Agora no portal:

N° 355 : “A LANTERNA DE DIÓGENES”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 26 de Agosto de 2018

Andar pela cidade, com uma lanterna acesa, atitude de investigação e procura, em plena luz do dia? Isto não poderia ser coisa de gente de juízo… Ou, será que sim? Será que seria uma aula prática de crítica à sociedade corrupta à sua volta?

Diógenes de Sinope nasceu em 412 antes de Cristo, nessa cidade da Ásia Menor (hoje, território turno), mas não demorou e foi parar em Atenas, na Grécia.  Lá, como sinal de protesto contra a luxúria e a gastança, adotou como lar um grande barril, que acomodou numa das ruas da cidade. Era a sua marca na preferência pela vida simples e frugal.

Foi ele contemporâneo de Platão (427-347 a.C.), mas acabou sendo discípulo de outro dos discípulos de Sócrates: Antístenes (445-365 a.C.).  A escola filosófica de Antístenes recebeu um nome que hoje não seria muito simpático: a “escola do cinismo”. Era um estilo de cultura filosófica em que a crítica sagaz e o cinismo faziam parte do método.

Com seu estilo de vida, tornou-se um símbolo de “liberdade”, segundo o conceito de alguns. Por exemplo, assim se pronunciou Epícteto (50-135, da era cristã) sobre ele:
‘Se quiseres que eu te mostre um varão verdadeiramente livre, apresentar-te-ei Diógenes. E de que modo chegou ele a ser livre? Destruindo em si tudo quanto o pudesse tornar presa da escravidão; desligado de tudo, completamente isolado, nada possuía. Dava tudo o que lhe pedissem… Estava aí a sua liberdade.”

Conta-se, em algumas de suas biografias (talvez até lendárias), um episódio muito curioso com ninguém menos do que Alexandre, o Grande (356-323 a.C.): Alexandre ficou curioso para conhecer o bizarro personagem, e foi até ele; lá chegando, aumentou sua curiosidade com o que viu, enquanto que, com sua posição, fazia sombra a Diógenes. Assim, o grande general perguntou ao filósofo-mendigo:
– O que posso fazer por você?
E a resposta foi:
Não me tires o que não me podes dar, apontando para o sol… Ou:
– Comece saindo já da frente, porque está tampando-me o sol!  

Tanto impressionou Alexandre que, a voltar este de uma de suas campanhas, tendo seus soldados a zombar do singelo homem, Alexandre os repreendeu, dizendo que, se não tivesse nascido “Alexandre”, gostaria de ter nascido “Diógenes”. Sua vida findou em 323 a.C., em completa pobreza, mas deixou marcas perenes.

Um de seus muitos episódios extravagantes se deu quando começou algo que depois se tornou habitual: sair pelas ruas, a plena luz do dia, com uma lanterna acesa nas mãos… Com o tempo, todos já sabiam a resposta que, do início, lhe perguntaram olhos arregalados, sobre o que fazia:
– Procuro por um homem, um homem que seja honesto!
Um episódio pitoresco como este faria muito sentido hoje em dia; especialmente nestes tempos de escolhas de representantes políticos. Gastaríamos muitas pilhas e lanternas, provavelmente… Como diria Cícero (106-43 a.C.): “Que tempos! Que costumes!”

Nestes tempos de altíssimos índices de decepção com políticos, nem é preciso lembrar quão inútil é confiar neles e esperar por eles, se não tiverem genuíno temor de Deus. Basta lembrar a fonte divina, sábia e infalível: “Alguns confiam em carros e outros em cavalos, mas nós confiamos no nome do Senhor nosso Deus” (Salmos 20:7, NVI).  

Como nosso país está carente de homens moldados por, pelo menos, um molde parcial do caráter de Cristo Jesus. Mas, não estamos muito sós: se estendermos atenção por várias outras nações, inclusive do chamado “primeiro mundo”, nada muito diferente… E, se recolhermos a atenção para um universo mais perto, dentro dos próprios círculos rotulados de cristãos, encontraremos muitos exemplares devedores. E quanto a nós mesmos? Que tal uma auto-crítica?

O ideal divino é: E todos nós [isto é, cada cristão que quer fazer jus a este nome] com o rosto desvendado [isto é, dando a cara com coragem e integridade], contemplando, como por espelho, a glória do Senhor [isto é, conhecendo de verdade o modelo perfeito que ele é], somos transformados de glória em glória, na sua própria imagem [isto é, nos assemelhamos a ele, refletindo-o], como pelo Espírito do Senhor [porque, se depender só de nós, adeus viola](II Co 3.18, ARA).

Vem à minha memória o cântico que aprendi ainda na infância, originado do “Exército da Salvação”; aqui, cantado em Inglês, mas com letra vertida em Português…

“LET THE BEAUTY OF JESUS BE SEEN IN ME” (1916)
Que a Beleza de Cristo se Veja em Mim
Albert William Thomas Orborn (1886-1967)


Que a beleza de Cristo se veja em mim
Toda a sua admirável pureza e amor
Oh! Tu, chama divina, todo meu ser refina
‘Té que a beleza de Cristo se veja em mim!

Ouça, com nosso…

AudioPlayer online (controle de volume à direita)

Boa semana, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

Leave a Reply