Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 19 de Fevereiro de 2017
“Ele é uma tela em branco!”. Foi assim que a diretora do centro de apoio a idosos de Hereford, arredores de Londres, Inglaterra, se referiu àquele ‘interno’, sem qualquer identidade, quando a policial Sarah Bennett visitou o local, em 2016.
Sarah foi escalada para descobrir quem era aquele idoso desconhecido, com sotaque norte-americano, encontrado vagueando na cidade em 07 de Novembro de 2015. Quando foi encontrado, ele não sabia seu nome, não sabia onde estava, não sabia de onde viera, nem o que ali estava fazendo; não portava um documento sequer, ainda que trajando roupas novas. Exames médicos apontaram um caso de demência. Investigações policiais em toda a cidade e região não levaram à identificação de sua família. O sotaque reforçava a tese de ser cidadão norte-americano.
Repetidas vezes lhe perguntaram o nome, até que um dia, meses depois, pronunciou “Roger Curry”. Será que teria tido um rasgo de lucidez? Será que seus familiares morreram repentinamente, ficando ele só? Procuraram nas listas de desaparecidos, na imprensa, na interpol, e nada. Puseram na internet, nas redes sociais… Um dia, chegou pelo Facebook da BBC uma foto, com uma descrição, vinda de um casal da costa oeste dos EUA. Era, não só do outro lado do Atlântico, mas até na borda do Pacífico.
A história intrigante mobilizou uma legião de ‘detetives’: repórteres, internautas das redes sociais, e assim por diante. Um repórter da BBC, de Londres, tomou por empreitada descobrir as origens do suposto “Roger Curry”. Viajou aos Estados Unidos, foi ao casal, foi a Los Angeles, até que descobriu o que procurava. E o que descobriu foi de estarrecer. Chacoalhou e emocionou todos os que acompanhavam a história, curiosos pelo desfecho; um desfecho surpreendente.
O homem era, de fato, Earl Roger Curry. Viajou à Inglaterra levado pelo filho (Kevin) e pela esposa (Mary Jo), já em seu estado de demência. As investigações levaram à descoberta de três passagens aéreas para Londres, mas apenas duas de retorno. Lá, de acordo com o que foi arquitetado pelo filho, sob a passividade da mãe, foi abandonado num estacionamento, na cidade da Inglaterra. Depois, os dois voltaram para os Estados Unidos. Depois de oito meses num lar de idosos de outro país, Roger Curry voltava para sua cidade. Hoje, o ex-vagueante mora noutro lar de idosos, em sua própria terra, sob cuidados permanentes, enquanto o filho responde a processo.
A Bíblia fala de homens como Abel, Enoque, Noé e Abraão. “Todos estes morreram na fé, sem ter obtido as promessas; vendo-as, porém, de longe, e saudando-as, e confessando que eram estrangeiros e peregrinos sobre a terra. Porque os que falam desse modo manifestam estar procurando uma pátria. E, se, na verdade, se lembrassem daquela de onde saíram, teriam oportunidade de voltar” (Hebreus 11.13-15, ARA). Depois deles, fala de mais outro tanto de vagueantes sobre a terra.
Na verdade, somos todos vagueantes, peregrinos, identificados em dois grupos: os “sem rumo”, e os “por rumo”. O primeiro grupo se refere aos que não têm consciência do seu destino, e simplesmente esperam que o futuro o mostre, vivendo um dia após outro.
O segundo grupo se refere aos que se assemelham aos personagens bíblicos acima citados: “Mas, agora, aspiram a uma pátria superior, isto é, celestial. Por isso, Deus não se envergonha deles, de ser chamado o seu Deus, porquanto lhes preparou uma cidade” (Hebreus 11.16, ARA).
Estar no primeiro grupo corresponde à situação do Roger Curry, enquanto sua intrigante história não fora desvendada; não tinha identidade, nem origem, nem ninguém; não sabia o que se lhe faria. Estar no segundo grupo corresponde à situação do Roger Curry resgatado. Não voltou ao mesmo lar, pois o que tivera havia sido destruído por um incêndio; voltou à sua pátria, voltou à sua identidade, voltou às pessoas, dentre seus conterrâneos, que lhe deram atenção e carinho.
É assim que será, dentro em breve. Sairemos deste exílio terreal, vagueantes que somos. Conquanto no segundo grupo, encontraremos descanso, reencontros felizes, cuidado terno e eterno. Abraão vagueou em terra estranha, “porque aguardava a cidade que tem fundamentos, da qual Deus é o arquiteto e edificador” (Hebreus 11.10, ARA). Nós outros, ainda hoje também vagueantes, também aguardamos, pois logo vem.
Ouça o hino de hoje, do nosso player online (a primeira vez que o ouvi já se encontra muitos anos passados, quando ainda criança eu era): Seu autor foi companheiro de composições de ninguém menos do que Fanny Jane Crosby; se você não sabe quem foi, merece dar uma pesquisada na biografia – de ambos.
O, THE WAY IS LONG AND WEARY
INDA É LONGE CANAÃ ?
George Frederick Root (1820-1895)
AudioPlayer online (controle de volume à direita)
Bom Domingo, boa semana,
Ulisses
Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional