Ministérios EFRATA – Arautos de Vida
Fevereiro de 2015
“Hemmerson, o Senhor nos deu um filho. Hoje descobrimos que em breve Ele vai levá-lo. Nosso bebê tem anencefalia”.Foi assim que a dra. Quésia Tamara, e seu esposo Arthur, se pronunciaram ao obstetra, dr. Hemmerson Henrique Magioni, logo que tomaram conhecimento do fato. Quésia e Arthur residem em Belo Horizonte, Minas Gerais. Essa primeira gestação lhes proporcionou, na verdade, uma menina – Esther. Ester significa “estrela”. O nome foi escolhido muito a propósito. Foi a Esther da Bíblia, a esposa de Assuero, o rei persa de cinco séculos antes de Cristo, quem inspirou Quésia e Arthur na escolha. A ciência da anencefalia se deu através de uma ultrassonografia efetuada na vigésima terceira semana da gestação. A história está registrada em livro que a própria doutora Quésia escreveu: Os últimos Quatro Meses – Diário da Gravidez de um Bebê com Anencefalia.
A anencefalia é um problema gestacional que atinge um em cada mil fetos, dependendo do país, proporção que pode cair para até um para dez mil, em países de prevenções mais avançadas. Caracteriza-se pela má formação do tubo neural, acarretando supressão parcial (ou praticamente total, nos casos mais graves) do encéfalo e da caixa craniana. Assim, o legado popular é que o feto é destituído de cérebro. A expectativa de sobrevivência é de poucos dias, ou mesmo horas (talvez minutos). No entanto, há casos em que a vida se prolonga por meses. No Brasil, desde 2012 a interrupção da gravidez anencefálica deixou de ser criminalizada, assim como em vários outros países. As autoridades brasileiras entenderam que não se trata de crime contra a vida, neste caso. No entanto, não é compulsória a interrupção, pelo que podem os pais decidir levar adiante a gestação; foi o que Quésia e Arthur decidiram, à luz de entendimentos mais iluminados, pela Palavra de Deus. Um detalhe importante: Quésia é médica ginecologista e obstetra; isto significa que, desde a 23ª semana até quando ainda permanecesse trabalhando, teria que acompanhar casos de gestações e partos, sabendo de quem trazia, ela própria, dentro de si.
Inegavelmente, todos os dias restantes da gravidez de Quésia foram dias de ensejo de sentimentos fortes, muito choro compartilhado com o esposo. Mas, também foram dias de determinação, diante de Deus: 'Deus quis assim, assim será'. E o casal decidiu resolutamente respeitar a vida de Esther, quaisquer que fossem suas dificuldades, e qualquer que fosse a sua duração. Era a sua primeira gestação. Um dia, ainda durante a gravidez, Quésia e Arthur foram à casa de um tio, compartilhar do assunto. Quando seu tio soube que o bebê de Quésia não teria expectativa de vida normal, fez o que? Foi ao quarto, pegou uma Bíblia, onde leu para eles os três primeiros versículos do capítulo nove do evangelho de João. Ali, Jesus curou um cego, mas os seus discípulos queriam saber a origem, a etiologia, no campo da teodicéia, daquela enfermidade: Quem pecou, ele, ou seus pais, para ter essa doença? Foi o que perguntaram a Jesus. Jesus entendeu que os discípulos queriam encontrar o culpado para a cegueira, e essa culpa teria que decorrer – assim pensavam – de algum pecado. E Jesus lhes respondeu que a cegueira de nascença daquele homem não provinha diretamente de culpa – nem dele, nem de seus pais. Embora Jesus soubesse que todas as enfermidades humanas têm origem no pecado de Adão e Eva, não significa que de um pecado se encontre, necessariamente, a culpa específica de uma enfermidade. E Jesus afirmou que nem ele nem seus pais, com algum dos pecados peculiares a qualquer de nós, seriam os responsáveis pela cegueira desde nascido. Ao contrário, assim tinha ele nascido para que as obras de Deus se manifestassem nele; e assim se deu. Foi precisamente o que o tio de Quésia lembrou, naquela visita, trazendo grande conforto ao casal.
Em geral, toda gestante quer ter uma lembrancinha para dar aos visitantes, quando lhe nasce o bebê. Não raro, um adorno para a porta do quarto no hospital; de preferência, uma coisa combinando com a outra. Quésia escolheu uma casinha de passarinho para o adorno (porta aberta, com o pássaro fora dela, obviamente), e um passarinho de tecido, para a lembrança. E mais, a frase, prá marcar: “Os mais belos pássaros não vivem em casas, presos em nossas gaiolas. Eles podem até pousar perto de nós, por algum tempo, mas logo partem, deixando memoráveis lembranças”. Assim seria Esther.
Esther nasceu em 29 de Junho de 2011, e viveu exatos quarenta minutos. No mesmo dia seu corpinho foi colocado, qual semente para o dia da ressurreição, na terra. E depois, a tarefa de contar a todos: chegou, e já se foi, tal qual um lindo passarinho. Naquele momento, Arthur sussurrou para Quésia a parte final de Jó 1.21: “O Senhor o deu, e o Senhor o tomou; bendito seja o nome do Senhor” (versão ARA). Um detalhe: em qualquer Bíblia, isto pode ser lido apenas uma folha após o encerramento do livro antecedente, o de Ester! Arthur e Quésia sentiram a passagem e a rápida partida de Esther? Sentiram sim, e muito! Mas, como enfrentaram, como superaram? Foi fácil? Decerto que não. Mas, superaram. Porque, tiveram, como ainda têm, ao seu lado, o Autor e Doador da vida. O que lhes disse o tio, com a Bíblia na mão, recordando as palavras de Jesus? Nem ele, nem seus pais… No caso específico, o texto poderia assim ser entendido: Nem ela, nem seus pais, mas para que a obra de Deus seja manifesta. Um dia, tudo o que não se entende por ora, se entenderá. Se não for por aqui, será por lá. E a “estrela”? Por lá já está, numa antecipação típica da economia divina, quanto à presença, face a face, com Deus, em gozo da recompensa dos salvos. Disto, Arthur e Quésia já sabem, desde 29 de Junho de 2011.
Por todo este testemunho, Arthur e Quésia são Arautos de Vida!
Quando Noé soltou a pomba na janela da arca, depois de todo aquele dilúvio que cobriu (e destruiu) a terra (está lá, em Gênesis, entre os capítulos 6 e 9, inclusive), e a pomba trouxe a Noé o raminho de oliveira no bico, a mensagem era clara, do jeito que Deus tinha dito: o dilúvio não será para sempre… Haverá vida, outra vez, e ainda há esperança! Confira, especialmente em Gênesis, capítulo 8. Concordemente com a nossa mensagem, nosso hino-tema é também mensagem de arautos de vida. Mesmo que o 'dilúvio' seja longo e hostil, não vai chover para sempre; há vida, depois dele…
Nosso hino temático também fala disto. Na voz suave de Cynthia Clawson…
IT WON’T RAIN ALWAYS… (1981)
NÃO VAI CHOVER PARA SEMPRE…
Letra : Gloria Gaither (1942…)
Música : Bill Gaither (1936…) & Aaron Wilburn (1950…)
Someone said that in each life:
Alguém disse que em cada vida
Some rain is bound to fall:
Alguma chuva é fadada a cair
And each one sheds his share of tears:
E cada um entorna seu tanto de lágrimas
And trouble troubles us all:
E problemas afetam a todos nós
But, the hurt can't hurt forever:
Mas, a dor não pode ferir para sempre
And the tears are sure to dry…:
E as lágrimas por certo hão de se estancar…
And it won't rain always:
E não há de chover para sempre
The clouds will soon be gone:
As nuvens logo se dissiparão
The sun that they've been hiding:
O sol que elas têm ocultado
Has been there all along…:
Tem estado lá, em todo o tempo…
And it won't rain always:
E não há de chover para sempre
God's promises are true!:
As promessas de Deus são reais
The sun's gonna shine in His own good time:
O sol há de brilhar no tempo próprio Dele [Deus]
And He’s gonna see you through!…:
E Ele vela por ti…
The sun's gonna shine in God's own good time:
O sol há de brilhar no tempo próprio Dele [Deus]
And He will see you through!…:
E Ele há de velar por ti! …
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Abraços
Ulisses
Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional