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Author Archives: Priscila

N° 125 : “DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 13 de Outubro de 2013

Em 20 de Novembro de 1959 a ONU promulgou a "Declaração Universal dos Direitos da Criança". Daí, a data passou a ser considerada o 'Dia Mundial da Criança'. Mas, não confere com a data praticada em vários países. No Brasil, por exemplo, havia ocorrido um congresso internacional com tema na infância em final de 1923. Por esta motivação, um deputado fluminense, médico, propôs a instauração de data celebrativa no país, e o presidente Arthur Bernardes aprovou Doze de Outubro como o "Dia da Criança" em solo pátrio, a partir de 1924. No entanto, foi somente com as campanhas publicitárias pela TV, que as indústrias de brinquedos brasileiras (lideradas pela Estrela) empreenderam lá pelo final de década de 1950, é que a data se tornou amplamente celebrada. Anos mais tarde, com o decreto de João Batista de Figueiredo, instituindo feriado religioso na mesma data, o dia da criança alcançou auge de repercussão.

'Coincidentemente', nesta semana eu recebi um post  que aponta para matéria publicada num dos maiores jornais em circulação no nosso país. Se você quiser conhecer a matéria, peça-me o link, que envio. Na matéria, o colunista, que é anunciado como "doutor em psicologia clínica" e "psicanalista", reporta decisão da justiça argentina, que autorizou mudança de gênero e nome no registro civil de um menino de seis anos de idade; passará a se chamar Luana. Reporta, ainda, fato idêntico ocorrido com uma criança de mesma idade nos Estados Unidos, poucos dias atrás.  Por decisões de seres humanos investidos em togas judiciais, os "direitos das crianças" passam a incluir, ademais, mudança de gênero (talvez um direito perto de se tornar 'universal' também – Deus nos livre!). Dentro de pouco tempo, pode-se prever, o aparato de 'saúde' estatal poderá estar a serviço de tais 'direitos', tais como: implantação de pelos no corpo de 'ex-meninas', ou depilação a laser de 'ex-meninos'; mastectomia em 'ex-meninas', ou prótese siliconada em 'ex-meninos'. O articulista do jornal cita uma outra articulista, de certo periódico norte-americano, anunciando que "cresce fortemente o número de meninos e meninas que pedem para mudar de gênero ".

Não sei se é por deficiência dos meios de comunicação, mas penso que é, mesmo, por aceleração da degeneração ética: poucas décadas atrás era difícil imaginar um cenário como o que hoje se descortina. Quer dizer que uma criança, com três,  seis, ou mais anos de idade, tem também direito de reivindicar se quer viver dentro da anatomia com que nasceu, ou não? E, pais, têm o direito de atender os direitos reivindicados pela aparente preferência de uma criança? E o estado é quem, em última análise, julga se o direito reivindicado se ampara, ou não, no direito universal (ou nacional)? Diga a si próprio, com sinceridade: no mundo contemporâneao, na sua opinião, a vontade do Criador está caminhando para dentro ou para fora da órbita das considerações de "direitos humanos"?

Quando digo a mim mesmo a única resposta que vejo cabível a esta pergunta, reconheço, ainda com mais vigor, que estamos vivendo os últimos dias…
"Saiba disto: nos últimos dias sobrevirão tempos terríveis. Os homens serão egoístas, avarentos, presunçosos, arrogantes, blasfemos, desobedientes aos pais, ingratos, ímpios, sem amor pela família, irreconciliáveis, caluniadores, sem domínio próprio, cruéis, inimigos do bem, traidores, precipitados, soberbos, mais amantes dos prazeres do que amigos de Deus" (II Timóteo 3.1-41, NVI). O que estamos vendo é uma tal degeneração de costumes, que fica-nos pesado imaginar o mundo que estamos legando às próximas gerações.

A Bíblia diz que há um "modo natural " para uso do corpo nas relações íntimas (Romanos 1.26, 27). No entanto, nosso tempo, miseravelmente, está impondo os denominadores acima dos numeradores (e vice-versa), a ponto de ser taxado de preconceito, homofobia, todo tipo de posicionamento que reprova o "modo anti-natural"; fica a impressão de que, dentro em breve, o natural é que será anti-natural. Pelo menos no 'mundo dos adultos', é o que parece. Mas eu digo: fomentar esse tipo de inversão de valores em criaturas tão indefesas, do ponto de vista de idade e de dependência, como são as crianças, é atrair ainda mais rapidamente a indignação do Criador.
Pois bem: ao ensejo do Dia das Crianças deste ano, e ao ensejo dos tempos em que estamos vivendo, faz-se oportuna uma revisão 'declaração universal dos direitos da criança'…

A cláusula Primeira da antiga declaração – a de 1959 – impede discriminação a qualquer criança, seja por motivo de raça, cor, posição econômica, idioma, e até mesmo sexo; mas, isto não significa permissão à confusão de sexo. É bom lembrar o 'Manual do Criador': "Ai daqueles que ao mal chamam bem, e ao bem, mal, que mudam as trevas em luz e a luz em trevas, que tornam doce o que é amargo, e amargo o que é doce! " (Isaías 5:20, BCF). Que crianças tenham o direito de ser livres desse "Ai", próprio para adultos ignorantes da vontade do Criador.

A cláusula Sexta da antiga declaração preconiza direito a amor e compreensão, por parte dos pais e da sociedade, para o fim de desenvolvimento pleno e harmonioso de sua personalidade;  mas, isto não significa liberdade excessiva pois, sendo assim, a personalidade hospedará a delinquência. É bom lembrar o 'Manual do Criador': "Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele. " (Provérbios 22.6, ARA). Que crianças tenham o direito de conhecer, pelo conhecimento verdadeiro, o caminho em que devem seguir, segundo as prescrições do Criador em seu indispensável Manual.

A cláusula final, a Décima, da antiga declaração, preconiza direito à proteção da criança contra discriminações de toda espécie. Preconiza, ainda, que a educação da criança deve ser conduzida de modo a consagrar suas energias  e aptidões a serviço de seus semelhantes. Mas, isto não significa que os mentores do princípio captaram corretamente o seu valor moral. Não pode haver serviço aos semelhantes que se digne de valor, se não for antecedido da consciência de que "o Senhor é Deus, foi Ele quem nos fêz, e Dele somos…" (Salmo 100.3, ARA). Ninguém pode se colocar a serviço de seus semelhantes, de modo legítimo, sem entender, primeiramente, quem é Deus, quem somos perante Ele, qual o Seu propósito em ter-nos dado vida, e o que Ele requer da vida que, como um dote legado, Ele nos proporcionou. Que crianças tenham o direito de se livrarem dos maus mentores de vida, e que sejam guiadas ao Seu Criador e Redentor!  Que adultos mal nutridos, moral e espiritualmente, não sejam um embaraço à vida de uma criança…

"Não sejam envergonhados, por minha causa, os que esperam em ti, ó Senhor, Deus dos exércitos; nem, por minha causa, sofram vexame os que te buscam, ó Senhor, Deus de Israel ! " (Salmo 69.6, ARA).

Ademais, parece que o nosso mundo pós-moderno só sabe falar de direitos ante a ausência de deveres. Mas, há uma série de outros direitos infantis, bíblicos, sempre atrelados a deveres para com Deus, acima de tudo, que deveriam ser adicionados à Declaração. Por exemplo, o direito de ser adequadamente corrigida, a criança, para o seu próprio bem, e o bem de sua família, e o de sua sociedade (várias prescrições em Provérbios); o direito de não serem provocados à ira sob educação, quando legitimamente criados sob disciplina e admoestação do Senhor (Efésios 6.4). E assim, por diante…  
E que o Senhor tenha misericórdia de nós, nestes tempos terríveis que estamos vivendo!
Como dizia Sêneca, inspirando atualmente o blog de uns amigos meus – O tempora, o mores!  (Que tempos, que hábitos morais!). 

Na mensagem musical de hoje, uma pequena lembrança de cantos infantis de outrora, na voz do Quarteto Liberdade:
“Nada, não nada há de me mover, mas como a rocha, eternamente firme, sempre estarei!” 

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Abraços, até próximo Domingo (Tg 4.15)
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ACRF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 124 : “SIC TRANSIT GLORIA MUNDI”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 06 de Outubro de 2013

"O mundo atual não me agrada mais; nada me anima, realmente… Falta-me vontade, falta-me paixão… Vivo ao máximo cercado de filhos e netos, porque não quero morrer sozinho. Mas, acho que vou despertar talvez…".

A pessoa que disse isto, poucas semanas atrás, aos 77 anos de idade (daqui poucos dias fará, possivelmente, 78), viveu dias de 'glória' conhecida no mundo inteiro. Atuante no cinema, contracenou com atrizes famosas, desde Brigitte Bardot e Romy Schneider, a Catherine Deneuve, Claudia Cardinale e Jane Fonda. Mas, a 'glória' daqueles dias passou… Dói-lhe perceber que foi substituído, no mundo do glamour, por outros, de gerações mais jovens. Seu nome se tornou 'ícone', quase tanto quanto sua fisionomia: Alain Delon (1935…) é o seu nome, ator de nacionalidade francesa. Dói-lhe o ostracismo, do qual reclama em ter sido confinado.

Que espécie de coisa efêmera é esta – a 'glória' deste mundo? ' Taí o empresário Eike Batista: antes, celebrado como um fenômeno brasileiro de alavancagem de progresso, hoje "fazendo das tripas o coração" para salvar vinténs, e ajudando a afundar o vacilante mercado econômico brasileiro. Antes, assediado pela mídia para explicar sua vertiginosa ascensão; agora, fugindo da mídia para não explicar sua súbita queda. Assim Delon… Talvez a glória do passado lhe tenha sido tão 'vital', do ponto de vista de tanto haver dela alimentado sua alma, que na sua falta, não tem do que alimentá-la mais… 

"Sic transit gloria mundi " (assim passa a glória do mundo), é a versão mais disseminada, por séculos, da famosa frase de Tomás a Kempis (1380-1471), em sua obra universal A Imitação de Cristo – "O quam cito transit gloria mundi  !" (Quão rapidamente passa a glória do mundo!). E, ainda assim, há os que dedicam esforços além da conta para conquistá-la (e até para mantê-la).

Mas, é assim mesmo, a 'glória' deste mundo. 
"O mundo passa, bem como a sua concupiscência; aquele, porém, que faz a vontade de Deus permanece eternamente " (I João 2.17, ARA), é o que diz a Escritura. Não há nada, por aqui, que preencha de modo significativo, pleno e definitivo, o anseio do coração humano. Um grande conterrâneo de Alain Delon (bem maior que ele, diga-se de passagem) já disse, tempos antes:  "No coração do homem há um espaço vazio imensurável, que somente um ser imensurável – que é Deus – pode preencher ! "… Assinava pelo nome de Blaise Pascal (1623-1662).

O apóstolo Paulo, ao chegar na cidade galaciana de Listra, na Ásia Menor (hoje, Turquia), declarou aos cidadãos daquela cidade que aquEle que lhes enchia "o coração de alegria e fartura ", ao proporcionar-lhes, dos céus, suas "chuvas e de estações frutíferas", até "fazendo-lhes todo o bem", era Deus, com o que sempre deu Ele testemunho de Si mesmo (Atos 14.17). Sim, até com chuvas e estações frutíferas Deus enche o coração dos símplices de fartura e alegria – gloria divina no mundo… E, com a bendita salvação no Filho-Cordeiro,  gloria no mundo presente e também no porvir…

O segredo mais elevado da glória imperecível reside, não propriamente num segredo, mas num fato mortalmente oculto a muitos olhos, levianamente ignorado a outros:  "o que faz a vontade de Deus!". O conflito é escancaradamente evidente, conflito de duas vontades:  a minha pessoal, e a de Deus, o Criador e Pai. Para os que não conhecem devidamente a Deus, e não conhecem a fonte de assimilação da Sua vontade, o erro mais grave é esse mesmo –  o da ignorância. Costumam atribuir que a sua consciência é fonte segura de manifestação dos desígnios de Deus e, lastimavelmente, confiam nela – "eu faço o que a minha consciência mandar ", é o que costumam dizer, com essas palavras, ou com outras, variadas. Isto, como se pudéssemos confiar na autonomia da consciência. No entanto, para os que já sabem, devidamente, quem é Deus, e sabem onde se encontra a mais legítima, confiável, segura e cristalina fonte de conhecimento de Sua vontade – que é a Sua santa Palavra escrita – parece persistir um nefasto resquício, certa sensação de que a auto-determinação, a consciência, o juízo pessoal, e até o coração enganoso, são fontes suficientes. E desprezam o "bom conselho"…
"Lâmpada para os meus pés é tua palavra e luz, para o meu caminho" (Salmo 119.105, ARC).

Seguramente, 'olhando de trás para frente', podemos dizer que…:
(1) Há uma glória que distoa frontalmente da glória deste mundo, por ser verdadeira, plenamente satisfatória e imperecível… (A propósito: você prefere a gloria transitória deste mundo, ou a imperecível, de Deus?)
(2) Essa glória imperecível decorre da disposição e prática de fazer a vontade de Deus… (A propósito: você já tem cultivado esta disposição, ou ainda cultiva, no altar do ego, a imposição da vontade pessoal?)…
(3) Saber, conhecer a vontade de Deus, repousa sobre o caminho seguro da leitura contínua e devotada da Sua Palavra (A propósito: como te tem sido a frequência e a dedicação às santas e eternais palavras do Livro de Deus?)…
"Mas quem se gloriar, glorie-se nisto: em compreender-me e conhecer-me, pois eu sou o Senhor, e ajo com lealdade, com justiça e com retidão sobre a terra, pois é dessas coisas que me agrado", declara o Senhor " (Jeremias 9.24, NVI).

É isso mesmo: "Sic transit gloria mundi !"… Porém, o que faz a  vontade de Deus, desfruta de glória eterna!!!
"A nossa presente tribulação, momentânea e ligeira, nos proporciona um peso eterno de glória incomensurável " (II Coríntios 4:17, BCF).  

Nossa mensagem musical de hoje:

Joy By And By (1886)
Sim, Glória Haverá no Final 

Franklin Edson Belden (1858-1945)

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Abraços, até próximo Domingo (Tg 4.15)
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ACRF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 123 : “RUMO AO DESCONHECIDO”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 22 de Setembro de 2013

Brasileiros estão em terceiro lugar, no certame mundial. Na frente deles, somente norte-americanos e chineses. Mas, em que, esta competição de que falo? Trata-se da concorrência mundial entre os candidatos a mudarem-se, em definitivo, do nosso planeta, para o planeta vizinho mais distante do sol – Marte!  Quase duzentas mil pessoas, de mais de 140 países, já se inscreveram para o programa Mars One – e já são cerca de nove mil brasileiros, em visão de futuro no “planeta vermelho”…

Nele, os 24 primeiros contemplados terão o privilégio de formar a população colonizadora marciana pioneira (isto, se não houver resistência dos ‘marcianos’). Para tanto, terão de enfrentar uma ‘pequena’ viagem de 215 dias, mesmo que movendo-se a mais de duas vezes a velocidade do som. Por curiosidade, como os planetas giram em torno do sol em voltas elípticas, a posição mais favorável entre a terra e Marte os coloca a não insignificantes 60 milhões de distância, um do outro. Os ‘colonizadores’ terão que assumir compromisso singular, porque a viagem é sem volta. Mas, há algumas vantagens: por exemplo, Marte tem duas luas, e não apenas uma, como é o caso do nosso planeta. Não sei se isso anima a alguns dos candidatos, mas, os mais românticos, talvez…   

Fazer uma viagem de mudança para um país alheio já é algo que balança as emoções todas; embaixadores, empreendedores, missionários, e outros que tais, passam por esse tipo de experiência. Se a mudança for sem expectativa de volta, como os missionários do passado empreenderam, balança mais ainda. Mas, pergunto: como você acha que estaria se sentindo, se fosse a esposa ou o filho do João Carlos Leal, 52 de idade, morador de São Pedro da Serra, RJ? Notícias dão conta de que ele recebeu confirmação como “aceito” no programa, e já sabe em que lugar poderá estar, na fila. Está, agora, na contagem regressiva… Contagem regressiva para partir, para ele, e para despedirem-se, para esposa e filho – João Carlos vai sozinho!

Se essa pequena história verídica mexe com a imaginação de cada um de nós, que dizer, então, da ‘outra viagem’, aquela, cujo transcurso vai muito além de Marte? Sete meses por uma ‘estrada’ inusitada, rumo ao desconhecido sem volta, parece não assustar duzentas mil pessoas no mundo; e, só não é maior o número, porque encerrou-se o prazo de inscrições (se você estava pensando na hipótese, vai ter que esperar pela reabertura). Mas, querendo ou não, estamos todos ‘inscritos’ num outro ‘programa’, que tem duas modalidades… Quando digo todos, quero dizer todos, mesmo! Eu, cada um dos meus leitores (este número é pequeno), e cada um dos não-leitores (este, não tenho conta).

Há similaridades e dissimilaridades entre o que aponto e o programa Mars One. Para o primeiro caso, indico inicialmente o desconhecido…

Embora já se saiba algumas coisas do planeta que emprestou nome ao terceiro mês do ano, e até bom número de imagens tenham sido trazidas de lá, o fato é que ninguém jamais lá pisou, pessoalmente.

Pois, também, “é como está escrito: coisas que os olhos não viram, nem os ouvidos ouviram, nem o coração humano imaginou, tais são os bens que Deus tem preparado para os que o amam” (I Coríntios 2.9, BCF).

Além disto, trata-se de uma viagem sem volta; todos os que estão se inscrevendo, quando confirmarem sua ida, estarão isentando (com anuência dos familiares) os organismos promotores, ligados à NASA, de qualquer esforço para trazê-los de volta…

Pois, foi assim que se expressou o histórico e afamado Jó: “… antes que eu vá para o lugar do qual não há retorno… ” (Jó 10.21, NVI).
Mas, há dissimilaridades também.
Por exemplo, a única companhia que o programa garante ao pioneiro, num primeiro momento, é a de 23 outros pioneiros… Nada mais! Chegando lá (se chegarem), vão ter que se virar com os recursos que tiverem…

No entanto, diz o Mestre àqueles que são feitos seus discípulos: “Eis que estou convosco todos os dias, até à consumação do século” (Mateus 28.20, ARA).

Essa companhia incomparável, inigualável, indispensável, é garantida aos que esperam pela outra jornada, quando nutridos com a esperança da vida eterna. E, trata-se de uma companhia já presente, e não, tão somente, futura.

Ademais, já se sabe o suficiente para garantir que as condições de vida naquele planeta vizinho, são tremendamente inóspitas e desfavoráveis. Ninguém, lá, pode sair livremente, num final de semana, e encaminhar-se para alguma das belas paragens, como há nas serras em torno da cidade onde provisoriamente eu habito, e respirar o ar puro das montanhas. Até onde se saiba, lá eles terão que fabricar o seu próprio ar…

No entanto, a descrição que o Livro das Divinas Promessas apresenta da “cidade celestial” é : “O seu fulgor é semelhante a uma pedra preciosíssima, como pedra de jaspe cristalina… Os fundamentos da muralha estão adornados de toda espécie de pedras preciosas… a cidade não precisa do sol nem da lua para lhe darem claridade, pois a glória de Deus a iluminou e o Cordeiro é a sua lâmpada… as suas portas nunca se fecharão de dia, porque nela nunca haverá noite… nela, jamais penetrará coisa alguma contaminada… há um rio de água viva, brilhante como cristal, que sai do trono de Deus e do Cordeiro… no meio da praça, está a Árvore da Vida, cujas folhas são para a cura dos povos… já não haverá noite, nem precisam eles de luz de candeia, nem da luz do sol, porque o Senhor Deus brilhará sobre eles, e reinarão pelos séculos dos séculos ” ( e muito mais, em Apocalipse 21.9, até 22.5).

Isto é, definitivamente, outro tipo de “programa”. Incomparavelmente melhor, e singularmente necessário! Isto, sim, é que é glória!!!

Veja! Eu disse que este outro programa apresenta duas modalidades. Mas, nem queira arriscar a segunda, de que me excetuei de falar…

Bem! Eu não me aventuraria, em hipótese nenhuma, a uma aventura daquelas, como implica o primeiro programa – o Mars Ones… “Cada doido com sua mania!”. Entretanto, posso dizer três coisas em acréscimo:

1.      Estou, segura e irreversivelmente, inscrito e garantido no “segundo programa” (e, na modalidade melhor) que a minha mensagem de hoje contempla… Só não sei em que lugar estou na fila… Mas, que estou com lugar garantido nela, estou!
2.      Estou efetuando uma jornada no planeta terra, que já tem, lá, suas enormes barreiras e freqüentes percalços… Mas, além das boas companhias que me ajudam na caminhada, há uma boa e sublime companhia – é aquele que se pôs em meio aos discípulos e disse: “Paz seja convosco! ” (João 20.19). Esta palavra vem aos meus ouvidos também… Da mesma sorte, vai aos ouvidos de uma mãe, que acaba de ter uma criança, ou daquela que por ele anseia, ou daquela mãe e daquele pai que o sabe distante… Vai aos ouvidos do filho, ou da filha, que anseia estar junto aos seus pais, ou daquele que almeja por melhores dias…  E muito mais!!!
3.      Minha segura companhia, o Senhor Jesus, o pioneiro que adentrou o véu celestial, que me acompanha aqui, me acompanhará também até ao dia do ‘embarque’. Ele nunca me tem deixado sozinho, e não me deixará na transposição. Ao contrário, ele próprio me introduzirá por entre os portais da glória, onde as miríades de anjos estarão alçando inefáveis arpejos em coro, festejando minha chegada, junto com a chegada de milhares de milhares, igualmente festejados. 

Milhares entenderam que o desconhecido de uma viagem sem volta a Marte é programa ideal para seus poucos anos de vida – vindouros, mas, derradeiros; muito mais do que milhares têm encontrado na esperança da viagem, junto ao Senhor da Glória, no presente e no porvir, o programa ideal para sua eternidade. Eis possibilidades que, mercê da misericórdia divina, coloco ante seus olhos…

No nosso hino de hoje, Bill Gaither (na voz dos Heritage Singers) confessa o anseio de sua alma pela companhia do Senhor Jesus, mesmo quando tiver que enveredar pelo grande desconhecido que está à frente. Desculpe por oferecer o hino em língua inglesa; tentando compensar, ofereço uma pobre tentativa de tradução. Mas, é que, infelizmente, não o temos ainda vertido em nosso idioma…

EVEN SO, LORD JESUS, COME! (1963)
Ainda Assim, Senhor Jesus, vem!
William J. Gaither (1938…)

In a world of fear and turmoil…
Em um mundo de temor e turbulência…
In a race that seems so hard to run…
Em uma jornada que parece tão difícil de enfrentar…
Lord, I need thy rich infilling
Senhor, eu preciso de tua rica plenitude
Even so, Lord Jesus, come!
Ainda assim, Senhor, vem!

Even so, Lord Jesus, come…
Ainda assim, Senhor, vem!
My heart hath long for thee!
Meu coração tem anelado por ti!
Though I failed and betrayed thy trust
Ainda que eu tenha falhado e traído tua confiança
Even so, Lord Jesus come!
Ainda assim, Senhor, vem!

When my eyes shall span the river
Quando meus olhos virem do outro lado do rio
When I gaze into the vast unknown
Quando eu admirar o vasto desconhecido
May I say with calm assurance
Possa eu dizer, com terna segurança,
Even now, Lord Jesus, come!
‘Mesmo agora, Senhor Jesus, vem!’

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Boa semana, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15)!
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ACRF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 122 : “NAS MÃOS DE UM SÓ HOMEM”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 15 de Setembro de 2013

A semana está se encerrando sob uma ansiosa expectativa para a nação brasileira. Encontra-se nas mãos de um só homem essa expectativa, e o que dela advirá. Esse homem chama-se Celso de Mello. É membro e "decano" do Supremo Tribunal Federal brasileiro (STF). "Decano", por ser o membro mais antigo, em termos de atuação, naquela corte. O STF foi criado pelo texto constitucional de 1988, dando ao chefe do poder executivo a prerrogativa de nomear seus membros; já em 1989, Celso de Mello era nomeado à mais alta esfera da magistratura brasileira. 

É composto de onze membros e, nada menos que oito foram nomeados pelos dois últimos presidentes da república. Da denúncia ocorrida em 2005, e que se arrasta em processo por cerca de seis anos, chega-se agora a um momento crucial. Com as últimas três nomeações ocorridas após o início do julgamento, o STF vota agora a possibilidade de abertura de revisão de julgamento para condenados que tiveram pelo menos quatro absolvições no primeiro. A votação chegou, no momento em que parou, na semana passada, ao empate de cinco votos a favor e cinco contra, pela admissibilidade da anulação do julgamento anterior, e estabelecimento de novo. Faltou um voto, o que, pela posição ocupada, deveria ser desse ministro. O destino de vários dos réus do “mensalão” está nas mãos de um só homem – Celso de Mello, o decano da corte. Durante a semana em curso saber-se-á esse destino.

Não deve ser lá coisa muito confortável ter o destino de uma sorte, ou o destino do curso de uma vida (mesmo o que dela restar) nas mãos de um só homem. Na antiga Roma, no coliseu das diversões sangrentas, quando o espetáculo de destroçamento de uma vida humana chegava ao fim, sem que a vítima tivesse morrido, cabia a um só homem – o imperador, decidir pela continuação ou não da vida da pobre vítima. Se o imperador fosse magnânimo, havia chance de remissão; se, não, a morte pela execução cabal da vítima era o desfecho do… “espetáculo” (horrendo espetáculo, diga-se de passagem). Pior ainda deve ser ter o destino da existência a longo prazo, ou mesmo de toda a existência, nas mãos de uma só pessoa (um médico, um juiz, um feitor, um algoz, seja lá quem for), sem uma garantia mínima da equidade dessa tal.  E, o que dizer de toda a eternidade?

Por isto que há conforto, gozo e glória em ter a vida, a existência, nas mãos de uma só pessoa, quando essa pessoa é o Senhor Jesus Cristo.
Ele é justo juiz, é fato: “Deus é justo juiz; um Deus que se ira todos os dias” (Salmo 7.11, BCF)
Mas, é também, Ele, cheio de misericórdia:
Mas a misericórdia do Senhor é desde a eternidade até a eternidade sobre aqueles que O temem e Sua justiça sobre os filhos dos filhos, sobre aqueles que guardam a Sua aliança…” (Salmo 103.17,18, BCF).
Ele é íntegro, e não tolera o mal e o pecado:
Apartai-vos de mim, vós, os que praticais a iniquidade” (Mateus 7.23, ARA), é o que tem Ele, pronto, a prolatar.
Mas, é também, Ele, perdoador, compreensivo e compassivo, além do que se pode imaginar:
Não nos trata segundo os nossos pecados, nem nos retribui consoante as nossas iniquidades ” (Salmo 103.10, ARA).
Não depende de prolongar seu ‘exame dos autos’ para constatar nossos graves,  reincidentes e condenáveis erros:
Deus não precisa de maior tempo para examinar os homens, e levá-los à Sua presença para julgamento” (Jó 34.23, NVI).
Mas, é longânimo o suficiente para dar tempo de arrepender–se àquele que é conduzido a almejar Sua augusta misericórdia:
 “Ele é longânimo para convosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se ” (II Pedro 3.9, ARC).
Não há o que discutir com um veredicto como este – “Terrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo” (Hebreus 10.31, ARA).
Mas, é consolador saber que, como disse Davi, o rei de Israel, melhor é cair nas mãos de Deus do que nas mãos dos homens… porque muitas são as misericórdias do Senhor” (II Samuel 24.14, ARA).

Se eu estivesse no lugar dos cerca de dezesseis condenados que têm seu futuro (e sua chance de novo julgamento) nas mãos de um homem só, estaria lançando aos céus preces contínuas para caírem sobre ele doses maciças de espírito de benevolência; se eu estivesse no lugar de muitas pessoas que, sabendo que suas vidas estão nas mãos de um só (!), sem ter a possível certeza de essas mãos podem galardoar com favor e misericórdia, em vez de correr delas, pelo temor de Seu juízo, correria para elas, pelo alcance do Seu favor e graça.

Melhor atentar às palavras do profeta: “Eis que a mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar…” (Isaias 59.1, ARA).  Nas mãos de um homem só – Jesus Cristo… É onde quero estar…  

Enfim, o nosso hino de hoje.
Sua compositora afirma ter vivido sua vida para Cristo. Compôs ela dois hinos com temas parecidos: um, na forma de um apelo em prece  -“Jesus, toma minha mão em tuas mãos!”. Disto, foi feita a inscrição na lápide onde foi seu corpo sepultado. O outro hino é o que hoje segue…

 In His Hands
Meu Nome em Suas Mãos
Marjorie Lewis Lloyd (1911-1985)

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Boa semana, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ACRF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 121 : “PRAIA DOURADA”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 08 de Setembro de 2013

Não foi Antoine Lavoisier, o sábio francês (1743-1794), quem disse: "Na natureza, nada se perde, nada se cria; tudo se transforma" 
E, tinha ele razão? Fiquei pensando nisto ontem, numa conversa com minha tia, lá na cidade de Alto Jequitibá… Fiquei pensando que Lavoisier deve ter razão, mas desde que se complete a frase – "…para pior " (ou, pelo menos quase tudo, no seu curso natural, entregue à própria sorte, tende a piorar, e não a melhorar).

A conversa com minha tia girava em torno da situação que envolve a decadência moral da cidade, a decadência da produção nas propriedades rurais das famílias e a decadëncia da tradicional celebração setembrina. Onde encontrar, hoje, aquele famoso fubá de milho branco? Minha tia diz: "Qual o que! Já não há muita gente que se anime a plantar, e já não há quem se anime a por em funcionamento um velho moinho de pedra lavrada, movido a água". Saudades! Criada por Annibal Nora em 1909, ao início do seu ministério pastoral naquela cidade, a tradicional celebração, que agora somou 104 ocorrências anuais, já não tem mais o mesmo brilho dos dias do pioneiro, ou dos dias de seu sucessor, Cícero Siqueira. O primeiro, que conto na categoria de tio (por ter sido irmão de Castorina Nora, a mãe de meu avô materno).idealizou a celebração anual com um ideal duplo: cívico e religioso. Ontem, minha tia, ainda operante nos afazeres da celebração, aos seus quase 83 de idade, dizia com certo desencanto: "A verdade é que tudo vai se acabando – o ânimo das pessoas, a tradição, a história, as lembranças… Tudo se perdendo ". É… Provavelmente Lavoisier tinha razão (pensei eu, mas com o meu acréscimo).  Mas, não deixei de ficar admirado, ainda vendo o professor Jabes Werner, decano do antigo Colégio Evangélico, puxando, com passo firme, a marcha junto ao Tenente Adilson, comandante da banda marcial da Polícia Militar de Manhuaçú (esta, cada ano mais diminuta); detalhe: adivinha a idade daquele vetusto educador? noventa e sete anos, indo para noventa e oito (para não restarem dúvidas, vai o dado em algarismos arábicos: 97, quase 98, já planejando para a festa do ano que vem). Será? Deus o sabe! Tomara que sim! 

Onde estaremos nós, no sete de setembro do ano que vem? Onde estará o nosso país, às vésperas de mais uma eleição presidencial, com a tamanha importância com que as tais se revestirão? Onde estarão nossos filhos? Quem sabe, nossos netos? E os nossos antepassados ainda vivos, onde estarão? Será que a cidade terá por lá, ainda, aos noventa e oito, o encorajador do feito anual? O velho hino diz : We are going through the valley, one by one! ("Nós seguimos pelo vale, um a um"). Não temos morada perene por aqui. Quem sabe a hora e o dia de cada um é Deus, o doador e sustenedor da vida. Mas, a verdade é esta, que Ada Habershon colocou em poesia musical em 1908, um ano antes do tio Annibal começar sua "festa cívica".    

Jó reconheceu diante de Deus, e com razão "Lembra-te de que a minha vida nada mais é do que um sopro…" (Jó 7.7, BCF).
No entanto, Davi, com maior precisão, e proporcionando mais pertinência ao reconhecimento do seu provável antecessor, declarou em acréscimo – "Porque em ti [Deus] está o manancial da vida, e na tua luz veremos a luz " (Salmo 36.9, ARA).
Então, quando passar o "sopro", há uma eternidade para se viver. Depois do sopro, ainda há vida, então plena e eterna…

Alguém pode questionar: mas por que a reincidência no tema escatológico, no interesse pelo futuro? Tenho várias razões…
Prá começar, vejo esta reincidência nos textos apostólicos; esta foi sua maneira de confortar a igreja, e de sacudí-la contra o secularismo, contra a acomodação existencial. Vejo esta reincidência também em vários escritos pós-apostólicos; foi a maneira com que os detentores das responsabilidades divinas para com a mensagem evangélica advertiram contra a mesma ameaça dos dias apostólicos. Mas, vejo ainda maior razão: consolação que se estriba na verdadeira esperança. Quando o apóstolo preconizou – "Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras" (I Tessalonicenses 4.18, ACRF), ele acabara de pronunciar declarações importantes para o mesmo fim. Por exemplo, não querendo que os seus leitores se entristecessem da maneira como se entristecem os demais, que não têm esperança;  por exemplo, afirmando que no reencontro terá início uma nova vida de eternidade, toda ela no convívio com o Senhor, que nos deixou quanto ao seu corpo, mas entre nós permaneceu no Espírito. Então, reincidir no tema, antes de qualquer outro propósito, serve ao de proporcionar consolação mútua. E é a Palavra de Deus que o determina.

Pode parecer a alguns não existir coisa mais estranha que esta, de um apóstolo afirmar – "…estou constrangido, tendo o desejo de partir e estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor " (Filipenses 1,23, ARA); ou, de um outro aspirar – "Amém! Vem Senhor Jesus! " (Apocalipse 22.20, NVI). Eles eram escapistas? Tenho certeza de que não; estavam com os pés bem firmes no chão. Mas, eram cheios da esperança, e cheios da legítima expectativa do reencontro, da nova vida, do céu. Se não somos tanto quanto, não ponhamos neles defeitos.

Doutra feita, conversei pessoalmente com o Prof Jabes Werner. Até ouvi seu testemunho pessoal, à frente de sua própria casa, na frente toda a corporação de militares que foi à cidade tocar, no "Sete de Setembro", e na frente de sua esposa, seus filhos e filhas, seus netos e netas (e até bisnetos), e de quantos outros curiosos (como eu) estivessem ali para ouvir. Testemunho de gente que sabe quem é Jesus Cristo, que sabe que a sua vida, enquanto forças tiver, vai lhe manter fazendo o que faz… Mas, que também podia afirmar como Paulo de Tarso, depois Paulo de Cristo : "porque eu sei em quem tenho crido, e estou bem certo de que Ele é poderoso para guardar o meu depósito até àquele Dia" (II Timóteo 1.12, ARA). E, se Deus quiser que, aos noventa e oito de idade, esteja ele ali, de novo, ótimo será… Se, porém, não quiser, melhor ainda será! Vale o mesmo para mim e, quem sabe, também para você, que se animou a manter os olhos nestas linhas fugazes até aqui. 2014… Nos encontramos de novo? Sei lá… Talvez… lá… na "praia dourada" !!! Esta é a bendita esperança. Consolemo-nos, pois, mutuamente, com ela.

A melodia que hoje segue traz o tom da esperança escatológica…
O autor escreveu o hino nos dias de intensas incertezas e dores do final de Segunda Guerra Mundial, em meio a perdas mui queridas que a guerra ceifou. Mas, a esperança que retratou é a mesma de que falamos.

IF WE NEVER MEET AGAIN … (1945) 
Se Jamais Nos Vermos de Novo …
Albert E. Brumley (1905-1977)

Soon we'll come to the end of life's journey
Logo nós chegaremos ao fim da jornada da vida
And perhaps we'll never meet anymore
E talvez jamais venhamos a nos ver de novo
Till we gather in the heaven's bright city
Até que nos reunamos na brilhante cidade celestial
Far away on that beautiful shore
Lá, distante, naquela bela praia
If we never meet again this side of heaven
Se jamais nos vermos de novo cá, abaixo do céu  
As we struggle through this world and its strife
Enquanto lutamos neste mundo e seus embates
There's another meeting place somewhere in heaven
Há um outro lugar de encontro, nalgum lugar dos céus
By the side of the river of life
Bem ao lado do Rio da Vida 
Where the charming roses bloom forever
Onde as encantadoras rosas florescem perenemente
And where separations come no more
E onde separações jamais nos ocorre de novo
If we never meet again this side of heaven
Se jamais nos vermos de novo cá, abaixo do céu   
I will meet you on that beautiful shore
Eu te encontrarei naquela bela praia
Oh! So often we're parted with sorrow 
Oh! Tão frequentemente somos separados com pesar
Bennedictions often quicken our pain
Bênçãos não raro trazem junto nosso sofrer
But we never shall sorrow in heaven
Mas nós jamais vamos nos entristecer nos céus
God be with you till we meet again!
Deus seja contigo, até que nos encontremos de novo!

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Boa semana, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
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NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 120 : “DE QUEM SÃO OS OMBROS ?”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 01 de Setembro de 2013

Desde certa altura desta semana que se encerra, por causa dela mesmo, "volta-e-meia" meus pensamentos, enquanto revolvendo os afazeres do dia a dia, vinha pensando que mensagem preparar para este final de semana. No início da noite do sábado (ontem), depois de ler uma mensagem que veio lá do vale do Paraíba paulista, decidi-me. Mas, faltava-me como começar, e como acabar… Se cutuco agora os dedos neste teclado, é porque cheguei a termo. Sei que a minha mensagem  vai atravessar, "nas asas da internet", oceanos e continentes. Mas, é especialmente lá, no vale do Paraíba paulista, onde penso em como chegará.

Começo com meu próprio nome – Ulisses! Nome de um ancestral, mas também o nome do lendário herói de Homero na Ilíada e na Odisséia – textos que meus pais conheceram antes de eu nascer. De Homero, extraio uma passagem, Tomo Primeiro da Odisséia, onde o renomado helenista cita "Atlas". Quem era esse? Era o mitológico personagem, a quem se atribuiu o predicado de um titan, uma poderosa deidade primordial. Era ele a divindade dos astros do universo e de todos os oceanos; é representado nos livros, nas pinturas e nas esculturas como "aquele que carrega nos ombros o peso do mundo (ou do universo) ". Na mitologia grega, enquanto Zeus reina, quase plenipotente, no Olimpo, Atlas, nos bastidores do mundo dos titãs sustém o mundo (ou universo, o cosmos ) sobre seus ombros. 

Mas, convém-me deixar de lado a mitologia…Mitologia é isso – estudo dos mitos. Vamos, portanto, para a realidade, vamos para a verdade. Ou, melhor, para as verdades…

Primeira verdade: há, sim, um ser divino que sustém todo o peso do universo sobre seus ombros, ombros de linguagem antropomórfica. E esse é o mesmo Deus de quem Paulo, o apóstolo, testificou quando chegou no centro da sabedoria mundial do seu tempo, Atenas:
"O Deus que fez o mundo e tudo que nele há, sendo Senhor do céu e da terra, não habita em templos feitos por mãos de homens; nem tampouco é servido por mãos de homens, como que necessitando de alguma coisa; pois ele mesmo é quem dá a todos a vida, e a respiração, e todas as coisas; e de um só sangue fez toda a geração dos homens, para habitar sobre toda a face da terra, determinando os tempos já dantes ordenados, e os limites da sua habitação; para que buscassem ao Senhor, se porventura, tateando, o pudessem achar; ainda que não está longe de cada um de nós.  
Porque nele vivemos, e nos movemos, e existimos; como também alguns dos vossos poetas disseram: Pois somos também sua geração.
"
 (Atos 17:24-28, BCF).  

Ele o sustém porque é Deus; somente Ele é Deus, e não há outro. Ele o sustém porque criou o mundo, assim como todo o vasto universo que o inclui. E, não o fêz por acaso; nem tampouco para o acaso. Ele o sustém, e somente Ele o pode suster, enquanto o quiser fazer.  
"Em tempos remotos, lançaste os fundamentos da terra; e os céus são obra das tuas mãos. " (Salmo 102.25, ARA).
A Palavra de Deus diz que quem sustenta e mantém toda a obra da criação divina com seu poder, o poder de sua voz, é o próprio Deus, na pessoa de Seu Filho (Hebreus 1.3).    

Segunda verdade : há, sim um ser divino, que sustém nossas vidas em seus próprios braços, braços de linguagem antropomórfica. E esse é o mesmo que já provou quanto pode fazê-lo, porquanto susteve em Seus poderosos, amorosos, acolhedores braços uma plêiade enorme, cujos testemunhos ficaram para encorajar a posteridade. Nós somos a posteridade deles.
"Portanto, também nós, visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas, desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia, corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta, olhando firmemente para o autor e consumador da nossa fé – Jesus…" (Hebreus 12.1, ARA). Essa nuvem de testemunhas tem, em Hebreus 11, alguns bons exemplares. Aconteceu de tudo na vida deles. O elemento comum foi – Deus os tinha em Seus braços.
"Porque nenhum de nós vive para si e nenhum morre para si. Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. De sorte que, ou vivamos ou morramos, somos do Senhor. Foi para isto que morreu Cristo e tornou a viver; para ser Senhor tanto dos mortos como dos vivos. " (Romanos 14. 7-9, ARC).  

Terceira verdade : há, sim, um ser divino, que sustém o peso de todas as angústias pelas quais passam os Seus amados, nesta vida, em Suas mãos, mãos de linguagem antropomórfica. Não há angústia tão pesada que Seus ombros não possam suster. Não há número tão elevado delas, que não possa caber dentro de Sua poderosa, providente, benfazeja, consoladora, revigorante mão. Ah, não! Isso não existe mesmo!   
"A tua destra, ó SENHOR, é gloriosa em poder; a tua destra, ó SENHOR, despedaça o inimigo. " (Êxodo 15.6, ARA). 
"Tu me farás ver os caminhos da vida; na tua presença há plenitude de alegria, na tua destra, delícias perpetuamente." (Salmo 16.11, ARA).
"A minha alma apega-se a ti; a tua destra me ampara." (Salmo 63.8, ARA).
Vede, por exemplo, José do Egito, filho de Jacó, e sua história de vida no final do livro de Gênesis. Odiado pelos próprios irmãos, vendido como escravo, difamado na casa de Potifar, lançado injustamente em prisão, anos e anos em exílio longe da família… Porém, Deus o susteve com Sua mão (ou melhor, no recôndito da Sua mão); José atravessou os desertos existenciais (quem não os tem?), mas não estava sozinho; estava, com ele, uma boa mão, mão sustenedora, forte (fortíssima!), providente (providentíssima!) e poderosa (poderosíssima!), para conduzir a vida.
"Assim diz o SENHOR Deus: No dia em que escolhi a Israel, levantando a mão, jurei à descendência da casa de Jacó e me dei a conhecer a eles na terra do Egito; levantei-lhes a mão e jurei: Eu sou o SENHOR, vosso Deus. " (Ezequiel 20.5, ARA).  

Enfim, quem sustém o universo, o mundo, nossas vidas e nossas aflições sobre seus ombros não é Atlas, figura mitológica; nem, tampouco, estamos à deriva, entregues à própria sorte… Quem sustém todo o universo e a criação, quem nos sustém, até em nossas angústias, quaisquer que sejam, quantas sejam, é Deus! E não há outro! O Deus presente!!!
Como diz a versão do harmonioso cântico de John W. Peterson, que aprendi na década de Sessenta, e até hoje muito me conforta:

Com Sua mão, Cristo me sustém… Sempre seguro me guardará, dia após dia me guiará
Com Sua mão, Cristo me sustém… Se longo é o trilhar, Cristo vai ajudar – Ele me sustém!

Hoje vai mais uma composição contemporânea; sei que ouvir em outro idioma (mesmo com uma pálida tentativa de ajudar com tradução) não é tão confortável quanto ouvir no vernáculo. Mas, a de hoje vale mui especialmente o esforço…
Seu autor, um pastor ainda vivo, afirma que suas composições são parte de sua jornada de vida, dela emanadas, sob o ensino da Escritura. Na poesia de hoje, ele traduz em verso um tempo angustiante de sua própria vida, superado pelas garantias que textos como os que hoje foram retratados proporcionam.

HE WILL CARRY YOU
Ele Susterá Você
Scott Wesley Brown  (1952…)

There is no problem too big God cannot solve it… 
Não há problema tão grande que Deus não possa resolver… 
There is no mountain too tall He cannot move it…
Não há montanha tão alta que Ele não possa mover…  
There is no storm too dark God cannot calm it…
Não há tormenta tão densa que Ele não não possa acalmar… 
There is no sorrow too deep He cannot soothe it… 
Não há angústia tão profunda que Ele não possa amainar…

If He carried the weight of the world upon His shoulders
Se Ele susteve o peso do mundo sobre Seus ombros 
I know, my brother, that He will carry you! 
Eu sei, meu irmão (…) que Ele susterá você!
If He carried the weight of the world upon His shoulders
Se Ele susteve o peso do mundo sobre Seus ombros 
I know, my sister, that He will carry you! 
Eu sei, minha irmã que Ele susterá você!

He said – Come unto me all who are weary, and I will give you rest!
Ele disse – Vinde a mim todos vós que estão cansados e eu vos darei descanso!
[ Ao começo, novamente ]

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Boa semana, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
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Nº 119 : “QUEM ?”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 25 de Agosto de 2013

Foi Platão quem mais famoso ficou por afirmar, filosoficamente, que a realidade essencial é invisível aos olhos e transcende a matéria. Estou seguro em afirmar que ele estava certo, embora já não seguro em concordar com suas premissas e seus fundamentos. Platão foi um mestre no diálogo. Tãoimportante, para ele, era esta peça do entendimento, que ele ainda a usou para transmitir conhecimento. Mais precisamente, o conhecimento que adquiriu de seu mestre, Sócrates, em escritos que tomaram a forma didática de diálogos. 

Se eu perguntasse a ti, que lê ao menos as linhas iniciais deste escrito, qual o diálogo mais notável, mais cheio de significado, mais contundente, mais memorável, que a qualquer tempo chegou ao seu conhecimento, confesso que estaria tentando te testar… Quero dizer, testar se você concordaria comigo, ao fazer eu a minha escolha. Num final de semana em que, mais uma vez fui desafiado a falar a um grupo de jovens sobre um tema que me empolga – o tema da Criação divina – o diálogo que à mente me vem agora me veio também em minha preparação. Eu me refiro ao diálogo registrado nas páginas do livro de Jó. Trata-se, reconheço, de um estudo reincidente na minha cabeça. 'Inda mais agora, nesta semana, em que certo colega me brindou com um link pela internet, exibindo o estupendo ensaio de abordagem que Ray Comfort  desenvolveu, sobre o mesmo tema, com estudantes e professores universitários nos Estados Unidos – sucessão de pertinentes diálogos.

O diálogo a que me refiro está nas páginas bíblicas, no livro de Jó, nos capítulos 38 a 41…  Bem, devo reconhecer que ali não há um diálogo com todas as características peculiares. Afinal, desde o início da "Via Crucis" de Jó, ele e seus três primeiros amigos falam muito; o amigo mais novo – Eliú – fica calado até não terem mais o que falar, e Deus a tudo presencia. No capítulo 32, depois de constatar que Jó e os três primeiros amigos esgotaram seu repertório de argumentos, Eliú começa a falar… Por sinal, sendo o mais novo de todos, incorre numa contingência de exceção quando desafia as cãs, quanto ao repositório de sabedoria (Jó 32.6-10). Porque, o normal e mais usual é que com as cãs esteja a sabedoria; mesmo a Escritura o ensina. Mas, até para esta regra há exceção, quando os anos, longe de significar experiência sábia, costumam acumular outro tipo de acervo. Mas, Eliú, respeitando como se deve respeitar as cãs, esperou que todos falassem tudo quanto tinham para falar, e só depois ergueu sua voz.

E Eliú fala com voz profética! Fala com autoridade! Faz justiça a Deus, faz justiça a Jó (tanto quanto possa este reivindicar justiça em si) e faz justiça aos fatos. Tanto é que nenhuma reprimenda sobrou para ele, quando Deus tomou a palavra (ao contrário dos três primeiros amigos, e do próprio Jó).

Quando Deus começa a falar, esse "diálogo" não poderia ter mostrado outra cena; nenhuma outra seria cabível: todos se calam!
O que diz Deus? Ah! Confesso que só uma leitura de "peito aberto" por toda a porção do livro – os capítulos 38 a 41 – mostrariam um enredo claro e apropriado. Ainda assim, é possível fazer alguns destaques…

Por exemplo, os desafios :
"Quem é este que escurece [tolda] os meus desígnios com palavras sem conhecimento? " (Jó 38.2, ARA)
"Onde estavas tu, quando eu lançava os fundamentos da terra? Dize-mo, se tens entendimento" (Jó 38.4, ARA) 
E aí, imediatamente, percebe-se uma sucessão de questionamentos de fazer corar qualquer humano, mortal que é, mesmo que esteja entre exemplares tais quais Albert Einstein, Isaac Newton, Blaise Pascal, ou qualquer outro  "luminar" que seja.

Se você for lá, ao Livro Sagrado, conferir essa sucessão, não se esqueça de tentar construir a cena em sua imaginação: cinco homens sentados sobre a terra da entrada da cidade, três deles falando com o mais elevado "ar professoral", e um deles com o corpo moído em dores (físicas e espirituais) e repugnado em chagas, da cabeça aos pés.

É como se Deus, aparentemente ignorando o horror da moléstia e a opressão das acusações, ainda dissesse:
– O Que você entende da criação distante, que apenas seus olhos podem ver?
– O que você entende da criação próxima, que também suas mãos e pés podem tanger?
– O que você entende dos mistérios da vida e dos meus propósitos, mesmo que esteja sofrendo, e sendo injustamente acusado?
– O que você entende dos meus propósitos para com a sua própria vida?
– Como você se arvora, e se atreve a questionar os meus desígnios, ainda que te pareçam incompreensíveis?

Num dado momento, parece que Jó percebeu sua indignidade e o seu atrevimento. Parece que até tentou estancar a catilinária divina (vide o início do capítulo 40). Mas, como se a mostrar que ainda não tinha acabado, continua Deus, mesmo admitindo que Jó viesse a participar do diálogo:
"Cinge agora os teus rins como homem; vou interrogar-te, e tu me responderás " (Jó 40.7, BCF).
E seguem-se mais algumas perguntas e considerações de emudecer (onde foi parar o diálogo?)…
"Acaso anularás, tu, o meu juízo? Ou me condenarás, para te justificares? " (Jó 40.8, ARA).  
"… quem, pois, é aquele que ousa erguer-se diante de mim? Quem primeiro me deu, para que eu haja de retribuir-lhe? Pois o que está debaixo de todos os céus é meu." ( Jó 41.10-11, ACRF).  

É meu, Jó! É meu, homem, mulher, do século XXI. Tudo, no céu, na terra, nos mares e debaixo da terra. Tudo é meu!
Toda vida é minha, e a morte também é minha – minha serva! 
Sa, jogar pérolas aos porcos é responder inutilmente a insensatez ímpia (Mt 7.6), é viável deduzir que Deus se deu ao trabalho de falar tão profundamente, tão confrontadoramente com Jó, porque o amava, e porque tinha especial consideração para com ele. Bem, pelo que narra o capítulo 42, sabemos disto com certeza. Mas, mesmo que não nos fosse dado saber o que narra o último capítulo do livro, somente sob essa hipótese se justificaria ter Deus gasto tempo inquirindo a Jó.
Deus o amava, a despeito de todo o sofrimento pelo qual passou. Não vale a pena inverter os papéis: o"banco dos réus" não foi feito para Deus; Ele não cabe naquele "banco", que tem a exata medida para cada um de nós.
Mas, como Deus também nos amou, ainda que nos deixe sob certo sofrimento e angústia, Ele nos tirou do banco dos réus, e colocou nele o Seu próprio Filho, em substituição a nós.
Portanto, por que contender com Deus, seja em palavras públicas, seja em pensamentos privados?
Deus começou a mudar a sorte de Jó enquanto ele orava a Deus. 
"… e o Senhor aceitou a oração de Jó " (Jó 42.9, ARA).  
"Quando a tempestade ruge, com o seu feroz bramir,
Quando as nuvens se acumulam, raios mil a refulgir
Do trovão, um som tremendo faz-se ouvir e com pavor…
Mas, por sobre a tempestade  soa a tua voz, Senhor! "

Não se aflija! Deus sabe o que faz!!! Lá, por sobre tudo e todos, Ele continua soberano e amoroso!
Ele é Deus !!!

Hoje vai uma composição contemporânea; belíssima, por sinal.
Seu título empresta título à nossa mensagem de hoje, também…

QUEM
Guilherme Kerr Neto (1953…)

Quem, com a palma da própria mão, mediu o imenso e infinito mar?
Quem, na balança e com precisão, a terra inteira escolheu pesar? 
Eterno Deus, Deus de poder – quem pode a tua intenção conhecer? 
Terno Senhor, Deus – Todo Amor, quem pode o teu coração decifrar?
Teus caminhos sondar e conselhos te dar? …
Deus, soberano Rei; Deus poderoso…

Quem, bem da palma da própria mão, tirou o vento e espalhou o mar? 
Quem, cada estrela na escuridão do véu da noite, mandou brilhar?
Deus Criador, Deus – toda luz, vem, nossas trevas, Senhor, dissipar…
Deus Redentor, Cristo Jesus, faz nossos passos teus passos trilhar…
Tua voz preferir, teus conselhos seguir!
Ó Deus triúno, Pai, Filho, Espírito
Amém! 

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Ulisses

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N° 118 : “ANTES QUE SEJA TARDE”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 18 de Agosto de 2013

"Não deixe para amanhã o que você pode fazer hoje! "
Foi assim, pelas repetidas vezes ouvidas, que aprendi ser o ditado. Eu acho até que ele deveria ter uma variante mais imperiosa, mais imperativa: "Não deixe para amanhã o que você DEVE fazer hoje!" Pois bem! Parece que a gente nunca aprende. 'Inda poucos dias atrás, comentava com o colega, Rev Guimarães (por quem sou honrado quando lê estas toscas linhas – ele mesmo um habilíssimo manejador das letras, tanto em prosa quanto em poesia, com ou sem música) que era meu plano dar uma ligada ao eminente Rev. Odayr Olivetti, lá em Águas da Prata; a intenção seria a de compartilhar novidades quanto a idéias já compartilhadas tempos antes, e solicitar suas valiosas contribuições (ele, também um leitor frequente de O Bem & o Mal de Cada Dia, até então). Mas, qual o que!  Ao chegar de viagem do interior, cerca de uma mais meia hora atrás, sou colhido de surpresa com notícia que tem dois lados no tocante aos sentimentos: Deus resolveu que ontem deveria ser o dia de chamar à sua augusta presença o eminente mestre, investindo-o na recompensa dos remidos. Por conta disso, um nome (e respectivo endereço de email) a menos mostra-se em minha provisória lista de remessa…

Rev .Odayr nasceu em Rio Claro, SP, no dia 28 de Maio de 1928. Era casado com dona Azená, sua fiel companheira desde 1954, ano em que também foi ordenado ao sagrado ministério da Palavra de Deus. Pastoreou os campos missionários de  Nanuque e Teófilo Otoni, em Minas Gerais, assim como Porto Alegre (RS), todos pela Junta de Missões Nacionais da IPB. Foi também um dos pioneiros missionários estrangeiros, ministrando no Chile na década de Cinquenta. Pastoreou na cidade de São João da Boa Vista, SP, onde seu corpo passou, desde ontem, a aguardar o dia da Ressurreição final. Foi professor no Seminário Presbiteriano do Sul, em Campinas, foi diretor do Instituto Cristão de Castro (PR), e deixa um rastro de obras importantes, escritas com uma pena que mostra raridade na combinação das letras e até das rimas. Dona Azená, com quem falei agora há pouco, nutre essa duplicidade de sentimentos: a tristeza pela perda agora, e a consolação pela sólida esperança do reencontro, no dia vindouro do Senhor. Maranatha!

E assim é: minha intenção de falar com o nobre servo de Deus se frustrou, fazendo-me lembrar do ditado acima rememorado. Mas, é assim a vida. Há tantas situações em que acabamos nos arrependendo por não ter efetuado o ato pensado no tempo oportuno e necessário… Depois, a oportunidade passa.

Aliás, encontramos no Livro de Deus, fortes e oportuníssimas admoestações nesse mesmo vetor.
Aos jovens, por exemplo, a Escritura exorta:
"Lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais dirás – não tenho neles prazer; " (Eclesiastes 12.1, ARA – e vale a pena ler, ou reler o restante do capítulo).

Em outras  palavras: Lembra-te do teu Criador, ANTES QUE SEJA TARDE !

Entre Quinta-feira e hoje, rodei perto de mil quilômetros dessas belas estradas que temos em Minas. Na ida, duas interrupções prolongadas, várias ambulâncias de resgate, por conta de dois acidentes sérios, que certamente ceifaram vidas de alguns jovens… Na volta, mais uma prolongada interrupção, resgate até com helicópteros. Por que deixar para lembrar do Criador quando for tarde?

Outro exemplo se refere a certo homem, personagem de uma das parábolas de Jesus, que amontoou muitos bens e riquezas em torno de si, mas não teve tempo para preocupar-se com aquEle que lhas deu. Aliás, disse ele, de si para si mesmo – Ah! Nos meus depósitos há muitos bens, para muitos anos; agora, minha alma, come, bebe, e folga-te! . Concernente a ele, para exprimir seu ensino, disse o Soberano Mestre:
"Insensato! Esta mesma noite a tua vida será exigida; então, para quem ficará tudo o que você preparou? " (Lucas 12.20, NVI). Se você não concordar comigo, paciência. Mas, eu digo que vejo aí o mesmo teor de advertência – Lembra-te do teu Deus, teu Provedor, àquEle que te dá e te preserva a vida, ANTES QUE SEJA TARDE!

Falando acerca da hora oportuna para executar determinado ato (no momento em questão, Jesus estava para restaurar vista a um cego de nascença), o Filho de Deus usou uma singular figura de linguagem para admoestar:
"Enquanto for dia, cumpre-me terminar as obras daquele que me enviou. Virá a noite, na qual já ninguém pode trabalhar." (João 9.4, BCF).

Por fim, quanto à transitoriedade da vida neste mundo, a segura perspectiva da vida porvir, a diferença crucial que pode cercar aqueles que refletem sobre este porvir com ou sem a segurança que foi posse acertada, por muitas décadas de vida de Odayr Olivetti (assim como de muitos outros), a Palavra de Deus adverte ainda:
"Na qualidade de colaboradores seus [i.é, de Cristo], exortamo-vos a que não recebais a graça de Deus em vão. 
Pois ele diz: Eu te ouvi no tempo favorável e te ajudei no dia da salvação. Agora é o tempo favorável, agora é o dia da salvação 
" (II Coríntios 6,2, BCF).

Prá não deixar dúvidas de que é necessário, é urgente, é premente considerar a salvação ANTES QUE SEJA TARDE, o texto sagrado usa o mesmo advérbio de tempo – agora – por duas vezes. Nada é tão sério quanto isto. Trata-se da mesma seriedade, urgência, premência que levou o profeta a advertir, em nome de Deus:
"Buscai ao SENHOR enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto." (Isaias 55.6. ARC). Se me fosse dada a permissão de fazer um acréscimo, apenas para enfatizar a advertência, eu apenas diria: ANTES QUE SEJA TARDE!

Pois muito bem! Não poderei contar com as contribuições do nobre Rev. Odayr para minhas pretensões – Deus o chamou para Si; bendito seja o Nome do Senhor!
Mas, os jovens podem se lembrar do Seu Criador, ANTES QUE SEJA TARDE; os que amealham lá seus bens (nada contrário a isto), podem voltar, com justiça e reconhecimento, àquEle que lhes valeu por provimento, ANTES QUE SEJA TARDE; os que ouvem (mesmo lendo) a palavra do evangelho da salvação podem voltar, no agora mais oportuno da vida, seus ouvidos ao Redentor, ANTES QUE SEJA TARDE; e, quem pensa que um dia pode precisar de Deus, o Senhor, supondo insanamente que nem todo dia precisa, pode buscá-lo e invocá-lo, ANTES QUE SEJA TARDE!

Boa semana, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ACRF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 117 : “ONDE ESTÁ A VOSSA FÉ ?”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 11 de Agosto de 2013

Na qualidade de mensageiro da Palavra de Deus, foram várias as vezes em que entrei num hospital para efetuar visitas. Enfermarias simples ou apartamentos mais requintados… Unidades do SUS ou unidades particulares… Mesmo em UTI's, não raramente. São muitos casos, armazenados na memória, cujos detalhes até podem estar já se perdendo com o tempo, em função do caráter deletério desse arquivo misterioso que chamamos de "memória". Casos que ensejaram a alegria de familiares, trazendo de volta ao lar seus queridos, ou casos em que a expectativa resultou no inesperado, levando estes ao Lar. Uma das lembranças: Quando o senhor Heitor foi internado, com aquele grave quadro de infecção pulmonar, sua família ficou muito triste. Entretanto, cristãos que eram, puseram-se a fazer o que qualquer cristão faria: buscar a face do Todo-Poderoso. Afinal, não é Ele quem, detendo todo o poder nas mãos, pode curar até com mera palavra oculta de seu mando? Visitei-o, tanto no apartamento, onde podia desfrutar da companhia da família, quanto na UTI, onde predomina a presença dos profissionais de saúde e dos demais casos graves. A igreja de Cristo se aliou à família na intercessão… Uns cristãos chegavam a declarar, "em nome de Jesus ",  que em breve ele estaria restabelecido. Entre duas fases de permanência no apartamento, uma na UTI; ao final, o retorno à terapia intensiva foi seu último ambiente, porque seu corpo não resistiu. Por que Deus não atendeu aos rogos da família e da igreja? Por que Deus não realizou o portento, se portento é com Ele mesmo? Por que não permitiu ao senhor Heitor viver mais?

Após uma semana recheada com circunstâncias diversas a refletir – um caso de precioso livramento num acidente de automóvel, um caso de severa apreensão produzida por fatos inesperados (ainda insolvidos), e mais outros – minha mente revolve várias passagens bíblicas de meu conhecimento. Por exemplos: 
"O anjo do Senhor acampa-se ao redor dos que o temem e os livra " (Salmo 37.4, ARA).
"Sê firme e corajoso. Não te atemorizes, não tenhas medo, porque o Senhor está contigo em qualquer parte para onde fores." (Josué 1.9, BCF).
"E tudo quanto pedirem em oração, se crerem, vocês receberão" (Mateus 21.22, NVI).
São, todas, passagens que infundem confiança e que reivindicam fé… E, o que é fé?
"Fé é a certeza de coisas que se esperam, e convicção de fatos que não se vêem", socorre-nos a definição sacra e inspirada ao autor de Hebreus (11.1, ARA). Bem, eu sei que estas passagens têm tratamento adequado, e não permitem uma aplicação, genérica ou  particularizada, à vontade do espírito humano, mas não me cabe, aqui e agora, encetar este tratamento.

Uma passagem, em especial, foi alvo de minhas reflexões maiores. Está em três evangelhos sinóticos, mas escolho, preliminarmente, o registro de Lucas: 
"Num daqueles dias ele subiu com os seus discípulos a uma barca. Disse ele: Passemos à outra margem do lago. E eles partiram. Durante a travessia, Jesus adormeceu. Desabou então uma tempestade de vento sobre o lago. A barca enchia-se de água, e eles se achavam em perigo. Aproximaram-se dele então e o despertaram com este grito: Mestre, Mestre! Nós estamos perecendo! Levantou-se ele e ordenou aos ventos e à fúria da água que se acalmassem; e se acalmaram e logo veio a bonança. Perguntou-lhes, então: Onde está a vossa fé? Eles, cheios de respeito e de profunda admiração, diziam uns aos outros: Quem é este, a quem os ventos e o mar obedecem?" (Lucas 9.22-25, BCF).
Um leitor pouco treinado nas profundezas da Escritura poderia arriscar palpites equivocados sobre o significado da pergunta de Jesus.

Naquela circunstância, o que seria a fé a se esperar deles? Confiar que o barco, tendo Jesus dentro dele, jamais iria soçobrar? Ou deveria ser a confiança de que, soçobrando, salvar-se-iam todos? Ou ainda, quem sabe, confiar que seria a tempestade estancada de repente, tal como aconteceu? Sumiu-lhes a fé, diagnosticou o Soberano Mestre e Redentor.

Considero aqui a definição de fé em Hebreus. Não me é dado espaço e tempo, no corpo desta singela mensagem, para desenvolver as provas do que vou asseverar, mas fa-lo-ei assim mesmo. Em hipótese alguma as "coisas que se esperam" e "fatos que não se vêem", naquele ensinamento, devem ser entendidos sob a ótica primária das expectativas humanas, dos seus sonhos, das suas aspirações. Não se permite, aqui, abrigar uma espécie de "fé" determinante, no sentido de que o desejo do coração se cumpre conforme a força mental confie que se cumprirá, ou seja, lá de que outra natureza for tal força. Não se trata de positivismo. Ao contrário, como ensina todo o contexto da passagem, "coisas que se esperam" e "fatos que não se vêem" se relacionam a promessas de Deus, feitas aos seus ancestrais (isto é, postas em Sua Palavra), que ainda não se haviam cumprido. Com fé, eles podiam se assegurar de que, mesmo parecendo demorado, Deus cumpriria tais promessas, que eram de natureza redentiva e histórica, mas não de natureza existencial e pessoal. Posto isto, não me parece lícito assumir uma espécie de "fé", sendo esta afastada do tom da Escritura, que almeja algo, acalenta no coração e na mente, e se exercita numa força interna e mística tal que, conforme o seu vigor, alcança o que espera. Deus não seria soberano, como é, se tal fosse verdade. "Ah! Eu tenho fé que Deus vai me dar aquele carro, aquela casa, aquele emprego, vida ao meu filho, levar-me seguro ao outro lado do mundo  – e de volta…". Se não der, se não fizer, sucumbe a fé, porque era falsa. Sendo assim, faz-se ainda mais pertinente o ensino complementar pelo apóstolo :
"Eia, agora, vós que dizeis: Hoje ou amanhã, iremos a tal cidade, e lá passaremos um ano, e contrataremos, e ganharemos. Digo-vos que não sabeis o que acontecerá amanhã. Porque, que é a vossa vida? É um vapor que aparece por um pouco e depois se desvanece. Em lugar disto, devíeis dizer: Se o Senhor quiser, e se vivermos, faremos isto ou aquilo. Mas, agora, vos gloriais em vossas presunções; toda glória tal como esta é maligna." (Tiago 4.13-16, ARC).

Visto desse ângulo, arrisco-me a dizer que a repreensão de Jesus deveria ser entendida, naquele dia e, quiçá, lida e entendida hoje, com sentido mais abrangente. "Onde está a vossa fé?", questionou o Senhor. Sabedores de que estavam com o Filho de Deus, o Autor e Consumador da fé e da salvação, poderiam, sim, usufruir o livramento, mediante a fé, se Ele o quisesse; lado outro, se Ele não o quisesse, e viesse a sobreviver sozinho, naufragando os discípulos, o livramento seria usufruído por estes de um modo diferente, glorioso, redentivo, definitivo, eternal, também sob a égide da genuína fé – alias, uma do tipo mais sublime. Porque, "preciosa é, aos olhos do Senhor, a morte dos Seus santos " (Salmo 116.15, ARA). Quando Deus livra, quando Deus cura, quando Deus arranca portentosamente de um hospital, quando Deus proporciona o que parece impossível, certamente há meios para robustecimento da fé. E, quando não o faz – porque, soberano é – a mais autêntica fé repousa em confiança de que o Senhor sabe o que faz, de que Seu maior e mais augusto galardão é a vida eterna, de que o maior dos livramentos é a transferência deste mundo vil para a glória do Cordeiro de Deus! Mesmo contra todas as tendências peculiares (e viciadas) da pobre natureza humana !!! Onde Está a Vossa Fé? – continua o Mestre a perguntar-nos…

O hino que hoje ofereço é mais um dos preciosos. Seu autor era oficial dos confederados na Guerra Civil norte-americana, tendo chegado à patente de major. Em batalha foi ferido gravemente, perdendo um dos braços, e sendo levado prisioneiro. No hospital, recuperando-se lentamente, um dia procurou algo para ler; achou um Novo Testamento. Tornou-se este uma leitura diária sua. Dias mais tarde, estava um jovem moribundo no mesmo hospital, e chamaram El Nathan, pseudônimo com o qual ficou conhecido, para orar com o jovem. Ele se recusou, dizendo não ser cristão, e o mensageiro se espantou:
– Me admiro; achei que você era um cristão, pois te vejo sempre lendo uma Bíblia…

Whittle, então, sem saber como faria, resolveu ir até o outro leito e recinto. Ao chegar, conta ele assim a sequência:
– Eu me ajoelhei ao lado daquela cama e tomei a mão daquele  jovem nas minhas. Com palavras contritas e alquebradas, confessei a Deus meus vis pecados e pedi a Cristo o seu perdão. Depois, intercedi fervorosamente por aquele jovem, enquanto ele apertava com a sua a minha mão. Pareceu-me com clareza que ele tomava como suas as minhas palavras. Quando me levantei, notei seu último suspiro, seguindo-se uma feição serena em sua face. Não posso me esquecer de que Deus o usou para fazer-me chegar definitivamente ao Salvador, enquanto usou a mim para levá-lo a confiar no precioso sangue vertido e encontrar perdão. Espero encontrá-lo no Paraíso.
Depois de sair do hospital, dedicou-se a contar as boas-novas da salvação e a compor hinos. Phillip Bliss, James McGranahan e até sua filha, May Moody, tornaram-se seus parceiros, musicando suas composições. Uma delas, a de hoje, na qual se apropria de uma das declarações do apóstolo Paulo, retratando uma faceta de sua vida na poesia…
 "Porque sei em quem tenho crido e estou bem certo de que ele é poderoso para guardar o meu 'tesouro' até o dia final." (II Tim 1.12)

I KNOW WHOM I HAVE BELIEVED, 1883
Eu Sei em Quem Tenho Crido
Daniel Webster Whittle (1840-1901)
Música de James McGranahan (1840-1907)

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Boa semana, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ACRF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 116 : “SAL E LUZ”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 04 de Agosto de 2013

"De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto."

Esta declaração, já famosa, foi pronunciada da tribuna do Senado Federal, então no Rio de Janeiro, precisamente em 17 de Dezembro de 1914, dentro da apologia de um requerimento do seu autor; era ele o senador baiano Ruy Barbosa de Oliveira (1849-1923). O mundo havia acabado de ver deflagrada a Primeira Guerra Mundial, e o Brasil acabava de empossar o paulista Venceslau Brás na presidência, que sucedeu ao gaúcho Hermes da Fonseca, e antecedeu o mineiro Delfim Moreira. No entanto, superando qualquer risco de se incorrer em anacronismo inconsequente, um leitor desavisado da época, autoria e procedência originais bem que poderia imaginar serem palavras contemporâneas, mormente no Brasil.

Das marcantes (e até chocantes) manifestações populares de Junho último, bandeira destacada era o protesto contra a corrupção. A internet se tornou um novo fenômeno desencadeador de levantes populares. Pouco depois, vêm a público notícias provocativas, relacionadas a políticos brasileiros: um senador (logo o que preside a casa) que usa aviões da força aérea nacional em interesses pessoais, como se fossem interesses nacionais; um deputado federal (logo o que preside a casa) que copia o ato do senador, e leva a família para a final da copa das confederações, do nordeste ao Maracanã, em aeronave idêntica; um governador que usa helicópteros do governo estadual como se fossem particulares… Que tempo, que ética, como disse o afamado jurista, filósofo e político romano Marco Túlio Cícero (106 a.C.- 43 a.C.), nada anacrônico tampouco.

Ninguém desafiou tão mais profundamente a corrupção das práticas e dos costumes humanos do que Jesus Cristo. Pensar que seus desafios se endereçaram apenas aos saduceus, políticos corruptos do seu tempo, que dominavam as estruturas do governo de Israel, subjugados na cumplicidade ao império romano, ou pensar que se endereçaram apenas aos fariseus, legalistas do seu tempo, que tinham preceitos na ponta da língua, mas desprezavam-lhes a essência, é ignorar o significado da vinda do Messias ao mundo.

Nada mais precioso para compreender a ética do magnânimo Mestre, o Filho de Deus, do que assimilar toda a substância dos seus ensinos no monumental Sermão da Montanha (Evangelho de Mateus, capítulos 5 a 7), aprendendo a sábia síntese que Ele produziu a partir do valor da eterna lei, sem subestimar o singular contraste que ele construiu a partir das deturpações que sobre ela – a Lei – os tempos foram acarretando, pela desídia dos homens. Essa síntese não abdicou do que é mais central na lei divina – a santa vontade de Deus para o ser, o pensar e o fazer humano; contudo, revestiu-a do elemento mais sublime que em Deus mesmo há – o Seu amor! Destarte, os preceitos relacionados ao homicídio, à oferta ou à esmola, ao adultério, aos juramentos, à retribuição por males estão demarcados pelo rigor que é próprio à Lei, mas também pelo amor que é da essência divina. Todo sacrifício, todo altruísmo, se não for realizado com discrição diante dos homens, tendo por alvo a  Deus somente, é inútil (Mateus 6.5-8 e 16-18). O esforço do trabalho não é desdenhado nem rejeitado, mas abandonar a confiança na provisão divina, como se Dele não procedesse qualquer êxito pelo esforço, é insano (Mateus 6.25-34). O julgamento do próximo deve ser comedido, porque, quem é isento diante de advertência tão pertinente quanto – "Por que vês tu o argueiro no olho de teu irmão, porém não reparas na trave que está no teu próprio" (Mateus 7.3, ARA) ?

Nesse sermão, a hierarquia de objetos do valor passa por uma percepção que se opõe à que comumente se pratica no mundo: esta tem, no topo da hierarquia o "eu" mais soberano; depois, empatando na mesma camada, o "meu” e os "meus"; no fim, quando muito, Deus, deixando durante o percurso os semelhantes, como meio para satisfação dos que estão no topo. Lá, com o sermão do Mestre, aprende-se a rota da inversão: no topo, ocupando um "primeiro lugar" soberano e absoluto, Deus! O "eu", o "meu” e os "meus" vão para o fim da fila de prioridades em valores; antes disto, vem a família e mesmo os semelhantes. Que ética desafiadora!  Amar  inimigos?  Orar por algozes e perseguidores?  Onde já se viu isso? Quem jamais ensinou isso, com a propriedade e a autoridade de ter feito exatamente assim, no antes, no durante e no depois?  

Cabe nesta linha de percepção a leitura das "Bem-Aventuranças" (Mateus  5.2-11)… Há renúncia, há dificuldades, há adversidades a enfrentar, mas o Pai Celeste está acima de tudo, tudo contempla, e tem recompensa futura…

O Pai Celeste sabe de cada uma das necessidades dos que estão sob Seus cuidados (Mateus 6.30-33).

Em matéria de boas dádivas, ninguém supera o Pai Celeste (Mateus 7.10).  

Nesse áureo texto, Jesus reconhece que o mundo está a carecer de sal e luz, para contrastar com a podridão e as trevas que nele residem. E compromete uma parcela dos que nele habitam – precisamente os que são dispostos a seguir-lhe os ensinamentos – a exercer esse necessário papel no mundo. Então, não há muito como esperar que o quadro diagnosticado por Ruy Barbosa tenha significativas mudanças. Mas isto não importa ao Mestre; antes, importa que os seus façam o seu papel, Não há como esperar significativas mudanças éticas da classe política, dos segmentos financeiros, da classe empresarial, dos dominadores, dos legisladores, dos julgadores, etc… Que se façam muitas passeatas, muitas manifestações, e alguns paliativos, algumas maquiagens podem até ocorrer… Mas, mudanças de significação eu não espero, porque "enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?" (Jeremias 17.9, ARA)  Mas há muito que esperar dos que levam a sério os desafiadores ensinos do Redentor divino; esses ensinos estão na rota da contracultura humana; por isto são tão desafiadores. Daí que, como afirmou o Senhor, "se a vossa justiça não exceder  em muito a dos escribas e fariseus, jamais entrareis no reino dos céus" (Mateus 5.20, ARA).

Eu até me atrevo a dizer: é no Sermão do Monte que encontramos a mais bendita síntese, o mais augusto manual ético que pode prover antídoto ao vero diagnóstico do eminente jurista e senador baiano de outrora. Mas, quer saber? Nenhum efeito terá, nenhuma eficácia fará, se houver também atenção à ressalva que o Divino Pastor assinalou dentro do mesmo sermão. Sei que eu poderia reproduzir a ressalva aqui; mas, se você leu até agora, fica um desafio, caso haja a curiosidade  – que ressalva é?
Pois então confira pessoalmente em Mateus 7.24-27, em qualquer versão bíblica que esteja ao seu alcance. Se você não conferir, perderá a "cereja do bolo".

Interessante a mensagem da música do Paulo Cezar (Grupo Logos) que se encontra logo abaixo! 

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Boa semana, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15)!
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ACRF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional