Agora no portal:

Author Archives: Priscila

N° 15 : “MAIS PERTO… EM BETEL!”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 10 de Julho de 2011

Acaba de ser lançada ao espaço, para sua última viagem, a nave Atlantis. Uma equipe mista adentrou o aparelho, para passar uma temporada no espaço, "mais perto do céu". Eu bem que gostaria de dizer "mais perto de Deus", como minha força de expressão. Mas, não ouso: já há muito tempo que os pesquisadores norte-americanos do espaço abandonaram as motivações de alguns dos Pilgrim Fathers de sua nação. Iuri Gagarin, russo que ficou famoso pelo feito pioneiro de ter dado uma órbita completa ao redor do planeta, a bordo da Vostok 1, famoso ficou também por reflexos da fama que adquiriu. Uma de suas frases de efeito fez história : "a terra é azul", proclamou, ainda em órbita. Outra, que se atribui a ele, ajudou a fomentar o programa anti-teísta do comunismo soviético: "Andei pelos céus, procurei por Deus, mas não achei nem vestígio dele". Supondo ter sido verdadeira a frase, é admissível supor também que no aparato "avançado" (para os padrões da época) da Vostok, lhe faltasse o instrumento essencial. Este instrumento é facilmente disponível há muitos séculos, mesmo antes de Iuri Gagarin, e não é fruto da tecnologia soviética, ou mesmo da NASA. Encontra-se no Sermão do Monte: "Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus!" (Mateus 5.8).

   É claro que a mensagem consoladora e esperançosa de Jesus não objetivava alguém que não tem pecados. O dilema por ele proposto diante dos acusadores da mulher apanhada em adultério (por que não trouxeram também o homem com quem estava?) é suficiente para indicar que não é o "zero absoluto" de pecados o critério que Jesus estipula (João 8.7); do contrário, sem chances para quem quer que fosse. Aliás, o mesmo João que registra esse dito de Jesus, registra ainda: "Se dissermos que não temos pecados, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós" (I João 1.8). Neste caso, não há quem possa bater no peito, como aquele fariseu ao lado do publicano (Lucas 18.10-14). Comparativamente, o auto-diagnóstico do publicano é o único autêntico em relação a todos nós. Mas, doutro ângulo visto, os "puros de coração" são os que "lava(ra)m as suas vestiduras, e as alveja(ra)m  no sangue do Cordeiro" (Apocalipse 7.14).  São os que purifica(ra)m suas almas, não em ritos exteriores, inertes, inúteis e inócuos, mas pela aplicação na "obediência à verdade" (I Pedro 1.22). São os que tomam parte na verdadeira igreja de Cristo, única instituição do mundo para a qual há garantia de purificação como "noiva", por meio da lavagem de água pela Palavra (Efésios 5.22), para o dia do encontro com o Noivo, o próprio Cordeiro.

   Assim encontrados, estes não precisam de toda a tecnologia do Kremlin, de Cabo Canaveral ou Cabo Kennedy, ou de que mais tecnologia ainda o homem possa construir, para "ver a Deus". Podem vê-lo naquele em quem Ele habita corporalmente em plenitude – o Filho (Colossenses 2.9). Podem vê-lo em Suas obras, isto é, as marcas do seu poder e da sua divindade (Romanos 1.19,20). Podem vê-lo em sua Palavra e em seus atributos, nela autenticados, pois "bem que não está longe de cada um de nós" (Atos 17.27)Porque nEle nos movemos, e existimos (Atos 17.28)Poderão vê-lo face a face, quando chegar a hora! (Apocalipse 1.7)Por enquanto, uma aspiração basta: "Mais perto quero estar, meu Deus, de Ti!" Sim, mais perto, cada vez mais perto, como a aproximação da luz da aurora, que se faz semelhante à senda de um fiel, brilhando mais e mais, até ser  dia perfeito (Provérbios 4.18). 

   Lembra a poesia linda ?

"Mais perto quero estar, meu Deus de Ti!
Inda que seja a dor que me una a Ti.
Sempre hei de suplicar, mais perto quero estar
Mais perto quero estar, meu Deus de Ti.

Mesmo vagando aqui, na solidão
Paz e descanso a mim teus braços dão;
Sempre hei de suplicar: mais perto quero estar
Mais perto quero estar, meu Deus de Ti.

E quando a morte, enfim, me vier buscar
Com serafins nos céus, irei morar
Então me alegrarei perto de ti, meu Rei…
Perto de ti, meu Rei, meu Deus de ti!" 

   Esta poesia foi composta em alguma data entre 1840 e 1841 por Sarah Flowers Adams (1805-1848), quando de uma noite um tanto "em claro" (no meio do escuro), e lhe ocorreu uma pasagem da Bíblia. A passagem na qual refletiu foi Gênesis 28 (a visão do céu e a sua escada, no sonho de Jacó). Olhos abertos, no meio do escuro da noite, e tudo lhe pareceu tão vívido… Tão forte foi a impressão causada por aquela lembrança do relato bíblico, a imagem "imaginária" que ficou em sua mente, a lembrança de anjos subindo e descendo até o céu, a lembrança que marcou a existência de Jacó, o nome "Betel" (a casa de Deus"), que tudo isto lhe serviu de motivação para a composição. A composição foi fruto do anseio que aninhou-se dentro de si. "Mais perto [também] quero estar, meu deus, de Ti"… É disto que nos fala Jesus, em Mateus 5.8:  "Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus!" 

   Os sobreviventes do Titanic (1812) contaram que, ao perceberem que algo grave havia acontecido ao "inafundável" (unsinkable), e que o risco de morte era iminente, a orquestra tocou, como seu último número, uma das melodias deste hino (a de  Lovell Mason, a mais conhecida). E, desde os céus, Deus e os anjos ouviram muitos (dezenas? centenas?) cantando naquela trágica noite – Nearer, My God, to Thee!

AudioPlayer online (controle de volume à direita)

Bom Domingo, boa semana,
 Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 14 : “E ELE SE IMPORTA?”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 03 de Julho de 2011

Minha mensagem de Domingo passado gerou reações. Algumas, solidárias. Outras, sem que deixassem de o ser, não deixaram também de somar questionamentos. Lidar com fatos que não compreendemos, e que o nosso lado natural, humano e especulativo resiste, é inteiramente compreensível. Me lembro que, quando ocorreu o tsunami de 2005, com a devastação, a inquietação que dele decorreu, fui desafiado a pregar uma mensagem, ao ensejo. Por aqueles dias, observei que um jornalista atrevido fez um comentário (rádio, TV, coluna impressa) no qual se reportava a algumas considerações que tinha ouvido a respeito do fenômeno. Dentre elas, destacou o jornalista que alguém afirmara que Deus estava no controle, e que nada, mesmo um tsunami, estaria fora de seu domínio. O jornalista, então, fez o seguinte comentário: – "Se é que Deus existe, deve estar brincando com a humanidade; mas, se existe, devo dizer-lhe que se trata de uma brincadeira de muito mau gosto!". Daí, elaborei uma mensagem que tinha 3 argumentos para "tentar" dar uma palavra sobre o nefando fenômeno, e ainda "responder" ao tal jornalista. Bem, é lógico que não estava ao meu alcance (nem em pretensão) responder a ele – ele nem sabe que eu existo… Mas, poderia ser que alguém mais, no meio do povo que ouviu minha mensagem, tivesse visto ou ouvido o próprio…

   Na minha mensagem – As Lições de Um Tsunami – me reportei à "catástrofe" pessoal de Jó, focando o capítulo 34. A palavra de Eliú, a quem, pessoalmente, considero um profeta intensamente tipológico do próprio Cristo, foi extremamente desafiadora. Tanto que, depois dele, ninguém mais ousou falar, e foi o próprio Deus quem assumiu a palavra. Além disto, nada do que Deus falou, dali em diante, retificou uma só palavra de Eliú (diferentemente do que fez com Jó, e com seus 3 amigos). Muito ao contrário, só ratificou.

 Meus argumentos foram metafóricos:

1. "Estamos todos no mesmo barco"… (significando que, nas circunstâncias da vida, Deus não faz acepção de pessoas – tudo nos é relativamente comum).

2. "O timoneiro não é sádico"… (significando que a acusação do jornalista, parecida com a do cético John Stuart Mill, é pura falácia).

3. "Os acidentes do percurso são sinais da chegada" (significando que tudo o que nos ocorre serve para advertir e admoestar sobre os dois destinos finais).

   Sofre o justo, sofre também o ímpio (e vice versa)… Morre o justo, também morre o ímprio… Se a morte é por um cataclisma, ou por um ônibus ou avião que se precipita, não ocorre, a priori, escolha de quem vai ou fica por ser ou não ser temente a Deus. No vôo 447 da Air France poderia haver crentes – por que não?; Deus não tinha compromisso de resguardar da morte (ou do fundo do oceano) esses crentes, à diferença dos não crentes. E mais: Deus não está brincando com a humanidade, definitivamente. Cuidado com esse tipo de brincadeira com Deus, porque Ele não se deixa escarnecer. Os discípulos perguntaram a Jesus, diante de um cego de nascença: Senhor, quem pecou – este, ou seus pais – para que assim nascesse? Jesus logo tratou de dissipar-lhes a ilusão, fruto de uma falsa doutrina, "doutrina" essa que passou por um "reavivamento" contemporâneo. Por fim – tal como Deus também mostrou a Jó – as situações estranhas e efêmeras da presente vida servem para advertir quanto à que é definitiva, futura. Jó entendeu a lição, com o seu "dever de casa" ("Eu antes te conhecia só de ouvir, mas agora…"). Mas, inquietações permanecem; pois as dores e os sofrimentos estão aí, todos os dias… Dúvidas, continuam assaltando; pois, hoje conhecemos como que por espelho…

   Uma das pessoas que correspondeu comigo ilustrou a forma como lida com essas inquietações, e julguei que vale a pena reproduzi-la, hoje: "Nessa metáfora, imagino Deus montando um grande quebra-cabeças, do qual ele já tem a figura final. A figura final é a realidade final quando da redenção da criação, no fim deste mundo e início dos novos céus e nova terra. Acontece que para montar o quebra cabeças Ele usa peças que vão chegando ao longo do tempo, peças essas que somos nós." Daí, surge agora uma nova pergunta; com essa nova pergunta, reverto agora a minha atenção para o outro lado da questão: E, se Deus se importa com as peças, QUANTO Ele se importa? Mais uma vez, vamos ao Manual do Criador (e Redentor): Salmo 40.17 : "Eu sou pobre e necessitado, porém o Senhor cuida de mim; tu és  o meu amparo e o meu libertador; não te detenhas, ó Deus meu." Salmo 121.3 : "Ele não permitirá que os teus pés vacilem; não dormitará aquele que te guarda" Mateus 6.25-34: "Não valeis mais vós muito mais do que as aves?… se Deus veste assim a erva… quanto mais a vós outros… vosso Pai celeste sabe que necessitais de [todas essas coisas]… Não vos inquieteis com o dia de amanhã… !" João 16.33 : "No mundo tereis aflições; mas, tende bom ânimo – eu venci o mundo!" Romanos 8.37 : "Em todas essas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou" I Pe 5.7 : "Lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós"… Por mais incompreensível, por mais "in-compartilhável", por mais solitária, por mais inaceitável, por mais … qualquer outra coisa do gênero que também comece com "in", ainda assim se sustenta de pé, sobranceira e altaneira, a verdade : ELE SE IMPORTA ! ELE CUIDA DE NÓS ! ELE NÃO NOS ABANDONA ! ELE NÃO NOS DESAMPARA !!! Ele se importa, muito, totalmente! Mesmo que não mereçamos (é o meu caso).

   O autor do hino abaixo era um ministro metodista. Foi num período em que passou por uma dupla provação que ele compôs essa letra (que é maior do que copio abaixo). A dupla provação atingiu, a um só tempo, sua saúde e seu ministério. As tentações que vieram junto com as provações (sempre é assim) lhe atingiram em cheio a alma, com profundos questionamentos. Podemos adivinhar que tipos de questionamentos – normalmente os "por que's interrogativos, reflexivos… Seu conforto e seu escape veio com o bálsamo oferecido por um dos textos acima anotados (precisamente o de Pedro).

 Há uma versão adaptada em português, que coloco, em vozes mistas (embora um pouco mais pobre em poesia). 

AudioPlayer online (controle de volume à direita)

Bom Domingo, boa semana,
 Ulisses 

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 13 : “DEUS NÃO OUVE?…”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 26 de Junho de 2011

Por estes dias, vi na televisão a reportagem sobre uma jovem desaparecida. Havia dois dias, e a família não tinha notícia. O pai da moça foi entrevistado. Falou ele de sua esperança, que ninguém poderia tirar, de que sua filha estava viva e que seria encontrada. Manifestou ele confiança em Deus, em quem ele, como pai, aparentando ser um cristão sincero, colocava a sua fé em oração. Dava prá se notar que sua "confiança" estava, mesmo, num nível elevado, pois sua expressão facial não mostrava abalo; pelo contrário, cheguei a pensar que, em dado momento, mesmo no meio daquela situação que me parecia aflitiva, só lhe faltaria sorrir. Ocorre que no dia seguinte a filha daquele homem foi mesmo encontrada. Entretanto, não viva, como ele expressou confiante, através de suas orações. Foi ela encontrada morta. Depois disto, não vi outras notícias do caso, para poder agora dar informes da "causa mortis". Mas, o que chama a atenção é o fato de que Deus "parece" não ter ouvido! Se aquele homem era mesmo um crente de verdade, será que não o ouviu Deus? Ponho minha memória para funcionar, tentando rever os arquivos… Sabe o que descubro? Descubro que conheço um tanto de gente, seja na família, seja fora dela, gente crente, gente de Deus, que tiveram várias orações, pedidos a Deus, sob a semelhança de não terem sido ouvidos. Eu mesmo, devo ter um certo elenco de orações e petições não atendidas, mesmo que me reconheça como um dos menos merecedores dos favores divinos.

   Relembro de alguns que já foram promovidos para outra vida, com aparência de "promoção prematura"; orações em favor dos mesmos, ao mesmo Deus, o Todo-Poderoso de sempre, parecem não terem surtido efeitos. Sei de situações de apertos, de angústias, acompanhadas de orações e intercessões. Não as ouviu Deus? Quantas intercessões, por pais, mães, filhos, filhas, casais, tantos… Não as ouviu Deus?  Não é Ele o "Deus de Milagres"? Não temos cantado na igreja que Ele o é? Não temos pronunciado que "se diante de ti/de mim/de nós não se abrir o mar, Deus vai nos fazer andar por sobre as águas"? Já não o fez no passado? Por que não o poderia fazer de novo? E, se não faz, pergunta automática: o que está dando errado?

   Volto ao Manual do Criador para verificação. Descubro que houve orações não atendidas também. Um caso clássico foi o do apóstolo Paulo: insistiu com Deus para que este afastasse o espinho de sua carne, "mensageiro de Satanás, para me esbofetear, a fim de que não me exalte".  É só conferir em II Coríntios 12.7-10. Agora, acompanhe Davi – o homem conhecido como aquele que era "segundo o coração de Deus" (ainda que com seus deslizes) : "Até quando, Senhor? Esquecer-te-ás de mim para sempre? Até quando ocultarás de mim o rosto? Até quando estarei eu relutando dentro de minha alma, com tristeza no coração cada dia? …  (Salmo 13) Eu tenho a convicção de que o Deus de hoje é o mesmo de ontem, de amanhã e eternamente. Tenho a convicção de que o seu poder não foi diminuído, nem pode ser. Estou convencido, também, de que as circunstâncias miraculosas da Escritura são instrutivas, e o milagre pode acontecer ainda hoje  – porque Deus é o mesmo de sempre…  E, simplesmente falando, como digo aos meus alunos – Deus pode, porque Deus é Deus! Mas, também aprendi, examinando a Bíblia, e testando-a com os fatos, que Deus, por ser o mesmo de ontem, hoje e sempre, não se compromete a agir sempre das mesmas maneiras. Por exemplo: se Ele resolveu abrir o mar para Moisés e a multidão, que atravessou o Mar Vermelho a pés enxutos, não faz disto promessa para abrir mares diante de cada um de nós; pensar de modo contrário a este pode ser uma experiência frustrante, sem necessidade. Se Ele resolveu fazer Pedro, só Pedro, andar por sobre o mar, caminhando ao seu encontro, não faz disto promessa a cada um de nós. Se Ele supriu a alguns dos seus servos, no passado, com milagres, não se compromete nem promete fazer o mesmo com cada um de nós. Se "milagres" e "impossíveis" fossem um suprimento geral e corriqueiro para o povo de Deus, não seriam providências extraordinárias, como a Bíblia ensina; seriam, antes, ordinárias. Mas, aí, já não seriam milagres. Que dilema! E, se Ele não nos supre com "milagres", "ocorrências extraordinárias", ou com um "sim" aparentemente impossível antes nossas petições e anseios, nem por isto deixa de ser Deus. Não será menos Deus, não menos do que sempre foi e sempre será, por conta desses "des-atendimentos". Destarte, não é de se frustrar quando Deus "parece" não ter ouvidos. Não é de se desapontar quando Ele "parece" não querer atender. Seria de desapontar o contrário: um "Deus" sem vontade própria, sem soberania, não é Deus!

   Uma das coisas mais nocivas que alguns intérpretes "moderninhos" da Bíblia passaram a ensinar sobre Hebreus 11.1 (fé, como certeza de coisas que se esperam, e convicção de fatos que se não vêem), é que isto nos permite sonhar e acalentar os sonhos, até que o "deus-nosso-servo" os realize. Nunca! "Coisas que se esperam" e "fatos que se não vêem", divorciados das promessas (epangelian, no grego) da Palavra de Deus escrita jamais poderia corresponder ao que o Espírito fez com que o escritor aos Hebreus escrevesse!  Me refiro às promessas que são para todo o povo de Deus, não as particulares… Estão minando a fé do povo de Deus, em troca de uma outra, um tanto mística e vazia de Bíblia. Mas estão usando a Bíblia para esvaziá-la de Deus, e enche-la do próprio homem, que vai se endeusando. Não estou, com isto, dizendo que não se deve orar, insistir com Deus. Ao contrário. Sempre! Mas, nunca se deve faze-lo SEM espírito de submissão à vontade soberana de Deus. Como diz o canto e adágio popular : "fé cega é faca amolada!" Por uma razão simples: Enquanto Deus "parece" não nos ouvir, está dando andamento à "escola"… Você sabe, aquela do Salmo 119.71 (confere lá…). Podemos pedir, podemos insistir, podemos (e devemos) clamar enquanto há fôlego, enquanto ainda há possibilidade para o que se espera. Mas, a "chave" é a disposição para com a Lei de Deus, vocábulo que, desta forma, e na forma de seus cognatos, aparece 176 vezes, neste salmo que tem 176 versículos. Aliás, esta é a petição por excelência : Ensina-me, Senhor, ensina-me tua lei!

    No hino a seguir, esta é a mensagem… "Ouve, ó Senhor, a voz do meu clamor Ouve a minha oração, ó Pai da Salvação Ensina-me tua lei, e teu nome bendirei!" Deus não deixa de ouvir, embora nem sempre atenda. As orações que nos parecem não atendidas são aulas práticas para nosso aprendizado. O currículo deste aprendizado é "Caráter de Deus x Caráter cristão"… Ainda que Seus caminhos não sejam "como os nossos caminhos"… E, o conteúdo programático é a Lei de Deus, que nada mais é do que a forma expressa da Sua vontade para nós. No entanto, sempre que oramos segundo a Sua vontade,  temos audição e atendimento garantidos!

AudioPlayer online (controle de volume à direita)

Bom Domingo, boa semana,
 Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 12 : “FACE A FACE…”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 19 de Junho de 2011

A História é preceptora! Ela ensina sempre, com seus "vais-e-vens", cíclicos, muitas vezes. Já havia dito o estupendo sábio, sob inspiração do divino Espírito: "Não há nada novo, debaixo do sol". Muita coisa que aconteceu no passado, já havia ocorrido, em molde semelhante, em passado mais remoto. E muito do que hoje acontece, já teve ocorrência em molde semelhante, no passado. Por exemplo: Na história do povo de Deus, a opressão, a escassez de bens, a limitação de liberdade, foram instrumentos didáticos. Ensinaram a procurar mais por Deus! Ensinaram a depender mais de Deus ! Ensinaram que a fartura é fugaz, que a riqueza é efêmera, que os bens são passageiros, que até a alegria é transitória. Certamente por isto, o mesmo sábio ensina que é melhor ir à casa onde há pranto do que àquela onde há festa (Eclesiastes 7). Por outro lado, a plena liberdade, a fartura de bens, a facilidade de emancipação e de manifestação da soberba humana sempre têm sido desculpas para a prepotência dessa espécie, para a soberba do homem, e também prenúncios de que a mão de Deus poderá mudar a sorte.

   Perseguição, física ou ideológica, sempre foi  prova dura para os verdadeiros cristãos. Mas, também sempre foi uma escola preparatória de esperança. Ontem, enquanto estava no salão de barbeiro a cortar cabelo, não tinha outra escolha senão ouvir o rádio do barbeiro, sempre ligado, e sempre na mesma estação, a Itatiaia. Porém, chamou-me a atenção uma afirmação do âncora do programa, enquanto falava ele com uma consulente de telefone. Sua afirmação foi: "É o futuro que mantém o homem vivo!" Enquanto continuava o barbeiro a tesourar minha cabeça, sobre a quantidade cada vez menor de cabelo que lhe resta, fiquei a pensar se a afirmação do locutor teria algum respaldo na revelação do Criador… "A esperança que se adia faz adoecer o coração, mas o desejo cumprido é árvore de vida" (Pv 13.12), logo me lembrei… Lembrei ainda de II Pedro 3.13 : "Nós, porém, segundo a sua promessa, esperamos novos céus e nova terra, nos quais habita justiça"E tem mais:" Amados, agora, somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que haveremos de ser. Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque haveremos de vê-lo como ele é." I João 3.2 Não é que cheguei à conclusão de que o homem, sob certo aspecto, não estava errado?

 Estamos vivendo tempos que são chamados de pós-modernos. Por um lado, tudo revoluciona o moderno. Por outro lado, ninguém sabe mais o que se deve definir, pois uma das marcas dos tempos pós-modernos é a incerteza. Mas, uma incerteza que parece não incomodar: afinal de contas, tanto faz como já fez, tudo o que é ou que já foi… Imagina só: os jornais chegam a dizer que há, hoje, americanos aprendendo Português, para vir fazer a vida no Brasil… (!) Onde já se viu? Estamos num patamar de risco financeiro internacional menor do que o daquela nação… (!) Onde já se viu? Estamos ficando ricos? Primeiro mundo?  Que perigo [espiritual], se for verdade… Onde o mundo já é "primeiro mundo", esse perigo ocorreu, e se tornou desastre na vida de milhões de… … "cristãos"!

   Para estes tempos pós-modernos, a lembrança de que há vida futura, de que há maior (e melhor esperança), outra, duradoura, é particularmente oportuna. Muitas pessoas parecem estar vivendo num misto de vida: muita esperança nos dias terrenos, enquanto professam uma expectativa futura que parece ir se colocando cada vez mais distante. Enquanto isso, quantos há que "não vêm a hora"! Será que são minoria? Cuidado! É o que se nos torna necessário.

 Ao ouvir o hino a seguir, ao ler sua mensagem, me lembro disto. Somos movidos pelo futuro, sim! O futuro que não nos pertence. Não temos o poder de construí-lo… O futuro que pertence Àquele que o desenhou, e que o põe em consecução. Áquele a quem veremos, logo, "face a face". Maranatha!

    Grant Colfax Tuller foi um ministro metodista norte-americano; era também músico, e dedicava sua capacidade musical em seu ministério. Uma noite de 1898, após o jantar, uma certa combinação de notas musicais ficou em sua mente, e isto perdurou pela noite a dentro. Logo, naquela mesma semana, recebeu ele pelo correio um pacote vindo de Vineland, New Jersey. Naquele pacote, um maço de papéis escritos à mão, de uma timorata presbiteriana daquela cidade, chamada Carrie Ellis Breck. Carrie era esposa de Franck Breck, mãe de 5 crianças, e que apreciava compor poemas cristãos. Não raras vezes, a sua saúde frágil lhe tronava doloroso o dever diário. Mesmo assim, persistia; persistindo, pensava adiante, pensava no céu, pensava em Filipenses 4.8. No meio daquele maço de papéis, estava o poema "Face to Face With Christ, My Saviour". Logo, Tuller percebeu que o poema se encaixava inteiramente ajustado à música que tinha vindo à sua mente. Ei-la, abaixo, numa de suas versões em língua portuguesa. Essa mesma versão pode ser auditivamente apreciada. Mesmo não sendo cantor nem músico, há alguns anos dava-me, a mim mesmo, o privilégio de cantá-la e tocá-la, ao violão, para um auditório de uma única pessoa (quando muito, mais uma ou duas). 

FACE TO FACE WITH CHRIST, MY SAVIOUR (1898)
FACE A FACE
Carrie Ellis Breck(1855-1934) & Grant Colfax Tullar(1869-1950)

1. Quanto almejo ver a Cristo!
   Ver-Lhe o rosto, que prazer!
   Quando enfim, no lar eterno,
   Poderei pra sempre O ver!

CORO: Face a face eu hei de vê-lO,
      Quando vier em glória e luz;
      Face a face lá na glória
      Hei de ver meu bom Jesus!

2. Muito ao longe já O avisto,
   Vejo como por um véu,
   Mas desejo em breve vê-lO
   Face a face lá no Céu!

3. Oh! Que encanto estar com Cristo,
   Onde já não há mais dor!
   Livre de qualquer perigo,
   Desfrutando Seu amor!

4. Face a face, que alegria
   Há de ser viver assim,
   Vendo o rosto tão querido
   De quem morto foi por mim!

AudioPlayer online (controle de volume à direita)

Bom Domingo, boa semana,
 Ulisses 

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 11 : “QUANTAS RAZÕES HÁ?”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 12 de Junho de 2011

Houve um jovem que um dia chegou a um seminário cristão, dos muitos que existem, dentre católicos e protestantes. Estava ele para iniciar sua jornada de estudos, para depois exercer um ministério perante o Senhor, se este o aceitasse. Quando lá chegou, ele já tinha alguns estudos; com isto, pensou que sabia muito, que tinha bons conhecimentos, que poderia se destacar dentre os demais – deve ser isto o que pensou…  Mas, havia lá um vivido mestre, a quem Deus havia dado, pela experiência de vida, pela instrução da Palavra, por andar sob o Espírito, certo dom de discernir a natureza humana. Ao perceber o ímpeto daquele jovem, o velho mestre se aproximou dele um dia e disse-lhe: "Meu filho, você aceitaria uma 'multa fraternal'?" O jovem não fazia a menor ideia do que seria uma "multa fraternal"… Mas, resolveu aceitar, principalmente por ter aprendido que devem ser honrados aqueles a quem Deus conferiu autoridade espiritual. "Se você aceita a minha 'multa fraternal', aí vai ela: depois que memorizar I Coríntios 4.7, volte aqui e me apresente de cor", disse-lhe o mestre. I Coríntios 4.7…    I Coríntios 4.7…  O que será que está escrito ali ? Saiu ele pensando… e foi logo verificar, tamanha a curiosidade… I Coríntios 4.7; ahh! é fácil – Primeira de Paulo, aos coríntios, aqueles doutos da ciência grega! Claro que você, que está lendo esta mensagem, também deve estar muito curioso, se é que não se lembra de cor. Se não se lembra, vá lá, em sua Bíblia, e confira… Depois, volte, e leia o restante desta mensagem dominical.

  Conferiu?  O que você imagina que aquele garboso candidato a pastor pensou, depois da leitura? Bem, se um dia vc se encontrar com ele, e descobrir que foi ele, pergunte-lhe… Talvez ele até diga! (Neste mundo de bilhões de pessoas, sei que não é fácil…) Sei lá! Neste mundo, tudo é possível; a menos que ele já não esteja mais por aí… Mas, podemos imaginar… Que temos nós, qualquer de nós, que seja ou provenha de nós mesmos? E, se ainda dá prá sobressair, de onde veio tudo? Já, pensou, de onde? E, se chegamos a reconhecer que tudo vem de Deus – tudo o que somos, e tudo o que temos, e mesmo o que não temos – não é mais sábio reconhecê-lO em nosso caminho? A Palavra de Deus tem um versículo (senão dois) de uma propriedade, uma profundidade riquíssima: " Que preciosos para mim, ó Deus, são os teus pensamentos! E, como é grande a soma deles!   Se os contasse, excedem os grãos de areia; contaria, contaria, sem jamais chegar ao fim." Salmo 139.17,18

É fato! Eu posso até fazer algumas perguntas, para apenas emular sua imaginação:

Pergunta n° 1: Quem seria capaz de enumerar todos os grandes feitos de Deus? Parece que Jó tentou, mas logo descobriu ser-lhe isto impossível.

Pergunta n° 2: Quem seria capaz de enumerar Suas boas dádivas, começando pelas que pensamos merecer, e seguindo pelas que descobrimos que não merecemos?

Pergunta n° 3: Quem poderia acrescentar um côvado ao curso de sua vida?

Pergunta n° 4: Quem poderia se livrar, por si mesmo, das muitas ciladas do inimigo, e das incontáveis vezes em que ele, cirandando, "procura alguém para devorar, como um leão que ruge"?

Pergunta n° 5: Quem poderia conquistar, por suas qualidades próprias (qualidades?), por suas próprias ações (!), por seu discurso, um lugar no céu, na eternidade, na presença do Cordeiro? Quem? Diga-me, já pensou bem? Quem poderia ?

Pergunta n° 6: Quem poderia enumerar razões pelas quais Deus deveria ser-lhe benévolo, generoso, gracioso, salvador?

Dizem que foi Spurgeon quem disse: "Eu sei que foi Deus quem me escolheu, pois do contrário, eu não O escolheria; eu sei que foi antes de eu nascer, porque depois… … não o faria! E sei que foi por razões que eu desconheço, porque em mim mesmo não vejo uma só razão para que a mim me escolhesse!" Quantas razões podemos enumerar, nós, para amá-lO, para ser-Lhe submissos,  para andar com Deus, como Enoque… São tantas, que é impossível enumerá-las.

Ouça o hino abaixo; acompanhe, ao mesmo tempo, se precisar, a letra que vai com minha tradução. O seu autor viveu uma experiência profunda de reflexão sobre o assunto, com a qual chegou à conclusão do poema composto. A voz, é a inesquecível voz de Jake Hess (1927-2004), figura também inesquecível.

SO MANY REASONS (1964)
TANTAS RAZÕES
David Reece (1928-1999) & Jimmie Davis (1899-2000)

Grupo:
So many reasons why I love the Lord,

Há tantas razões pelas quais eu amo ao Senhor
So many reasons I can't count them.
Há tantas razões, eu nem posso enumerá-las
So many reasons why I trust His word,
Há tantas razões pelas quais eu confio em Sua Palavra 
So many reasons I can't count them.
Há tantas razões, que eu nem posso enumerá-las. 

Jake Hess:
One is how He saved me at an old-time altar,

Uma [delas] é como Ele me salvou
Diante de um altar daqueles, dos antigos 

He placed a joy within my heart this joy I know
Ele pôs dentro em meu coração este gozo que [agora] eu conheço 
He changed my life completely,
Ele mudou minha vida completamente 
Gave me hope for tomorrow,
Deu-me esperança face ao amanhã 
That's the reason why I love Him so !
Eis a razão porque eu tanto O amo !
(Lágrimas rolam da face daquele que canta)

So many reasons why I love the Lord,
Há tantas razões pelas quais eu amo ao Senhor
So many reasons I can't count them.
Há tantas razões, eu nem posso enumerá-las
So many reasons why I trust His word,
Há tantas razões pelas quais eu confio em Sua Palavra 
So many reasons I can't count them.
Há tantas razões, que eu nem posso enumerá-las; 
There's just so many reasons I can't count them.
Simplesmente há tantas razões, que eu nem posso enumerá-las. 

AudioPlayer online (controle de volume à direita)

Bom Domingo, boa semana,
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

Nº 10 : “COMO A BRISA SUAVE…”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 05 de Junho de 2011

Conheço a história de um homem que presenciou uma manifestação muito especial da presença de Deus.  Até onde eu saiba (e mesmo possa crer), o seu caso foi único, nas circunstâncias em que se deu. Mas, a circunstância começou, digamos, depressiva (para usar uma palavra bem moderna).

Naquela ocasião específica, estou certo de que ele fez a si mesmo perguntas (talvez querendo dirigi-las a Deus, e não só a si mesmo), tais como nós assim fazemos, vez ou outra:

Por que eu?

– Por que isso me acontece?

– Por que a esta altura da vida?

– O que Deus quer comigo nisto?

– Por que?

Aquele homem se sentiu só e abandonado. Pior: ele se sentiu injustiçado…

Ele estava convencido de que era fiel e de que era zeloso por Deus, sem saber (ou entender) por qual razão passava pelo “vale escuro”. Olhava à sua volta, e não via com quem juntar seus ombros, compartilhar. Resultado: isolou-se…

Foi quando Deus lhe falou: homem, que fazes aqui, neste lugar, sozinho?

Deus o chamou para fora de seu isolamento. Ele se arriscou a sair; mas, o que viu? Viu uma ventania sem igual, do tipo de varrer o caminho; depois, a própria terra balançou em terremoto; o terremoto deixou um rastro, e naquele rastro, via-se fogo em vários lugares. O homem deve ter pensado consigo mesmo: foi para ver isso que Deus me tirou de lá?

Contrariando frontalmente filosofias artificiais que se referem à origem do universo, como as dos seguidores de Thales de Mileto, na Grécia antiga, Deus não estava nas intempéries. A sua mão as provocou, sem dúvida; mas o vendaval, o terremoto e o fogo não poderiam ser confundidos com Deus!

Sem dúvida que, nos tempos contemporâneos, de terremotos e tsunamis, inundações e secas desmedidas, este dilema é sério problema para muitos.

Mas, por ora, volto ao nosso personagem. Logo depois de todas as intempéries, veio uma brisa, um cicio suave. E Deus chamou Elias de volta, de seu isolamento, pois havia ainda muitas tarefas a realizar; e, ainda – embora não precisasse – era com ele que Deus queria contar!  Além do mais, havia ainda algumas descobertas a fazer, que haveriam de contrariar as premissas que Elias carregava consigo (veja a história completa em I Rs 19, no Antigo Testamento bíblico).

Às vezes é fácil entrar no isolamento; difícil é sair dele. Ele traz consigo intempéries. Ou, vem em meio a elas. Mas, “como uma brisa suave dos campos em flor”, assim pode manifestar-se a voz de Deus, quando nos alcança.

Hoje, embora a natureza continue sendo, como sempre foi, uma forma de Deus revelar-se a Si mesmo, seu ser, seus atributos, falta-lhe um conteúdo essencial, indispensável:

A vontade, os propósitos, as prescrições, as promessas, o conhecimento da Redenção. Por isto, Deus nos deu a Sua Palavra. Por mais bela e eloquente que possa ser a Criação divina (e é), não há como conhecer corretamente a Deus, seu Ser, sua obra, sua salvação, e seus propósitos, sem a sua Palavra!

Quantas e quantas vezes, pelo que ela nos prega, pelo que nos admoesta e promete, nos vem a doce voz de Deus! Isto me faz lembrar várias “pérolas”:

Uma: "Quão doce soa ao coração, do pobre pecador, o nome que lhe traz perdão – Jesus, o Salvador!"

Outra: "Que doce voz tem meu Senhor, voz de amor, tão terna e graciosa, que enche o coração da consolação que só o crente goza… Qual maior prazer que Lhe ouvir dizer – Vem, meu filho, vem escutar : o que eu fiz por ti, tudo que sofri, na cruz prá te resgatar…"

Você conhece uma dessas pérolas? Tem mais uma outra… A poesia, eu a trasncrevo… Convida a lembrar :

Há intempéries na vida! Tais como ventanias ou vendavais; terremotos ou fogo! Mas há uma doce voz de conforto e consolo. Ela está à disposição. Ela está escrita! É só recorrer… E, uma vez conhecida, ela é apta para voltar sempre à lembrança, sob a condução do Espírito, para restaurar a alma. Quando lembro a história de Elias no monte, sinto-me confortado. Confortado. Lembro-me destas verdades, e penso por esse ângulo.

O que lemos na Palavra de Deus, e que entra em nosso cérebro, é um acervo que sempre pode voltar à memória, como uma “brisa suave” em meio (e até depois) da tempestade!

“Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo” (João 16.33).

Eis a sua poesia :

LIKE A BREATH FROM THE HILLS (1916)
COMO A BRISA SUAVE
John Ralstom Clements (1868-1946)
Bentley De Forest Ackley (1872-1958)

1. Como a brisa suave dos prados em flor,
   É Tua voz, ó meu Mestre, pra mim,
   Quando às vezes, no auge da angústia e dor,
   Minha mão quase deixa tua mão.

CORO: Como a brisa suave tua voz é, Senhor,
      Como a brisa de um claro arrebol;
      Dos momentos de sombras liberto já estou,
      Pois ouvi tua voz me falar.

2. Como a brisa suave tua voz é, Senhor,
   Quando a noite me encontra tão só;
   De minh'alma o fardo deixou de existir,
   Quando as nuvens fizeste fugir.

AudioPlayer online (controle de volume à direita)

Abraços, boa semana (II Pedro 3.13)
Ulisses

NOTAS (versões bíblicas):
ACF – Almeida Corrigida e Revisada Fiel, Soc. Bíblica Trinitariana
ARA – Almeida Revista e Atualizada, Soc. Bíblica do Brasil
ARC – Almeida Revisada e Corrigida, Soc. Bíblica do Brasil
BCF – Versão Católica do Pe. Antonio de Figueiredo
NVI – Nova Versão Internacional, Soc. Bíblica Internacional

Nº 09 : “ATÉ JÁ…”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 29 de Maio de 2011

No Domingo passado, uma das pessoas com quem me encontrei após o culto, foi certa irmã nascida na terra de minha mãe: a cidade de Alto Jequitibá, em Minas Gerais. Contava-me ela que seu pai, o sr. Guilherme, havia passado por uma cirurgia e está se recuperando naquela cidade. A cirurgia se deu no hospital da cidade de Muriaé.

Também naqueles dias, e endereçado ao mesmo hospital onde ocorreria a cirurgia do sr. Guilherme, dirigia-se o ‘primo’ Elias Medeiros, pastor já aposentado, residente na mesma cidade e frequentador da mesma igreja.

Seu parentesco comigo derivava da descendência comum de Basílio Nora, pai do Rev. Annibal Nora, pioneiro daqueles rincões.

Dois amigos, duas cirurgias, o mesmo hospital. Chegaram a se encontrar previamente, e trocaram gentilezas. Brincaram um com o outro.

– "Vamos ver quem recomeça primeiro as 'artes"…

Deram-se um "até já!"! O sr. Guilherme seria operado primeiro, depois o Elias.

Mas, esse "até já" tomou proporções bem maiores do que imaginavam.

O sr. Guilherme se encontra em plena recuperação; ainda com suas dores e limitações, mas vai indo. Já para o pastor Elias, o "até já" assumiu mais longa duração. Para ele, já não há mais dor, já não há mais enfermidade, nem cirurgias. Na madrugada do Domingo, 08 de Maio deste ano, o câncer de pâncreas ‘venceu’ a última batalha contra a carne corrompida da natureza humana decaída, contando ele seus 75 de idade. A partir de agora, apenas aguarda a hora em que será revestido de um novo corpo, ressurreto, glorioso, triunfante.

Coincidentemente, na semana anterior, assistia eu um dos vídeos do culto que sucede a "festa de Sete de Setembro" da cidade. Foi a celebração de 1999. Lá estava o Elias, participando da condução do culto. Um grupo de ex-alunos do colégio, todos cristãos, se apresentou com belos (e esquecidos) hinos. Como, por exemplo, “Jamais se Diz Adeus Ali”. Lembrei-me do hino, enquanto a filha do sr. Guilherme me relatava brevemente o episódio.

Faz lembrar, também, o texto revelado e divinamente inspirado: "E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá; já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram" (Apocalipse 21.4, ARA)

Por que jamais se diz adeus, ali? Porque, como garantiu Jesus, as moradas celestiais são eternas. Lá não haverá "adeus", nem muito menos "até já"… 

Jamais haverá despedidas. Nos evangelhos, lemos que os discípulos se constristaram por causa das palavras de despedida (temporária) que Jesus lhes dirigiu. Mas, ele os consolou com as palavras que podem ser lidas em João 14: “Não se turbe o vosso coração! Credes em Deus, crede também em mim; na casa de meu Pai há muitas moradas…”.  

Que palavras! Que palavras!!

O hino que o Elias cantou com o grupo, do qual me lembrei durante o relato, está disponível, hoje. Sua poesia segue abaixo. A autora deste hino era esposa de um pastor evangelista. Foi numa das viagens, com toda a família acompanhando-o, que uma das filhas, apenas aos sete anos, veio a falecer, num bizarro acidente. Angie Perry Chapman compôs o hino ao ensejo daquela inesperada e dolorosa circunstância: a mãe ajudando o esposo a enterrar a filhinha tão nova.

Angie viveu apenas quarenta anos de vida; a experiência da perda da filha se deu aos 38, quando surgiu a composição. Pense nisto: aqui, há o ‘até já’; há despedidas… Porém, ‘lá’, jamais se diz adeus!

We'll Never Say Goodbye (1887)
JAMAIS SE DIZ ADEUS ALI
Anzentia Igene Perry Chapman (1849-1889) & John Harrison Tenney (1840-1918)

1. Quão bom, amigos meus, é termos encontro aqui feliz,
   Mas sempre vem a hora triste em que adeus se diz.

CORO: Jamais se diz adeus ali,
      Jamais se diz adeus;
      No eterno lar de amor e paz,
      Jamais se diz adeus;

2. Quão doce é lembrarmos que quando Cristo aqui voltar,
   Nós juntos viveremos pra nunca mais nos separar.

3. Não mais teremos dor e nem despedida lá no lar,
   Mas grata união e paz iremos pra sempre desfrutar.

AudioPlayer online (controle de volume à direita)

Abraços, boa semana (II Pedro 3.13)
Ulisses

NOTAS (versões bíblicas):
ACF – Almeida Corrigida e Revisada Fiel, Soc. Bíblica Trinitariana
ARA – Almeida Revista e Atualizada, Soc. Bíblica do Brasil
ARC – Almeida Revisada e Corrigida, Soc. Bíblica do Brasil
BCF – Versão Católica do Pe. Antonio de Figueiredo
NVI – Nova Versão Internacional, Soc. Bíblica Internacional

Nº 08 : “MAIS ADIANTE”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 22 de Maio de 2011

Você já ouviu falar de Joni Eareckson Tada? Deixe-me te contar…
Joni nasceu em 1949. Se o presente ano chegar a Outubro (ninguém sabe sobre cada um de nós), ela completará 62. No ano passado (2010), teve que se submeter a um tratamento de câncer, contra o qual vai lutando.

Aos 17, gostava de tudo que qualquer jovem gosta: passeava, praticava esportes, cavalgava, etc… Em Julho de 1967, foi à praia; num dos mergulhos, brincando com as ondas, não percebeu quão rasa estava a água; a onda do momento lhe atirou ao fundo de cabeça, e quebrou o pescoço. Resultado: tetraplegia definitiva, aos 17 anos.

Os anos seguintes foram de experiências mistas. Tratamento hospitalar, fisioterapia, mas também um espírito revoltado. A pergunta de sempre: Por que? Ou melhor: Por que EU? Imagine quantas coisas passaram na cabeça dela, dali prá diante: até desistir da vida, te asseguro. Mas, a Palavra de Deus foi a sua "âncora de alma":
"Para que, mediante duas coisas imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta, forte alento tenhamos nós que já corremos para o refúgio, a fim de lançar mão da esperança proposta; a qual temos por âncora da alma, segura e firme e que penetra além do véu…" (Hebreus 6.18,19)

E assim se deu… Joni encontrou "âncora", não só para si mesma, mas para oferecer a muita gente mais. Seus livros, suas palestras (sempre em cima da cadeira de rodas), seus discos, suas campanhas, em várias línguas, têm sido provas vivas de que os "Por que's ?" podem esperar, porque a graça divina preenche todas as lacunas, até que este "tabernáculo terreno" se revista de um novo…
"Porque sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos de Deus um edifício uma casa não feita por mãos, eterna, nos céus"! (II  Coríntios 5.1).

O que Joni Eareckson Tada anuncia, ainda hoje, depois daquele insólito acidente de 44 anos atrás, é o mesmo em que cremos, pela confiança que temos na Palavra de Deus, a qual é "viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes"! Não importa se… tetraplégicos, ou atletas com a maior habilidade e rapidez em pernas e braços; não importa se… deficientes auditivos ou visuais, ou se com a mais aguçada audição ou visão; não importa se… com altíssimo QI, ou se com algum tipo de deficiência cerebral que os médicos não conseguem explicar origem, ou solução…

O fato é que seremos todos transformados à semelhança dEle, à semelhança de Sua glória, do Filho de Deus – pioneiro da glória entre os homens!

Ver Joni Eareckson Tada, sentada em sua cadeira de rodas, cantando a cappela, depois seguida por outros irmãos, é tocante demais. Eis a poesia do que Joni cantou:

FARTHER ALONG (1911)
MAIS ADIANTE
Rev. W. B. Stevens (1869-1940)

Joni Eareckson Tada:
Farther along we’ll know more about it,
Mais adiante, saberemos mais acerca disto…
Farther along we’ll understand why;
Mais adiante, entenderemos porque…
Cheer up, my brother(s), and live in the sunshine,
'Ânimo', meu(s) irmão(s), e viva(m) com contentamento
We’ll understand it all by and by.
Vamos compreender tudo brevemente.

Tempted and tried, we’re oft made to wonder
Tentados e provados, frequentemente nos intrigamos
Why it should be thus all the day long;
Por que razão tem que ser assim, o dia inteiro (ou todo dia)
While there are others living around us,
Enquanto há outros vivendo ao redor de nós
Never molested, though in the wrong.
Nunca molestados, ainda que errados.
(Salmo 73)

Farther along we’ll know more about it,
Mais adiante, saberemos mais acerca disto…
Farther along we’ll understand why;
Mais adiante, entenderemos porque…
Cheer up, my brother(s), and live in the sunshine,
'Ânimo', meu(s) irmão(s), e viva(m) com contentamento
Cause we’ll understand it all by and by.
Porque vamos compreender tudo brevemente.

Vestal Goodman:
When we see Jesus coming in glory
Quando contemplarmos a Jesus, vindo em [sua] glória
When He comes from his home in the sky
Quando ele vier lá de seu lar no céu
Joni, there we’ll join him in that bright city
Joni,lá nos juntaremos a ele, naquela cidade brilhante 
And  we’ll understand it all by and by.
E [então] entenderemos tudo em breve!

Group … depois  Bill Gaither, e  o grupo o acompanha:
Farther along we’ll know all about it … 

AudioPlayer online (controle de volume à direita)

Abraços, boa semana (II Pedro 3.13)
Ulisses

NOTAS (versões bíblicas):
ACF – Almeida Corrigida e Revisada Fiel, Soc. Bíblica Trinitariana
ARA – Almeida Revista e Atualizada, Soc. Bíblica do Brasil
ARC – Almeida Revisada e Corrigida, Soc. Bíblica do Brasil
BCF – Versão Católica do Pe. Antonio de Figueiredo
NVI – Nova Versão Internacional, Soc. Bíblica Internacional

Nº 07 : “FAROL”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 14 de Maio de 2011

Por volta do ano 200 AC (Antes de Cristo), foi concluída, em Alexandria, no Egito, uma das Sete Maravilhas do Mundo em todos os tempos: O "Farol de Alexandria"! Os historiadores estimam que tivesse cerca de 150 metros de altura. Foi construído por ordem de Ptolomeu, faraó imperial do Egito, fincado na ilha de Pharos (daí, o nome). Inspirou vários outros que foram surgindo, ao longo das eras da História, com a finalidade de guiar as naus, grandes ou pequenas, pela vastidão do oceano, noite a dentro.
Hoje, o maior de todos, é uma esguia estrutura de metal em Yokohama, no Japão: tem 106 metros. Faz-me lembrar Hebreus: "Portanto, também nós, visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas, desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia, corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta, olhando firmemente para o autor e consumador da fé, Jesus..." [Hebreus 12.1,2…] O ser humano é decepcionante por definição: Decepcionamos nossos pais, decepcionamos nossos filhos, demais familiares, cônjuges, amigos, irmãos… Pelos mesmos nos sentimos também decepcionados. Os políticos nos decepcionam. Autoridades também. Parece que não há em quem confiar…
Há, sim !!!!!!!!! Aquele que a ninguém decepciona. "Nele a gente pode confiar!" Ele é como farol, como luzeiro inatacável, como fanal inabalável, fonte inesgotável. Ele é o mesmo, ontem, hoje e será ainda, até sempre. O oceano pode ser profundo, cercado de escarpas… Pode até agitar-se com um ou outro tsunami…  Mas o farol é o mesmo, não muda, e não se apaga.  Jamais decepciona ! Mesmo que aos olhos pareça… O problema é dos olhos!
Ele é a porta, é o pão da vida, é a videira verdadeira, é o bom pastor, é o caminho, é a verdade, é a vida, é a ressurreição e a vida. Ele se posta acima de todos os faróis do mundo, e um dia há de mostrar-se, "do Oriente ao Ocidente", como um relâmpago, um clarão sem precedentes. Ele é a luz do mundo, e a estrela da manhã…
E todo olho o verá!
Ronnie Hinson, capturou esta idéia e transformou-a em poema

JESUS IS THE LIGHTHOUSE (1970)
JESUS É O FAROL
Ronny Hinson (1946-…)

There's a lighthouse on the hillside
Há um farol sobre a encosta do outeiro 
That overlooks life's sea…
Que supervisiona a vida no mar…
When I'm tossed it sends out a light
Quando me vejo agitado, ele emite a luz (aliás, sempre)
That I might see
Para que eu possa ver
And the light that shines in darkness now
E a luz que fulgura na escuridão, no momento 
Will safely lead this o'er
Há de guiar-me com segurança daqui ao termo 
If it wasn't for the lighthouse
Se não fosse pelo farol
My ship would be no more!
Meu barco não resistiria!

Jim McDonnald:
It seems that everybody about us says:
Parece que em volta de nós todos dizem:
"Tear that old lighthouse down.
Derrubem este velho farol
The big ships just don't pass this way.
Os grandes navios não transitam por aqui
So there's no use in it standing around."
Logo, não há utilidade em permanecer com ele ali
But then my mind goes back to that one dark stormy night,
Mas logo minha mente se volta para aquela negra noite tormentosa
When just in time, I saw the light…
Quanto, bem a tempo, eu vi a[quela] luz
Yes, it was a light from that old lighthouse that stands up there on the hill.
Sim, foi luz vinda daquele antigo farol, que continua de pé no topo do outeiro.

And I thank God for the lighthouse
E eu agradeço a Deus pelo farol
I owe my life to Him
Devo a minha vida a Ele
Jesus is the lighthouse
Jesus é o farol
And from the rocks of sin
Tanto que, em meio aos rochedos do pecado
He has shown the light around me
Ele tem ostentado a luz à minha volta
That I might clearly see
De tal modo que eu claramente possa ver
If it wasn't for the lighthouse
Se não fosse pelo farol
Tell me: where would this ship be?…
Dize-me: onde estaria este barco?

AudioPlayer online (controle de volume à direita)

Abraços, bom Domingo, boa semana (Salmo 119.105)
Ulisses

NOTAS (versões bíblicas):
ACF – Almeida Corrigida e Revisada Fiel, Soc. Bíblica Trinitariana
ARA – Almeida Revista e Atualizada, Soc. Bíblica do Brasil
ARC – Almeida Revisada e Corrigida, Soc. Bíblica do Brasil
BCF – Versão Católica do Pe. Antonio de Figueiredo
NVI – Nova Versão Internacional, Soc. Bíblica Internacional

Nº 06 : “BEULAH, SHANGRI-LA”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 08 de Maio de 2011

Os acontecimentos recentes no mundo parecem realçar que o mundo vai mal, e vai de mal a pior. Morte de Bin-Laden, que traz mais ameaças; Fukushima, que amedronta o mundo; guerras e rumores de guerras, que conturbam a ansiada paz; decisões que vão afrontando cada vez mais os princípios éticos do Manual do Criador, e que trazem, consigo, a ameaça do cerceamento da liberdade a quem for interpretado como se pronunciando contra a "liberdade" do que as decisões de magistrados e legisladores vão liberando…

Será que os dias que estão à nossa frente vão mostrar não haver mais lugar no mundo prá se viver em paz? Dá para sonhar com o Shangri-La… Shangri-La é aquele lugar paradisíaco incrustado nalgum grotão da cadeia do Himalaia. Ali não se envelhece facilmente; o tempo aparenta deter-se e as pessoas vivem em harmonia e felicidade. Foi assim que o inglês James Hilton (1900-1954) descreveu o lugar, na sua produção literária Lost Horizon (Horizonte Perdido, 1925). Melhor que o Shangri-La, que é uma ficção, existe a terra de Beulah, que é uma realidade. As agências de viagem do mundo ainda não descobriram onde fica Beulah, e nem têm pacotes turísticos para lá… Onde fica a terra de "Beulah"?

Em Isaias 62.4 (ARA), lemos : "Nunca mais te chamarão Desamparada, nem a tua terra se denominará jamais Desolada; mas, chamar-te-ão Minha Delícia (Hephzibah, no hebraico); e, à tua terra, Desposada (Beulah, no hebraico). Porque o Senhor se delicia em ti, e a tua terra se desposará". 

A terra de Beulah era a terra prometida para o povo da antiga Aliança, tipo e protótipo do Povo da Aliança que vai possuir uma nova nação futura. Era a terra a recuperar-se, reconstruir-se, depois de um longo exílio. E é prenúncio profético, tipológico, da nação futura dos remidos!

Tudo diferente. Tudo novo! Um novo governo : o reinado do Cordeiro, que foi morto, mas que ressuscitou, que reina e que triunfará!  "As coisas antigas, passaram; eis que tudo se fêz novo!" (II Coríntios 5.17, ARA). Na linguagem poética de cristãos, BEULAH, agora, é a Terra Prometida que nos espera (e que esperamos).

Infelizmente, o Shangri-La nunca existiu; foi apenas uma ficção de James Hilton. Com Beulah, a história é outra. Para que o povo de Deus, no Antigo Testamento, tivesse uma idéia prévia, Deus lhes deu Canaã, a terra onde lhes sobrava leite e mel, com fontes de águas e um Jordão caudaloso. Mas Beulah existe: é a imensa cidade que tem projeto, fundamentos e maviosas edificações, tudo feito por Deus; é a Promise Land, a terra da promissão; é lugar que aguardamos, com esperança na promessa daquEle que nunca falhou, não falha, e jamais falhará!   

No século XVII, um cristão na prisão em Bedford, Inglaterra, leu esta passagem, e sonhou com "Beulah Land". Escreveu ele – O Peregrino! Trajetória e vislumbre de John Bunyan, daquela terra futura !

No século XIX, praticamente 200 anos depois, outros dois cristãos trabalharam no texto e na idéia: Um fêz a poesia, outro fêz a música. Curiosidade: o que fez a poesia era descendente direto dos "Pilgrim Fathers", os "Pais Peregrinos" da costa leste norte-americana, que começaram sua epopéia no MayFlower (1620).
O resultado foi cantado, inicialmente, num acampamento, um que era frequentado por gente como Ira D. Sankey, William J. Kirkpatrick e Fanny Jane Crosby. Vc pode não saber quem foram estes, mas certamente já ouviu (ou até cantou) o que maravilhas que eles também compuseram.

Mas, gosto mais das antigas letras do "Salmos e Hinos" e do "Hinário Evangélico", como relembro abaixo… Dá saudade do tempo em que se cantava isto na igreja!  Porque… somos apenas PEREGRINOS…
Porque… infelizmente … já não se canta mais!

Beulah Land, 1876
OH! BELA TERRA DE FULGOR
Edgar Page Stites (1836-1921) & John Robson Sweeney (1837-1899)

1. Na terra abençoado estou, e nela peregrino vou
   Delícias muitas eu terei, mas sempre ao céu aspirarei.
 
CORO: Oh! Bela terra de fulgor [Beulah Land],
     Que do alto monte em derredor
     Olhando vejo além do mar,
     Que em breve eu hei de atravessar
     A linda praia perenal, querido lar celestial!
 
2. Comigo sempre o Salvador conversa em tons de grato amor 
   Também me guia em meu andar, em rumo ao céu, celeste lar!
 
3. A meiga brisa, ó que prazer, perfumes suaves vem trazer 
   De flores que não murcharão, de frutos que supernos são!
 
4. Na doce aragem celestial flutua um canto angelical
   Da multidão que Deus remiu, em coro que jamais se ouviu!

AudioPlayer online (controle de volume à direita)

Abraços, boa semana
Ulisses

NOTAS (versões bíblicas):
ACF – Almeida Corrigida e Revisada Fiel, Soc. Bíblica Trinitariana
ARA – Almeida Revista e Atualizada, Soc. Bíblica do Brasil
ARC – Almeida Revisada e Corrigida, Soc. Bíblica do Brasil
BCF – Versão Católica do Pe. Antonio de Figueiredo
NVI – Nova Versão Internacional, Soc. Bíblica Internacional