleão, Ghandi, Jesus Cristo, Maomé, Buda, George Washington, Roosevelt e Churchill”. Só! A propósito, uma outra de suas pérolas foi – “Se eu fosse um pouquinho mais humilde, eu seria perfeito!”. Outra delas: “Nós, seres humanos, somos apenas chimpanzés, com dois por cento a mais de inteligência, e um pouco menos de pelos”. Mas, há quem diga que a maior de suas pérolas foi, quando igualmente laureado como ‘Homem do Ano’ pela Associação Humanista Americana, afirmou: “O Cristianismo é uma religião para perdedores!”. Ainda que se tenha desculpado publicamente com os cristãos, ao depois, poucos duvidam de que continuou assim pensando. No entanto, ao completar seus 75 recentemente, declarou à sua CNN: “Ultimamente tenho pensado muito que, se há um inferno, não quero ir prá lá; prefiro ir para o céu”. Por isto, acrescentou, “tenho orado de vez em quando, pois pode haver lá por cima alguém que escute”.
De uma certa maneira, Ted Turner tinha razão, e penso que errou na motivação e no sentido, mas não nas palavras: o Cristianismo é uma religião para ‘perdedores’. Senão, vejamos o que diz aquEle que, quando veio ao mundo, efetuou o upgrade, a partir da religião predecessora.
- Quanto ao cumprimento do seu propósito redentivo, Jesus Cristo afirmou que veio ao mundo para perder a Sua própria vida, em favor daqueles aos quais veio doar vida – “O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e para dar a sua vida em resgate de muitos” (Mateus 20.28, ARC); “Ninguém ma tira de mim [a minha vida], mas eu de mim mesmo a dou; tenho poder para a dar, e poder para tornar a tomá-la. Este mandato, recebi de meu Pai” (João 10:18, BCF). A única pessoa, neste mundo, que tinha todos os direitos de exigir os Seus direitos, perdeu-os, por Sua causa mais sublime. Foi o primeiro ‘cristão’ a atestar o que, tempos depois, diria Turner (ainda que divergindo no sentido).
- No tocante aos bens que um homem pode amealhar (a propósito, estima-se que a fortuna pessoal de Ted Turner esteja em torno de dez bilhões de dólares), Jesus Cristo disse: “Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Que daria um homem em troca de sua alma?” (Marcos 8.36,37, ARA). Faz sentido o que disse Turner (embora não fosse o que queria dizer)… O cristão é alguém que, se preciso for (e comumente ocorre, embora não compulsoriamente), dispõe-se a perder qualquer coisa deste mundo, em face dos galardões da eternidade.
- No tocante ao contraste entre a vida presente e a vida eterna, disse Jesus Cristo: “Digo a vocês, na mais pura verdade que, se o grão de trigo, ao cair na terra, não morrer, há de permanecer só. Mas se morrer, há de produzir muito fruto. Eis que aquele que ama excessivamente a sua vida, há de perde-la; por outro lado, aquele que amar menos a sua vida neste mundo, há de plantá-la para a vida eterna” (João 12:24-25, tradução minha, parafraseada).
- Mesmo quando há alguma questão que discute razões e direitos, se preciso for, para sustentar a paz e defender a unidade e a harmonia, o princípio ético é o de perder a totalidade da razão – “Se for possível, quanto depender de vós, vivei em paz com todos os homens” (Romanos 12:18, BCF). Esta máxima, um cristão segue para com todos os homens; quanto mais, com outros cristãos. Ela parece implicar em que, se não for possível a paz, não seja pela culpa ou omissão do cristão, que paga todo preço lícito para sustentá-la.
- Como uma última citação, dentre tantas que ainda poderia acrescer, menciono como o ensino do incomparável Mestre superou o dos maiores luminares. Sócrates, de Atenas (469-399 a.C.), disse – Conhece-te a ti mesmo!; Zenão, de Eléia (490-430 a.C.), disse – Domina-te a ti mesmo! Mas, o maior de todos disse – Renuncia-te a ti mesmo! : “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome cada dia a sua cruz, e siga-me!” (Lucas 9.23, ARC).
Ei, alguém aí poderia dizer ao Ted Turner – você está certo!? O Cristianismo, é mesmo, uma religião para perdedores (neste mundo)! Uma religião que leva alguém, andando muito próximo da estatura ideal preconizada por Cristo, dizer – “Longe esteja de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim, e eu, para o mundo“ (Paulo, em Gálatas 6.14, ARA), é mesmo religião de “perdedores”. Aliás, se alguém que ler estas reflexões, pensar ao menos um pouco como Turner, a ele sugiro repensar, com Cristo!
Assinado: Um ‘perdedor’!
A mensagem musical de hoje foi composta por uma mulher cristã numa ocasião desafiadora. Dotada de voz muito aclamada e de apresentação empolgante, propôs a si mesma, após sua conversão, que sua voz e sua música seriam dedicadas a Cristo Jesus; por isto, ‘perdeu’ várias oportunidades de sucesso musical no mundo artístico. A própria Warner Bros insistia com ela, pouco antes de compor o hino, para dividir seu talento com a música não-cristã. O hino é uma espécie de resposta ao atrativo apelo. Por outro lado, quem canta é Jake Hess. Ele canta numa ocasião de sua vida em que, pela lógica e pela medicina, já não deveria estar vivendo. Daí, os desconfortáveis aplausos do público que o conhecia e amava. Acompanhe, com o nosso reprodutor online de áudio, tendo, abaixo, a letra, em inglês e português.
TOO MUCH TO GAIN TO LOSE (1968)
MUITO A GANHAR PARA PERDER
Dottie Rambo (1934-2008)
Too many miles behind me
Muitas milhas ficaram para trás de mim
Too many trials are through
Muitas tentativas foram superadas
Too many tears help me to remember
Muitas lágrimas ajudam-me a relembrar
There's just too much to gain to lose
Há simplesmente muito a ganhar, para perder…
Too many sunsets lie behind the mountains
Muitos crepúsculos jazem por trás dos montes
Too many rivers my feet have walked through
Muitos rios meus pés tiveram que atravessar
Too many treasures are awaiting over yonder
Muitos tesouros me aguardam adiante
There's just too much to gain to lose
Há simplesmente muito a ganhar, para perder…
I’ve crossed the hot burning desert
Eu tenho atravessado o deserto escaldante e abrasador
Struggling the right road to choose
Lutando na reta estrada a trilhar
Somewhere up ahead there's cool clear water
Em algum lugar, lá em cima, há água límpida e refrigeradora
And defeat is one word I don’t use!
E ‘frustração’ é uma palavra que eu não uso!
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Abraços, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15)
Ulisses
Notas das citações bíblicas:
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ACRF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional