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N° 129 : “DEUS? AQUI, NÃO!”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 10 de Novembro de 2013

Se vão falar de origens, do ponto de vista criacionista, que o façam numa igreja; é embaraçoso dar credibilidade a esse tipo de doutrina não científica”. Esta declaração sintetiza a reação de alguns professores da UNICAMP, SP, no recente mês de Outubro, à possibilidade iminente de instalações da universidade abrigarem um fórum de discussões sobre filosofia e ciência das origens. Com a reação, conseguiram que a direção acadêmica da universidade cancelasse o evento, que, mesmo não pertencendo ao programa oficial da instituição, anunciava apoio de organismos a ela ligados. Ainda que comportando palestrantes com credenciais científicas e também acadêmicas, essas credenciais foram desconsideradas, dando lugar à taxação dos mesmos meramente como ‘religiosos’ e ‘cristãos’.

Ok! Então é assim que deve ser? Ciência pertence aos domínios da universidade e dos ambientes de pesquisa científicos que ela apóia; não pertence à igreja. Se a ciência for dedicar-se à investigação das origens naturais e humanas, não poderá comportar a via criacionista, nem a premissa da divindade criadora, porque só se admite a possibilidade auto-genitora não divina da evolução. Por outro lado, se os que discordam da hipótese evolucionista, adotando a cosmovisão criacionista, quiserem suscitar uma discussão de caráter científico sobre a gênese do céu, da terra e das formas biológicas, terão que se contentar com igrejas; este é o lugar onde se prega doutrina religiosa… É assim que tem que ser? Tempos de “iluminismo” inquisitorial. Por este tipo de julgamento, a coisa fica mesmo parecendo exibição obscurantista: um estudioso de ciência chegar ao ponto de desafiar a possibilidade de surgimento autônomo do imenso conjunto de sistemas solares, do nosso em particular, de toda a harmonia do nosso planeta, dos seres que o povoam e, em particular, da espécie humana só pode ser coisa de religiosos – dizem. Por “surgimento autônomo”  deve-se entender o que é mais óbvio às palavras: tudo teria surgido por conta própria, ao acaso e sem fins pré-determinados. Desafiar essa “sorte grande” que a “loteria” da evolução ('ciência evolucionista') diz ter alcançado, ao ver-se tanto equilíbrio, tanta harmonia, tanta evidência de propósitos, parece ser a maior ofensa às mentes iluminadas da academia.

“Iluminadas”? Como assim? Que adianta um cérebro humano avançar tanto em seu conhecimento, se não reconhecer a Deus, como Criador, Mantenedor, Preservador e até Redentor dessa criação, fadada ao juízo divino iminente? “Mas os céus e a terra que agora existem são guardados pela mesma palavra divina e reservados para o fogo no dia do juízo e da perdição dos ímpios" (2 Pedro 3:7, BCF). No fim, quando comparecer perante Deus, para o Dia Final da Prestação de Contas, que lhe adiantará todo o conhecimento grangeado, se o verdadeiro alvo da ciência – Deus – ficar “de fora”? Como, por analogia, o Mestre questiona: “Pois que aproveitaria ao homem ganhar todo o mundo e perder a sua alma? (Marcos 8.36, ARC). De Darwin prá cá, gerações de discípulos têm-se transformado em novos mestres de novos discípulos, cultivando o orgulho nefando de equipá-los e habilitá-los, cada vez mais convencidamente, de que a Ciência não precisa de Deus. Ao contrário, pregam eles: se Deus for introduzido no mérito da discussão, estraga o meio; “O Senhor conhece os pensamentos dos sábios, que são pensamentos vãos“ (I Coríntios 3.20, ARA). E é assim que eles se orgulham, também, de forjar a mentalidade de gerações após gerações de estudantes, que galgam seus ‘conhecimentos’ do nível primário ao mais elevado. Querem fazer do ambiente de estudos das ciências uma reserva de domínio. Como se dissessem – “Deus? Aqui, não!”. Cabe, para eles, a mesma pergunta que Deus dirigiu a Jó: “Quem é este que obscurece os meus desígnios com palavras sem conhecimento?” (Jó 38.2, NVI).

Resguardadas as proporções do tempo, como é confortador lembrar que aquele culto mestre cristão, do primeiro século da presente era, chegou ao lugar da mais elevada cultura (e ciência) mundial de seu tempo, lugar onde a concepção panteísta rivalizava com a evolucionista (sim, já se ensinava evolução muito antes de Darwin!) e reivindicou-lhes o reconhecimento do Deus – Criador, Mantenedor e, especialmente, Redentor!

O Deus que fez o mundo e tudo o que nele existe, sendo ele Senhor do céu e da terra, não habita em santuários feitos por mãos humanas. Nem é servido por mãos humanas, como se de alguma coisa precisasse; pois ele mesmo é quem a todos dá vida, respiração e tudo mais; de um só fez toda a raça humana para habitar sobre toda a face da terra, havendo fixado os tempos previamente estabelecidos e os limites da sua habitação; para buscarem a Deus se, porventura, tateando, o possam achar, bem que não está longe de cada um de nós; pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos, como alguns dos vossos poetas têm dito: Porque dele também somos geração. Sendo, pois, geração de Deus, não devemos pensar que a divindade é semelhante ao ouro, à prata ou à pedra, trabalhados pela arte e imaginação do homem. Ora, não levou Deus em conta os tempos da ignorância; agora, porém, notifica aos homens que todos, em toda parte, se arrependam; porquanto estabeleceu um dia, no qual há de julgar o mundo com justiça, por meio de um varão que destinou e acreditou diante de todos, ressuscitando-o dentre os mortos”  (Atos 17.24-31, ARA)

Mentores do conhecimento contemporâneo, reivindicando a respeitabilidade de suas altas credenciais, decretam – “Deus? Aqui, não!”… Que tentem ficar em paz (ao menos consigo mesmos, porque, com Deus, não conseguirão)! De cá, do patamar mais inferior e insignificante de nossa ignorância e fragilidade, gostaríamos que alguém respondesse, com sinceridade e isenção: Que lugar, que espaço físico ou intelectual deste nosso estupendo universo, poderia, ufanisticamente, reivindicar poder para vetar a presença de Deus? Responde o grande educador e ex-primeiro-ministro holandês Abraão Kuyper: “Não há um só centímetro quadrado em todo o vasto domínio da existência humana no qual Cristo, que é soberano sobre todas as coisas, não possa reivindicar – este território é meu!”. Kuyper foi o idealizador da Universidade Livre de Amsterdam, que ocupa o 83° lugar no ranking mundial das melhores universidades, de acordo com o THE (Times Higher Education, 2013). Detalhe: a melhor brasileira está abaixo da colocação 250ª, e não é a UNICAMP. Não que isso as desmereça (no caso, USP e UNICAMP), nem desmereça suas qualificadas produções acadêmicas. Mas, é interessante notar que uma universidade que nasceu em 1877 sob o princípio de reconhecimento da cosmologia cristã não está situada em nível menos qualificado que as melhores brasileiras. Que nossos estudantes de todas as ciências, especialmente os que estão dentro do círculo das nossas influências, sigam a premissa de Kuyper, que é a mesma de tantos outros luminares da Ciência de todos os tempos, e que é a mesma da Palavra de Deus. Afinal, do ponto de vista de reconhecimento das Suas grandes obras e conhecimento das Suas grandes benesses redentivas, o único lugar onde, exclusivamente, pode-se dizer – “Deus? Aqui, não!” é o inferno!

Nosso hino de hoje se tornou um clássico cristão na voz de George Beverly Shea, durante as grandes campanhas de Billy Graham. O autor o compôs, inicialmente, na forma de um poema. Voltava ele para casa, vindo de sua igreja, numa cidade da Suécia, e admirava o belo entardecer. Eis que, de repente, muda o tempo, uma nuvem pesada surge, um raio corta o céu, trovões ribombam, e a chuva cai. De chuva, transforma-se em tempestade, que pouco depois passa, deixando ver o arco-íris no horizonte. Ao chegar em casa, de sua janela viu o momento pós-tempestade pelo reflexo da superfície da baía, que já se acalmava. Movido pelas palavras do Salmo 8, ele compõe a poesia que forma o hino, admirado da transição de eventos pela mão de Deus: calma da tarde, tempestade, arco-íris, de novo a calma da noite. “Ó Deus, quão grandioso és tu!”, exclamou ele…  

O STORE GOD (1885, How Great Thou Art, em inglês)
Quão Grande És Tu
Carl Gustav Boberg (1859-1940)

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Abraços, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15)
Ulisses

 

Notas das citações bíblicas:
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ACRF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional