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Author Archives: Priscila

N° 143 : “MADEIRA, FENO E PALHA”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 23 de Fevereiro de 2014

“O futebol estará protegido; acredito que os brasileiros não atacariam ao futebol diretamentePara eles, é uma religião”. Segundo a imprensa brasileira, quem disse isto foi Joseph Blatter, o presidente da FIFA. Entre o arroubo ‘profético’ e a dissertação que sustenta a predição, acredito que ele esteja pelo menos uns cinquenta por cento certo. Me refiro à parte que afirma que, para o brasileiro, futebol é religião. A julgar pelo comportamento apaixonado de expressiva parte de sua população, penso que ele acertou. Aliás, neste tipo de assunto, às vezes tenho dificuldade de distinguir não religiosos de religiosos (incluindo não poucos cristãos). Curioso que um dos sacerdotes dessa religião, digo, uma das autoridades do mundo do futebol manifesta preocupação com a possibilidade de retornarem os protestos populares incivilizados durante a copa; para ele, a FIFA não pode ser responsabilizada pelo déficit de hospitais, escolas, segurança e transportes no Brasil. No entanto, para Raquel Rolnik, urbanista, professora da USP e relatora especial do Conselho de Direitos Humanos da ONU, o que a COPA deixará no Brasil será predominantemente ônus, e não legado.  É fato que muitos milhões de Reais estão sendo gastos visando o evento. Mas, experts  do nível dessa professora consideram que estão sendo construídos “elefantes brancos”. Isto não deve ser verdade: não são “elefantes brancos”; são “templos”… “Templos” dessa religião tipicamente tupiniquim.

Faz-me isto lembrar um dos ensinos de um legítimo profeta. Aliás, podemos considerá-lo, usando suas próprias palavras, como um verdadeiro arquiteto de idéias sadias e de valor eterno. Disse ele: Segundo a graça que Deus me deu, como sábio arquiteto lancei o fundamento, mas outro edifica sobre ele. Quanto ao fundamento, ninguém pode pôr outro diverso daquele que já foi posto: Jesus Cristo. Agora, se alguém edifica sobre este fundamento, com ouro, ou com prata, ou com pedras preciosas, com madeira, ou com feno, ou com palha, a obra de cada um aparecerá. O dia {do julgamento} demonstrá-lo-á. Será descoberto pelo fogo; o fogo provará o que vale o trabalho de cada um. Se a construção resistir, o construtor receberá a recompensa. Se pegar fogo, arcará com os danos. Ele será salvo, porém passando de alguma maneira através do fogo(Apóstolo Paulo, em I Coríntios 3.10-15, BCF). Quem lê, que entenda: não se trata, aqui, de contraste entre arranha-céus de concreto armado de alta resistência, shopping-centers com alta densidade de mármore italiano para se pisar, ou templos com altíssimo conforto, de um lado, e pequenas choupanas de sapé ou paliçada, como exemplo doutro lado.

Trata-se, aqui, de algo muito mais importante: a necessidade de se distinguir, diante do Criador e, quiçá, Redentor, o que se produz com os melhores recursos que Ele coloca ao dispor da nossa vida – a própria vida, além dos recursos intelectuais/espirituais, bem como além até dos recursos físicos e materiais. Há um único fundamento, um único alicerce, e esse é Jesus Cristo – autor e consumador da vida; para não poucos, também autor e consumador da fé. Mas, o que erigimos sobre esse fundamento da nossa vida e mesmo da nossa fé, pode ser classificado de duas maneiras: obras de “madeira, feno e palha”, de um lado; obras de “ouro, prata e pedras preciosas”, doutro lado. “Madeira, feno e palha” é todo investimento, toda produção, todo esforço e toda construção que, feita diante dos homens, pode até ter grande beleza (principalmente se forem talhados com arte); mas, não resistem ao fogo. Por outro lado, “ouro, prata e pedras preciosas” é todo investimento, toda produção, todo esforço e toda construção que, uma vez provados e testados por Deus (nisso, o teste dos homens nada adianta), é capaz de resistir até ao fogo. E o “fogo” é o dia do julgamento de nossas obras.

Convém-nos uma sincera avaliação, pedindo emprestados do Soberano que habita nos céus os instrumentos de aferição de obras, sobre que tipo de investimentos e esforços têm sido os nossos. Que espécie de religião pratico? A que Ele prescreve em Seu Manual de pura religião?… Que espécie de investimentos faço? Os que Ele indica em Seu Manual de investimentos de vida e recursos?… Que espécie de obras efetuo? De “madeira, feno e palha”, que só aparecem para os homens, mas nada valem aos olhos de Deus? Ou de “ouro, prata e pedras preciosas”, que resistem até ao fogo do juízo divino, e produzem dividendos para a eternidade?

A antiga Roma dava ao povo o que eles mais apreciavam para saciar seus apetites infames: pão e circo; já houve ensaiante de política no nosso país que afirmou sua vocação de dar pão e circo ao povo (talvez, mais circo do que pão, como temos visto com freqüência). E assim, que se concluam os ‘templos da religião’ do esporte bretão, ‘naturalizado’ brasileiro. Deus, a tudo assiste, certamente muito desapontado. Enquanto isso, com a palavra do apóstolo Ele chama a um gasto mais nobre, dos que lhe querem ouvir a Palavra, de seu tempo, energia física pessoal, energia cerebral e até recursos: Pois nós somos cooperadores de Deus; vocês são lavoura de Deus e edifício de Deus. Conforme a graça de Deus que me foi concedida, eu, como sábio construtor, lancei o alicerce, e outro está construindo sobre ele. Contudo, veja cada um como constrói.“ (I Coríntios 3.9,10, NVI).

Importa-nos almejar que o saldo da balança espiritual, no último dia, tenha mais “ouro, prata e pedras preciosas”; importa-nos almejar que seja mínima a fumaça que há de restar, quando o fogo consumir todos os nossos ‘edifícios’ de madeira, feno e palha. São as obras, os pensamentos e os esforços inúteis, ou que apenas satisfazem a ânsia de pão e circo. “Buscai, pois, em primeiro lugar, o Seu Reino e a Sua Justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas“ (Mateus 6.33, ARC). ”Portanto… buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra“ (Colossenses 3.1,2, ARC).

A nossa mensagem musical de hoje é a oração composta por um músico cristão brasileiro (paraense), que alcançou repercussão internacional. Foi composta a partir de uma mensagem que lhe calou ao coração, e o hino foi levado, pela primeira vez, à Primeira Igreja Batista, em Fortaleza, para um tempo de oração e atitude diante de Deus.  A interpretação é pelo Coral Masculino da Primeira Igreja Presbiteriana de Belo Horizonte, de formação já extinta. Na minha oração, cantando junto com o coro, eu peço: Perdoa-me, Senhor, por minhas ações de “madeira, feno e palha”… Ajuda-me a edificar com “ouro, prata e pedras preciosas”!

PERDOA-ME, SENHOR (1987)
Hiram Simões Rollo Júnior  (1961…)

Perdoa-me Senhor, se eu não vivi pra Te servir,
Se em meu agir o Teu amor também não refleti,
Perdoa-me, Senhor, se o Teu caminho não segui,
Se falhas cometi, se Tua doce voz não quis ouvir…
Escuta minha oração, Senhor!
Desejo aqui viver prá Teu louvor:
Ensina-me a Te ouvir, e com amor servir
E os santos passos Teus aqui seguir!
Perdoa-me, Senhor, se eu de Ti me afastei,
Se em meu caminho escuro Tua luz não procurei,

Perdoa-me, Senhor, se na aflição não Te busquei,
Se eu não Te sondei, se Teu querer pra mim não procurei…
Escuta minha oração, Senhor!
Desejo aqui viver prá teu louvor:  
Ensina-me a louvar e junto a Ti estar,
E em Tua graça sempre confiar!
Perdoa-me, Senhor, se frutos eu não produzi,
Se indiferente a tudo a missão eu não cumpri,

Perdoa-me, Senhor, se os campos brancos eu não vi,
Se só pra mim vivi, se meus talentos não desenvolvi…
Escuta a minha oração, Senhor!
Desejo aqui viver prá Teu louvor:
Ensina-me a agir, e Teu dever cumprir,
E frutos dignos dedicar a Ti.

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Abraços, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15)
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil

ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ACRF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional'

N° 142 : “ÂNCORA DA ALMA”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 16 de Fevereiro de 2014

Mesmo no meio da perda, estamos ancorados na esperança”. Foi desse modo que Robbin Blick, a mãe de Zion, a quem ela perdeu com apenas dez dias de nascido, se expressou diante do fato. Joshua e Robbin tiveram seu quinto bebê, Zion Isaiah, diagnosticado com Trissomia 18 (“Síndrome de Edwards”) na vigésima semana da gravidez. O nascimento se deu em 11 de Janeiro último; mas foram apenas 10 dias de vida, ante uma expectativa de que, talvez, nem nascesse. Para o casal, para a mãe, especialmente, não importavam os prognósticos – natimorto, deformações encefálicas, defeitos em órgãos internos, deformações anatômicas… Nada a afetou; nada os afetou. Foi um longo exercício, de quase outras vinte semanas, que mesmo os outros quatro filhos acompanharam. Zion Isaiah não veio ao mundo natimorto, nem foi um aborto: nasceu com pouco mais de dois quilogramas, e viveu apenas dez dias neste mundo. Os pais firmaram-se em Deus, e ensinaram valiosas lições aos quatro outros filhos. … a fim de lançar mão da esperança proposta, a qual temos por âncora da alma, segura e firme…’" (Hebreus 6.19, ARA), foi uma delas. Diante de Deus, resolveram que acolheriam aquela criaturinha, e que lhe dedicariam todo o amor possível, enquanto durasse a sua vidinha. Veja toda a história em http://efrata.cmeinformatica.com/mod/page/view.php?id=91 (Arautos de Vida).

Mas, alguém há de perguntar: prá que precisamos de ‘âncora para a alma’?… Já não dizia o bordão de certo humorista na tevê – Saúde é o que interessa; o resto não tem pressa?  Não é bem assim. Devo dizer que saúde para o corpo é coisa muito boa, e vale a pena lutar por ela. Certamente que poderão alguns médicos estar lendo esta mensagem; merece todo reconhecimento e consideração a sua sublime missão. Mas, muito mais importante que saúde para o corpo, muito mais importante, é a ‘âncora para a alma’. É quando vem a tribulação, é quando vem a tempestade, é quando vem o imprevisto, mesmo quando esse imprevisto abate a saúde, que se pode aquilatar quão imprescindível é a ‘âncora da alma’. E essa âncora é a esperança posta em Cristo, em seu sacrifício, em sua redenção, na sua vitória sobre a morte, na ressurreição que ele conquistou, afiançando-nos a vida eterna no céu, num futuro próximo.

Não só na antiguidade, mas ainda hoje, a âncora é uma peça náutica de essencial importância. É ela que mantém a flutuante embarcação fixa ao local que lhe convém, quando o mar, as correntes marítimas, ou os vendavais, lhe fazem soçobrar ao léu, sem auto-domínio. Uma âncora potente, presa à embarcação por um cabo resistente, pode ser a salvação na hora da tormenta. Assim também a legítima esperança, como “âncora firme e segura”, que se mantém presa à nossa frágil nau pelo resistente cabo da fé, é a nossa garantia contra o naufrágio. Mas não é qualquer tipo de ‘âncora’ (isto é, não é qualquer tipo de esperança); tampouco pode ser qualquer tipo de ‘cabo’ (isto é, qualquer tipo de fé). Esse conjunto – fé e esperança – têm elementos de aferição de genuinidade, de legitimidade. Fé tem validade somente se posta na pessoa singular, plenipotenciária, divina, suficiente de Jesus Cristo; fora dele, a fé é falsa (ou enganosa), assim como é falsa ou enganosa se apontar, para ele, substitutos ou coadjuvantes. Esperança tem validade somente se for firmada em promessas já dadas, aquelas que estão unicamente na Palavra de Deus; esperança em promessas de outras fontes presumidas não leva a lugar algum. Ou melhor, leva: muitas vezes leva à frustração e ao desapontamento.  Por isto, o Livro Divino afirma: “Ora, a fé é a certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas que não vemos” (Hebreus 11:1, NVI). E isto, de acordo com o que vem sendo exposto nas páginas precedentes da revelação bíblica, aponta legitimamente apenas para as promessas que Deus já deu a conhecer, e que estão na Palavra de Deus, viva e eficaz.  

É sempre melhor cultivar os valores e a densidade da ‘âncora da alma’ nos tempos de bonança e calmaria… Quando eles forem suplantados pelos tempos de tormenta e vendaval, a ‘âncora’ será de vital validade. É sempre bom manter livre da ferrugem e do crestamento o ‘cabo’ que sustenta a ‘âncora’ – a fé – nos tempos de bonança e calmaria… Quando eles forem suplantados pelos tempos de tormenta e vendaval, o cabo não se romperá, separando a ‘âncora’ da frágil embarcação da nossa vida. Você chegou até aqui, nesta leitura? Como estão os seus tempos, hoje? Em bonança e calmaria? Se forem, é muito mais provável que você se descuide do ‘cabo’ e se esqueça da ‘âncora’. Você vai se lembra rapidamente deles quando as nuvens aparecerem espessas e escuras no horizonte. Mas, não será muito mais aconselhável cuidar da ‘âncora’ – alimentar a esperança – nos tempos bons? Não será muito mais aconselhável zelar pelo ‘cabo’ – a fé – nos tempos de calmaria? Quando vier o que trazem as nuvens escuras, serão firmes e seguros fundamentos. Se esses tempos já têm chegado, e se sua ‘âncora’ e o ‘cabo’ que a sustém estão em ordem, é só manter o olhar no autor e consumador da fé – Jesus – e aguardar um novo dia que virá…

A nossa mensagem musical de hoje é uma reprise. Seu autor, um pastor ainda vivo, afirma que suas composições são parte de sua jornada de vida, dela emanadas, sob o ensino da Escritura. Na poesia de hoje, ele traduz em verso um tempo angustiante de sua própria vida, superado pelas garantias que textos como os que hoje foram retratados proporcionam.

HE WILL CARRY YOU
Ele Susterá Você
Scott Wesley Brown  (1952…)

There is no problem too big God cannot solve it… 
Não há problema tão grande que Deus não possa resolver…
There is no mountain too tall He cannot move it…
Não há montanha tão alta que Ele não possa mover…  
There is no storm too dark God cannot calm it…
Não há tormenta tão densa que Ele não não possa acalmar… 
There is no sorrow too deep He cannot soothe it… 
Não há angústia tão profunda que Ele não possa amainar…

If He carried the weight of the world upon His shoulders
Se Ele susteve o peso do mundo sobre Seus ombros 
I know, my brother, that He will carry you! 
Eu sei, meu irmão (…) que Ele susterá você!
If He carried the weight of the world upon His shoulders
Se Ele susteve o peso do mundo sobre Seus ombros 
I know, my sister, that He will carry you! 
Eu sei, minha irmã que Ele susterá você!

He said – Come unto me all who are weary, and I will give you rest!
Ele disse – Vinde a mim todos vós que estão cansados e eu vos darei descanso!
[ Ao começo, novamente ]

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Abraços, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15)
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil

ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ACRF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
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N° 141 : “VERDADE – QUEM QUER?”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 09 de Fevereiro de 2014

Ninguém quer perder cinco minutos do seu tempo para saber a verdade!”. Esta frase foi dita recentemente em Módena, na Itália. Quem a proferiu foi Andrea Haas, esposa de Henrique Pizzolato. Ela concedeu entrevista a uma revista brasileira, que queria dela explicações sobre as razões da fuga, do Brasil, de seu esposo. Seu esposo é um dos réus do processo que tramita no STF, o Supremo Tribunal Federal brasileiro, em função de acusações movidas, naquela corte, pelo Ministério Público do país. Henrique Pizzolato foi diretor do Banco do Brasil, ao tempo dos acontecimentos que figuram no processo.

Não me interessa, aqui, discutir os elementos da matéria que têm seu pano de fundo na política brasileira dos últimos tempos. Interessa-me, sim, refletir na declaração dela. Reconheço que a declaração foi feita num contexto em que a ‘verdade’ que ela pretende pugnar é a que considera favorável a outros rumos que poderiam atingir a história de seu marido, e de sua família. Mas, deslocando o diagnóstico do eixo por ela pretendido, e localizando-o num cenário muito, mas muito, mais importante do que o que os atinge, eu diria – que lucidez! É mesmo um fato: “Ninguém quer perder cinco minutos do seu tempo para saber a verdade”.

Bem! Antes de prosseguir, correndo o risco de cometer uma grande injustiça contra uma pequena minoria das pessoas no mundo, devo dizer que deve ser uma hipérbole a figura de linguagem da sentença. Não é que ‘ninguém’, no sentido absoluto, ame a verdade, a ponto de não dedicar-se em sua busca ao menos cinco minutos. Não são muitas pessoas, mas há quem dedique até bem mais que cinco minutos. Mas, comparando ao grande universo dos seres humanos, cujo julgamento e destino eterno depende tanto, mas tanto, da verdade, aceita-se a hipérbole, o exagero linguístico. Pois, neste mundo em que estamos vivendo, o “aqui” e o “agora” que magnetiza nossas atenções, e que, ao mesmo tempo, solapa a capacidade de escolha em direção ao que realmente importa – a verdade – a verdade é esta mesmo. Cinco minutos em busca da verdade são uma infinidade de tempo, se significarem sacrifício de um tanto de futilidades que afagam nossas vísceras e almas.   

“Cinco minutos” diários menos das novelas de imundície, ou dos programas de explícita exploração da promiscuidade entre paredes, mas sob câmeras, ou até sob lençóis da penumbra, em troca de porções da verdade, fariam um bem imensurável – seria simplesmente troca de ‘venenos de alma’ por ‘nutrientes de vida’; “cinco minutos” menos daquele vício com os DVD’s da locadora mais próxima, em troca de histórias de vida, contadas no Livro da Verdade, que orbitam em torno da verdade que salva, vão tornar sua vida mais rica de valores; “cinco a minutos” menos de conversas inúteis, em troca de conversas edificantes, edificadas sobre a verdade, seriam vitamina altamente eficiente para cérebro e coração; “cinco minutos” menos de internet, com toda a sua maciça dose de porcaria (salvam-se as exceções – pois aqui mesmo está um uso da internet que trabalha pela verdade), em troca de palavras de vida eterna, seriam um tônico valioso para a alma cambaleante sob a aridez da inutilidade; “cinco minutos” menos de leituras mentirosas, de ficção, românticas ou não, seriam vacina eficiente contra tanta vanidade na vida. Mas, como instigou a auto-exilada, em companhia do esposo – quem quer perder cinco minutos pela verdade?

No único e inquestionável Livro da Verdade há denúncias parecidas. Por exemplo, o Livro (a Bíblia) declara que “a ira de Deus é revelada do céu contra toda impiedade e perversão dos homens que suprimem a verdade pela injustiça”, acrescentando que estes tais “trocaram a verdade de Deus pela mentira, e adoraram e serviram a coisas e seres criados, em lugar do Criador, que é bendito para sempre” (Romanos 1. 18, 25 NVI). Falando sobre tempos futuros, sobre os quais penso que se encaixam muito bem nos dias de hoje, diz a Escritura: “Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; e desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas” (II Timóteo 4.3,4, ARC). Há casos até em que pessoas de grande importância política simplesmente indagaram sobre a própria verdade; foi o caso de Pôncio Pilatos, o governador romano que entregou Jesus para ser crucificado. Até parecia que ele estava interessado na verdade, quando indagou de Jesus, em seu interrogatório – “Que é a verdade?” (João 18.38); mas, infelizmente, nem deixou que Jesus respondesse…  Certamente ele não tinha, em sua apertada agenda política do dia da morte expiatória e vicária do Filho de Deus, ‘cinco minutos’ para a verdade.

Para aquele universo de pessoas que eventualmente lêem estas toscas linhas, tenho um ‘recado’ do Proprietário Absoluto da Verdade: “Adquire a verdade e não a vendas, adquire sabedoria, instruções e inteligência“ (Provérbios 23.23, BCF). Sabe quanto custa? Apenas o preço de uma Bíblia, que mal paga o papel e a tinta. E depois, pelo resto da vida, serão vários minutos de aquisição (não apenas cinco), todos os dias, sem custo algum. Sabe mais uma coisa? Vou iniciar uma campanha… Uma campanha de desmentido… Uma campanha para desmentir essa sina, de que ninguém quer perder cinco minutos em troca da verdade… Nós começamos a campanha, e a própria verdade que vamos adquirindo vai nos libertando das amarras do tempo diário, de tal modo que de cinco poderemos passar para dez, de dez para quinze, e assim por diante : “Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (João 8.32, ARA). A propósito, o que você pretende fazer nos seus próximos cinco minutos? Que tal uma porção a mais da verdade? Vá ao Livro de Deus, e você encontrará sortimento para milhares de ‘cinco minutos’ da vida, com valor de efeitos duradouros para uma quantidade infinita de ‘cinco minutos’ de que é composta a eternidade. Ou, você vai preferir concordar com a Andrea Haas?

Jesus identificou a Si próprio com a verdade; incorporou-a, metaforicamente, em Si próprio. O casal que compôs o hino de hoje reconheceu isto, quando declarou sua determinação em seguir Jesus. Segue o hino, apenas com instrumentação musical no áudio; momento para reflexão… Linda composição musical, na interpretação de orquestra de câmara de Charles Magnuson !

A poesia segue abaixo, com a singela ajuda na versão do texto.

FOLLOW, I WILL FOLLOW HIM (1935)
Seguirei, Eu te Seguirei
Howard L. Brown (1889-1965)

Jesus calls me; I must follow, follow Him today
Jesus me chama; devo seguir, segui-lo hoje
When His tender voice is pleading,
Quando Sua terna voz conclama
How can I delay?
Como posso eu demorar?

Follow, I Will follow Thee, my Lord
Seguirei, Eu te seguirei, meu Senhor
Follow ev’ry passing Day
Seguirei cada dia que passa
My tomorrows are all known to Thee
Meus ‘amanhãs’ são todos a ti conhecidos
Thou will lead me all the way!
Tu me guiarás em todo o caminho!

Jesus calls me; I must follow, follow Him allway’
Jesus me chama; devo seguir, segui-lo sempre
When my Saviour goes before me, I can never stray!
Quando meu Salvador segue diante de mim, eu nunca posso me extraviar!

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Abraços, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15)
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil

ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ACRF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
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N° 140 : “PAZ?… QUE PAZ?”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 02 de Fevereiro de 2014

Em qualquer situação de provas, não se deve perguntar a Deus ‘por que’, mas ‘para que’…”. Foi assim que a dona Laudelina falou com sua filha, Laudezir, na ocasião em que esta perdeu o esposo num acidente de moto. Silas tinha levado o filho mais velho, Simon, à escola, e seguia depois para o médico. A imprudência de um motorista o jogou no chão, a ponto de ser atingido em cheio pelo ônibus que vinha atrás. Isto se deu em 25 de março de 2009, em Belo Horizonte. Bem! Dona Laudelina tinha lá suas razões para assim falar à filha, no meio de tal sofrimento. Prá ser franco, talvez não sejam muitas as pessoas que tenham tanta propriedade de falar a outrem (mesmo a própria filha) essa já conhecida sentença. Silas deixou Lau e três filhos: Simon (então com 17), Mylena (então com 13) e Joshua (então com 11). Também toda a família de Silas, da casa de dona Maria Hilária, foram abalados com o duro acontecimento. Se Lau, se seus filhos, se dona Maria Hilária e sua família, não tivessem o conhecimento e a comunhão com Deus que têm, a história deles não seria como tem sido (leia um registro mais amplo em http://efrata.cmeinformatica.com/mod/page/view.php?id=88).

Silas teve sua alma recolhida aos tabernáculos celestes, onde aguarda a ressurreição final, para o gozo da Vida Eterna na morada celestial. Naquele dia, certamente que todos os seus vão se reunir a ele, assim também muitos de nós, para o mesmo gozo eterno. Seu corpo foi entregue à terra. Naquele dia de março de 2009, entre os muitos hinos cantados no culto que louvou a Deus por sua vida, cantou-se “Se Paz a Mais Doce” (“Sou Feliz”). Aquela mensagem cantada está na lembrança particular de toda a família, que também tentou cantar, naquele dia, mesmo com voz embargada. Mas, convenhamos: Paz?… Que paz? Que história é esta de alguém poder cantar – “Se dor a mais forte sofrer… Oh! Seja o que for, Tu me fazes saber, que feliz com Jesus sempre sou!”, quando se encontra no meio de um turbilhão de tal monta, que revoluciona a vida de modo tão inesperado? Como experimentar ‘paz’, quando tudo à volta parece encaminhar para a enxurrada do desespero?

Ah! Se fosse uma novidade… O livro de Hebreus, na Escritura Sagrada, fala-nos de tantos outros que nos antecederam, e que, enquanto caminhando sobre a terra, olharam com a poderosa luneta da fé, sustentada no forte tripé da esperança da glória, oravam e cantavam como estrangeiros e peregrinos, porque “aguardam a cidade [eterna] que tem fundamentos, da qual Deus é o arquiteto e edificador” (Hebreus 11.10, ARA). A História oferece registros de tantos outros mais… Estes experimentam, com verdade, realidade e propriedade, aquilo de que fala o Espírito por mãos do apóstolo: “E a paz de Deus, que excede a todo entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus” (Filipenses 4.7, ARC). Então, é paz sim. Diferente da que dá o mundo. Veja como diz aquele que no-la outorga: “Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz. Não vo-la dou como o mundo a dá. Não se perturbe o vosso coração, nem se atemorize!” (João 14:27, BCF). Mas é paz! E é a melhor espécie de todas.

Jesus preveniu: “Eu lhes disse estas coisas para que em mim vocês tenham paz. Neste mundo vocês terão aflições; contudo, tenham bom ânimo! Eu venci o mundo” (João 16:33, NVI). Logo, se o Mestre falou, tá falado! Se ele disse para nos precavermos, porque seriam inevitáveis as aflições, as desditas, as horas angustiantes (como até ele passou), quem é aquele que, arvorando-se falar em nome de Deus (sem o ser), esbalda-se em dizer que os filhos de Deus não passam por adversidades? Que isto não lhes é próprio? Muito pelo contrário, senhores pregadores da mentira!!! Passaram muitos, passamos nós, passarão outros, enquanto Ele não retorna. Mas, tem um detalhe, e não posso dizer que seja pequeno, nem por mera figura de retórica. Não seria justo. O detalhe é grande e significativo. Por isto, vou até registrar tudo em maiúsculo: “CONTUDO, TENHAM BOM ÂNIMO! EU VENCI O MUNDO”. Faz toda a diferença!!!

Então, ante a pergunta: “Paz?… Que paz?”, que empresta título a esta mensagem, basta uma resposta: A Paz de Cristo, que excede a todo entendimento! Diferente de todas as demais formas. Forte, fortíssima. Suficiente! Regozijante até na dor. Pode parecer estranho, mas não deixa de ser verdade, por isto.

O nosso hino de hoje é o hino que ficou na lembrança de Laudezir, de filhos, de dona Maria Hilária e familiares. Quem o compôs experimentou forte desdita também. Era um cristão, do tipo que dizem ser bem-sucedido, porque suas atividades profissionais em Chicago lhe renderam boa soma financeira, e bens. No entanto, em 1871 sobreveio desdita: morreu-lhe seu filho… Ano seguinte, um pouco mais: o grande e histórico incêndio de Chicago lhe arruinou… Mais um ano adiante (1873), e aumenta a desdita: despachou a esposa e as quatro filhas num navio para a Europa, prometendo encontrá-las logo que pudesse viajar. O navio naufragou e poucas pessoas se salvaram. De sua família, a esposa Anna, única que chegou ao “velho mundo”, mandou-lhe um telegrama: “salva, sozinha”. As quatro filhas pereceram no naufrágio. Ao viajar ao encontro da esposa, passou pelo lugar do naufrágio; chorou muito, é verdade, mas compôs o hino, cujo estribilho original diz:

It is well, with my soul, it is well, it is well with my soul !  (Tudo bem com minh’alma; tudo bem, tudo bem, com minh’alma).

Ouça, com nosso áudio player, numa execução do Quarteto Templo.  

SOU FELIZ  (1873, It Is Well)
Horatio Gates Spafford  (1828-1888)

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Abraços, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15)
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil

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N° 139 : “FORTE AMPARO”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 26 de Janeiro de 2014

Dédalo e Ícaro eram pai e filho. Na mitológica estória grega, Dédalo era um grande arquiteto e hábil artífice. Foi ele quem construiu, em Creta, o labirinto, junto ao palácio do Rei Minos, para que este ali aprisionasse o minotauro. Um dia, foi o próprio Dédalo que caiu em desgraça perante o rei Minos; por isto, este o aprisionou em sua própria obra prima, quando já não mais existia o minotauro. Também seu filho, Ícaro, foi ali aprisionado com o pai. Dédalo podia suportar a prisão do labirinto com mais resignação; não era esse o caso, porém, do jovem rapazote. Mais doía a Dédalo o sofrimento do seu filho, do que o seu próprio, naquele labirinto engenhoso e inexpugnável. A única maneira que restou a Dédalo para salvar a vida do seu filho foi a de aproveitar-se das penas que caiam das aves, e da cera das abelhas que ali construíram colméias. Com a cera e com as penas, confeccionou asas, para si e para o filho, com as quais poderiam voar para fora da torre do labirinto, atravessando o Egeu. Dédalo advertiu ao jovem: Não voe muito baixo, para que as asas não venham a pesar demais com a absorção da umidade do mar; também não voe tão alto, para que o calor do sol não derreta a cera, desmontando as asas. Tão somente, fique próximo de mim”. Enquanto fez como o pai orientou, Ícaro singrou os ares sobre o Egeu, em fuga, na companhia de Dédalo. Mas, o encanto de fugir, e de poder voar, levou o jovem Ícaro a subir, afastando-se do pai, malgrado os insistentes apelos deste para que ele contivesse seu ímpeto. O calor do sol mais intenso das alturas derreteu as asas de Ícaro, e ele despencou para o mar, para tristeza do pai que, sozinho, conseguiu chegar a outra ilha.

Trata-se de mera mitologia, eu sei… Mas, lembrei-me desta história, que li quando ainda criança, ante os dias que estamos vivendo. A ordem de Dédalo, mítico personagem, dirigida ao seu filho, é paradigma de um ensinamento – “Tão somente, fique próximo de mim!”.  Cada um de nós – o que escreve, os que lêem, tem experiências diferentes como filhos; e, também, diferentes experiências como pais. Contudo, no Livro de Verdades Eternas de Deus, há um paradigma ainda mais importante do que o de Dédalo para Ícaro. Ao falar dele, minhas lembranças voltam-se para longe, no tempo. Entre tais lembranças, ainda posso ‘ouvir’ aquele meu precioso mestre a repetir, ressaltando as sábias palavras do sábio homem de Deus: “No temor do Senhor tem o homem forte amparo, e isso é refúgio para os seus filhos” (Provérbios 14.26, ARA). Não só lembrava, repetia, e ensinava, como também cantava. 

Mas, e se, no momento, os filhos não estiverem ‘com cara’ de que estejam usufruindo desse refúgio? Nem por isto a verdade da promessa se desvanece. Aquele que promete é infalível. Há como buscar, cultivar maior nível de temor do Senhor – sempre há. E, com isso, a promessa se revigora. Um dia, quando, talvez, menos esperamos, ela vem e se cumpre. Talvez, por favores, ou agentes inesperados – Deus é quem sabe! Uma coisa é certa: pais que cultivam crescente temor do Senhor, podem esperar que isso se faça forte amparo, “refúgio para os seus filhos”.

E mais: quando pais buscam cultivar, conforme os preceitos de Deus, o temor do Senhor, Deus cuida dos filhos que Ele mesmo lhes deu. Eles podem dizer à semelhança de Dédalo: “Tão somente, ande próximo de mim, filho!”. Porque, a equação espacial é simples: Se ‘A’ é igual a ‘B’, e ‘B’ é igual a ‘C’, segue-se que ‘A’ é igual a ‘C’… Quando pais andam próximos de Deus, e filhos andam próximos dos pais, segue-se que filhos andarão próximos de Deus. Não farão como Ícaro: se o encanto do vôo próprio lhes arrebatar, por certo tempo (e é natural que ocorra), não tardará o dia em que virão, de novo, para junto do Todo-Poderoso. Acho que a fórmula da promessa é compreensível: “No temor do Senhor”… “forte amparo”. Se é amparo, é porque pode o homem cambalear… Se cambalear, o forte amparo, único forte amparo, continua sendo o “temor do Senhor”; sabe o que ele é?  “… é límpido, e permanece para sempre” (Salmo 19.9, ARA). Sabe o que mais é ele? “… é o princípio da sabedoria, e o conhecimento do Santo é a prudência” (Provérbios 9.10, ACRF).

Certamente que, para alguns que lêem, a descrição é matéria de fato. Estão em júbilo, porque Deus, no temor deles, tem sido refúgio para seus filhos (mesmo que estes nem saibam disto, ou não saibam quanto). Certamente que, para outros que lêem, a descrição hoje é desafiadora. Estão, a esta altura, orando como o profeta: “Aviva, ó Senhor, a tua obra, no meio dos anos; no meio dos anos, a notifica; na ira, lembra-te da misericórdia” (Habacuque 11.32-34, ARC). Temos tempos e ocasiões propícias para dizer ao Santo: Senhor, como tu tens sido forte amparo, refúgio para meus filhos! 

Temos, também, ocasiões para dizer ao Santo: Senhor, sê Tu o forte amparo, o refúgio para meus filhos; mas, ajuda-me a cultivar o temor do Senhor!.

E, por fim, digo apenas… AMÉM!   Você também diz? Então, AMÉM!!!

Nossa mensagem musical de hoje é mais uma da talentosa compositora Fanny Jane Crosby. Como diz uma de suas biógrafas: Ela não podia ver com os olhos naturais, mas podia ver com o coração. Ela não podia descrever a face de outro ser humano, mas era capaz, como poucos, de descrever a face de Deus. Veja por causa de um erro médico, no início da vida, sua vida era diferente de muitas, mas não era pior que tantas. Sustentou-se a si própria, ensinando, apesar de cega, tinha muitos amigos e intercessores. Ela mesma disse, de si – ‘Parece ter sido intencional, pela bendita providência divina, que eu ficasse cega por toda a minha vida. Por esta providência, eu agradeço a Deus. Se perfeitos olhos humanos me fossem oferecidos amanhã, eu não os aceitaria. O louvor de minha vida, rendida a Ele, se eu tivesse sido distraída pelas belas e interessantes coisas ao redor de mim’.
 
Isto ela declarou na ocasião da composição do hino de hoje.

Ouça, com nosso reprodutor de áudio online…

Abrigo na Rocha (He Hideth My Soul, 1911)
Fanny Jane Crosby (1820-1915)

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Abraços, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15)
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ACRF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica . com . br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional'

N° 138 : “NO CENTRO DA VONTADE DE DEUS…”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 19 de Janeiro de 2014

Por favor, vamos o mais rápido possível para o hospital mais próximo!” Foi esta a súplica de Íngrid, quando socorrida na via Dutra, depois do grave acidente que sofreu no carro onde estava. Era o início do ano de 1975. Esse acidente acabou por deixá-la sem movimentos, da cintura para baixo, para o resto da vida: paraplegia flácica, com ruptura de medula entre as vértebras 11 e 12. No acidente, duas pessoas tiveram sua vida ceifada. E Íngrid, por pouco também, não fosse a mudança de posição no carro, momentos antes. Quando ocorreu, Íngrid Lopes Neumann estava meio afastada de seu convívio espiritual com seu Deus. Mas, Deus tinha planos valiosos para ela, no futuro. O resultado dessa experiência foi o prosseguir de uma vida, quer numa cadeira de rodas, quer sobre as muletas canadenses, quer em Recife, quer onde mais Deus viesse levá-la, na procura de localizar-se no “centro da vontade de Deus”. Leia mais de sua encorajadora história em “Arautos de Vida”:  http://efrata.cmeinformatica.com/mod/page/view.php?id=85.

Falei com Íngrid há poucos dias. Fiz-lhe uma desafiadora pergunta: Íngrid, depois de trinta anos, desde que conheci sua história, e te conheci pessoalmente, depois de quase quarenta anos daquele acidente, eu te pergunto: você reafirma as palavras do seu testemunho pelo Seu Deus? E Íngrid, sem titubear um só segundo após minha pergunta, respondeu que não só reafirma; ainda as reforça. Que força é esta, que faz alguém tirar, da amargura, doçura? Da angústia, segurança e renovo de vida…? Que força é esta, que faz alguém tirar, da desventura, alento…? Da aflição, consolo para repartir…? É uma força poderosa, porém invisível a olho nu. Essa força é mais poderosa do que o invisível campo magnético terrestre, mais poderosa do que a gigantesca força gravitacional do universo… É força que vem de Deus, e que se cultiva somente em Sua presença e comunhão.

A Bíblia fala de Coré; fala, também dos seus filhos. Em Números 16, relata-se a desastrosa sedição que Coré (ou Corá, depende da versão) promoveu contra o seu primo, o líder Moisés. O resultado, é que Moisés se viu desafiado, em sua autoridade de profeta e líder divino, e colocou, de um lado, Coré, seus companheiros Datã e Abirão, e os 25º homens que lhe deram suporte; depois, colocou à frente do povo a mulher e os filhos de Coré. E, então, disse: Se a morte destes homens for como a morte de todos os demais homens, é porque não sou enviado da parte de Deus, o Senhor. Mas, se a terra se abrir, e os engolir aqui, perante todos, é porque desprezaram eles o Senhor, e não a mim. E, sabe o que aconteceu? Deixe que fale a Escritura:  

E aconteceu que, acabando ele de falar todas estas palavras, a terra que estava debaixo deles se fendeu. E a terra abriu a sua boca, e os tragou com as suas casas, como também a todos os homens que pertenciam a Coré, e a todos os seus bens. E eles e tudo o que era seu desceram vivos ao abismo, e a terra os cobriu, e pereceram do meio da congregação. E todo o Israel, que estava ao redor deles, fugiu ao clamor deles; porque diziam: Para que não nos trague a terra também a nós. Então saiu fogo do SENHOR, e consumiu os duzentos e cinqüenta homens que ofereciam o incenso.” (Números 16:31-35, ACRF).

No entanto, mais adiante há uma anotação importante:

E a terra abriu a sua boca, e os tragou com Coré, quando morreu aquele grupo; quando o fogo consumiu duzentos e cinqüenta homens, os quais serviram de advertência. Mas os filhos de Coré não morreram.” (Números 26:10-11, ACRF).  Os filhos de Coré assistiram a toda aquela cena, aquela tragédia: seu pai desceu ao abismo, sendo engolido vivo pela terra; mas, eles foram poupados. O que lhes restou? Alguma herança? Nada! Moisés, obedecendo a Deus, cuidou que os bens de Coré estivessem junto dele; quando o abismo se abriu por debaixo de seus pés, os bens, todos, foram junto. Não sobrou nada para seus filhos. Pensa você que eles blasfemaram contra Deus, que O abandonaram? De jeito nenhum. Mais à frente, quando foram escolhidos os levitas cantores e compositores para o ‘templo’ em forma de tabernáculo, os filhos de Coré foram escolhidos para as mais importantes funções. Compuseram músicas, e cerca de doze dos salmos bíblicos são de sua autoria. Mais tarde ainda, quando Davi organizou os serviços do culto, e Salomão, seu filho, os estabeleceu no templo recém edificado, lá estava a descendência dos filhos de Coré, nas mesmas funções.

Foi um caso típico do que registra o escritor de Hebreus, referindo-se aos modelos mais destacados da verdadeira fé: “E que mais direi? Certamente, me faltará o tempo necessário para referir o que há a respeito de Gideão, de Baraque, de Sansão, de Jefté, de Davi, de Samuel e dos profetas, os quais, por meio da fé, subjugaram reinos, praticaram a justiça, obtiveram promessas, fecharam a boca de leões, extinguiram a violência do fogo, escaparam ao fio da espada, da fraqueza tiraram força, fizeram-se poderosos em guerra, puseram em fuga exércitos de estrangeiros.” (Hebreus 11.32-34, ARA).  Notou? “Da fraqueza, tiraram força”… Órfãos, por um evento tragico; envergonhados, porque seu próprio pai tinha sido disciplinado, aos olhos de todos; hipoteticamente desaparados, porque nenhuma herança lhes restou. Mas, o Senhor foi a sua herança. Recobraram força, retomaram o caminho da pesença e da obediência ao Altíssimo, e viveram em graca.

É possível tirar força da fraqueza? Sim! Mas é preciso estar “no centro da vontade de Deus”. Íngrid tem sido assim; esse tem sido o seu testemunho, a sua busca, desde aquele acidente na Dutra, em 1975. Fora do centro da vontade de Deus, nenhuma herança é suficiente; nenhuma vantagem é vantagem; nenhuma glória e nenhum sucesso, neste mundo, tem valor. Mas, no centro da vontade de Deus, o que parece não dar certo cumpre propósitos, sábios e santos, que Ele reserva para os Seus.   

Nossa mensagem musical de hoje sai “do fundo do baú”…
No início da década de Setenta, foi cantada por todo o Brasil, na voz dos Vencedores Por Cristo.

Sei Que Jesus Vem Guiar
Harry John Bolback  (1925…)

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Abraços, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15)
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ACRF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
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N° 137 : “PARA SEMPRE AO TEU LADO”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 12 de Janeiro de 2014

Por quanto tempo dura uma fidelidade autêntica? De que ela é ‘construída’? Pelo que é sustentada? Quais os maiores exemplos conhecidos? Alguém aí já ouviu falar do akita japonês ‘Hachiko’? Ou, do cão terrier escocês chamado ‘Bobby’? Ou, da gatinha de Passo Fundo (RS), chamada ‘Mucufa? Ou, da cadela de Divinópolis (MG), chamada ‘Pretinha’?  Ou do gato ‘Toldo’, da cidade italiana chamada Montagnana? Ou, do cachorro ‘Capitán’, de Villa Carlos Paz, na Argentina? Ou, do cavalo ‘Raposa’, em Várzea Grande, no Mato Grosso? Depois que minha esposa assistiu um documentário, contando a história da gata ‘Mucufa’, e me contou a história, comecei a pesquisar, e perceber que a lista de fatos idênticos pode ser bem maior do que se imagina…

Mucufa era a gata de estimação de Antenor Luiz Tomazoni, em Passo Fundo. Antenor morreu num acidente; a gata desapareceu. Dois anos depois, encontraram-na, com uma ninhada, vivendo sobre o túmulo de Antenor, e montando guarda à sua foto na lápide. Hachiko era o cão de um professor japonês de Shibuya; todos os dias, Hachiko ia até à estação de trem para esperar seu dono, quando de volta para casa. Um dia, ele adoeceu, e não veio (vindo a falecer); mas Hachiko, por nove anos a fio, todos os dias, continuou cumprindo seu ritual de fidelidade, indo até à mesma estação esperar seu dono. ‘Capitán’, por seis anos, montou guarda sobre o túmulo de seu dono. ‘Pretinha’, por mais de dez anos vem aguardando, nas proximidades da porta do hospital “São João de Deus”, em Divinópolis, o retorno de seu dono, por igual tempo já falecido. E assim, história após história, casos impressionantes de afeição e fidelidade de animais para com seus donos chamam a atenção. A história de Hachiko virou um emocionante filme – “Sempre ao Teu Lado”, em nosso idioma. A simples pesquisa de cada história dessas pode suscitar marcantes emoções. Lisiane Pereira de Jesus, professora de zootecnia na Universidade Federal do Mato Grosso, especialista em equoterapia, diz que os animais possuem maior sensibilidade e percepção que os humanos.

Mas, sabe o que penso? O maior de todos os casos de afeição, de fidelidade, de sensibilidade, está num nível acima dos homens e até dos animais (se for verdade que, neste quesito, estão acima dos homens). O caso mais elevado, inigualável até, está em quem faz afirmações (e, com garantia total, porque cumpre o que diz):
Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo (Mateus 28.20, BCF).  
Ninguém tem maior amor do que este: de dar a sua própria vida pelos seus amigos. Vós sois meus amigos, se fazeis o que eu vos mando. ” (João 15.13,14, ARA). 
O Senhor está convosco, enquanto vós estais com Ele; e, se O buscardes, O achareis; porém, se o deixardes, vos deixará” (II Crônicas 15.2, ARC). 
Procurem aperfeiçoar-se, exortem-se mutuamente, tenham um só pensamento, vivam em paz; e o Deus de amor e paz estará com vocês” (II Coríntios 13:11, NVI).

Sabem de quem estou falando, não?

Não me surpreende saber que ler, ou ver na TV uma única história, dentre as amostras que mencionei, erige um mundo de emoções em muitos de nós. Eu mesmo, que tenho forte empatia por animais, não consigo evitar tais emoções. No entanto, cada caso desse também tem suas limitações, tanto nas circunstâncias quanto no tempo. Surpreende-me saber, outrossim, que não costumam se manifestar em nós ainda mais fortes emoções, se sabemos que o Criador do universo, o Rei de toda a glória, o Autor da nossa salvação, o Soberano sustentador das circunstâncias da vida, e da própria vida, está junto, presente, constante, consolador amparo, amoroso amigo, fiel companheiro. Não nos é Ele muito melhor? Não é infinitamente mais leal? Se Ele diz aos que o buscam, e Dele dependem – estarei ‘sempre ao teu lado’ (é o título do filme inspirado na história de Hachiko), não é Ele tão mais real, verdadeiro e indispensável? Homenagens têm sido prestadas a esses animais: Hachiko até ganhou uma escultura memorial na estação de Shibuya; o cãozinho Bobby, de Edimburgo, tem lá um outro memorial.

Será que as homenagens, o culto, a devoção Àquele que infinitamente mais faz pelos que Lhe buscam a face, e promete fazê-lo eternamente, têm sido suficientes? Será que o que a Ele retribuímos, por tão bem cuidar de nós todos os dias, está à altura? Ele sai conosco, quando saímos; anda conosco, onde andamos; volta conosco para casa; se nos separamos dos queridos, Ele consegue seguir conosco, ao mesmo tempo em que segue com os queridos; Ele se coloca à nossa cabeceira, quando nos deitamos; e também está à porta, enquanto dormimos. Que amigo, que fiel companheiro de todas as horas. Dura isto muito mais que um, dois, cinco, nove ou quatorze anos – dura a vida inteira. E, se um dia o fôlego de vida nos falta, Ele, misteriosamente, permanece junto com o nosso corpo na sepultura, porque decretou ressuscitá-lo um dia; mas também acolhe nos páramos celestes a nossa alma, porque promete dar a ela descanso de todos os seus infortúnios terrenos, para sempre. Ele é inigualável! O único que, verdadeiramente, faz jus ao registro – ‘Para Sempre ao Teu Lado” !!! Ele é o único que garante andar, a vida inteira, e toda a eternidade, com os que com Ele andam!

A Ele, todo louvor, e glória, e reconhecimento, e homenagens e adoração, aqui e na eternidade!

No ano de 1965, o ex-cantor pop brasileiro Luiz de Carvalho, então cantor evangélico, entoou para cerca de cento e vinte e mil pessoas, no Maracanã, em plena campanha do evangelista Billy Graham, versão por ele mesmo preparada de um hino baseado na caminhada do Jesus ressurreto, no caminho de Emaús, em companhia de dois discípulos. Ouça o hino pelo nosso reprodutor de áudio online.

DIVINO COMPANHEIRO

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Abraços, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15)
Ulisses 

Notas das citações bíblicas:
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ACRF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
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Nº 002 – “NO CENTRO DA VONTADE DE DEUS…”

Ministérios EFRATA – Arautos de Vida
Janeiro de 2014

Na dedicatória, logo na primeira capa, lê-se assim: “Ulisses, uma recordação de uma época, na qual minha vida passou por grandes mudanças, esperando que sirva de conforto e estímulo – Recife, Outubro de 1984”. Assim Íngrid deixou comigo o seu segundo presente, às vésperas de meu primeiro filho completar seu primeiro ano de idade. Se isto foi significativo – quero dizer, a história de Íngrid, o presente, a dedicatória? Não tenha dúvida que foi. Logo que meu filho, que é (ou nasceu, nem sei bem) autista, foi levado, nos braços de minha esposa, para nossa morada nas dependências do seminário em Recife, naquela tarde de Domingo, 13 de Novembro de 1983, Íngrid foi a primeira pessoa da “família” do seminário a conhecê-lo. Ela estava lá, sentada, no caminho de entrada do campus, à porta de sua casa, com um presentinho na mão para o nosso primogênito-caçula.

Íngrid Lopes Neumann nasceu no lar do Rev. Heinz Neumann, germânico professor de hebraico no nosso seminário, ao tempo em que por lá chegamos, e de sua esposa, dona Virgínia. Era a segunda filha, depois de Vera, e antes de Sigrid, Armínio e Henrique. Como gostava de jogar voleibol. Logo que concluiu (1974) os dois cursos de faculdade que cumpriu em paralelo – Direito e Ciências Econômicas – seus sonhos eram múltiplos, como os de qualquer jovem. No entanto, segundo ela mesma relata, a partir de 1972 já não vinha cultivando a mesma comunhão com Deus, como outrora. Na faculdade, chegaram a ‘balançá-la’, dizendo: “Íngrid, você tem que colocar na cabeça que não foi Deus quem criou o homem; o homem foi quem criou Deus!”.

No início de 1975, estava para voltar de São Paulo para Recife, e a viagem seria de carro. No volante do Opala ‘quatro portas’, seu tio Abel; à direita dele, seu tio Rubem; entre os dois, o Rev. Dionísio Pape, missionário canadense que tinha vindo ao Brasil para trabalhos da ABU – Aliança Bíblica Universitária. No bando de trás, a amiga Betinha, obreira da ABU e a própria Íngrid. Uma passagem pelo camp da ABECAR, em Mogi das Cruzes, proporcionou um apelo aos seus olhos – o Congresso Missionário em Curitiba, no ano seguinte. Íngrid disse, de si para si: Nesse aí, eu não vou. E a viagem seguia. Antes de saírem, um pneu furado; depois, na Dutra, outro pneu furado. A certa altura, Betinha convidou Íngrid para deitar-se em seu colo, no que foi atendida. No entanto, depois de algum tempo, Íngrid resolveu erguer-se, recostando-se à janela direita do banco de trás do Opala. E foram pouco minutos que seguiram, quando mais um pneu murcho deve ter provocado a perda do controle do Opala, levando-o para a pista contrária. A colisão com um caminhão, que vinha em sentido contrário, foi inevitável. O choque destruiu todo o lado esquerdo do Opala, e ceifou a vida do seu tio Abel e da amiga Betinha. Íngrid foi levada para o hospital em Cruzeiro, SP. No trajeto, ia a seu lado o corpo de seu tio Abel, e ela a pensar:  “Betinha morreu, tio Abel está morto aqui do meu lado e agora é a minha vez!”.  Lá, a assistência médica, incluindo cirurgia na mesma noite do acidente, comprovou a conseqüência: seccionamento da medula vertebral, resultando em paraplegia flácica, por lesão entre as vértebras 11 e 12.

A experiência desse acidente direcionou a vida de Íngrid para outro rumo: como ela mesma disse, para o “centro da vontade de Deus”. Sua oração, naquele mesmo dia, foi a de reconsiderar sua vida por inteiro, colocar-se diante de Deus, dizendo a Ele que, se Ele quisesse preservar sua vida, ela a colocaria a serviço do Senhor. Disse ela: “Senhor, dá-me esta oportunidade, não como a comprar o direito de viver, mas, para que, quando eu tiver de me encontrar com o Senhor, não sinta vergonha de ter vivido egoisticamente”. Muitas orações foram elevadas ao céu, pedindo a cura de Íngrid: seus pais, sua família, pastores, vários irmãos na fé, e também ela mesma. No entanto, o “centro da vontade de Deus” era usar Íngrid, mesmo paraplégica, para “confortar e estimular” muitas outras pessoas; e, também, para alcançar seus corações, através do seu testemunho, com a palavra que emana do coração de Deus – a Palavra de Deus! E é assim que se têm sucedido seus anos de vida. Falei com Íngrid, por telefone, ainda esta semana, e perguntei-lhe: Íngrid, depois de trinta anos, desde que conheci sua história, e te conheci pessoalmente, depois de quase quarenta anos daquele acidente, eu te pergunto: você reafirma as palavras do seu testemunho pelo Seu Deus? E Íngrid, sem titubear um só segundo após minha pergunta, respondeu que, não só reafirma; ainda as reforça.

O Deus do saudoso Rev. Heinz Neumann, e de sua amável esposa (ainda viva) dona Virgínia, foi o Deus de Íngrid naquela tarde/noite sombria na via Dutra, no hospital em Cruzeiro, no Centro Hospitalar Albert Sabin, naqueles duros dias de adaptação à nova vida, nas crises que vieram à mente e à lembrança, e também nos novos desafios, como tem sido até hoje. Íngrid aprendeu como poderia ser útil a crianças especiais, a adultos especiais, a pessoas em crise, a tanta gente… Habilitou-se na OAB-PE, e advoga para portadores de necessidades especiais; ensinou dezenas de meninos e adolescentes; ensinou no seminário (eu mesmo fui seu aluno de Sociologia Geral); assumiu uma destacada função na Visão Mundial, mediante convite do Pastor Manfred Grellert; e sua vida, orbitando em busca da plena percepção do “centro da vontade de Deus”, se tornou em bênção inspiradora para muitos. A maneira como ela ampliou sua percepção de como poderia ser útil a outrem começou com um inusitado convite de outro pastor: “Íngrid, nós precisamos que você ajude o nosso filho com reforço escolar, por favor!”. Era o pastor Frans Leonard Schalkwijk, reitor do seminário onde lecionava seu pai (“Se algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá, liberalmente, e nada lhes impropera, nada lhes lança no rosto, em censura, Tiago 1.5). Depois, pelo mesmo pastor, veio o convite para lecionar no seminário. Talvez, o mais notável projeto em que Deus envolveu Íngrid foi o CERTO-Centro Evangélico de Reabilitação e Terapia Ocupacional. Conheci a instituição. No mesmo dia, recentemente, em que falei com Íngrid, falei também com o irmão Silvanio. Mas, aí, já é prá vir uma outra história – um outro Arauto de Vida!

Entre as pessoas que Íngrid conheceu, naqueles anos de duras provas de recondução ao ‘centro da vontade de Deus’, estavam Lizete e Marize. A propósito, quem sabe, também serão, entre nós, “Arautos de Vida”? De Marize, recebeu Íngrid um texto que ela mesma havia antes recebido:

Quando alguém se aproxima de você triste, desesperado, por não ter um castelo, com um jardim somente com flores, transmita você, com seu sorriso, esta mensagem – A vida é uma dádiva de Deus, é um jardim com muitas flores; só que, entre as flores aparecem os espinhos, os quais, por várias vezes, nos ferem e magoam. Nunca deixe de existir!”. Foi a partir desta amizade que surgiu o CERTO. Hoje, Íngrid conserva a mesma certeza de quarenta anos atrás: quando o Filho do homem – Jesus Cristo – se manifestar, para o juízo e a re-criação de todas as coisas, ela terá um corpo ressurreto, sem defeito. Por toda a eternidade, não mais dependerá de uma cadeira de rodas, nem de muletas canadenses, nem nada. Será nova, inteiramente nova criatura, pelo poder de Deus, em Cristo Jesus.  
Quando Noé, aquele, do Dilúvio, soltou a pomba da janela da arca, sobre as águas da inundação que destruiu a terra uma vez, voltou a pomba com um raminho de oliveira no bico. Isto significou que a vida estava recomeçando. A história completa está nos capítulos 6 a 9 de Gênesis, na Bíblia. E Deus mesmo prometeu: O DILÚVIO NÃO SERÁ PARA SEMPRE. Há vida para depois do Juízo: a vida eterna dos remidos!

Concordemente com a nossa mensagem, nosso hino-tema é também mensagem de arautos de vida. 

Mesmo que o 'dilúvio' seja longo e hostil, não vai chover para sempre; há vida, depois dele… 

Nosso hino temático também fala disto. Na voz suave de Cynthia Clawson.

IT   WON’T    RAIN   ALWAYS…  (1981)
NÃO VAI CHOVER PARA SEMPRE…
Letra : Gloria Gaither (1942…)
Música : Bill Gaither (1936…) & Aaron Wilburn (1950…)

Someone said that in each life:
Alguém disse que em cada vida
Some rain is bound to fall:
Alguma chuva é fadada a cair
And each one sheds his share of tears:
E cada um entorna seu tanto de lágrimas
And trouble troubles us all:
E problemas afetam a todos nós
But, the hurt can't hurt forever:
Mas, a dor não pode ferir para sempre
And the tears are sure to dry…:
E as lágrimas por certo hão de se estancar… 

And it won't rain always:
E não há de chover para sempre
The clouds will soon be gone:
As nuvens logo se dissiparão


The sun that they've been hiding:
O sol que elas têm ocultado
Has been there all along…:
Tem estado lá, em todo o tempo…
And it won't rain always:
E não há de chover para sempre
God's promises are true!:
As promessas de Deus são reais
The sun's gonna shine in His own good time:
O sol há de brilhar no tempo próprio Dele [Deus]
And He’s gonna see you through!…:
E Ele vela por ti…
The sun's gonna shine in God's own good time:
O sol há de brilhar no tempo próprio Dele [Deus]
And He will see you through!…:
E Ele há de velar por ti! …

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Abraços
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 136 : “UMA NOVA PAIXÃO…”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 29 de Dezembro de 2013

E agora, como é que eu vou fazer? Como é que vou ter meu carro de volta? E minha casa – como é que eu faço? Agora, é trabalhar para arrumar dinheiro para pagar as dívidas !…  Inconformadas, estas foram algumas das indagações, ou decepções ouvidas poucos dias atrás. Bem! Não sou adepto de transportar coisas do mundo do futebol para reflexões espirituais. Tampouco me importa se o ocorrido é com clube “A” ou “B”, ou com rival de qualquer um. Vou ilustrar uma verdade com o  fato ocorrido, sem me imiscuir nas razões das paixões que o esporte suscita. Estou retratando frases típicas da desilusão de parte da torcida de  determinado clube brasileiro, que, segundo a imprensa,  vendeu bens, penhorou,  contraiu empréstimos, reverteu recursos de outros fins (até de bolsa de estudos no  exterior, como no caso de um estudante universitário), para acompanhar seu clube do coração até outro continente, para assistir partidas de ocorrência histórica. Só que seu clube do coração perdeu uma partida que o eliminou antes do tempo que imaginava…

Poderia ser com qualquer outro (inclusive, com seu maior rival); não é isto que vem ao meu caso. Como disse, não é a perda (ou a vitória, se tivesse ocorrido), ou o momento ímpar, ou a rivalidade que me interessa focalizar aqui. O que me interessa é refletir nesse tipo de paixão, que se libera a comprometer bens (às vezes duramente conquistados), comprometer ganhos futuros (às vezes, ainda não assegurados), a reputar tais dotes como secundários (às vezes ainda não usufruídos), em troca da satisfação de uma paixão efêmera. E não é que isto é estimulante ao cérebro e ao coração?… Não é que merece copiar?…  Não é que isto impele a determinado tipo de admiração?

O ano vai se acabando. Um outro, novinho em folha, vem vindo à frente. Por quantas coisas pudemos, nós, durante o ano, fazer algo parecido com o que aqueles torcedores fizeram? Pelo que pagamos um preço de renúncia, com padrão semelhante? Com que o nosso coração se apaixonou, a ponto de abrir mão de itens importantes, em troca do que tivera (ou tenha) importância maior? Em que se tem colocado o anseio do nosso coração?

À luz deste fato tão inusitado, pense um pouco nas palavras da seguinte passagem bíblica: “Busquem, pois, o Reino de Deus, e essas coisas lhes serão acrescentadas. Não tenham medo, pequeno rebanho, pois foi do agrado do Pai dar-lhes o Reino. Vendam o que têm e dêem esmolas. Façam para vocês bolsas que não se gastem com o tempo, um tesouro nos céus que não se acabe, onde ladrão algum chega perto e nenhuma traça destrói. Pois onde estiver o seu tesouro, ali também estará o seu coração" (Lucas 12.31-34, NVI). Caso você não tenha tanta familiaridade com a Palavra  de Deus, eu informo: Quem disse estas palavras foi Jesus Cristo. Você consegue notar algo parecido com a atitude dos torcedores? Estes, desfazendo-se de bens, “investiram” em sua grande paixão. No caso do texto, Jesus fala aos que receberam a dádiva do Reino que jamais terá fim, no lugar de glória e gozo inauditos, que troca semelhante é recomendada. Se o tesouro de uma pessoa está naquele Reino inigualável, se ele é a sua paixão maior, se sua alta estima (eu não disse “auto estima”) está no Rei daquele Reino celestial, todas as demais coisas desta vida serão secundárias: casa, carro, lazer e prazer (inclusive, com um clube de futebol), e tudo o mais. Isto é precisamente o contrário do que a ‘correnteza’ dos tempos contemporâneos arrasta, com seu fortíssimo apelo epicurista, hedonista, ansioso de prazeres e deleites.

Para uma melhor apreciação da analogia que proponho, lembro ainda uma brevíssima parábola do Mestre por excelência: “O Reino dos céus é também semelhante a um tesouro escondido num campo. Um homem o encontra, mas o esconde de novo. E, cheio de alegria, vai, vende tudo o que tem para comprar aquele campo.“ (Mateus 13.44, BCF).  Onde esteve o seu tesouro, no ano findo?  Pelo que você esteve disposto a renunciar, em troca de valor mais sublime?  

Um dia, um dos que seguiam a Jesus – precisamente o galileu Pedro – direcionou ao Divino líder pergunta semelhante  à que fazem muitos  dos torcedores brasileiros desapontados: Mestre, eis que deixamos tudo para te seguir; que será de nós? É didático atentar na resposta do magnânimo mentor: “Tornou Jesus: Em verdade vos digo que ninguém há que tenha deixado casa, ou irmãos, ou irmãs, ou mãe, ou pai, ou filhos, ou campos por amor de mim e por amor do evangelho, que não receba, já no presente, o cêntuplo de casas, irmãos, irmãs, mães, filhos e campos, com perseguições; e, no mundo por vir, a vida eterna.   “ (Marcos 10.29,30, ARA). Faço uma proposta: no ano próximo, que tenhamos a disposição de eleger os valores do Reino de Deus, sublime e eterno, como os valores mais altos a cultivar no dia a dia da existência, estando também dispostos a colocá-lo acima de todos os demais valores cultivados e apreciados, mesmo que apaixonadamente, no tempo presente.  Que o novo ano seja um tempo para descobrir (e apreciar, com as veras d’alma) as profundidades e as riquezas daquele Reino. Que seja uma nova 'paixão', a maior!

A melodia que deixo serve para momentos de reflexão e oração. Trata-se de um dos belíssimos hinos de Jessie Pounds. Jessie, esposa do Pastor John Pounds, era pessoa de frágil saúde desde a infância; assim, não chegou a completar 60 anos de idade. Autora de mais de 400 hinos, diversas cantatas e nove livros musicais, compôs ela o hino quando, num dia de prostração pela limitação da enfermidade, começou a pensar no céu, no reino celestial. A leitura de Apocalipse 21, naquele dia, lhe trouxe palavras ao coração, que traduziram-se no hino. A letra do hino fala daquele lugar maravilhoso, almejado, onde brilha o sol, cantam pássaros, onde Deus habita e nenhuma enfermidade ou tristeza penetra; lugar onde impera o gozo, a verdade, onde viveremos feitos novas criaturas; lugar onde está o nosso coração, porque é onde está o nosso tesouro, e onde os anjos nos aguardam com festa. 

BEAUTIFUL ISLE OF SOMEWHERE (1896)
Bela Ilha de Alhures
Jessie Brown Pounds (1868-1921)

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Abraços, até próximo Domingo (Feliz Ano Novo!), se Deus quiser (Tg 4.15)
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ACRF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional'

N° 135 : “TRÊS PRESENTES !”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 22 de Dezembro de 2013

Anote aí, e providencie… Depois, traga ao personagem do Natal : um pouco de ouro, de preferência puro, extraído das minas da África do Sul; também, um pouco de incenso, de preferência composto por extratos refinados de cássia, canela, styrax e sândalo, das matas indianas; e, ainda, um certo bocado de mirra, de preferência aquela, das seletas extrações egípcias.

Sabe de que estou falando, não? Ouro, incenso e mirra foram os três tipos de presentes, tidos como tesouros, que o menino Jesus recebeu, no primeiro Natal. Cumprindo a profecia do Antigo Testamento bíblico, seus pais vieram da Galiléia para obedecer ao recenseamento imperial, ordenado pelo César romano. Eles tinham que se apresentar em sua cidade natal; por isto, foram a Belém da Judéia. Lá, os dias da gravidez de Maria se cumpriram, e nasceu-lhe Jesus, Deus encarnado. O nascimento se deu numa estrebaria, porque não havia lugar para eles na hospedaria da pequena vila. Os ‘magos’ viram a estrela, sinal divino a guiar-lhes, e seguiram-na até Belém. A estrela apontou a casa onde o casal, com o menino Jesus, já se encontrava, passados os primeiros dias. Sabendo, por divina mentoria, tratar-se do esperado Rei dos Judeus, que subjugaria o mundo sob seu cetro, entregaram-lhe seus presentes – ouro, incenso e mirra!

Minha mensagem de hoje te convida a oferecer a Jesus os mesmos presentes. E Jesus os recebe com satisfação. Mas, não precisa ser da espécie natural; o que Ele espera é ouro, incenso e mirra da espécie metafórica, simbólica.

Ouro, por tradição milenar, é o mais nobre dos metais, tipicamente apreciado pelos reis e imperadores. Ouro, presente para Jesus naquele dia, foi algo muito propício, portanto; pôde significar reconhecimento de sua realeza. Palácios do mundo inteiro foram com ouro adornados, inclusive o de Davi e Salomão, assim como o templo de Jerusalém. De Nova Lima, Minas Gerais, saiu muito ouro que hoje se encontra em palácios europeus. Mais do que naquele dia, ouro, como presente para Jesus, hoje, é altamente propício. Não precisa ir buscá-lo com o ourives, ou na joalheria.  O “ouro” que te convido a dedicar, como presente, a Jesus, é também “ouro real”. Ele é Rei, o Rei do universo e, especialmente, dos Seus súditos. Presenteá-lo com esse ‘ouro’ significa submissão à sua autoridade de Senhor e Rei – é o que Ele mais deseja! “Para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai”  (Filipenses 2.10,11, ACRF).  

Incenso, por tradição milenar, é substância queimada em honra aos deuses feitos por mãos humanas; o Deus verdadeiro também requereu, por certo tempo, homenagens de devoção com incenso, quando do tempo do templo judaico. “Incenso” vem de “incendere”, no Latim, que significa incendiar. Quando sob queima, libera aroma, tanto mais atraente quanto mais puros forem os elementos que o compõem. Incenso, presente para Jesus naquele dia, foi algo muito propício, portanto; pôde significar reconhecimento de sua procedência divina. Jesus, de fato, era Deus; veio da parte de Deus, e foi o augusto profeta, cabal profeta divino. Mais do que naquele dia, incenso, como presente para Jesus, hoje, é altamente propício. Não precisa ir buscá-lo nas herbarias da cidade.  O “incenso” que te convido a dedicar, como presente, a Jesus, é também “incenso divino”, reconhecendo-o, plenamente, suficientemente, como Palavra, voz de Deus, cujo ensino sublime se encontra completamente encerrado nas páginas da Escritura. O que está nas páginas da Escritura, e somente nelas, traduz o Deus-homem, encarnado, em sua pessoa divino-humana, suas realizações divino-humanas e, especialmente, sua palavra divina em linguagem humana. Presenteá-lo com esse ‘incenso’ significa ler, ouvir, reter e seguir a Sua bendita Palavra, segundo que se pode conhecer na Bíblia – é o que Ele mais deseja! “Não credes que estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que vos digo, não as digo de mim mesmo; mas o Pai, que permanece em mim, é que realiza as suas próprias obras" (João 14.10, BCF).  

Mirra, por tradição milenar, é uma resina oleosa, aromática, com propriedades altamente medicinais, tipicamente utilizada pelos sacerdotes. Mesmo em Israel, os sacerdotes do Deus verdadeiro o utilizaram em seus ritos. Mirra, presente para Jesus naquele dia, foi algo muito propício, portanto; pôde significar reconhecimento de seu sacerdócio, sumo-sacerdócio. Mais do que naquele dia, mirra, como presente para Jesus, hoje, é altamente propício. Não precisa ir importá-lo com os mercadores de especiarias.  A “mirra” que te convido a dedicar, como presente, a Jesus, é também “mirra sacerdotal”. Implica em reconhecer que Ele é o único salvador, único mediador entre Deus e homem, caminho único para o céu, para a vida eterna. Presenteá-lo com essa ‘mirra’ significa devoção completa e sem reservas a Ele, como o único que reconcilia homem com Deus, e significa abraçar o ministério da reconciliação que Ele delega – é o que Ele mais deseja! “Tudo isso provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação, ou seja, que Deus em Cristo estava reconciliando consigo o mundo, não lançando em conta os pecados dos homens, e nos confiou a mensagem da reconciliação" (II Coríntios 5. 18,19, NVI).

Você pode tornar o Natal um tempo altamente significativo em sua vida. Pode, com isso, transformar todos os dias em dias de Natal. Não se restrinja a esperar presentes; dedique a Jesus ‘ouro’, ‘incenso’ e ‘mirra’, à semelhança do que fizeram os magos que o visitaram em Belém. Ouro, incenso e mirra da natureza que acima se menciona. Fará, isto, toda a diferença. 

Fique com nossa mensagem musical natalina, em execução de harpas. 

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Abraços, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15)
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ACRF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
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