Domingo, 22 de Janeiro de 2017
Na Operação Lava-Jato, nos recentes dias, ele era personagem mais importante do que o próprio juiz federal Sérgio Moro. Afinal de contas, as delações premiadas de setenta e sete executivos da empresa brasileira Odebrecht estavam em suas mãos, aguardando homologação. Homologadas, estariam liberadas para publicação na imprensa. É óbvio que a expectativa desse momento polarizava-se entre dois extremos: a curiosidade da nação, e o receio dos delatados.
Nesse ínterim, enquanto a força-tarefa e os assessores trabalhavam, resolveu ele tirar uns dias de folga. Para isto, a alternativa segura e despercebida da casa de um amigo rico em Paraty. Protegido por estratégias de anonimato, embarcou ele, na companhia do amigo, empresário do setor hoteleiro, num avião bimotor, além de duas convidadas. O ponto de partida foi o Campo de Marte, zona norte de São Paulo; o destino, a pequena pista de Paraty, antes de navegar para a ilha onde estaria, na casa do amigo.
Porém, a apenas dois quilômetros da pista, por sobre o mar, alguma coisa ainda misteriosa aconteceu. O avião rompeu-se abaixo, caiu no mar, onde morreu o ministro Teori Zavascki (1948-2017), relator da Lava-Jato no STF. Aliás, morreram todos os cinco ocupantes da aeronave.
Veículos da imprensa informam algumas coisas sobre o ex-ministro. Por exemplo, de sua personalidade introvertida, de seu recato, de seu profissionalismo técnico, de sua identidade histórica com correntes políticas – chegou a pedir votos, publicamente, para a ex-presidente, que o levou ao STF.
Falam, também, de sua crença religiosa; contam que, horas antes da fatal viagem daquele dia 19 de janeiro, mandou um vídeo por whatsapp ao grupo da família; no vídeo, o místico indiano Sadhguru Jaggi Vasudev (1957-…) fala sobre a brevidade da vida, encorajando seus ouvintes a sorrirem para si mesmos todas as vezes que checarem as horas, e verificarem que ainda estão vivos. No vídeo, diz o guru que quase 250 mil pessoas morrem a cada dia; assim, quem está vivo deve celebrar. Para ele, o mais importante da existência humana é estar vivo.
Não dá pra saber se, nos segundos finais de queda do avião, na fração de tempo do sinistro, Teori Zavascki se tenha lembrado daquela mensagem… Mas, o fato me compele a pensar numa mensagem alternativa à do guru indiano: a coisa mais importante da existência humana não é, simplesmente, estar vivo. Ora, bolas: usando uma expressão popular da moçada, ninguém pode “segurar a onda pra sempre”! Um dia, cai da prancha, vira e toma o caldo inevitável. Ninguém vive aqui para sempre…
O mais importante da existência humana tem dupla dimensão: viver como se deve viver, morrer preparado para morrer! É isto! Se alguém está vivendo como não deve viver (nesta hipótese, incluo a mim mesmo, incluiria Zavascki, se ainda estivesse entre nós, e incluo o Sadhguru, além de quem me lê), está “batendo de frente” com quem lhe outorgou e mantém a vida; e, se alguém está caminhando para a morte sem estar para ela preparado, está desafiando quem mantém, em Suas Poderosas Mãos, o ‘controle remoto’ para cada um. Falo figuradamente: se Ele apertar o botão, desliga! A propósito, se há alguém que chega a ler estas linhas, e que não caminha para a morte (não importa se longe ou perto), pare logo de ler: este assunto não lhe interessa.
Para um caso e para o outro, lembro conselhos muito úteis:
1) “Lembre-se do seu Criador nos dias da sua juventude, antes que venham os dias difíceis e antes que se aproximem os anos em que você dirá: ‘Não tenho satisfação neles’… Então o homem se vai para o seu lar eterno, e os pranteadores já vagueiam pelas ruas. Sim, lembre-se dele, antes que se rompa o cordão de prata, ou se quebre a taça de ouro; antes que o cântaro se despedace junto à fonte, a roda se quebre junto ao poço, o pó volte à terra, de onde veio, e o espírito volte a Deus, que o deu” (Eclesiastes 12.1-7, NVI – Leia o texto completo AQUI). Em outras palavras, viver constantemente sob o temor de Deus (tem muita gente que ainda não sabe o que é isto).
2) “Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque tu estás comigo; o teu bordão e o teu cajado me consolam” (Salmo 23.4, ARA – Leia o texto completo AQUI). Em outras palavras, esperar pela morte (‘cedo’ ou ‘tarde’) na companhia do Bom Pastor, que é o Senhor Jesus Cristo!
Isto é o mais importante! O resto, é nota de rodapé!
De uma das minhas gravações de trinta anos atrás, extraio uma mensagem musical para desfecho da reflexão de hoje. Ouça, com nosso Audio Player online, logo após a letra (original e tradução)…
BEFORE YOU DIE, MEET THE LORD
ANTES DE MORRER, ENCONTRE-SE COM DEUS
Before you die, meet the Lord
Antes de morrer, encontra-te com Deus
Reach out and take His hand, heed His Word
Sê alcançado por Sua mão, dá ouvidos à Sua Palavra
Confess to Him you’re wrong, eternity is long!
Confessa a Ele que estás errado, a eternidade é longa!
Before you die, meet the Lord!
Antes de morrer, encontra-te com Deus!
If you could see and know just what a future holds
Se puderas ver e saber o que reserva o futuro
You’d never take a chance and loose your soul
Jamais terias chance, e perderias tua alma
But God above can see from here to eternity
Mas Deus do alto pode ver, daqui para a eternidade
So give it a thought my friend: meet the Lord!
Portanto, pense nisto, meu amigo: encontra-te com Deus!
AudioPlayer online (controle de volume à direita)
Bom Domingo, boa semana,
Ulisses
Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional