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Author Archives: Priscila

N° 134 : “ESPERANTO”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 15 de Dezembro de 2013

“Esperanto” é uma palavra original, mas procede da tentativa de aglutinar seu sentido a partir de vários idiomas. Significa “aquele que espera…”. Procede do italiano speranza (que tem suas raízes no Latim), do francês espérance, do espanhol esperanza, do romeno speranţă, e até do nosso português esperança. É a palavra que dá o nome a um idioma moderno, planejado e projetado. O dia 15 de Dezembro (hoje), dia do nascimento de Ludwig Lázarus Zamenhof (1859-1917), seu criador, é considerado o Dia Mundial do Esperanto. Esse idioma foi idealizado pelo famoso judeu-polaco, médico de profissão, linguista de devoção. Ele próprio, além do Esperanto, dominava Hebraico, Ydiche, Russo, Polonês, Alemão, Francês, Latim, Grego e Inglês, mas não tiraria notas muito baixas igualmente em Italiano, Espanhol e Lituano.   Numa época de muitas revoluções, conflitos culturais, demandas por fronteiras, Zamenhof raciocinou : “Não procedem os grandes desentendimentos da humanidade de sua incapacidade de comunicar-se num único idioma?  Se tivéssemos uma língua unificadora no planeta, certamente os esforços pela paz e pela harmonia dos povos seria coroado de êxito”. Assim nasceu, foi ‘construído’ o novo idioma, com o objetivo de unificar a linguagem entre os povos, os seres humanos. Como nasceu ele em 15 de Dezembro, ficou sendo este o dia internacional da novidade. Ele mesmo se incumbiu de traduzir todo o Antigo Testamento – a ‘Bíblia Hebraica’, para o Esperanto. Por estar convencido de que os esforços de cunho nacionalista prejudicam a busca da harmonia universal, deixou de participar do movimento sionista, que começou no final do século XIX. No Brasil, o Esperanto encontrou um bastião de defesa no movimento de Alziro Zarur – a Legião da Boa Vontade. Instituições congêneres, em outros países, também promovem a língua, por causa do seu fator, digamos, ecumênico. No entanto, Zamenhof morreu sem ter evidências que sustentassem a esperança de ter o Esperanto como idioma universal. Se estivesse vivo ainda hoje, talvez mais desapontado estivesse.

Esta história de diversidade linguística, quer creia, ou não, você que me lê, começou na época do controverso Dilúvio bíblico (controverso para muitos, não para mim). Conta-nos Moisés, o grande líder hebreu, estribado no conhecimento que o próprio Deus lhe concedera, que houve um dilúvio universal. Por “universal” quero estipular: a Bíblia de fato testemunha que as águas cobriram toda a terra de então. É possível que o Everest, com seus 8.848 metros de altitude (em relação ao nível de superfície Oceano Índico) ainda não estivesse formado, tal como hoje; é também possível que a Fossa Mariana, com seus 11.034 metros de profundidade (em relação ao nível de superfície do Oceano Pacífico) ainda não fosse tão funda. Não obstante, o que nos assegura a Palavra de Deus, é que todos os montes de então foram cobertos, e toda forma viva que respirava o ar de então foi exterminada, exceto Noé, sua família, e os animais que ele abrigou na arca. Está tudo lá, no livro de Gênesis, entre os capítulos 6 a 9: “Prevaleceram as águas excessivamente sobre a terra e cobriram todos os altos montes que havia debaixo do céu. Quinze côvados acima deles prevaleceram as águas; e os montes foram cobertos. Pereceu toda carne que se movia sobre a terra, tanto de ave como de animais domésticos e animais selváticos, e de todos os enxames de criaturas que povoam a terra, e todo homem. Tudo o que tinha fôlego de vida em suas narinas, tudo o que havia em terra seca, morreu. Assim, foram exterminados todos os seres que havia sobre a face da terra; o homem e o animal, os répteis e as aves dos céus foram extintos da terra; ficou somente Noé e os que com ele estavam na arca (Gênesis 7.19-23, ARA).  Após o Dilúvio, com a tentativa dos homens, de manter o controle sobre seu próprio futuro, e de construir sua fama para a posteridade, Deus lhes confundiu as línguas em Babel, e daí surgiu toda a diversidade : “Eis que são um só povo, disse ele, e falam uma só língua: se começam assim, nada futuramente os impedirá de executarem todos os seus empreendimentos. Vamos: desçamos para lhes confundir a linguagem, de sorte que já não se compreendam um ao outro. Foi dali que o Senhor os dispersou daquele lugar pela face de toda a terra (Gênesis 11.6-8, BCF).  Desde então, o que impera é a diversidade lingüística, e não há “esperanto” que tenha resolvido a barreira. Essa diversidade se tornou parte da intervenção divina na história humana.

Com a vinda de Cristo ao mundo, ou melhor, após sua vinda, com seu retorno ao céu, sinais claros de que a maldição em forma de diversidade lingüística de Babel seria revertida já foram dados no Pentecoste (Atos 2).  Esse evento aponta para futuro próximo, no qual uma multidão há de se colocar ante o Rei Jesus… Essa multidão, oriunda de várias etnias e idiomas do mundo, se reunirá triunfalmente para entoar louvores de vitória perante o Cordeiro de Deus, conforme nos antecipa a profecia: “Ao nosso Deus, que se assenta no trono, e ao Cordeiro, pertence a salvação. Amém! O louvor, e a glória,e a sabedoria, e as ações de graça, e a honra, e o poder, e a força sejam ao nosso Deus, pelos séculos dos séculos. Amém! “ (Apocalipse 7.10,11, ARA).

Isto é que será autêntico “esperanto”!  Afinal, não procede toda a desídia, discórdia e desgraça humana da falta de um único idioma?… Pelo menos, não foi o que sonhou Zamenhof? Pois Deus faz melhor: Ele há de unificar a voz de um grande coro, a multidão, proclamando este hino de triunfo, de uma vez por todas e prá sempre!
Um detalhe: Estarei por lá, no meio daquela multidão…
Você, você mesmo, estará também? Ao menos quer estar? Há esperança, para o ‘esperanto’ (“aquele que espera…”).  

A mensagem musical de hoje corresponde àquele cântico, numa só língua e uma só voz. Ouça uma preliminar, gravada no Brasil no início da década de Setenta. 

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Abraços, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15)
Ulisses
 

Notas das citações bíblicas:
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ACRF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 133 : “PARA PERDEDORES”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 08 de Dezembro de 2013

Ted Turner (Robert Edward Turner III, nascido em 1938) sempre aparece na mídia. Há poucos dias, apareceu por causa do seu 75º aniversário. É conhecido como magnata da mídia: em 1980, criou a CNN, primeiro canal de TV a cabo dedicado a notícias. Ao criá-lo, soltou uma de suas mais antigas “pérolas”: “Vamos permanecer no ar, até que o mundo acabe; e, quando acontecer, vamos estar lá, fazendo a cobertura do fim do mundo, ao vivo – vai ser nosso último evento. Prá fechar a programação, vamos tocar ‘Mais Perto Quero Estar, Meu Deus de Ti ”. Isto não é lenda; está gravado. Você, meu caro leitor, avalia quão sério ele estava falando. Daí prá diante, não parou com suas pérolas. Casou-se três vezes, sendo o último casamento o mais badalado, com a atriz Jane Fonda. Mas, sempre disse às suas mulheres que estavam em terceiro lugar na sua vida, depois dos negócios e do seu veleiro.  Até 2011, gabava-se do fato de ser o maior proprietário de terras nos Estados Unidos. Já foi eleito o “Homem do Ano”, pela revista Time. Depois disso, soltou outra de suas ‘pérolas’ : “Sou um homem da mesma classe que Alexandre o Grande, Napoleão, Ghandi, Jesus Cristo, Maomé, Buda, George Washington, Roosevelt e Churchill”. Só! A propósito, uma outra de suas pérolas foi – “Se eu fosse um pouquinho mais humilde, eu seria perfeito!”.  Outra delas: “Nós, seres humanos, somos apenas chimpanzés, com dois por cento a mais de inteligência, e um pouco menos de pelos”. Mas, há quem diga que a maior de suas pérolas foi, quando igualmente laureado como ‘Homem do Ano’ pela Associação Humanista Americana, afirmou: “O Cristianismo é uma religião para perdedores!Ainda que se tenha desculpado publicamente com os cristãos, ao depois, poucos duvidam de que continuou assim pensando. No entanto, ao completar seus 75 recentemente, declarou à sua CNN: “Ultimamente tenho pensado muito que, se há um inferno, não quero ir prá lá; prefiro ir para o céu”. Por isto, acrescentou, “tenho orado de vez em quando, pois pode haver lá por cima alguém que escute”.

De uma certa maneira, Ted Turner tinha razão, e penso que errou na motivação e no sentido, mas não nas palavras: o Cristianismo é uma religião  para ‘perdedores’. Senão, vejamos o que diz aquEle que, quando veio ao mundo, efetuou o upgrade, a partir da religião predecessora.  

  • Quanto ao cumprimento do seu propósito redentivo, Jesus Cristo afirmou que veio ao mundo para perder a Sua própria vida, em favor daqueles aos quais veio doar vida – O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e para dar a sua vida em resgate de muitos” (Mateus 20.28, ARC); “Ninguém ma tira de mim [a minha vida], mas eu de mim mesmo a dou; tenho poder para a dar, e poder para tornar a tomá-la. Este mandato, recebi de meu Pai (João 10:18, BCF).  A única pessoa, neste mundo, que tinha todos os direitos de exigir os Seus direitos, perdeu-os, por Sua causa mais sublime. Foi o primeiro ‘cristão’ a atestar o que, tempos depois, diria Turner (ainda que divergindo no sentido).
  • No tocante aos bens que um homem pode amealhar (a propósito, estima-se que a fortuna pessoal de Ted Turner esteja em torno de dez bilhões de dólares), Jesus Cristo disse: “Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Que daria um homem em troca de sua alma?” (Marcos 8.36,37, ARA).  Faz sentido o que disse Turner (embora não fosse o que queria dizer)… O cristão é alguém que, se preciso for (e comumente ocorre, embora não compulsoriamente), dispõe-se a perder qualquer coisa deste mundo, em face dos galardões da eternidade.
  • No tocante ao contraste entre a vida presente e a vida eterna, disse Jesus Cristo: “Digo a vocês, na mais pura verdade que, se o grão de trigo, ao cair na terra, não morrer, há de permanecer só. Mas se morrer, há de produzir muito fruto. Eis que aquele que ama excessivamente a sua vida, há de perde-la; por outro lado, aquele que amar menos a sua vida neste mundo, há de plantá-la para a vida eterna” (João 12:24-25, tradução minha, parafraseada).
  • Mesmo quando há alguma questão que discute razões e direitos, se preciso for, para sustentar a paz e defender a unidade e a harmonia, o princípio ético é o de perder a totalidade da razão  – “Se for possível, quanto depender de vós, vivei em paz com todos os homens” (Romanos 12:18, BCF). Esta máxima, um cristão segue para com todos os homens; quanto mais, com outros cristãos. Ela parece implicar em que, se não for possível a paz, não seja pela culpa ou omissão do cristão, que paga todo preço lícito para sustentá-la.  
  • Como uma última citação, dentre tantas que ainda poderia acrescer, menciono como o ensino do incomparável Mestre superou o dos maiores luminares. Sócrates, de Atenas (469-399 a.C.), disse – Conhece-te a ti mesmo!; Zenão, de Eléia (490-430 a.C.), disse – Domina-te a ti mesmo! Mas, o maior de todos disse – Renuncia-te a ti mesmo! : “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome cada dia a sua cruz, e siga-me!” (Lucas 9.23, ARC).

Ei, alguém aí poderia dizer ao Ted Turner – você está certo!O Cristianismo, é mesmo, uma religião para perdedores (neste mundo)! Uma religião que leva alguém, andando muito próximo da estatura ideal preconizada por Cristo, dizer – “Longe esteja de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim, e eu, para o mundo“ (Paulo, em Gálatas 6.14, ARA), é mesmo religião de “perdedores”. Aliás, se alguém que ler estas reflexões, pensar ao menos um pouco como Turner, a ele sugiro repensar, com Cristo!

Assinado: Um ‘perdedor’!

A mensagem musical de hoje foi composta por uma mulher cristã numa ocasião desafiadora. Dotada de voz muito aclamada e de apresentação empolgante, propôs a si mesma, após sua conversão, que sua voz e sua música seriam dedicadas a Cristo Jesus; por isto, ‘perdeu’ várias oportunidades de sucesso musical no mundo artístico. A própria Warner Bros insistia com ela, pouco antes de compor o hino, para dividir seu talento com a música não-cristã. O hino é uma espécie de resposta ao atrativo apelo. Por outro lado, quem canta é Jake Hess. Ele canta numa ocasião de sua vida em que, pela lógica e pela medicina, já não deveria estar vivendo. Daí, os desconfortáveis aplausos do público que o conhecia e amava. Acompanhe, com o nosso reprodutor online de áudio, tendo, abaixo, a letra, em inglês e português.

TOO MUCH TO GAIN TO LOSE (1968)
MUITO A GANHAR PARA PERDER
Dottie Rambo (1934-2008)

Too many miles behind me
Muitas milhas ficaram para trás de mim
Too many trials are through
Muitas tentativas foram superadas
Too many tears help me to remember
Muitas lágrimas ajudam-me a relembrar
There's just too much to gain to lose
Há simplesmente muito a ganhar, para perder…

Too many sunsets lie behind the mountains
Muitos crepúsculos jazem por trás dos montes
Too many rivers my feet have walked through
Muitos rios meus pés tiveram que atravessar
Too many treasures are awaiting over yonder
Muitos tesouros me aguardam adiante 
There's just too much to gain to lose
Há simplesmente muito a ganhar, para perder…

I’ve crossed the hot burning desert
Eu tenho atravessado o deserto escaldante e abrasador
Struggling the right road to choose
Lutando na reta estrada a trilhar
Somewhere up ahead there's cool clear water
Em algum lugar, lá em cima, há água límpida e refrigeradora
And defeat is one word I don’t use!
E ‘frustração’ é uma palavra que eu não uso!
 

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Abraços, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15)
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ACRF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 132 : “QUANDO DEUS FALHA…”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 01 de Dezembro de 2013

O título desta mensagem é instigante – eu sei! Não é uma interrogação; antes, é uma afirmação. Diz respeito àquelas diversas situações da vida em que o anseio que qualquer de nós nutre, durante certo tempo, se mostra frustrado de repente. Pois, se não, vejamos: quando uma família inteira – esposa e filhos, sem contar pais e outros familiares – vai acompanhando a trajetória de um varão em seus estudos superiores e, quando ele está perto de formar-se, ‘desaparece’ num súbito acidente, deixando viúva e filhos a dizer – “e agora, o que será de nós?”, não falhou Deus? ‘Inda mais se esses familiares são tementes a Deus, e dia-a-dia ajudam a colocar o futuro exercício profissional daquele varão diante de Deus… Vejamos mais: quando um pai e uma mãe, dias, semanas, meses e anos a fio, cultivam valores na vida de um filho, investem nele, até oram constantemente por ele, pelo seu futuro, mas ele resolve “chutar o balde”, um dia, dizendo a todos – “deixa eu viver minha vida”, não falhou Deus? Ou, outra situação: Quando um cristão, temente a Deus, ‘constrói’ tantas expectativas para o sonhado futuro que vai chegando, e vem a enfermidade, e parece que ele vai ter que lutar com ela (ou, contra ela) por muito tempo, não está Deus falhando? Vejamos mais uma só: quando uma esperada criança não vem ao mundo (ou, se vem, logo o deixa), para triste surpresa de todos que o pediram a Deus, não está, também, falhando Deus?

Há gente que assim pensa. E mais: por nutrir uma espécie de “fé” que é estranha ao ensino do próprio Deus, confusa entre tempos, circunstâncias, promessas e personagens, tão logo se lhe sucede o inesperado, logo põe em contas indevidas esse inesperado: se não julga que faltou fé, há de considerar que Deus falhou (ainda que o não diga…). Há um tipo de ‘fé’ assim, alheio ao que Deus mesmo ensina (e preconiza, e demanda). Por isto, tão logo a ocorrência contraria a expectativa humana, quem deve ser o ‘culpado’? Deus, certamente… (é o que o seu coração sentencia). “Ah! Mas eu fiz tudo tão certo…” (então, o infiel é Deus – conclusão única que sobra). “Ah! Mas eu só fiz reivindicar as promessas divinas…” (e, apropriando-se de promessas que não lhes pertencem, aos que assim ponderam só restará uma conclusão desafortunada: Deus falhou!). Prá piorar o quadro, constatando quanta gente errada há neste mundo, que parece não passar pelos mesmos infortúnios dos que esperam em Deus, tal constatação acaba por acentuar ainda mais as decepções com Deus. “Ah! Como pode ter Deus deixado passar tantos apertos aquele que estava a Seu serviço, que agia em nome Dele?” (falhou, de novo, Deus?).

Digo logo, para esclarecimento geral e refugo do escândalo iminente: eu uso a instigação do título acima, admitindo que seja essa a nossa sensação potencial quando “as coisas dão errado”, mas não creio que Deus falha; pelo contrário, creio que Ele NÃO falha. E, se tivesse que simplificar numa só afirmação todo o ‘rosário’ de razões que sustentam minha convicção, diria apenas: não falha, porque Deus é Deus!

Alguns lembram (já cobrando, indevidamente): “mas, não diz a Bíblia – “Deleita-te também no SENHOR, e te concederá os desejos do teu coração” (Salmo 37.4, BCF)??? Sim, é verdade! Mas o grande equívoco é pensar que os desejos do coração que Deus satisfaz podem ser aqueles de mera procedência (ou genitura) humana, sem prévia procedência Dele mesmo. Melhor é entender a promessa como ela deve ser entendida: na medida em que as nossas aspirações interiores se amoldam, se rendem, se sintonizam com o que agrada ao Senhor, com o que Ele pretende, é infalível que Ele satisfaça tais desejos. Não há nenhuma garantia da parte de Deus, de render-se – Ele próprio – aos desejos humanos que se fazem ‘soberanos’, não importando o que Deus queira. Não é assim não, minha gente. Alguns dizem, de modo muito equivocado – “Deus honra a quem o busca!”, pensando que Deus realizará os anseios humanos, no tempo e no modo que tais humanos aspiram, como se Ele fosse o ‘servo’. E, quando Deus não cumpre o esperado, falhou! Deus não honra a ninguém, a não ser ‘por tabela’, por decorrência, na medida em que Ele honra a Si mesmo; quando nos curvamos diante Dele, aprendemos o que significa essa honra; de onde ela provém… A quem ela se destina! 

O que estou asseverando não quer significar que nossas petições, nossas esperanças em Deus, na Sua provisão, na Sua Providência (ainda que dependa de um milagre, por estar fora do alcance da mão humana), não possam, ou não devam ser colocadas, insistente e confiantemente diante do Todo-Poderoso. Muito pelo contrário: podemos, e devemos. Mas, há segredos misteriosos do agir de Deus que pertencem a Ele mesmo. Por causa disso, há uma dimensão da fé que a maioria dos cristãos ainda não tem aprendido a cultivar: a fé que não reivindica promessas alheias (como as que se destinaram exclusivamente a Abraão, ou a Jacó, ou a Moisés, ou a Davi, ou a Elias, ou a Pedro, ou a Paulo, no tempo e nas circunstâncias particulares de cada um deles), mas que nutre a esperança de que Deus compartilha, com todos os que O temem, as promessas gerais da riqueza de Sua graça, e que atende, de modo particular, nossas petições na medida em que seja Ele, assim, honrado, glorificado; que Ele o faz no Seu tempo, e do Seu modo, porque “… o coração do sábio conhece o tempo e o modo ” (Eclesiastes 8.5, ARA). Veja bem:  “Quem teme ao homem cai em armadilhas, mas quem confia no Senhor está seguro” (Provérbios 29.25, NVI). Por esta razão, o ensinamento que não deve ser olvidado é : “Eia, agora, vós que dizeis: Hoje ou amanhã, iremos a tal cidade, e lá passaremos um ano, e contrataremos, e ganharemos. Digo-vos que não sabeis o que acontecerá amanhã. Porque, que é a vossa vida? É um vapor que aparece por um pouco e depois se desvanece. Em lugar do que devíeis dizer: Se o Senhor quiser, e se vivermos, faremos isto ou aquilo.” (Tiago 4.13-15, ARC).

Você se surpreende com Deus? Acha que Ele falhou em algum momento, ou pode falhar? Então, eu te pergunto: Quem, na mais pura verdade, é o seu ‘Deus’? É aquele mesmo, de que fala a Escritura Sagrada? Se for, eu digo mais – lembre-se, Deus é Deus! “Por que estás abatida, ó minha alma? Por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a Ele, meu auxílio e Deus meu.” (Salmo 42.5, ARA). Mais ou menos como diz o antigo hino :
Quando tudo perante o Senhor estiver, e todo o teu ser Ele controlar
Eis , então, que hás de ver, o Senhor, Seu poder, quando tudo deixares no altar!

A mensagem musical de hoje é de uma poetisa sacra de vasta produção. Uma de suas composições é cantada em programações de crianças há décadas no Brasil (Meu Deus é Tão Grande). Esposa de um ministro de Deus, filha de um ministro de Deus, ainda pequena foi encorajada pelo seu pai no sentido de respeitar os limites da soberania do agir de Deus,e confiar nEle. O hino de hoje é fruto de uma vida com tal tipo de experiência com Deus.

BUT I DO KNOW
Oh! Eu Não Sei, Senhor
Ruth Harms Calkin (1919…)

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Abraços, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15)
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ACRF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 131 : “UM ACRÉSCIMO AO GUANZI”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 24 de Novembro de 2013

Um livro de conteúdo especialmente dedicado à lembrança de um estimado servo de Deus, que já nos deixou, chegou às minhas mãos por estes dias. Foi escrito pela amorosa esposa, que a ele sobreviveu, em caráter de homenagem póstuma. Trata-se de uma obra de especial ternura. Entre os escritos que nele encontrei, chamou-me a atenção a reprodução de um dito do ‘Guanzi’. Na verdade, ‘Guanzi’ é a obra, uma extensa compilação de textos chineses do sétimo século antes de Cristo, produzida pelo erudito Guan Zhong. Há quem diga que os escritos compilados remontam a até 26 séculos antes de Cristo.

Eis como diz o texto que chamou minha atenção:

Se teus projetos são para um ano, semeia o grão…
Se são para 10 anos, planta logo uma árvore…
Se são para 100 anos, instrui o povo!
Semeando uma vez o grão, colherás uma vez; plantando a árvore, colherás dez vezes; instruindo o povo, colherás cem vezes;
Se deres um peixe ao homem, ele comerá uma vez; se o ensinares a pescar, ele comerá a vida inteira”. 

Esplêndido, não? Mas, sem ferir os direitos autorais do Guanzi (que, a esta altura, já se perderam sob o domínio público), atrevo-me a fazer um acréscimo, plagiando todo o texto restante. Ficaria assim:
"Se teus projetos são para um ano, semeia o grão…
Se são para 10 anos, planta logo uma árvore…
Se são para 100 anos, instrui o povo!
Se são para a eternidade, ouve de Jesus Cristo e da Sua Palavra!…
Semeando uma vez o grão, colherás uma vez; plantando a árvore, colherás dez vezes; instruindo o povo, colherás cem vezes;
Se deres um peixe ao homem, ele comerá uma vez; se o ensinares a pescar, ele comerá a vida inteira;

Se, além do peixe e do ensino da pesca, lhe ensinares sobre a eternidade, terá ele ouvido sobre o tempo e lugar em que jamais haverá fome, nem sede! ".

 

Pode até não ter ficado muito, digamos, poético. Contudo, ficou, digamos, completo. Pensar em projetos de vida para 365 dias adiante é bom; para dez anos, ainda melhor, ou, muito mais, se para a vida inteira. Mas, pensar em um projeto de eternidade é incomparável. Afinal de contas, o ‘dono’ da eternidade diz:

Eu sou o pão da vida; o que vem a mim, jamais terá fome; e o que crê em mim, jamais terá sede” (Jesus, em João 6.35, ARA). Mais adiante, no mesmo contexto bíblico, Jesus Cristo ainda declara que, ao dar a sua própria carne humana no sacrifício de crucificação que resultou da sentença romana pleiteada pelos judeus, esta ele oferecendo, num sentido figurado, uma autêntica nutrição espiritual para fins de alimentar a existência eterna; somente os que alimentam seu espírito da realidade conquistada por Jesus, em sua morte e ressurreição, recebem os dotes nutricionais inesgotáveis desse sacrifício:

Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão, que eu hei de dar, é a minha carne para a salvação do mundo” (João 6.51, BCF).

 

Se você está pensando em algum processo de antropofagia, está cometendo o mesmo erro de alguns dos céticos ouvintes daquele dia. Absolutamente. Jesus mesmo declarou a dissimilaridade desse tipo de nutriente misterioso – a sua carne – com os alimentos que os ancestrais dos judeus tomaram pelo deserto, quando vinham do Egito para tomar posse de Canaã (v. 58 do mesmo capítulo). A ausência de uma compreensão mais ampla do ensino da Escritura é que pode ensejar esse tipo de confusão. Não, não! Estava ele a falar de sua morte e ressurreição, em caráter redentor, expiatório, substitutivo, em favor dos que nele crêem. Mas, o fato fundamental é este, para o qual chamo destacada atenção: pode-se dar o peixe ao faminto; ele se fartará por um momento, mas terá fome outra vez… Pode-se ensinar ao homem a pescar, mas sejam forem os peixes que ele pesque, somente fartarão seu estômago temporariamente ainda. Mas, se deres a ele a Palavra de Deus (conquanto conheças a Palavra de Deus), se ele conhecer Jesus Cristo, o “pão da vida”, ele entrará pela eternidade, um dia, sem jamais dela sair, e nunca mais terá fome, nunca mais terá sede.

E um dos anciãos me falou, dizendo: Estes que estão vestidos de vestes brancas, quem são e de onde vieram? E eu disse-lhe: Senhor, tu sabes. E ele disse-me: Estes são os que vieram de grande tribulação, lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro. Por isso estão diante do trono de Deus e o servem de dia e de noite no seu templo; e aquele que está assentado sobre o trono os cobrirá com a sua sombra. Nunca mais terão fome, nunca mais terão sede; nem sol nem ardor algum cairá sobre eles, porque o Cordeiro que está no meio do trono os apascentará e lhes servirá de guia para as fontes das águas da vida; e Deus limpará de seus olhos toda lágrima “ (Apocalipse 7.16, ARC).  

A afirmação acima também procede do Senhor Jesus, e diz respeito àqueles, como diz o texto, que ‘lavaram e branquearam suas vestes no sangue do Cordeiro’. Você não está entendendo? Parece muito grotesco, estranho? Digo-te porque: é porque a realidade futura que estas palavras procuram descrever é, de fato, indescritível! ‘Lavar vestes’, ‘branqueá-las’, se referem à remissão dos pecados no sangue de Cristo, na cruz vertido. O ‘fruto da árvore da vida’, que alimentará os remidos para jamais terem fome, terá um sabor indescritivelmente mais doce e suculento que o mais saboroso fruto que se conhece; e as ‘fontes das águas da vida’, que os dessedentarão, terão águas mais límpidas e puras que as mais cobiçadas fontes naturais do planeta. Há três vertentes adiante deste ponto da minha mensagem: Primeira, a vertente daqueles que já ‘lavaram suas próprias vestiduras no sangue do Cordeiro’: pense no acréscimo que ousei fazer ao Guanzi – ensina ao homem faminto a pescar, se está ao alcance, mas ensina-lhe as Palavras da Vida Eterna, ‘quer seja oportuno, quer não’ (II Timóteo 4.2), enquanto há tempo para isto… Segunda, a vertente daqueles que querem assegurar, para si mesmos, um lugar especial junto ao Cordeiro: tome-O para si, aqui, enquanto há tempo (não há outro meio para tal garantia)… Por último, a vertente dos que pensam que, quanto a assuntos de eternidade, é melhor deixar para quando lá chegar: lamento, mas preciso dizer a estes que, se assim fizerem, o mais certo é que, mesmo tendo toda a eternidade pela frente, não se lhes dê um só momento para reconsiderar sua atitude insana.

O autor do nosso hino de hoje se deleitou nestas palavras do Mestre Jesus. Lembrou-se ele que a Escritura se refere ao dono da água que dessedenta eternamente, e do alimento que nutre eternamente, como o “lírio dos Vales” e a “Rosa de Sarom”. Daí, nesta composição enriquecida da notação musical, fala-nos do mesmo tema. Ouça, com o nosso reprodutor online abaixo … Segue, também, a letra com a tradicional ajudazinha de tradução…

PRAISE BE TO JESUS (1976)
Louvor Seja Dado a Jesus
Bill & Gloria Gaither (1936/1942…) 

Let him who is thirsty come to clear water
Que venha às águas límpidas aquele que está sedento
Let him who is hungry come, buy and eat…
Que venha aquele que tem fome, compre e coma…
For money can’t buy this cool living water
Porquanto o dinheiro não pode comprar esta água da vida refrigeradora  
Or this meal and honey so sweet!
Ou mesmo este alimento, e este dulcíssimo mel! 

Praise be to Jesus, the ‘Sweet Rose of Sharon’
Louvor seja dado a Jesus, a ‘Doce Rosa de Sarom’
Praise be to Christ, the Redeemer of men
Louvor seja a Cristo, o Redentor de homens
Praise to the King who is reigning forever
Louvor seja ao Rei que reina para sempre
The ‘Hope of the Ages’, my Master and Friend!
A ‘Esperança dos Séculos’, meu Mestre e Amigo!

Then, shall the light break forth into morning…
E então, que rompa a luz pela manhã…
Bringing beauty for ashes, strenght for the day
Trazendo beleza sobre cinzas, força para o dia
And hearts that were heavy shall stand in His presence
E corações, que vinham abatidos, ergam-se em Sua presença 
Wrapped in the garment of praise!
Cingidos na vestimenta do louvor! 

Praise be to Jesus, the ‘Sweet Rose of Sharon’
Louvor seja dado a Jesus, a ‘Doce Rosa de Sarom’
Praise to the Christ, the Redeemer of men
Louvor seja a Cristo, o Redentor de homens
Praise to the King who is reigning forever
Louvor seja ao Rei que reina para sempre
The ‘Hope of the Ages’, my Master and Friend!
A ‘Esperança dos Séculos’, meu Mestre e Amigo! 

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Abraços, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15)
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ACRF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 130 : “QUE SINA É ESTA?”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 17 de Novembro de 2013

Pergunto preliminarmente: a cena que vou imediatamente descrever – você já passou por ela? Se passou, foi como autor (independentemente do grau ou intensidade) ou como vítima (idem)? Digamos: você está sentindo que pode ultrapassar um veículo, e começa a fazê-lo… Depois que começou, ele acelera, a ponto de te impedir de consumar o ato. Já viu isso? Já fez isso? Já sofreu esse incômodo? Um amigo meu, mais que mero amigo, vinha do sul da Bahia, com a esposa e uma filha dentro do carro – daqueles, de motor ‘um-ponto-zero’. Era o anoitecer de um dia da semana, e aproximou-se de uma carreta que descia uma das retas já no trecho mineiro da ‘Rio-Bahia’. Calculou, de acordo com a velocidade de ambos e potência do seu motor, e colocou, então, seu veículo na faixa da esquerda, para ultrapassar a carreta; mas, depois que começou a operação, notou que a carreta estava vazia… Como notou isto? Porque bastou iniciar a operação de ultrapassagem, e a carreta (isto é, seu ‘chauffeur’) conseguiu acelerar a ponto de praticamente se igualar ao carrinho, com seu ‘potente motor mil’… Então, meu amigo pisou no freio, fazendo sentido de voltar para trás da carreta (ela tinha perto de 20 metros de comprimento). No fazê-lo, o motorista ao lado fez o mesmo, ainda que percebendo que vinha um veículo em sentido contrário – e impediu meu amigo de retornar atrás com o tempo necessário. Meu amigo, em fração de segundos, se viu diante da hipótese de que o carreteiro estava de fato com intenção de fazer maldade; e não lhe restou alternativa, senão desviar-se para o acostamento da mão oposta. Ainda bem que havia acostamento… No entanto, o veículo que vinha em sentido contrário já se tinha aproximado suficientemente para o risco de colisão frontal; piorando a cena, ocorreu a ele, ao mesmo tempo, que deveria desviar-se igualmente para o ‘seu’ acostamento e, com esse dramático cenário, não houve como evitarem – os dois condutores – a colisão frontal. Graças a Deus, nenhuma vítima com alta seriedade, mas houve grandes danos, não só patrimoniais, ou físicos, mas também emocionais. Ah! Talvez você queira saber da carreta, ou do carreteiro, não é mesmo? Seguiu em frente, como se nada tivesse acontecido, sem nem ao menos parar para saber se houve alguma vítima fatal, ou alguma para socorrer.

Que sina é esta, que poderia fazer de um ser humano um agente tão nocivo ao seu próprio semelhante? Que sina é esta, que faz um ser humano sentir prazer na iminente tragédia alheia? Que sina é essa, como a que um conhecido meu relatou, sobre assalto sofrido por seu parente que, pelo simples esboço de uma reação que o assaltante reprovou, recebeu um tiro certeiro na coluna, e ficou paraplégico pelo resto da vida (e, estirado no chão, ainda teve o meliante por sobre a pilhar-lhe? Será a maldade, seja em maior ou menor grau, uma tendência normal do ser humano? Ou, estaria correto o filósofo franco-suísso Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), que afirmou – “O homem nasce bom; é a sociedade (o meio) quem o corrompe”?

Mais uma vez, torna-se inevitável recorrer ao Livro do Conhecimento Divino para resolver nosso dilema. Examinando-o, podemos certificar-nos, por um lado, de que, sendo criação divina, o homem traz em si o traço da Imago Dei (Imagem de Deus), mesmo depois de haver entrado o pecado no mundo. Por isto, mesmo não devotando sua submissão ao Criador, é capaz de muitas moralmente apreciáveis. “Porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não tendo eles lei, para si mesmos são lei” (Romanos 2.14, ARC). “Gentios” neste texto, equivale a todo homem não submisso a Deus. Esse traço de procedência divina na natureza humana provê um acervo residual de certa ‘retidão’ e ‘bondade’ no homem, por uma propriedade intrínseca de sua natureza.  “Eles mostram que o objeto da lei está gravado nos seus corações, dando-lhes testemunho a sua consciência, bem como os seus raciocínios, com os quais se acusam ou se escusam mutuamente”  (Romanos 2.15, BCF).

Por outro lado, esse mesmo Livro – a Bíblia – nos testemunha que, assim que entrou no mundo o pecado, todo ser humano descendente de Adão e Eva (e não há quem não o seja, quer creia, quer não) carrega a contaminação da maldade. “O Senhor olha dos céus para os filhos dos homens, para ver se há alguém que tenha entendimento, alguém que busque a Deus. Todos se desviaram, igualmente se corromperam; não há ninguém que faça o bem, não há nem um sequer” (Salmo 14.2,3, NVI). Somente o Filho de Deus, gerado pelo Espírito Santo de Deus em Maria, escapou como exceção, pelo nascimento sem pecado. “…foi Ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado ”  (Hebreus 4.15, ARA). E tem mais: mesmo que se crie em nós uma nova natureza, segundo Deus, pela transformação que só o evangelho genuíno pode proceder, remanesce um resquício daquela velha natureza, má, em todos nós. Remanesce, mas não para sempre: é só até vir o Dia vindouro da volta de Jesus, no qual dar-se-á a transformação definitiva dos filhos do Evangelho. Enquanto isso, a vida desses filhos do Evangelho é uma luta constante entre as tais duas naturezas: a velha, querendo impor a maldade com freqüência; e a nova, querendo vencer a velha todo dia. Por isto, o apóstolo afirmou: “Miserável homem eu que sou! Quem me libertará do corpo sujeito a esta morte?” (Paulo, em Romanos 7.24, NVI). Lamentavelmente, há muitos de nós, conhecedores do evangelho que deixamos a ‘velha natureza’ vencer várias horas… Que luta! Que sina! O próprio autor destas toscas linhas não escapa desta luta diária. 

Não é de se admirar, portanto, que se encontrem entre os seres humanos exemplares que cheguem a ter algum prazer na maldade, na desdita alheia, no esbulho e no espólio de seus semelhantes. Há somente uma garantia segura de que essa ‘velha natureza’ venha a ser suplantada em definitivo. Mesmo que algum leitor fortuito aqui seja daqueles exemplares que, dia a dia, cuida em fazer o bem, o que a consciência honesta manda, não fica de fora do diagnóstico. Repito: há somente uma garantia de que essa ‘velha natureza’, com a qual todos nascemos de nossos pais (por melhores que tenham eles sido, ou por melhor que seja o legado que nos deixam/deixaram), e vale para qualquer um. A garantia, segura porém única, é que de fato haja a ‘nova natureza’. Mais que isso, essa ‘nova natureza’ precisa ser cultivada todos os dias com os valores e as virtudes de Deus, que aspira ver sua Imago Dei tinindo com seu reflexo.

Portanto, sede vós perfeitos, como perfeito é o vosso Pai Celeste” (Mateus 5.48, ARA). Para que essa ‘nova natureza’ exista em nós, Jesus Cristo é indispensável. Ele, e só ele, pode no-la proporcionar. E, para que ela sobrepuje a velha natureza peçonhenta, é imprescindível o revestimento das qualidades administradas unicamente pela Palavra de Deus. No último dia, quem estiver sob o abrigo da redenção de Jesus Cristo, terá um revestimento definitivo, cabal.

Jean-Jacques Rousseau foi um homem de volumosos conhecimentos, sem dúvidas. Foi hábil apologista da sobreexcelência da Razão. Mas, ele que me desculpe: entre ele e a Palavra de Deus, não tenho a mínima dúvida de quem está com a legítima razão. Não é o meio que corrompe o homem (mas, pode, sim, piorá-lo; ou então, maquiá-lo).  Qualquer ‘bondade’ natural que houver em qualquer ser humano valerá coisa nenhuma no dia do Juízo, se esse ser humano estiver desprovido de Cristo, e da ‘nova natureza’ que só Ele pode prover, para ser cultivada segundo a Sua Palavra.  Quanto ao meu amigo, sua esposa e sua filha, vítimas daquele carreteiro inescrupuloso, posso testificar que já são novas criaturas em Cristo. No último dia, serão revestidos da natureza celestial definitiva.  Você… também?…

A mensagem musical de hoje foi composta por um britânico de Gales que migrou para a América do Norte aos 24 anos de idade. É um hino presente em mais de 200 hinários, em vários idiomas.  Depois de instalar-se na América, por mais de dez anos teve vida dura, muito dura. Disse ele como o salmista – “quanto a mim, quase se me resvalaram os pés”. O poema é um retrato de como ele descreve o livramento que o Senhor deu à sua vida, quase à beira da perdição sem volta. Na letra original, há uma significativa confissão:

I was sinking deep in sin, far from the peaceful shore,
Very deeply stained within, sinking to rise no more,
But the Master of the sea, heard my despairing cry,
From the waters lifted me, now safe am I !

Traduzindo:

Estava eu afundando no pecado, longe da praia serena
Profundamente manchado por dentro, afundando para não mais me erguer
Mas o Mestre do mar ouviu meu clamor de desespero
Das águas me ergueu, e agora a salvo estou!

Ouça, com o nosso reprodutor online abaixo …

 

LOVE LIFTED ME (1912)
O Amor Me Ergueu
James Rowe (1865-1933)
Música de Howard E. Smith (1863-1918)

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Abraços, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15)
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ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
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N° 129 : “DEUS? AQUI, NÃO!”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 10 de Novembro de 2013

Se vão falar de origens, do ponto de vista criacionista, que o façam numa igreja; é embaraçoso dar credibilidade a esse tipo de doutrina não científica”. Esta declaração sintetiza a reação de alguns professores da UNICAMP, SP, no recente mês de Outubro, à possibilidade iminente de instalações da universidade abrigarem um fórum de discussões sobre filosofia e ciência das origens. Com a reação, conseguiram que a direção acadêmica da universidade cancelasse o evento, que, mesmo não pertencendo ao programa oficial da instituição, anunciava apoio de organismos a ela ligados. Ainda que comportando palestrantes com credenciais científicas e também acadêmicas, essas credenciais foram desconsideradas, dando lugar à taxação dos mesmos meramente como ‘religiosos’ e ‘cristãos’.

Ok! Então é assim que deve ser? Ciência pertence aos domínios da universidade e dos ambientes de pesquisa científicos que ela apóia; não pertence à igreja. Se a ciência for dedicar-se à investigação das origens naturais e humanas, não poderá comportar a via criacionista, nem a premissa da divindade criadora, porque só se admite a possibilidade auto-genitora não divina da evolução. Por outro lado, se os que discordam da hipótese evolucionista, adotando a cosmovisão criacionista, quiserem suscitar uma discussão de caráter científico sobre a gênese do céu, da terra e das formas biológicas, terão que se contentar com igrejas; este é o lugar onde se prega doutrina religiosa… É assim que tem que ser? Tempos de “iluminismo” inquisitorial. Por este tipo de julgamento, a coisa fica mesmo parecendo exibição obscurantista: um estudioso de ciência chegar ao ponto de desafiar a possibilidade de surgimento autônomo do imenso conjunto de sistemas solares, do nosso em particular, de toda a harmonia do nosso planeta, dos seres que o povoam e, em particular, da espécie humana só pode ser coisa de religiosos – dizem. Por “surgimento autônomo”  deve-se entender o que é mais óbvio às palavras: tudo teria surgido por conta própria, ao acaso e sem fins pré-determinados. Desafiar essa “sorte grande” que a “loteria” da evolução ('ciência evolucionista') diz ter alcançado, ao ver-se tanto equilíbrio, tanta harmonia, tanta evidência de propósitos, parece ser a maior ofensa às mentes iluminadas da academia.

“Iluminadas”? Como assim? Que adianta um cérebro humano avançar tanto em seu conhecimento, se não reconhecer a Deus, como Criador, Mantenedor, Preservador e até Redentor dessa criação, fadada ao juízo divino iminente? “Mas os céus e a terra que agora existem são guardados pela mesma palavra divina e reservados para o fogo no dia do juízo e da perdição dos ímpios" (2 Pedro 3:7, BCF). No fim, quando comparecer perante Deus, para o Dia Final da Prestação de Contas, que lhe adiantará todo o conhecimento grangeado, se o verdadeiro alvo da ciência – Deus – ficar “de fora”? Como, por analogia, o Mestre questiona: “Pois que aproveitaria ao homem ganhar todo o mundo e perder a sua alma? (Marcos 8.36, ARC). De Darwin prá cá, gerações de discípulos têm-se transformado em novos mestres de novos discípulos, cultivando o orgulho nefando de equipá-los e habilitá-los, cada vez mais convencidamente, de que a Ciência não precisa de Deus. Ao contrário, pregam eles: se Deus for introduzido no mérito da discussão, estraga o meio; “O Senhor conhece os pensamentos dos sábios, que são pensamentos vãos“ (I Coríntios 3.20, ARA). E é assim que eles se orgulham, também, de forjar a mentalidade de gerações após gerações de estudantes, que galgam seus ‘conhecimentos’ do nível primário ao mais elevado. Querem fazer do ambiente de estudos das ciências uma reserva de domínio. Como se dissessem – “Deus? Aqui, não!”. Cabe, para eles, a mesma pergunta que Deus dirigiu a Jó: “Quem é este que obscurece os meus desígnios com palavras sem conhecimento?” (Jó 38.2, NVI).

Resguardadas as proporções do tempo, como é confortador lembrar que aquele culto mestre cristão, do primeiro século da presente era, chegou ao lugar da mais elevada cultura (e ciência) mundial de seu tempo, lugar onde a concepção panteísta rivalizava com a evolucionista (sim, já se ensinava evolução muito antes de Darwin!) e reivindicou-lhes o reconhecimento do Deus – Criador, Mantenedor e, especialmente, Redentor!

O Deus que fez o mundo e tudo o que nele existe, sendo ele Senhor do céu e da terra, não habita em santuários feitos por mãos humanas. Nem é servido por mãos humanas, como se de alguma coisa precisasse; pois ele mesmo é quem a todos dá vida, respiração e tudo mais; de um só fez toda a raça humana para habitar sobre toda a face da terra, havendo fixado os tempos previamente estabelecidos e os limites da sua habitação; para buscarem a Deus se, porventura, tateando, o possam achar, bem que não está longe de cada um de nós; pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos, como alguns dos vossos poetas têm dito: Porque dele também somos geração. Sendo, pois, geração de Deus, não devemos pensar que a divindade é semelhante ao ouro, à prata ou à pedra, trabalhados pela arte e imaginação do homem. Ora, não levou Deus em conta os tempos da ignorância; agora, porém, notifica aos homens que todos, em toda parte, se arrependam; porquanto estabeleceu um dia, no qual há de julgar o mundo com justiça, por meio de um varão que destinou e acreditou diante de todos, ressuscitando-o dentre os mortos”  (Atos 17.24-31, ARA)

Mentores do conhecimento contemporâneo, reivindicando a respeitabilidade de suas altas credenciais, decretam – “Deus? Aqui, não!”… Que tentem ficar em paz (ao menos consigo mesmos, porque, com Deus, não conseguirão)! De cá, do patamar mais inferior e insignificante de nossa ignorância e fragilidade, gostaríamos que alguém respondesse, com sinceridade e isenção: Que lugar, que espaço físico ou intelectual deste nosso estupendo universo, poderia, ufanisticamente, reivindicar poder para vetar a presença de Deus? Responde o grande educador e ex-primeiro-ministro holandês Abraão Kuyper: “Não há um só centímetro quadrado em todo o vasto domínio da existência humana no qual Cristo, que é soberano sobre todas as coisas, não possa reivindicar – este território é meu!”. Kuyper foi o idealizador da Universidade Livre de Amsterdam, que ocupa o 83° lugar no ranking mundial das melhores universidades, de acordo com o THE (Times Higher Education, 2013). Detalhe: a melhor brasileira está abaixo da colocação 250ª, e não é a UNICAMP. Não que isso as desmereça (no caso, USP e UNICAMP), nem desmereça suas qualificadas produções acadêmicas. Mas, é interessante notar que uma universidade que nasceu em 1877 sob o princípio de reconhecimento da cosmologia cristã não está situada em nível menos qualificado que as melhores brasileiras. Que nossos estudantes de todas as ciências, especialmente os que estão dentro do círculo das nossas influências, sigam a premissa de Kuyper, que é a mesma de tantos outros luminares da Ciência de todos os tempos, e que é a mesma da Palavra de Deus. Afinal, do ponto de vista de reconhecimento das Suas grandes obras e conhecimento das Suas grandes benesses redentivas, o único lugar onde, exclusivamente, pode-se dizer – “Deus? Aqui, não!” é o inferno!

Nosso hino de hoje se tornou um clássico cristão na voz de George Beverly Shea, durante as grandes campanhas de Billy Graham. O autor o compôs, inicialmente, na forma de um poema. Voltava ele para casa, vindo de sua igreja, numa cidade da Suécia, e admirava o belo entardecer. Eis que, de repente, muda o tempo, uma nuvem pesada surge, um raio corta o céu, trovões ribombam, e a chuva cai. De chuva, transforma-se em tempestade, que pouco depois passa, deixando ver o arco-íris no horizonte. Ao chegar em casa, de sua janela viu o momento pós-tempestade pelo reflexo da superfície da baía, que já se acalmava. Movido pelas palavras do Salmo 8, ele compõe a poesia que forma o hino, admirado da transição de eventos pela mão de Deus: calma da tarde, tempestade, arco-íris, de novo a calma da noite. “Ó Deus, quão grandioso és tu!”, exclamou ele…  

O STORE GOD (1885, How Great Thou Art, em inglês)
Quão Grande És Tu
Carl Gustav Boberg (1859-1940)

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Notas das citações bíblicas:
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N° 128 : “FINADOS”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 03 de Novembro de 2013

Primeiro, halloween; dia seguinte, “todos os santos”; mais um dia, “finados”. Neste último dia, as tradições religiosas pelo mundo impressionam. A designação se associa ao vocábulo “fim” (“término”)… Em Tana Toraja, na Indonésia, familiares vivos de alguém que já morreu retiram o cadáver mumificado da sepultura, dão-lhe um banho, trocam-lhe a roupa por uma nova, e faz-se a limpeza do caixão. Uma simples busca pelas ferramentas de pesquisa da internet pode mostrar imagens fortíssimas. Em muitas regiões do México, sob herança maia, fazem-se festejos tidos como alegres, e verdadeiras procissões à noite aos cemitérios, com música, luzes, comidas e bebidas. Em certos clãs, fazem-se banquetes da família na sala principal da casa, sob cujo piso estão sepultados seus mortos, pela tradição de que assim “toda a família” se reúne. No Brasil, são de antiga tradição as visitas aos sepulcros, para renovarem-se-lhes as flores; o rito passa a depender da forma de cultivo interior dos peregrinos.

Todo ano, nesta época, uma pergunta me vem à lembrança. Não é minha, a pergunta; na verdade, foi feita há muito, mas muito tempo atrás. Quem me deu conhecimento da pergunta foi um médico, mas não foi ele, propriamente, quem a efetuou. Foram dois seres, cujos nomes eu ignoro, que fizeram a pergunta a algumas mulheres galiléias, e o médico a registrou. E a pergunta é: “Por que vocês estão procurando entre os mortos aquele que vive?” (Lucas 24.5, NVI); foi feita por seres angelicais. As mulheres foram ao sepulcro, Domingo bem cedo, para fazer o que quase todo peregrino de dia de Finados faz (com algumas variações ligeiras de ritos)… Mas, para sua surpresa, o corpo ao qual foram ‘homenagear’ com essências aromáticas já não estava ali, e era somente o terceiro dia após sua morte. A pessoa, proprietária do corpo, havia ressurgido. Ele ressurgiu! Ele não foi vencido pela morte, pois ele a venceu, como havia previsto! Jesus Cristo, o Filho de Deus encarnado entre nós, para os fins redentivos aos quais foi incumbido, tinha acabado de decretar, com sua ressurreição pioneira, a ‘morte’ da morte.  

Com todo respeito, tomo a liberdade de reprisar, no Domingo deste significativo final de semana, a pergunta dos anjos: Por que buscais, entre os mortos, ao que vive? Digo com todo respeito, porque não deixo de ter respeito, sim, ante a inclinação de alma e coração de quem vai até um cemitério para ter um breve momento de lembrança de quem amava. Conto um fato: era o ano de 1997, e era esta mesma época do ano, quando eu me encontrava na Escócia para estudos. Num Domingo à tarde, longe de todos quantos amava e amo, saí para uma caminhada, e resolvi passar por dentro de um cemitério aberto, próximo de onde me hospedava. Havia muita gente em torno dos diversos jazigos. Um senhor, aparentando entre 70 e 75 anos de idade, me chamou especial atenção; estava completamente sozinho, cultivando flores verdadeiras com ferramentas à mão. Resolvi perguntar-lhe de quem era o jazigo onde ele se encontrava com tais cuidados; ele me revelou que era de sua esposa, falecida pouco menos de um ano antes. Perguntei-lhe se ele a amava, e o olhar dele me foi suficiente como resposta. Perguntei-lhe, ainda, quantas vezes ela já tinha vindo ali, e se costumava vir mensalmente… Mais uma vez, produzindo um olhar expressivo, ele me respondeu – “Meu filho, eu venho aqui praticamente todos os dias; sei que o que está aqui é apenas o que resta do corpo de minha esposa amada, porque sei que ela está com meu Redentor, aguardando a ressurreição. Mas ela me faz muita falta”. Senti, naquela conversa, que estava ali, não um homem a praticar um mero ritual, mas alguém com um profundo sentimento, diariamente cultivado no coração. 

Mas, o que quero focalizar, é que a instigante pergunta dos anjos à entrada do sepulcro do Filho de Deus recém ressurreto carrega consigo uma implicação bem mais extensa. Cemitério não é lugar de morada de pessoas, senão apenas morada temporária de corpos… Temporária porque aguardam a ressurreição final. Por isto, o termo “finados” não é muito apropriado. Os corpos estão em inconsciência, em decomposição, sob inércia. Mas, as almas estão conscientes, indecomponíveis, e ativas. É precisamente isto que ensina a Bíblia, Palavra de Deus. Os que lêem, e consideram na alma e no coração, com genuíno entendimento, o que ocorreu naquele dia da pergunta dos seres angelicais às mulheres, nutrem uma esperança diferente de todos os demais homens. “Não vos maravilheis disso, porque vem a hora em que todos os que se acham nos sepulcros sairão deles, ao som de sua voz [de Jesus Cristo]” (João 5:28, BCF). Estes depositam num jazigo um corpo, talvez de alguém muito querido, e fazê-lo verdadeiramente não é fácil. Ainda assim, estes mesmos têm um olhar mais vívido lá em cima, onde a alma que, em comunhão e sintonia com o protagonista da história que o médico Lucas registrou, se desligou do corpo, com Ele lá se encontra. Esse estado é temporário: um dia, todas as moléculas formadas pelos átomos de Carbono, Hidrogênio, Nitrogênio e Oxigênio, além dos outros elementos em menor número, que se desintegraram do corpo fenecido, hão de se juntar novamente, e restaurar o corpo. “Ora, Deus, que também ressuscitou o Senhor, nos ressuscitará a nós pelo seu poder” (I Coríntios 6.14, ACRF). Mais que isso, esses elementos hão de passar por uma verdadeira transformação físico-química, propiciando corpos inteiramente ‘reconfigurados’ para receber de volta a alma. E assim, começará uma nova existência, existência de eternidade, sem mote (e sem mais ‘finados’). Isto tudo porque Jesus Cristo primeiro ressuscitou, e há de promover a nossa ressurreição também. “Se habita em vós o Espírito daquele que ressuscitou a Jesus dentre os mortos, esse mesmo que ressuscitou a Cristo Jesus dentre os mortos vivificará também o vosso corpo mortal, por meio do seu Espírito, que em vós habita" (Romanos 6.11, ARA)

A pergunta dos anjos faz lembrar que, de fato, a morte é, não apenas, fim; é fim da existência como hoje usufruímos, mas é começo da eternidade. Ninguém que cultiva a esperança da ressurreição redentiva, à semelhança da que levantou o nosso Senhor de sua sepultura, cultiva e reverencia seus mortos com consciência e sentimentos como os que não têm tal esperança. A pergunta dos anjos às mulheres servia para lhes lembrar que sepultura é morada temporária de corpos, mas que o céu é morada permanente e eterna de seres ressurretos – corpo de céu e alma de glória – como a Escritura afiança. A força principal da fiança é que o nosso glorioso Redentor seguiu, em sua natureza humana, exatamente esse caminho, para no-lo abrir. Agora, se você, lendo esta reflexão, não conhece acertadamente esta esperança, faço ligeiras, mas igualmente instigantes alterações na pergunta angelical, para dirigi-la especialmente a alma e coração: Por que não buscais, ao que esteve entre os mortos – aquele que vive?    

Disse-lhes Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim” (João 14:6, ARC)“.

Nosso hino de hoje foi composto por alguém que, recém casado, e também recém convertido ao evangelho de Cristo, enfrentou com sua esposa a séria enfermidade da mãe desta, que acabaria por levá-la à morte. Dois momentos houve: o primeiro, de questionamento diante de Deus (por que, Deus?); o segundo, de consolação na Palavra de Deus e nas promessas que ela comporta. Compôs o hino, tendo sido sua sogra, no leito de enfermidade, a primeira a ouvi-lo.  Clique no áudio player online mais abaixo, ouça o hino e, se achar útil, acompanhe a mensagem, aqui toscamente traduzida.  

WHAT A DAY THAT WILL BE (1955)
Que Dia Será Aquele
Jim (James) Hill (1927-  )

There is coming a day
Há um dia por vir
When no heartaches shall come,
Quando não mais haverá pesares
No more clouds in the sky,
Não mais nuvens no céu
No more tears to dim the eye;
Não mais lágrimas para toldar a vista
All is peace forever more
Tudo será paz perene
On that happy golden shore
Naquela regozijante praia dourada 
What a day, glorious day, that will be!
Que dia será, glorioso dia, aquele será!

What a day that will be
Que dia será aquele
When my Jesus I shall see,
Quando verei meu Jesus
And I look upon His face
Quando verei Sua face
The One who saved me by His Grace;
Aquele que me salvou por Sua graça
When He takes me by the hand,
Quando Ele me tomar pela mão
And leads me through the Promise Land,
E me conduzir à Terra da Promessa
What a day, glorius day, that will be!
Que dia será, glorioso dia, aquele será!

There’ll be no sorrows there,
Lá não haverá tristezas
No more burdens to bear,
Não mais pesos para carregar
No more sickness, and no more pain,
Não mais enfermidade, e não mais dor
No more parting over there;
Não mais despedidas por lá

Then, forever I will be
Então, eternamente estarei
With the One who died for me
Com Aquele que por mim morreu
What a day, glorious day, that will be!
Que dia será, glorioso dia, aquele será!

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Abraços, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15)
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
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Nº 001 – “QUE AMOR É ESTE?”

Ministérios EFRATA – Arautos de Vida
Novembro de 2013

Deixe-me transcrever, para início desta mensagem, o depoimento de um médico pernambucano – Dr. Rogério Brandão, oncologista em Recife, que fala sobre uma "arauto de vida" (uma "arauta", na verdade):

"Vivenciei  dramas dos meus pacientes, inclusive crianças vítimas inocentes do câncer. Com o nascimento da minha primeira filha, comecei a me acovardar ao ver o sofrimento das crianças. Até o dia em que um anjo passou por mim!  Meu anjo veio na forma de uma criança já com 11 anos, calejada por dois longos anos de tratamentos diversos, manipulações, injeções e todos os desconfortos trazidos pelos programas de químicos e radioterapias. Mas nunca vi meu pequeno anjo fraquejar. Vi-a chorar muitas vezes; também vi medo em seus olhinhos; porém, isso é humano!
Um dia, cheguei ao hospital cedinho e encontrei meu 'anjinho' sozinha no quarto. Perguntei pela sua mãe. A resposta que recebi, ainda hoje, não consigo contar sem vivenciar profunda emoção.
— Tio, disse-me ela — às vezes minha mãe sai do quarto para chorar escondido no corredor… Quando eu morrer, acho que ela vai ficar com muita saudade… 
Mas, eu não tenho medo de morrer, tio. Eu não nasci para esta vida!
Indaguei: — E o que a morte representa para você, minha querida?

 Olha tio, quando a gente é pequena, às vezes, vamos dormir na cama do nosso pai e, no outro dia, acordamos em nossa própria cama, não é? 
(Lembrei das minhas filhas, na época crianças de 6 e 2 anos, com elas, eu procedia exatamente assim.) 

 É isso mesmo, respondi.
 Um dia eu vou dormir e o meu Pai vem me buscar. Vou acordar na casa Dele, na minha vida verdadeira!
Fiquei "entupigaitado", não sabia o que dizer. Chocado com a maturidade com que o sofrimento acelerou, a visão e a espiritualidade daquela criança. 

 E minha mãe vai ficar com saudades – emendou ela.
Emocionado, contendo uma lágrima e um soluço, perguntei:

 E o que saudade significa para você, minha querida?
— Saudade… é o amor que fica!
  "   

Com certeza, este vero relato vai produzir em você, que se dá ao trabalho de me ler de vez em quando, emoções. Em mim, produziu (e não poucas). 
Sabe, eu também tenho um "anjinho". Tá com quase 30 anos, desde que nasceu na mesma cidade onde se deu a história acima. Interditado, seu diagnóstico oficial, hoje, é CID F84.0 (acho que você não sabe o que isto; então, deixa prá lá…). O detalhe é que ele, até hoje, quando é possível, ainda inventa de vir tentar a primeira soneca junto de mim, na minha cama. Só que hoje não é mais carregado para a própria cama; vai com as próprias pernas, não sem alguns protestos, quando a mãe vem dizer – "tá na hora de ir prá sua cama". Mas o que quero mencionar, de fato, é quanto chama-me atenção o que a Mariana Ribeiro, aquela pequena pernambucana de apenas 11 anos de idade, disse ao médico. 
"Um dia eu vou dormir e o meu Pai vem me buscar; vou acordar na casa Dele, na minha vida verdadeira!"
De fato, Mariana disse uma das maiores verdades. Ela não nasceu para esta vida… Estava nela, por enquanto!
Dormir numa "cama" fugaz, por enquanto, até que o Pai lá de cima a levasse para a a Casa das Mansões Eternas que Ele, junto com o Filho, preparou para uma certa multidão de gente. Embora, infelizmente, muitos que hoje vivem, ou já viveram, jamais venham ver aquela 'mansão celestial', não virão nunca desfrutar o privilégio de 'amanhecer' na 'vida verdadeira' bem diante do Pai Celeste, o que disse a pequena Mariana exibiu o grande consolo que a permitia viver cada dia, esperando a nova vida, a 'verdadeira vida'.
Tudo por causa do Amor do Pai, que foi direcionado à tal "multidão de gente".  

Nesta semana, troquei  mensagens com um membro da minha família, em que as palavras "pai", "amor" e "PAI" se fizeram presentes. 
Ele disse uma coisa de suma importância: de acordo com suas reflexões, o legítimo processo de "educação" deve conduzir a amor pelo pai e pelo PAI, e isto condiz com o ensino do apóstolo, que apontou graça como fim da lei. 
No caso do PAI, o Criador, o celestial, há algumas máximas que devem ser lembradas, porque originadas e homologadas por Ele mesmo. 
Por exemplo:
"E a esperança não engana. Porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado " (Romanos 5.5 – BCF). 
Outro exemplo : 
"Pois estou convencido de que nem morte nem vida, nem anjos nem demônios, nem o presente nem o futuro, nem quaisquer poderes, nem altura nem profundidade, nem qualquer outra coisa na criação será capaz de nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor(Romanos 8:38-39  – NVI)

Por causa desse precioso, inigualável, insondável, interminável e infinito amor, que certamente 'segurou a onda' no coraçãozinho da Mariana, poucos anos atrás em Recife (ela já teve a sua transferência para a Casa Paterna efetuada há uns três anos), nossos corações e mentes podem, também, encontrar-se sob a garantia da apólice segura para quaisquer situações que enfrentarmos. E, se tivermos que enfrentar a "transferência", estando debaixo do amor do PAI, a transferência é prêmio, é recompensa. Foi isto mesmo que eu disse, poucos dias atrás, para dois filhos que se "despediam" de sua mãe no Moradas do Bosque. E todo mundo lá ouviu… 

Sabe o que é? Eu te conto, mas não com palavras minhas; usarei as palavras divinamente inspiradas no apóstolo Paulo: 
"Deus estava em Cristo, reconciliando consigo mesmo  o mundo, e não imputando aos homens as suas transgressões; e nos deu o ministério da reconciliação " (II Coríntios 5.18 – ARA), afirmação que torna compreensível uma palavra anterior, no verso 14 ("…o amor de Cristo nos constrange…"). 
Como assim, torna compreensível ? Simples: o amor de Cristo é o amor do PAI, pelo Filho derramado, via Seu sangue remidor.  
Por isto mesmo, outro apóstolo registra o que o Espírito diz, em arremate que escolho: 
"Vede que grande amor nos tem concedido o Pai, a ponto de sermos chamados filhos de Deus " (I João 3.1 – ARA). 

Pena que há muito "desperdício". Há muitos que, não conhecendo o verdadeiro amor de Deus,  são como os fariseus. 
Fazem muitas coisas com o fim de serem vistos pelos homens, mas desprezam a justiça e o amor do PAI (cf Lucas 11.42). 
Não sou um hábil perscrutador de corações. Mas, tenho prá mim que a confiança que a pequena Mariana Ribeiro revelou, quanto ao Pai das alturas, nas palavras que pronunciou, são encorajadoras. Servem para ilustrar como fatos o que a Escritura declara. 
Que amor é esse – o amor divino? De que espécie? Que par encontra? 
Simplesmente, é único! Unicamente, é o Amor de Deus !!!

Quando Noé, aquele, do Dilúvio, soltou a pomba da janela da arca, sobre as águas da inundação que destruiu a terra uma vez, voltou a pomba com um raminho de oliveira no bico. Isto significou que a vida estava recomeçando. A história completa está nos capítulos 6 a 9 de Gênesis, na Bíblia. E Deus mesmo prometeu: O DILÚVIO NÃO SERÁ PARA SEMPRE. Há vida para depois do Juízo: a vida eterna dos remidos!

Concordemente com a nossa mensagem, nosso hino-tema é também mensagem de arautos de vida. 

Mesmo que o 'dilúvio' seja longo e hostil, não vai chover para sempre; há vida, depois dele… 

Nosso hino temático também fala disto. Na voz suave de Cynthia Clawson.

IT   WON’T    RAIN   ALWAYS…  (1981)
NÃO VAI CHOVER PARA SEMPRE…
Letra : Gloria Gaither (1942…)
Música : Bill Gaither (1936…) & Aaron Wilburn (1950…)

Someone said that in each life:
Alguém disse que em cada vida
Some rain is bound to fall:
Alguma chuva é fadada a cair
And each one sheds his share of tears:
E cada um entorna seu tanto de lágrimas
And trouble troubles us all:
E problemas afetam a todos nós
But, the hurt can't hurt forever:
Mas, a dor não pode ferir para sempre
And the tears are sure to dry…:
E as lágrimas por certo hão de se estancar… 

And it won't rain always:
E não há de chover para sempre
The clouds will soon be gone:
As nuvens logo se dissiparão
The sun that they've been hiding:
O sol que elas têm ocultado
Has been there all along…:
Tem estado lá, em todo o tempo…
And it won't rain always:
E não há de chover para sempre
God's promises are true!:
As promessas de Deus são reais
The sun's gonna shine in His own good time:
O sol há de brilhar no tempo próprio Dele [Deus]
And He’s gonna see you through!…:
E Ele vela por ti…
The sun's gonna shine in God's own good time:
O sol há de brilhar no tempo próprio Dele [Deus]
And He will see you through!…:
E Ele há de velar por ti! …

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Abraços
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 127 : “TEM JEITO!”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 27 de Outubro de 2013

Fiz isso porque acho que meu filho tem jeito!” Essa foi a frase que o servente de pedreiro Dorivaldo Porfírio de Lima, 44 anos, pronunciou, depois de visitar seu filho Bruno (18) na delegacia. Bruno havia sido preso porque acabara de participar de dois assaltos seguidos – um posto de gasolina e uma farmácia – em Jales, interior de São Paulo. O outro jovem não recebeu a família, porque seus familiares acham que “ele não tem mais jeito”. Logo após confirmar, com o delegado, o que o filho tinha feito, Dorivaldo foi a cada um dos estabelecimentos e assumiu, com os proprietários, compromissos para pagar, em notas promissórias. “Não tenho dinheiro hoje, mas ainda que demore, vou pagar tudo”, declarou. Dorivaldo ganha, como servente de pedreiro, setenta Reais por dia de trabalho, quando o tem. O próprio delegado disse que nunca viu alguém fazer isso.  Noutra visita ao filho, recebeu deste um abraço apertado, longo e emocionado: “Eu não reconhecia o valor dele”, disse Bruno. O caso ganhou repercussão pela imprensa e, passados alguns dias, acabou que Dorival nem vai precisar pagar… Movidas pelo brio e dignidade do servente de pedreiro, pessoas já procuraram os donos dos estabelecimentos e prometeram quitar os débitos em lugar dele.

Eu já soube de outros casos de alguém fazendo isto. Raros são, no meu conhecimento, mas outros há. Contudo, um caso especial eu tenho conhecimento, para o qual nem milhares (nem milhões) de notas promissórias bastariam para quitar a dívida. Isto, porque a dívida não poderia ser paga – muito menos remida – nem com toda a soma de valores monetários, ainda que se somassem as barras de ouro do Forte Knox, os petrodólares das nações abastadas do rico mineral, e mais todo o restante da riqueza do mundo. Ainda que se descobrissem, no pré-sal e no pós-sal, mais o quíntuplo das riquezas em petróleo que o mundo já conheceu até hoje, não daria para pagar tal dívida. Trata-se da dívida inevitavelmente acarretada pelos erros de cada habitante do planeta.  A começar com aquele, do primeiro casal que nos gerou a todos, quando Deus os criou.

"Por isso, como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim a morte passou a todo o gênero humano, porque todos pecaram…(Romanos 5.12, BCF). 

Aliás, o que o servente de pedreiro Dorival fez pelo seu filho Bruno, respeitadas as proporções devidas, tem semelhanças com o que Deus fez por nós, na pessoa de Seu Filho. O que é diferente?

No caso Bruno-Dorival, como já disse, o valor da dívida é pagável com dinheiro; no caso de Deus, por meio de Jesus Cristo, com homens, não é… Vida só se redime com vida:
Vocês foram comprados por alto preço” (I Coríntios 6.20, NVI). Qual o preço da vida do Filho de Deus, aos olhos de Deus? Ele o deu por nós, porque, mesmo amando-o sobremaneira, nos amou também…
Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna“ (João 3.16, ARA). No caso do Bruno, espero que não se repita o acontecimento, mas, que é possível, é. Certamente, com a mesma esperança, pessoas se dispuseram a substituir as promissórias do Dorival. Mas, no caso divino, o preço imensurável do sacrifício de Cristo não se paga duas vezes: é uma vêz só: 
Pois também Cristo sofreu, uma vez por todas, pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus.” (1 Pedro 3:18, ACRF). Logo, se alguém quer dele se valer, tem que ser uma vez só, nesta vida; não haverá segunda vida, nem segunda chance.

No caso do Bruno, o fato de o pai ter-se apresentado para pagar sua dívida aos lesados pode amenizar o rigor da possível condenação, mas não possibilitará substituição nela – se o Bruno tiver alguma condenação pelo crime, terá que pagar por ele. Mas no caso divino, foi ainda diferente… Quando Cristo morreu por nós, ele assumiu, além do preço do resgate de dívida, também o preço da sentença de condenação:
O meu servo, o justo, justificará a muitos; porque as iniquidades deles levará sobre si” (Isaias 53.11, ARC).

Suspeito que se familiares do outro jovem, cúmplice de Bruno, tivessem adotado atitude parecida com a de Dorival, também aquele estaria sob os mesmos benefícios do Bruno; o dono da farmácia, por exemplo, quando procurado pelo Dorival, dividiu o débito ao meio – metade para cada responsabilidade. Mas, como disseram – “Ele não tem mais jeito” (ao contrário do outro, que disse – “fiz isso porque acho que meu filho tem jeito!”), certamente têm outra história para contar. Pois, quero contar uma terceira história ainda: Um dia, num passado distante, Deus disse de nós – “Tem jeito!”. Esse ‘jeito’ se faz pleno, suficiente, cabal, remidor, na pessoa do Seu Filho. Só Nele!!!

Você já o conhece? Então, há de se lembrar – “…o amor de Cristo nos constrange…” (II Coríntios 5.14). Você não o conhece? Quero dizer, como Ele deveria ser conhecido? “E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.“ (João 17.3, ARA).

Nossa mensagem musical de hoje, que pode ser executada online, clicando no reprodutor de áudio abaixo, é um dos maiores clássicos cristãos de todos os tempos. Seu autor, inglês, teve a sua vida mudada: de mercador naval, traficante de escravos, para servo de Jesus Cristo, pregador. Numa de suas viagens, transportando centenas de escravos africanos para o Novo Mundo, a tempestade colheu o navio em alto mar, e ele achou que todos iram perecer. Clamou ele a Deus, prometendo subjugar-se a Ele, caso sobrevivessem. E foi o que aconteceu. A composição do hino era a sua lembrança, em forma de poesia e música, de que somente a graça de Deus, que o livrara de ir para o fundo do oceano, havia sido também a causa de livrá-lo das cadeias do inferno. Tudo porque, um dia, o Deus das Promessas se voltou com favor para ele, dizendo – Tem Jeito! 

AMAZING GRACE (1779)
Preciosa Graça
John Newton (1725-1807)

 A voz é do Quarteto Adoração. 

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Abraços, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15)
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ACRF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 126 : “PENSAMENTOS EXPOSTOS”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 20 de Outubro de 2013

Em 04 de Novembro de 1869, apenas dez anos após a publicação, em Londres, de "A Origem das Espécies" (Charles Darwin), surgiu no mesmo país o periódico que seria o mais famoso, difundido e citado no mundo científico. Nature, hoje uma revista considerada de altíssimo gabarito científico, teve seu início dirigido pelo grupo sob a liderança do biólogo britânico Thomas Henry Huxley, o qual, naquela fase inicial, se tornou a principal voz de defesa do darwinismo evolucionista. Neste Outubro de 2013, a versão online da revista publicou uma instigante matéria, refletida na revista brasileira de maior circulação, com o seguinte título – "Cientistas criam método para 'ler pensamentos". A matéria original britânica tem um conteúdo altamente técnico e focado na descrição dos experimentos feitos com a "leitura" da atividade cerebral, mediante estímulos, obtida através de eletrodos 'plantados' na caixa intracraniana dos pacientes – método conhecido como ECoG (Eletrocorticografia).  Por ela, tais leituras foram interpretadas como respostas não vocalizadas aos estímulos. Já a matéria espelhada no Brasil comporta um tom mais sensacional e futurista, sugerindo que "a descoberta pode levar a diversas aplicações no futuro, como permitir que pacientes que perderam a capacidade da fala após um derrame, por exemplo, se comuniquem por meio do pensamento".

Bacana, não é mesmo? Fica parecendo que, dentro de algum tempo, poderá o homem adquirir capacidade de "ler" o que está se passando no cérebro alheio. Se isto for verdadeiro, eu pergunto – vai ser bom, ou vai ser ruim? Depois do 11 de Setembro de 2001, os aparelhos de 'raio x'  já se tornaram capazes de 'enxergar', com muito mais nitidez e precisão, além da roupa e da pele do cidadão. Agora, a humanidade caminha para "ler pensamentos". Minha imaginação 'voa longe': além de passarmos pelo pórtico de uma máquina que nos desnuda fisicamente, ainda teremos nossos pensamentos publicados? É a glória da 'divinização' humana. Sim, porque, apesar de um contingente humano massivo e majoritário não se dar conta, esses poderes Deus já tem, desde antes que o homem fosse por Ele criado no planeta.  

Por mais que se diga e se repita (ou se ouça e se reverbere) que "Deus é Deus!", e que o Seu poder, bem como a extensão de seus atributos são infinitos, parecemos nós persistentes (e renitentes) em não "dar muita bola" a este fato. Porque, continuamos a proceder em oculto, ou sob as convenções dos acordos particulares, do recesso oculto das 'quatro paredes', como se Deus não estivesse tudo contemplando… Como se Deus não estivesse 'por dentro' de tudo… Aliás, muito mais 'por dentro' do que nós mesmos, no suposto ocultamento da individualidade, ou na suposta discrição dos eventuais conluios.   

Eis a verdade:
"…porque o SENHOR não vê como vê o homem, pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o SENHOR olha para o coração." (I Samuel 16.7, ACRF). 
"…o que há no interior dos insensatos vem a lume. " (Provérbios 14.33, ARA); "…a sua malícia se descobrirá  publicamente." (Provérbios 26.26, ARA).

"Tu bem sabes como fui insensato, ó Deus; a minha culpa não te é encoberta." (Salmos 69:5, BCF).
"Conheces as nossas iniqüidades; não escapam os nossos pecados secretos à luz da tua presença." (Salmos 90:8, NVI).

Já viu, né? Não há como escapulir… Na verdade, pelo simples (e, ao mesmo tempo complexo) fato de que "Deus é Deus!", e que é detentor de todos os atributos que Ele mesmo declara ser possuidor, nada (mas, eu quero dizer NADA mesmo), fica oculto aos Seus olhos, seja ao nosso redor (ainda que sob um teto de concreto sustentado por quatro paredes herméticas),  seja no nosso íntimo. Pela boca e 'pena' do profeta, Deus ainda proclama que Ele mesmo prova, no sentido de sondar, perscrutar os corações e o íntimo de cada um (Jeremias 11.20).

Mesmo o Filho de Deus, exercendo o ministério profético de maior envergadura e mais cabal autoridade sobre a terra, acentuou o fato, para que ninguém o ignore:
"E o Senhor lhe disse: Agora, vós, fariseus, limpais o exterior do copo e do prato, mas o vosso interior está cheio de rapina e maldade. Loucos! O que fez o exterior não fez também o interior? " (Lucas 11.39,40, ARC).
"Nada há encoberto que não venha a ser revelado; e oculto que não venha a ser conhecido." (Lucas 12.2, ARC).

Por fim, transcrevo a pesada anotação apostólica, e também Palavra de Deus:
"Por isso, não julgueis antes do tempo; esperai que venha o Senhor. Ele porá às claras o que se acha escondido nas trevas. Ele manifestará as intenções dos corações." (I Coríntios 4:5, BCF).

Já imaginou o perigo? Se imaginar essa máquina do futuro, na qual até os pensamentos podem ser expostos, é algo promissor, mas também arriscado, que dizer então daquEle que não precisa de nenhuma engenhosidade para o obter? Será que queremos continuar correndo o risco, sob a imaginação de que Deus não o possa? Ou, de que, mesmo podendo, Ele tem tantas outras ocupações para cuidar, que não vai ficar 'gastando seu tempo' em esquadrinhar nossos pensamentos e nossos intentos?

O Salmo 139 afiança quão patentes são, aos olhos de Deus, todos os nossos desígnios internos, além do nosso deitar, do nosso levantar e do nosso andar…

Mas, deixe-me te dizer uma coisa: nem tudo é 'arriscado' nesse cenário… A despeito de podermos nos assegurar (porque Deus é Deus, e Ele mesmo o garante) que o Altíssimo é intrinsecamente poderoso para tornar públicos todos os nossos intentos íntimos, nossas articulações ocultas e nossos pensamentos indignos, Ele também nos garante que é misericordioso, e que pode (basta querer, com sua vontade amorosa e benevolente) não olhar para as nossas iniquidades. Ele afiança que Sua benevolência é tão infinita quanto o são os Seus poderes perceptivos. Há um recurso para usufruir tal benevolência:
"Eis que te comprazes  na verdade no íntimo e no recôndito me fazes conhecer a sabedoria." (Salmos 51.6, ARA).

Se você desconhece o contexto em que essa outra verdade foi posta como um estandarte no topo de um mastro, valeria a pena ir ao Livro da Verdade e conhecer todo este contexto.
"Pensamentos expostos"! Quem pode dizer – isto não me atinge?

Nossa mensagem musical de hoje é um clássico, presente em vários hinários cristãos. O seu autor  estava em plena série de pregações em Ngaruawahia, na Nova Zelândia, quando, compelido pela atmosfera das pregações, e preparando-se para falar sobre o Salmo 139, compôs sua poesia. Ele, que era irlandês de nascimento, o fez em curtíssimo tempo, usando o lado limpo de um envelope postal que tinha às mãos, quando contava apenas 24 anos de idade.  A composição serviu de oração pessoal de contrição e dedicação a Deus, mas também de intercessão pelo povo aborígene neozelandês, e por todo aquele país. Posteriormente, tornou-se um antema vertido em vários idiomas, usual nas campanhas evangelísticas do próprio autor, e de vários outros pregadores.

SEARCH ME, O GOD (CLEANSE ME, 1936)
Sonda-me, ó Deus (Purifica-me)
James Edwin Orr (1912-1987)

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Abraços, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15)
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ACRF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional