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Author Archives: Priscila

N° 25 : “QUEM ESTÁ CONDUZINDO?”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 18 de Setembro de 2011

Quem há de contradizer que estamos vivendo mesmo num mundo turbulento, surpreendente, arriscado o tempo todo? Nesta semana, um acidente descomunal assustou todos os usuários da Rodovia Imigrantes, que liga a capital paulista à baixada santista (e vice-versa). Assustou até quem não é usuário… A serra, na subida/descida da baixada santista, é mesmo perigosa. Eu mesmo, certa feita que a descia pela Mogi-Bertioga, passei quase duas horas no breu da noite (cerca de 50 km) de pura tensão ao volante, devido à densidade da neblina, numa estrada em que as curvas que descem se multiplicam uma após outra, numa fila que parecia interminável. Desta vez, o número de veículos envolvidos quase bateu o recorde: foi a segunda maior ocorrência da história. Perda de vida, houve. Prejuízos, foram diversos. As notícias apresentaram um crescente de dados concernente à extensão: no início, 50 veículos; depois, 60, foi subindo à primeira centena, à segunda e, ao final, falou-se de 3 centenas de veículos envolvidos. No fim, 2 kilômetros de engavetamento. O motivo ?  Entre os principais, a forte neblina num dia chuvoso de final de inverno… Um dos motoristas de caminhão lamentava-se pela dupla perda… Disse ele: "As condições de visibilidade real não chegavam a 20 metros; com piso molhado, quando a gente dá pela coisa, mete o pé no freio, mas aí não dá mais tempo… só tem que segurar no volante e esperar o choque…" Perguntado se o seguro cobriria todo o prejuízo, ele respondeu com ar sem graça: – Eu não tenho seguro; sabe como é, né? A gente só põe a tranca na porta depois que entra o ladrão" !

   Fico a considerar a analogia com a nossa vida: Se ao menos pudéssemos "enxergar 20 metros à frente", então ainda estaria muito bom. O problema é que não enxergamos um metro sequer. Apenas conjecturamos. Mesmo que tivéssemos todo o equipamento eletrônico de precisão do Airbus 330 do Air France 447, ainda seria insuficiente para determinadas turbulências. Não nos é dado conhecer o futuro, suas circunstâncias, suas surpresas… Nem ao menos podemos efetuar a estatística do percentual entre as boas e as más surpresas que há pela frente. Apenas nos damos a insensata sensação de poder sobre esse curso, tencionando isso ou aquilo. Costumamos dizer: – Hoje vou fazer isso… – Amanhã vou fazer aquilo… – Na próxima semana terei aquiloutro… – Me casarei daqui a "x" tempo… – Formo-me no fim do ano… – Daqui a dois meses, quero estar numa praia, ou numa roça, ou num acampamento… – Construirei aqui a minha edificação… – Daqui um mês, estarei vendendo tanto… E assim vai, por diante… Nos esquecemos de que somos "migrantes", numa "Imigrantes" com espessa neblina à frente dos olhos.

   Os exemplos de advertência, sinais de placa "amarela" (às vezes até de "vermelha") se sucedem em nossa vida. Entretanto, por vezes estamos tão "atentos" à imaginação do que queremos que esteja na chegada, que não vemos as "placas" no caminho. Algumas delas assinalam assim, por exemplo:  "Qual de vós, por mais ansioso que esteja, que pode acrescentar um côvado ao curso de sua vida? (Lucas 12.25) Ou então: "Atendei, agora, vós que dizeis – Hoje ou amanhã, iremos para a cidade tal, e lá passaremos um ano, e negociaremos, e teremos lucros. Vós não sabeis o que sucederá amanhã. Que é a vossa vida? Sois apenas como neblina que aparece por um instante, e logo se dissipa.Em vez disso, devíeis dizer: Se o  Senhor quiser, não só viveremos, como também faremos isto ou aquilo. Agora, entretanto, vos jactais das vossas arrogantes pretensões.Toda jactância semelhante a essa é maligna" (Tiago 4.13-16). 

   Nossos planos, nossos projetos, são tão falíveis, tão sujeitos à frustração, quanto aos daquele pai de família que, na manhã de uma Quinta-feira, sai com a família inteira dentro do carro, partindo da cidade de Santos, e diz prá turma, com um sorriso triunfal entre lábios : – Hoje, enquanto eu cuido de meus negócios lá em São Paulo, vocês podem passar a tarde no shopping. Depois me encontro lá com vocês. Mas, eis que, a certa altura da serra, seu carro vira um pequeno caixote, engavetado entre um ônibus (parado, porque já bateu à sua frente) e uma caminhonete carregada (que bate em sua traseira, sem ter conseguido se segurar). Certamente o salmo mais lembrado, o mais cantado e decantado, o mais usado para pregações e palavras de conforto, seja o Salmo 23. É uma metáfora pastoral, didática, davídca. "O Senhor é o meu pastor, e nada me faltará… Ele me faz repousar em pastos verdejantes…  Leva-me (conduz-me) às águas de descanso…" Que fartura de riqueza nessa analogia, nessa metáfora. Pode alguém, em tempos como os que estamos vivendo, com tantos riscos, com tanta turbulência, com tanta "neblina", querer mais algo além? É ele quem nos conduz às águas tranquilas… Só Ele o pode !!! Essas águas tranquilas são o "oásis" que podemos desfrutar a cada dia, no consolo da Sua presença, ao buscá-la… … No conforto da Sua Palavra, ao recorrer a ela… … No recôndito da Sua poderosa mão, ao tomar nela o refúgio, porque é o único… … Na segurança da Sua provisão, a Sua Providência sábia, porque é a única alternativa para enfrentar a "serra" e a "neblina". Mas, por que às vezes este oásis, este conforto, este recôndito, esta segurança, nos parece falhar? É preciso fazer uma anamnese. Buscar, na história pregressa, as causas, a etiologia. Pronto: Encontramos!

   A resposta do motorista do caminhão ajuda, por analogia, a diagnosticar a grande maioria dos casos : "A gente só põe a tranca na porta depois que entra o ladrão" – foi o que ele disse. Nessa maioria, o problema está conosco mesmo: estamos pensando tanto no shopping das crianças e no dia de promissores negócios, que nos esquecemos da neblina. Pensamos que o nosso futuro (ou mesmo os passos próximos) estão sob o controle das nossas mãos – e não estão! Quanto à minoria que sobra, deixo para os casos da sabedoria soberana do Eterno, que sabe o que faz, mesmo quando não o entendemos. Refiro-me aos casos de minoria em que não falta a devida confiança por deposição dos passos de vida nas mãos do Eterno…

Assim é a vida. Precisamos urgentemente de um GPS mais poderoso. Um que mostre bem mais do que 20 metros à frente. Ou então, que nos controle com precisão a posição, o tráfego, a velocidade, a proximidade com os outros na pista, a visibilidade trôpega sob a neblina. Eis o GPS (poderoso): "O Senhor é o meu pastor, e nada me faltará… Ele me faz repousar em pastos verdejantes…  Leva-me (conduz-me) às águas de descanso…" Não podemos nos esquecer : nessa vida de neblina espessa todo dia, onde a estrada é sempre perigosa, e o tráfego cada vez mais intenso e pesado, só Ele nos conduz às águas tranquilas!

    Agora, um pouco acerca do nosso hino de hoje: Era o começo da Guerra Civil norte-americana (1861-1865).  No templo da Primeira Igreja Batista em Phil­a­del­phia [Penn­syl­van­ia], um jovem recém-formado no seminário estava ao púlpito, convidado para suprir-lhe por dois domingos. Ele já havia pregado sobre o Salmo 23 mais de uma vez antes, ao tempo do seminário. Mas, naquela manhã, os irmãos estavam todos impressionados com o rumo da guerra; ele próprio estava – como não? Havia tanto que dizer sobre o salmo… Rico que é… Mas, naquela manhã, Joseph Henry Gilmore se deteve apenas na frase – "he leadeth me beside the still waters". Nossa tradução Almeida Revista e Atualizada diz – "Leva-me para junto das águas de descanso". A Corrigida diz – "guia-me mansamente às águas tranquilas". A turbulência externa atingia as famílias, as igrejas, o país inteiro. Mas Gilmore acentuou – "ele me guia junto às águas tranquilas, conduz-me para junto delas". As palavras não saíram da mente de muitos que lhe ouviram, no restante daquele Domingo. E não saíram da mente dele próprio. Depois do culto, passou a mão num lápis, e começou a escrever; riscou, re-escreveu, e o poema que disto resultou, extraído do salmo, está transcrito abaixo. Este autor foi, depois professor de seminário, professor universitário, e autor de várias obras literárias. Mas, até onde consta, este poema é a única obra sua que se transformou em hino. Dois anos depois, um dos maiores compositores musicais daquele tempo – William Bradbury – pôs-lhe a música. É o mesmo que compôs a música de "Just As I Am", "Sweet Hour of Prayer", por exemplo. A seguir, uma das versões cantadas, em nossa língua.

HE LEADETH ME
JESUS ME GUIA (1862, Letra; 1864, Música)
Joseph Henry Gilmore (1834-1918) & William Batchelder Bradbury (1816-1868 )

1. He leadeth me, O blessed thought!
O words with heav’nly comfort fraught!
Whate’er I do, where’er I be
Still ’tis God’s hand that leadeth me.

Refrão:
He leadeth me, He leadeth me,
By His own hand He leadeth me;
His faithful follower I would be,
For by His hand He leadeth me.

2. Sometimes mid scenes of deepest gloom,
Sometimes where Eden’s bowers bloom,
By waters still, over troubled sea,
Still ’tis His hand that leadeth me.

3. Lord, I would place my hand in Thine,
Nor ever murmur nor repine;
Content, whatever lot I see,
Since ’tis my God that leadeth me.

4. And when my task on earth is done,
When by Thy grace the vict’ry’s won,
E’en [even] death’s cold wave I will not flee,
Since God through Jordan leadeth me.

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Bom Domingo, boa semana,
 Ulisses 

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil

ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 24 : “TÉ QUE PASSE A TORMENTA…”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 11 de Setembro de 2011

Na mesma semana em que o mundo relembra 10 anos do "11 de Setembro", celebrou seus  90 anos de idade o Rev. Mosie Lister (08/Set). Mosie Lister "nasceu" para a música, a música evangélica. Pelo menos, assim pensavam seus pais. Entretanto, dois sérios problemas de saúde – percepção auditiva e garganta – limitaram muito sua capacidade de cantar. Mas, Deus concedeu que a cabeça e as mãos continuassem capazes. Durante a Segunda Guerra Mundial, por quatro anos, serviu como militar à Marinha. Conheceu horrores da guerra. A Guerra parece ter "afinado" as "cordas da sensibilidade". Depois que voltou, escreveu algumas das mais tangentes canções evangélicas do pós-Guerra. Vozes famosas, como Pat Boone, B. J. Thomas, George Beverly Shea e Elvis Presley, interpretaram canções como…

… Then I Met The Master (Então Encontrei o Mestre)

… Till The Storm Passes By ('Té que Passe a Tormenta)

… Where No One Stands Alone (Onde Ninguém Fica Sozinho)

… How Long Has It Been ("Que Tempo Já Faz").

    A propósito… hoje é 11 de Setembro ! A chocante lembrança das imagens vistas pelo mundo naquela manhã de uma Terça-feira, ainda é viva na memória de nós todos.  Não só as imagens do choque das aeronaves cheias de passageiros nas "Torres Gêmeas" do World Trade Center, mas as várias imagens que se sucederam: O desmoronamento das duas torres…; os aterrorizantes estrondos, acompanhados e sentidos à distância no tremor que produziram; a intensa fumaça com pó e cinza que encheu os quarteirões de Nova York em seguida…; a constatação do número de vidas perdidas…; a montanha de ruínas a remover…  A "Torre Norte" ficou queimando em chamas por mais de uma hora e meia, até ruir; mas à "Torre Sul", menos de uma hora bastou para ter o mesmo destino. Membros de algumas famílias de vítimas, passado o tempo que já passou, afirmam que o tempo pode passar, a lembrança começar a toldar, mas a dor, o sentimento, não passa. Apenas pode ser momentaneamente substituído. Mas volta. E atormenta, dia e noite.  

   Sei que há muitas circunstâncias da vida que ilustram a sua dura realidade. Talvez, este episódio, de exatamente dez anos atrás, seja uma das mais impactantes ilustrações. Os fatos do monstruoso episódio são cenas dessa "ilustração". Não poucos clamando aos céus, naquele dia, e em muitos que se seguiram… Que quadro cheio de contrastes é a vida. A mesma capacidade, dada por Deus, fruto da imagem e semelhança do Criador "impressa" na criatura, é capaz de construir o belo, o complexo, o inusitado. Mas também é capaz de destruir, de aterrorizar, de desmantelar. Desmantelam-se edifícios, e também sonhos. Destróem-se grandes feitos, e também os ideais, grandes e pequenos. A vida é carregada de situações que enobrecem, mas também daquelas que embrutecem. Por isto o poeta registrou :

"Quando a tempestade ruge, com o seu feroz bramir, Quando as nuvens se acumulam, raios mil a despedir
Do trovão um som tremendo faz-se ouvir, e com pavor
Mas por sobre a tempestade soa a tua voz, Senhor!
Eis que ouvimos doce voz, a animar os que andam sós
E em ti sempre confiados, vão por ti, sempre a lutar

Nesta vida tormentosa, qual fragor do vasto mar" (Hino 162, Hinário Novo Cântico).

  A Bíblia registra que Jesus costumava locomover-se de barco, com seus discípulos. Numa delas, conforme registro de Marcos 4.35-41, era tarde da noite, e era-lhes necessário atravessar Tiberíades. Jesus dormia enquanto os discípulos navegavam, mas veio a tormenta. "Mestre, o mar se revolta, as ondas nos dão pavor; o céu se reveste de trevas…", certamente foi o que disseram os discípulos, ao acordá-lo… Mas, Jesus estava no barco. Doutro ângulo: quem estava no barco era Jesus! Era aquele que, a seu tempo, acalma a tempestade e a tormenta. Poderiam ter dito  : "Temos o salvador!" Porque, diz o salmista, no salmo que tanto impressionou Lutero: "Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações. Portanto, não temeremos, ainda que a terra se transtorne, e os montes se transportem para o seio dos mares. Há um rio cujas correntes alegram a cidade de Deus, o santuário das moradas do Altíssimo. Deus está no meio dela; jamais se abalará. Deus a ajudará, desde o romper da manhã. Bramam nações, reinos se abalam; Ele faz ouvir a sua voz e a terra se dissolve. O SENHOR dos Exércitos (I'hvé Tsebaoth) está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio. Vinde, contemplai as obras do SENHOR; que assolações tem feito na terra! Ele põe termo à guerra até aos confins do mundo; quebra o arco e despedaça a lança; queima os carros no fogo. Aquietai-vos, e sabei que eu sou Deus; serei exaltado entre as nações, sou exaltado entre os povos. O SENHOR dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio." (Salmo 46)

    Cada um de nós sabe em que reside sua angústia, sua tormenta. E, se não há, se tudo ir bem, aguarde  – é bem provável que virá uma, e virá outra. Assim é a vida. Num dia há bonança, calmaria; noutro dia vem a tormenta, e vem a tempestade. Aquele que estava no barquinho de Tiberíades, estando conosco no barco, pode até não impedir de vir a tormenta. Mas, basta-lhe chegar o momento próprio – mesmo que seja aquele em que as ondas, ou o trovão, parecem infundir grande angústia – e ele ergue a voz. Um dia, um belo e esperado dia, e ele erguerá sua voz triunfante, a qual será ouvida por todo o planeta, por todo o universo. Naquele dia, todo trovão, toda tempestade, toda tormenta nos cessarão. Acaba tudo isso. A fumaça que será vista não mais atingirá os remidos; estará do outro lado. Hoje e aqui, em parte se cumpre a promessa que, lá, naquele dia, será plenamente consumada: "Então, na sua angústia, clamaram ao Senhor, e Ele os livrou das suas tribulações. Fez cessar a tormenta, e as ondas se acalmaram. Então, se alegraram com a bonança; e assim os levou ao desejado porto." (Salmo 107.28-30)

   Você lê o que escrevo, e não sabe das minhas tribulações. Eu escrevo, e não sei das suas. Enquanto escrevemos ou lemos, aqu'Ele que tudo sabe, e conhece intimamente a vida de cada um de nós, ou as circunstâncias que as envolvem, é o mesmo de ontem, de hoje, como sempre o será. A tormenta, a tempestade, as vagas e os trovões estão sob Suas mãos. Podemos nos alegrar com Sua bonança, a Seu tempo. Ele nos levará (como está levando) ao "porto seguro". Oh! Senhor: Leva-me ao "porto seguro"!!! Ouça, acompanhando o texto traduzido (se assim preferir), uma das composições de Mosie Lister.

 TILL THE STORM PASSES BY (1958)
('TÉ QUE PASSE A TORMENTA)
(Mosie Lister : 1921-  )

In the dark of the midnight have I oft hid my face,
No escuro da noite alta, frequentemente tenho ocultado minha face
While the storm howls above me, and there's no hiding place.
Enquanto segue o uivo da tormenta sobre mim, e não encontro esconderijo
'Mid the crash of the thunder, Precious Lord, hear my cry,
Em meio ao ribombar do trovão, Precioso Senhor, ouve meu clamor 
Keep me safe till the storm passes by.
Guarde-me seguro, 'té que passe a tormenta

Coro
Till the storm passes over, till the thunder sounds no more,

Té que a tormenta termine, 'té que trovão não mais ressoe
Till the clouds roll forever from the sky;
Té que as nuvens se desfaçam do céu
Hold me fast, let me stand in the hollow of Thy hand,
Segura-me de pronto, permita-me ficar no centro da Tua mão
Keep me safe till the storm passes by.
Guarde-me seguro, 'té que passe a tormenta

When the long night has ended and the storms come no more,
Quando termina a longa noite, e as tormentas não mais aparecem
Let me stand in Thy presence on that bright peaceful shore;
Quero estar na Tua presença, naquela brilhante praia de paz 
In that land where the tempest, never comes, Lord, may I

Naquela terra, onde a tempestade nunca mais vem, Senhor, que possa eu
Dwell with Thee, till the storm passes by.
Habitar contigo,'té que passe a tormenta 

Many times Satan tells me – "There is no need to try,
Muitas vezes Satanás diz (sussurra, na letra original) – nem adianta tentar
For there's no end of sorrow, there's no hope by and by"
Pois, não há fim para a tristeza, e depois, não há esperança
But I know Thou art with me, and tomorrow I'll rise
Mas eu sei que Tu estás comigo, e no amanhã me erguerei (ressurgirei)
Where the storms never darken the skies.
Onde as tormentas não mais escurecem os céus

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Bom Domingo, boa semana,
 Ulisses 

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

 

 

N° 23 : “POR QUE’S”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 04 de Setembro de 2011

Nesta semana tive o privilégio de conhecer o Diogo Inawashiro. Diogo é pastor, sansei (neto de japoneses),  e candidata-se a ser missionário na terra natal de seus avós. Me lembrei do tocante filme Haru e Natsu, e comentei com ele –  a história das duas irmãs, separadas por uma contingência inesperada, na década de 1930, no porto de Kobe, Japão. Isto ocorreu quando a família estava para partir para o Brasil, a fim de tentar a sorte no "promissor país ocidental", mas a caçula foi retida pelo serviço médico japonês, por causa de um tracoma ocular. As duas irmãs somente se reencontram depois de 70 longos anos, no início dos anos 2000, depois de décadas sem notícia uma da outra, de muitas cartas emitidas de cada lado, que jamais chegaram às mãos destinadas.

Entre as motivações apresentadas pelo Diogo, para a urgência da evangelização no Japão, constam:

– População (10ª no mundo) de alta densidade demográfica, com 128 milhões num pequeno território geográfico

– Relação com o Brasil: além do Brasil ter a maior colônia de japoneses fora do Japão, o Japão tem a segunda maior colônia de brasileiros fora do Brasil

– Deficit cristão : o Japão está entre os países menos evangelizados do mundo

– Religiosidade: Xintoísmo (51,2% da população) e Budismo (38,3%) dominam aquele povo

– Taxa de suicídios: O Japão se tornou conhecido pela altíssima taxa de suicídios, mesmo entre jovens (a maioria das ocorrências afeta a faixa etária 24~29 anos).

  São cerca de 32 mil por ano, em média. É a mais alta taxa relativa (em relação à população) do mundo, que resulta em cerca de 25 para cada bloco de 100 mil pessoas. Pouco mais do que a Rússia, mas o dobro do que ocorre nos Estados Unidos, e seis vezes a taxa brasileira. No mundo, segundo a OMS, são 1 milhão por ano. 

   No Japão, como no resto do mundo, são os conflitos existenciais que levam à quase totalidade dos suicídios (o restante decorre dos problemas patológicos/neurológicos, que obstruem a sanidade mental, levando a atos fora de controle).  Lá, 45% das causas estão relacionadas à descrença numa vida com saúde, e 25% estão relacionados à descrença numa vida economicamente e minimamente saudável. A cosmovisão das religiões japonesas não cria qualquer senso de culpa ou sensação negativa em relação ao suicídio. Muito ao contrário do cristianismo. Isto faz-me lembrar aquele que é considerado, contemporaneamente, o maior dos poetas brasileiros – Carlos Drummond de Andrade. O mineiro, numa entrevista a um repórter da Folha de São Paulo, pouco tempo antes de morrer, respondeu à várias perguntas, entre elas:

– "Qual a opinião do senhor acerca do suicídio ?"

– "Acho um ato heróico de grandeza moral !"

   O desencantamento com a vida não é privilégio dos suicidas compulsivos. Os problemas que nos afetam são muitos. Insônia é um sintoma cada vez mais frequente, tendo a maior parte de suas causas nas apreensões do dia. Não há dúvidas de que, apesar dos avanços tecnológicos, e do aumento expressivo de oferta acessível de bens que parecem criar qualidade de vida, ou daqueles que comumente são usados para medi-la, os fatos reais vão mostrando um padrão de vida cada vez mais estressante e depressivo.Por outro lado, muitas das "âncoras" da vida saudável do passado parecem ir se tornando cada vez mais fragilizadas:

– a família

– o casamento

– a própria religião

– finanças, carreira profissional

– perdas familiares

– a sôfrega busca por uma uma vida "bem sucedida"

    O que fazer? Como lidar com esse tipo de situação aflitiva, hoje em dia? A fórmula que eu conheço ainda é a "velha fórmula"; ainda bem que o "prazo de validade" não se esgota. A fórmula está mais do que suficientemente testada em muitas vidas, não muito diferentes das nossas, resguardadas as proporções de épocas e circunstâncias. O meu "velho livro preto" produz eco quase que diário em minha lembrança, e na de muitos que a ele recorrem, de que devemos estar "certos de que sofrimentos iguais aos vossos estão se cumprindo na vossa irmandade espalhada pelo mundo. Ora, o Deus de toda a graça, que em Cristo vos chamou à sua eterna glória, depois de terdes sofrido por um pouco, Ele mesmo vos há de aperfeiçoar, firmar, fortificar e fundamentar. A ele seja o domínio, pelos séculos dos séculos. Amém!" (I Pedro 5.9-11) Falando em tese, nós não somos melhores nem piores do que os que amaram ao Senhor no passado. "Sofrimentos iguais aos vossos" significa, na minha leitura, que vários dentre a nossa irmandade, espalhada pelo mundo (e pelos séculos), tiveram lá suas aflições familiares. Afinal, tão de carne e osso quanto nós eram eles. Certamente, tiveram lá suas dificuldades no casamento – os servos de Deus, e também as servas de Deus. Quantos deles, com toda certeza, se decepcionaram com a instituição eclesial do seu tempo, ou com as pessoas que a conduziam, ou com os líderes de então.Qual deles, falando no geral, não passou por algum aperto aflitivo das finanças? Se houvesse banco naqueles tempos, não raro haveria, mesmo entre eles, um dia de cheque que voltou, ou algum bloqueio bancário por razões ilegítimas. Pode ser que não tivessem tudo quanto queriam, mas não lhes faltou o que precisavam. Quantos deles não passaram a vida contando as perdas de seus queridos, até que se lhes chegou a própria vez (gloriosa vez)?  E, quanto à "vida bem sucedida"? Quão ilusória, sob a aparência dos olhos alheios, não se lhes mostrou a sina do dia-a-dia?

   Pode até ser que, diante da expectativa da ciranda, ficassem afetados (e, então, "quase" deprimidos). Então, concluo que nada há a reparar nas palavras: "sofrimentos iguais aos vossos". Nada mesmo! Estamos todos no mesmo barco!!! Sim, estamos, embora às vezes pensemos que somos os únicos. Mas, quando o olhar obtuso nos faz pensar que estamos só no barco, o olhar elevado, sob as alças da Palavra e as asas do Espírito, nos faz lembrar que no barco há mais alguém… Aquele que estava lá, com os fiéis do passado, e está ainda hoje! Quanto aos que não têm o temor do Soberano Altíssimo, a grande diferença é a "esperança". Por isto, meu "velho livro preto" ainda lembra:"Não queremos que ignoreis … nem que vos entristeçais, como os demais, que não têm esperança!" (I Ts 4.13). Sem isto, tantos tiram de si mesmo a vida. E ainda há falsos profetas seculares a diagnosticar isso como "ato heróico de grandeza moral", ademais, é necessário reforçar a admoestação das palavras de vida eterna: "Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós. Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados. Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos; Trazendo sempre por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus se manifeste também nos nossos corpos; E assim nós, que vivemos, estamos sempre entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também na nossa carne mortal. De maneira que em nós opera a morte, mas em vós a vida. E temos, portanto, o mesmo espírito de fé, como está escrito: Cri, por isso falei; nós cremos também, por isso também falamos. Sabendo que o que ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitará também por Jesus, e nos apresentará convosco. Porque tudo isto é por amor de vós, para que a graça, multiplicada por meio de muitos, faça abundar a ação de graças para glória de Deus. Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia. Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; Não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas. " (II Cor 7-18)

   Sabe uma lembrança que soma significativamente nesta reflexão? Nossa identidade com Cristo. Por essa identidade, nos é prometida uma vitória, tal qual a de Cristo. Nos é prometida também uma nova natureza, celestial e triunfante, no gozo eterno. E, ainda, um lugar à destra do Todo-Poderoso do Universo, na Nova Criação, junto com o Cordeiro, o Unigênito, o primogênito.

Mas, é também verdade que "… convinha que em tudo fosse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote naquilo que é de Deus, para expiar os pecados do povo. Porque naquilo que ele mesmo, sendo tentado, padeceu, pode socorrer aos que são tentados." (Hebreus 2.17,18) Esse mistério glorioso – nossa identidade com Cristo – faz uma diferença colossal. Ele sofreu tanto quanto sofremos, no mínimo. Desencantou-se tanto quanto nos desencantamos, no mínimo. Embora não lhe faltasse o alimento de cada dia, a racionalização dos recursos deste mundo lhe foi uma realidade familiar, peculiar. Desapontamentos com a turma religiosa não foi novidade escassa para ele… Desilusões pelo quanto foi mal compreendido, e perseguido, isto ele conhecia de perto. Em tudo foi semelhante a nós. E nós seremos semelhantes a ele. Então, vale guardar : "…para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada. Quem nos separará do amor de Cristo? Será a tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada? Como está escrito: Por amor de ti somos entregues à morte todo o dia; somos reputados como ovelhas para o matadouro. Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por meio daquele que nos amou. Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem coisas do presente, nem do porvir, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá nos separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor" (Romanos 8.18, 36-39)

  O hino de hoje é especialmente significante. O intérprete que canta a segunda estrofe tinha acabado de passar por duas sessões de tratamento radioterápico precisamente na garganta, na manhã que antecedeu aquele dia, bem como naquela própria manhã. Na verdade, vinha ele lutando com um câncer na garganta havia alguns anos. Pouco mais do que um ano adiante, esse câncer o levaria para junto do seu Senhor. Ouvi-lo dizer, em forma de canto, aquela parte da poesia de Ira Stamphill, em que afirma:

– Minha dor interior, eu ocultarei com um sorriso…
Eu esperarei pelas razões [divinas] até que chegue a hora
E, mesmo que ele me prove, sei que sempre descobrirei
Que o que Deus faz transforma os sofrimentos como o fogo transforma a prata, eliminando sua escória… 

Deve ter sido especialmente tocante para aquele grupo que cantava com ele. Para quem conhece algo da vida e das demais composições de Ira Stamphill, difícil é pensar que "esconder o sofrimento atrás de um sorriso" seja um ato de cenário artístico"para inglês ver". Antes, só pode ter sido a expressão de alguém que diz: meu sofrimento pode fazer doer meu coração, mas não deixarei que ele apague meu sorriso, nem minha fé, nem minha esperança, nem minha vida, nem minha glória em Cristo, em quem estou oculto, e com quem me identifico!

WE'LL TALK IT OVER (1949)
NÓS TRATAREMOS DISTO
Ira Forest Stamphill (1914-1993)

Though shadows deepen, and my heart bleeds,
Ainda que sombras se aprofundem, e meu coração sangre
I will not question the way He leads;
Não questionarei o modo como Ele conduz
This side of Heaven we know in part,
Daqui do lado de baixo do céu nós conhecemos em parte
I will not question a broken heart.
Não questionarei, se meu coração se quebranta.

Coro
We'll talk it over in the bye and bye.
Nós daremos por encerrado este assunto no momento oportuno
We'll talk it over, my Lord and I.
Trataremos disto, meu Senhor e eu
I'll ask the reasons – He'll tell me why,
Eu pedirei os motivos – Ele me dará os porque's [se o quiser]
When we talk it over in the bye and bye.
Quando encerrarmos o assunto, no momento oportuno. 

Danny Gaither:
I'll hide my heartache behind a smile
Eu ocultarei a minha dor interior por meio de um sorriso
And wait for reasons 'til after while.
E esperarei pelas razões até que chegue a hora
And though He try me, I know I'll find
E ainda que Ele me prove, eu sei que [sempre] descobrirei
That all my burdens are silver lined.
Que todas as minhas aflições são revestidas de prata.

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Bom Domingo, boa semana,
 Ulisses 

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
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NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 22 : “PRECIOSA GRAÇA…”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 28 de Agosto de 2011

  A música é uma dádiva divina. Ainda no início, na descendência primária de Adão, Jubal foi considerado o pai da música, dos que tocam instrumento. O culto vétero-testamentário trazia uma música consagrada. A arte, a música consagrada é aquela que não se sobrepõe ao espírito da mensagem bíblica, "carregada", "transportada" pela música. Música evangélica com excesso de aparato e arte tolda o valor do próprio culto. A música (melodia), na mensagem musical, é similar ao chamado "excipiente q.s.p" ("Quantidade Suficiente Para…") em determinados medicamentos;pode até dar forma e sabor, mas definitivamente não é o "princípio ativo". O "princípio ativo" é a mensagem, e isto, quando delineada com, na e pela Palavra

   Dentre a variedade de instrumentos, o piano é sobremodo singular, um instrumentos de cordas percutidas.Quis eu aprender tocá-lo, mas já era tarde, tanto na idade quanto na disponibilidade de tempo para o estudo. No teclado do piano há sequências de teclas tradicionalmente brancas, sempre em número de 7 (teclas "marfim"), que são as teclas das notas musicais "naturais". Há também as sequências intercaladas de teclas pretas, sempre em número de 5 (teclas "ébano"), que são as notas "sustenidas". Assim, perfaz-se o total convencional de 88 teclas. Determinados estilos musicais acabaram por se servir, num piano, exclusivamente de um ou de outro conjunto das teclas. Quero dizer: ou das teclas de marfim, ou das teclas de ébano. Por exemplo: O estilo "negro spiritual", estilo típico das canções nostálgicas e escatológicas dos escravos, mormente no século XIX, puderam ser todas musicalmente notadas nas teclas pretas. Ou então já "nasceram" assim musicalizadas. "Rio Profundo" (Deep River), Swing Low, Sweet Chariot , "Vai, Moisés" (Go Down Moses), e tantas outras, foram compostas, em alguns casos sem o auxílio de instrumentos musicais, mas se encaixam perfeitamente nas escalas "pretas" do piano. Por isto, especialmente nos Estados Unidos e na Inglaterra, devido à tradição evangélica, esta escala do piano é também chamada "Slave Scale" (Escala dos Escravos). É uma curiosidade interessante: tocam-se todos os "negro spirituals" exclusivamente nas teclas pretas.

   Dentre os lindos "negro spirituals" que se tornaram conhecidos do cancioneiro evangélico, certamente o mais famoso e popular é "Amazing Grace". John Newton (1705-1807) compôs esse hino depois de um "quase" naufrágio, onde sentiu que haveria de perder a vida com toda a sua tripulação. Era filho de um mercador inglês de escravos, também de nome John Newton. Perdeu sua mãe com apenas 6 anos de idade. Seu pai deixou para ele a profissão, depois de algumas viagens – filho acompanhando o pai – servindo-se de, e transportando escravos. Por ter fugido do serviço militar naval, foi apanhado como desertor, e punido. Preferindo sofrer sua punição como serviçal de um mercador de escravos, foi abusivamente tolhido, e muito sofreu. Um dia, navegando a caminho da Inglaterra, a tempestade atacou furiosamente a embarcação. Sentindo o pavor de quem imagina que em poucos momentos estariam todos no fundo do mar, bradou: – Senhor, tenha misericórdia de nós!" Reconhecendo que foi a graça divina que o salvou, naquele dia, Newton teve uma radical mudança em sua vida. A reflexão nas palavras que pronunciou, a lembrança da Bíblia e de Deus, trouxeram-no à presença de Cristo. A comparação do regime da escravatura com a sua própria vida, como escravo do pecado e da morte, influíram de modo profundo em sua mente e coração. E daí nasceu o hino. Daria até para escutar, em imaginação, o próprio John Newton, cantando o hino, entre lágrimas e soluços. Não poucos, nem de umas, nem de outros.

   O hino canta a "graça eterna", a "graça excelsa", "a graça suficiente", a "graça preciosa, a "graça benfazeja". A mesma graça cantada e pregada por Davi, de modo inspirado e revelacional: "Ó Deus, tu és o meu Deus forte; eu te busco ansiosamente; a minha alma tem sede de ti; meu corpo te almeja, como terra árida, exausta, sem água. Assim, eu te contemplo no santuário, para ver a tua força e a tua glória. porque a tua graça é melhor do que a vida; os meus lábios te louvam. Assim cumpre-me bendizer-te, enquanto eu viver…" (Salmo 63.1-4) De fato, a Graça do Altíssimo, o Benevolente, o Graciosíssimo, é melhor do que a vida. Davi tinha plena razão. E essa razão não era dele, era do Espírito! Ela, a graça, é a porção que mais precisamos para cada dia. Sem ela, não deveríamos ousar por fora o pé, ou abrir a boca, ou "pôr mãos ao arado" de cada dia. Por isto o salmista diz "em teu nome levanto as mãos". Mais do que uma expressão cultual de mera forma, trata-se de uma disposição expressa de viver, como aquel'outra, do hino "Com tua mão, segura bem a minha, pois eu tão frágil sou, ó salvador… Que não atrevo a dar jamais um passo, sem teu amparo, Cristo, meu Senhor!"  É por causa dessa "preciosa graça" que o apóstolo, sob lutas mil, sob provações e espinhos (até "na carne"), aprendeu, da própria voz de Deus – "a minha graça te basta" (II Coríntios 12.9)

   Que graça infinita. Eu me confesso dela dependente, a cada dia, talvez mais do que todos que eu conheço. Eu me confesso um peregrino, um estrangeiro sobre a terra (Hebreus 11.13) em busca constante da Graça do Inefável. Ainda que eu me atreva a dar meus passos, sei que eles nunca poderão ser acertados, bem direcionados, sem a assistência da Graça indispensável do Providente, o Providentíssimo. Que ela nos valha, que ela nos supra, e nos sustente de pé, a cada dia, até àquele dia, em que a Graça há de completar, em nós, a Redenção!

   Ouça duas execuções de "Amazing Grace": uma, apenas instrumental, com flauta andina, violino, piano, banjo, etc… Outra, a capella, na voz (bem inteligível) dos Arautos do Rei…

Amazing Grace
Preciosa Graça (alguma data entre 1860 e 1870. Olney, Inglaterra)
John Newton (1725-1807) 

Letra original:
Amazing grace! (how sweet the sound)

That sav’d a wretch like me!
I once was lost, but now am found,    
Was blind, but now I see.

’Twas grace that taught my heart to fear,
And grace my fears reliev’d;
How precious did that grace appear,
The hour I first believ’d!

Thro’ many dangers, toils and snares,
I have already come;
’Tis grace has brought me safe thus far,
And grace will lead me home.

The Lord has promis’d good to me,
His word my hope secures;
He will my shield and portion be,
As long as life endures.

Yes, when this flesh and heart shall fail,
And mortal life shall cease;
I shall possess, within the veil,
A life of joy and peace.

The earth shall soon dissolve like snow,
The sun forbear to shine;
But God, who call’d me here below,
Will be forever mine.

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Bom Domingo, boa semana,
 Ulisses

Notas das citações bíblicas:
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N° 21 : “VÊ-LO-EI POR MIM MESMO…”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 21 de Agosto de 2011

Por estes dias,  acontecimentos na Europa (Noruega, Inglaterra, etc.) têm trazido de volta o fantasma do Nazismo. Só quem desconhece a história, ou quem a ela tampa os olhos, ignora quão nefasta foi aquela época e aquela ideologia. Alguns que ainda vivem sabem de testemunho ocular. Falando de Nazismo, lembrei-me disto por causa de uma ocorrência imprevista recém relacionada a um professor e colega no seminário, pela qual uma disciplina que lhe caberia neste semestre foi transferida a mim (ao menos temporariamente).  Trata-se da segunda unidade, de uma sequência de duas, de História do Pensamento Cristão. Em estudos e preparativos, ontem, deparei-me com a necessidade de falar sobre Nietzsche (1844-1900). É que a "ressurreição" do pensamento de Nietzsche no período nazista trouxe consigo pelo menos duas vertentes ao pensamento cristão no período da guerra e do pós-guerra. A propósito, chamou-me a atenção o fato de que, nesta semana, ocorre a data em que, aos 55 anos de idade, morreu Nietzsche. Um que é considerado dos grandes filósofos alemães do século XX (Martin Heiddeger) afirmou: "Na Alemanha, até à guerra, se era, ou contra ou a favor de Nietzsche; nada menos do que isso".

Sabe quem foi ele? Filho de uma família luterana de vários pastores, Nietzsche chegou a pensar em ser pastor, ele próprio, no começo de sua adolescência. Mas, os dias da sua mocidade, e os estudos da universidade, o afastaram de Deus. E afastaram mesmo. Poucos imaginam quanto, como… Tornou-se um ácido crítico do cristianismo. Aliás, não só do cristianismo – da religião. O anti-semitismo de Hitler deveu-se, em grande parte, ao anti-semitismo de Nietzsche.   Auto-intitulou-se um ateu, deixando um legado de afirmações, na História e nos escritos, de arrepiar siberianos. Exemplos:

– "O cristianismo e o budismo são religiões em decadência, embora o budismo seja cem vezes mais realista que o cristianismo".

– "Para mim o ateísmo não é nem uma consequência, nem mesmo um fato novo: existe comigo por instinto."

– "O amor é o estado no qual os homens têm mais probabilidades de ver as coisas tal como elas não são."

– "Deus está morto. Viva Perigosamente. Qual o melhor remédio? – Triunfo!".

– "O Evangelho morreu na cruz."

–  "O cristianismo promete tudo, mas não cumpre nada."

– "O cristianismo foi, até o momento, a maior desgraça da humanidade … "

– "A fé é querer ignorar tudo aquilo que é verdade."

– "As convicções são cárceres; convicções são inimigas mais perigosas da verdade do que as mentiras."

– "O depois de amanhã me pertence."

– "Deus está morto, mas o seu cadáver permanece insepulto."

– "Será o Homem  um erro de Deus, ou Deus um erro dos Homens?"

   Chega? Então está bem. Vou parar por aqui. Mas, que tem mais, tem… Tem muito mais. Pouca gente sabe, mas, embora sem jamais ter lido Nietzsche, há muitos "gurús" hoje que têm sua "cabeça feita" por pensadores que, direta ou indiretamente, têm-se inspirado nessa mentalidade maligna. Esse homem costumava afirmar tratar-se de uma cegueira irracional sem comparação a expectativa de morrer e ver a Cristo na outra existência, a eternidade. Para ele, não haveria como esperar por uma eternidade. Muito menos esperar "ver a Cristo". "Tolices de crianças"! ("Quem não se fizer como uma criança, jamais pode ver o Reino de Deus!") As lembranças da Palavra de Deus, nessa diretiva, lhe causavam um sentimento comparado a asco – era o que dizia. Que diferença de expectativa! Que diferença de esperança!! Que diferença de convicção!!!

   Quando lemos o conteúdo revelado, o que o Espírito faz robustecer no coração do remido é algo inteiramente diferente: "Amados, agora, somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que havemos de ser.Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque haveremos de vê-lo como ele é" (I João 3.2) Alguns alunos me perguntam, quase todo ano: Mas, quando nos encontrarmos com Cristo, também poderemos ver suas marcas nas mãos, e sua ferida do lado? Eu deixo escapar um sorriso (mais por dentro do que por fora), e digo… – Claro que não, meu filho. Isto seria o mesmo que dizer que quando ocorrer a nossa ressurreição, nosso corpo não será o de glória, mas alguma coisa ligeiramente melhorada deste corpo terreno. Seremos glorificados com Cristo. Seremos transformados para portarmos corpos de glória, assim como ele foi transformado, após a ressurreição, ao ensejo da ascensão, adentrando o céu. Lá ele se encontra em seu novo corpo celestial, de glória, à semelhança do qual também seremos revestido na ressurreição e na Regeneração de toda a criação. É assim que o veremos. Mas, voltando à esperança, diz mais a Escritura: "Porque, agora, vemos como em espelho, obscuramente; então veremos face a face. Agora, conheço em parte; então, conhecerei como também sou conhecido". (I Coríntios 13.12) O veremos face a face, portanto. Como ele seremos. Pode haver glória maior? Naquele dia, todos o verão; até Nietzsche, que questionou quem errou – se Deus, quanto ao homem, ou se o homem, quanto a Deus.

   A fé é algo verdadeiramente incomum: Nunca, jamais, alguém voltou da instância da eternidade, para testificar se existe mesmo, ou não, esse lugar celestial. Deus no-lo revelou, em Sua Palavra, a Palavra de Seu Filho. Pela fé, cremos. Não é "tiro no escuro", porque o Espírito testifica com o nosso espírito. E Ele deu à Sua Palavra múnus suficiente, para auto-sustentação. Veja que preciosa declaração, a de Jó : "Porque eu sei que o meu Redentor vive, e que, por fim, se levantará sobre a terra; depois, revestido este meu corpo, em minha carne verei a Deus. Vê-lo-ei por mim mesmo, os meus olhos o verão, e não outros. De saudade me desfalece o coração". (Jó 19.25-27) 

   O autor das letras que vão em mensagem musical, hoje, referenciou-se  nesta precisa passagem, à luz do Novo testamento, para compor o poema. Foi ele mesmo quem lhe pôs notação musical. Mas, brindo a você com uma execução instrumentos e voz, em nossa língua. Maranatha! Vem, Senhor Jesus!! Deleite-se aí… Conforte-se aí… Fortaleça-se aí…

Face to Face
Eu Face a Face Vê-lo-ei (1898)
Herbert Johnson

1. Em breve irei, de meu Jesus, 
   O rosto meigo contemplar. 
   Quanta alegria fruirei 
   E doce paz irei gozar! 
   Ante Seu trono adorarei, 
   E meu louvor então darei; 
   Almejo estar no eterno lar, 
   E face a face o contemplar.

CORO: Eu, face a face, vê-lo-ei; 
      Por graça salvo, cantarei; 
      Sim, face a face, vê-lo-ei
      E Dele sempre então serei.

2. A vida aqui irá passar, 
   O novo Éden Surgirá. 
   Pecado ali não se achará, 
   Nem mal algum existirá.
   Pois o Senhor com a sua luz 
   Já os baniu na rude cruz; 
   Almejo estar no novo lar, 
   E sua face contemplar.

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Bom Domingo, boa semana,
 Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
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N° 20 : “RUMO AO LAR…”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 14 de Agosto de 2011

Depois que me mudei para o bairro Jaraguá, no final de 1988, foi necessário refazer vários relacionamentos comerciais e de serviços das necessidades básicas da família. Antes, residimos certo tempo no bairro Sagrada Família, depois de residr outro tempo em Salvador, na Bahia, e em Recife, Pernambuco. Um novo prestador de serviços aqui, uma nova relação comercial ali, oficinas para automóvel, farmácia, padaria, etc…. Conheci algumas pessoas com quem até hoje mantenho aquela relação de fornecedor-cliente. Dos tais, alguns indicaram peculiaridades muito interessantes. Conto dois casos: Primeiro, o do "Bicicletário FAPA".

  O Adriano era um simpático lojista de peças e serviços em bicicletas. Cativava as crianças e adolescentes, tal a paixão com que executava seu serviço. Aos finais de semana, organizava "pedaladas" coletivas com a meninada pelo bairro e alhures. Dois de meus filhos estavam começando a andar de bicicleta naquela fase, e o fornecedor se tornou, digamos…, "necessário", por causa da sucessão de tombos. Meu mais velho, a despeito do seu autismo de criança especial, teve a graça divina de aprender a andar de bicicleta (e anda até hoje); e o Adriano tinha um carinho todo especial por ele… A principal colaboradora do Adriano era sua mãe, já de boa idade, naquele tempo. Na entrada da lojinha, havia uma placa, com a seguinte inscrição: "Estamos aqui, prosseguindo o que ele começou ". "Ele", no caso, era o homem da foto ao lado da inscrição; era seu pai…

 O segundo caso, começou de modo diferente. Eu conheci primeiro o dono da oficina – Márcio, que lidava com vidros, portas e retrovisores de automóveis. Era comum ter ele, ao seu lado, o filho primogênito – Charles, ainda bem menino, às vezes brincando, mas às vezes ajudando. Dez  anos se passaram, e o meu amigo mudou o nome de sua oficina para "Pai & Filho Autovidros". O Charles, àquela altura, era já seu "sócio". Mais dez anos se passaram, e hoje o Márcio, pai do Charles, é só a lembrança. O filho teve que tornar-se "o homem  da casa", e também da oficina. Mas o Charles, não só manteve o nome da oficina ( "Pai & Filho Autovidros"), como também colocou uma foto do pai, e anuncia a todos que lá vão primeira vez, se perguntarem, a quem ("abaixo de Deus, por ser ele temente) deve ele tudo o que conseguiu  na sua vida.

   Lembro-me sempre das duas histórias e tenho uma apreciação "cardiológica" muito grande por aqueles dois filhos. Dizem que o  "dia dos pais" surgiu por causa de uma filha norte-americana que quis homenagear seu pai, merecedor de honras por ter assumido (e cumprido) a responsabilidade de criar seis filhos, após a morte "prematura" da esposa. A data em que se comemora, em cada país, pode dever-se ao fator histórico (como nos Estados Unidos e em vários países do hemisfério norte), ou ao fator religioso, ou ao fator comercial. E, como seria meritório e natural, veio depois do "dia das mães". No Brasil, no início, o fator determinante da data foi o religioso: o "importador" da praxe fêz coincidir com a data atribuída a certo "santo" do romanismo. Depois, o fator da data passou a ser o comercial, quando oficializado no segundo domingo de agosto – hoje.

   Nós, pais, assim como as mães, temos ciência de que a nossa incumbência é temporária. Só uma relação paternal é eterna por natureza: a que existe no âmbito da divindade. Essa relação supraracional, tocante ao nosso entendimento natural, reservou o papel hipostático de "Pai" à primeira pessoa da trindade divina,  e reservou o de "Filho" à segunda. Por conta disto, o Filho afirma aos remidos, dentre as criaturas humanas, com uma propriedade singular: "Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito; pois vou preparar-vos lugar"(João 14.1,2). Trata-se de uma relação natural (porque é da natureza divina) e também sobrenatural (porque se encontra muito acima da nossa compreensão). Quanto a nós, declara a Palavra que, pelos privilégios da "adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito da Sua vontade, e para o louvor da glória de Sua graça", ele nos concedeu "gratuitamente, no Amado" (tudo conforme Efésios 1.5,6),  a regalia desta relação filial, por extensão. Recebemos o "Espírito da adoção, baseados no qual clamamos Aba, Pai" (Romanos 8.15)E é esse mesmo Espírito que recebemos, na conjuntura da adoção de filhos, que "testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus" (Romanos 8.16). Não precisamos de provas exteriores, não precisamos de equações aritméticas de atestação empírica, não precisamos de corroboração de sinais visíveis ou de provas documentais (como atestados ou certidões de cartórios). O  "cartório" está no céu: o Espírito testifica com o nosso espírito – somos filhos de Deus! E, o que o Espírito testifica com o nosso espírito, nada pode ofuscar, nem toldar, nem muito menos apagar. Tampouco os fatores externos podem subtrair…  Pela posse delegada desse Espírito, o nosso espírito clama Aba, Pai. E por isto, o clamor chega às raias do gemido pela nossa redenção, pela nossa "re-união" com o Pai, o único eterno pai, com a ardente expectativa que aguarda a revelação dos filhos de Deus (Romanos 8.19).

   A palavra de conforto e de robustecimento espiritual que o Filho nos deu, como acima citado, faz com que o apóstolo Paulo nos recomende as lembranças, firmes e sólidas da genuína esperança, como se vê em II Coríntios 6.16-18, que traz o "refrão" constante da Aliança na Escritura:"Habitarei e andarei com eles; serei o seu  Deus, e eles serão o meu povo. … e eu vos receberei, serei vosso Pai, e vós sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-Poderoso".Que bendita promessa! Que bendita esperança !! Que bendita glória!!! "Promessa, esperança e glória" – daria até um belo sermão, na elaboração refinada de alguns dos meus hábeis colegas.

   Pouco tempo atrás, um sensível compositor sacro capturou em conexão estas duas realidades da relação paternal-filial, numa poesia/música de rara inspiração e beleza. Mais uma vez, infelizmente, vai na língua inglesa. Mas vai um singelo socorro, ao mesmo tempo. Na interpretação seguinte, o próprio compositor se juntou a um quarteto – dois "velhos" (George Younce e Glen Payne, já transferidos para a glória) e dois jovens (Ernie Haase e Scott Fowler) acompanhados de um exímio pianista, também já "transferido" (Roger Bennett)… Ouça, acompanhando esta poesia :

GOING HOME
Rumo ao Lar
William J. Gaither (1938… )

Bill Gaither :
Many times in my childhood
Muitas vezes, em minha infância
We traveled so far
Viajávamos, às vezes para longe
By nightfall, how weary I'd grow.
Ao cair da noite, quão cansado eu ficava 
Father's arms would slip 'round me…
Os braços de meu pai deslizavam em redor de mim
And gently, he'd say –
E, gentilmente, ele dizia
My son, we're going home".
Meu filho, estamos indo para casa

Bill + George, Glen, Ernie, Scott / Roger :
Going home… I am going home…
Rumo ao lar… eu vou rumo ao lar… 
There is nothing to hold me here.
Nada há para deter-me aqui
I caught a glimpse of that heavenly land,
Já ganhei um vislumbre daquela terra celestial
Praise God, I am going home
Glória a Deus, estou indo ao lar.

George Younce :
Now, the twilight is fading…E agora,
o crepísculo vai chegando ao seu ocaso
And the day soon shall endE o dia logo vai terminar
I get homesick the farther I roam
Fico nostálgico, tanto quanto mais vagueio (Jó 19.27)
But my Father has led me
Mas meu Pai me tem conduzido
Each step of the way,
Cada passo da jornada
And now, I'm going home (thank God).
E agora, estou indo para casa (graças a Deus)
Going home… I am going home…
Rumo ao lar… eu rumo ao lar… 
There is nothing to hold me here.
Nada há para deter-me aqui
For I caught a glimpse of that heavenly land,
Pois eu já ganhei um vislumbre daquela terra celestial,
Praise God, I am going home.
Glória a Deus, estou indo ao lar.

Repare não: os aplausos levam em conta que era, como certamente foi, a última apresentação em que juntos estariam George e Glen.

Agora, se você quiser o vídeo com áudio, clique no endereço http://www.youtube.com/watch?v=Ovc1Io9b8tM

 Você verá coisas, digamos, diferentes – Por exemplo, George pede a Bill (o compositor) que cante o primeiro verso, e brinca, dizendo que não se preocupe, pois ele (George) pode ensinar a letra… Glen Payne abrindo uma risada aparentemente estranha no meio de um dos versos – Glen era um homem extremamente sensível e emotivo; era essa a maneira com que ele retraía as lágrimas insistentes, em determinados momentos de apresentações. Foi, também, a última apresentação do quarteto. O auditório, pressentindo ser a última apresentação da dupla de… "velhos", prorrompe em aplausos.Concentre-se no que precede.

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Bom Domingo, boa semana,
 Ulisses

Notas das citações bíblicas:
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NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 19 : “NUNCA MURCHARÃO…”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 07 de Agosto de 2011

Aqui em Belo Horizonte, o inverno não está sendo muito rigoroso como já foi no passado. Nem como está sendo, ocasionalmente, em outras regiões do país. Antigamente, Belo Horizonte era conhecida pelo frio intenso, pela névoa matinal de todos os dias da estação. Agora não há mais névoa, senão apenas vez ou outra. Mas há um outro efeito, típico da estação, agora mais pronunciado: a baixa umidade relativa, a constante sensação de sequidão. As noites têm sido muito mais duras de transpor, com constantes interrupções para molhar a garganta e as vias nasais. Do lado de fora, a vegetação está sofrida. Há uma intensa luta para manter algumas flores nos vasos ou nos jardins. As begônias que plantamos, floridas que estavam, custam agora a manter um botão. Com o resto da vegetação de flores, nada diferente. Passa-se à frente de algumas jardineiras por aí, e as rosas cultivadas a muito custo mostram restos de botões crestados pelo frio e pela aridez do clima. Tal como a flor, que luta para sobreviver em viço, assim também nós, seres humanos. Jó disse uma coisa acertada: "O homem, nascido de mulher, vive breve tempo, cheio de inquietação; Nasce como a flor e murcha; foge como a sombra, e não permanece" (Jó 14.1,2) E o profeta Isaías toma este cenário por metáfora, quando proclama: "Uma voz diz – clama; e alguém pergunta – que hei de clamar? Toda carne é erva, e toda a sua glória, como a flor da erva.  Seca-se a erva, e caem as flores, soprando nelas o hálito do Senhor.  Na verdade, o povo é erva; seca-se a erva, e cai a sua flor, mas a palavra de nosso Deus permanece eternamente"(Isaias 40.6-8). Parece que a natureza continua sendo uma mensagem, uma proclamação eloquente. "Não há linguagem, não há palavras; dela não se faz ouvir o som; contudo, por toda a terra faz ouvir a Sua voz…" (Salmo 19.3)

    Entretanto, melhor do que na mitologia, onde a lenda da Fênix previa o renascimento da ave extinta pelo fogo, assim essa mesma Palavra de Deus,  que permanece para sempre, promete o renascimento, a restauração e o revivescimento. Trata-se de uma expectativa por algo que nem olhos viram, nem ouvidos ouviram. Temos apenas vislumbres. E temos a fé… e temos a esperança. E ela se renova também. Jeremias diz que isto ocorre a cada manhã. Somos, também daqueles que aguardam "a cidade que tem fundamentos, da qual Deus é o arquiteto e o edificador" (Hebreus 11.10) "Também", quero dizer, em adição àqueles "heróis da fé" de que fala o capítulo todo. A descrição simbólica daquela cidade é magnífica: muros de jaspe luzente, um fulgor como nunca visto, ruas de ouro puro, como também o é a sua praça; um rio, brilhante como cristal, que sai de debaixo do trono do Cordeiro, uma árvore – a Árvore da Vida. Folhas e frutos  que são a esperança de cura dos povos. Não mais sol, nem mais lua, porque o Cordeiro será a sua luz. E, o que será das pessoas que vão habitar essa cidade? O que será de sua nova pele? O que será de sua nova cútis? Envelhecerão? Ressecarão ao frio, sob a aridez? Precisarão de cosméticos, para retardar os efeitos nefastos do clima? Precisarão de protetores labiais? Terão que lançar mão de recursos para vencer tais inimigos? Umidificadores, para evitar o ressecamento noturno? Não! Nunca mais! Pelo contrário: experimentarão, em uma escala multiplicada pelo quase infinito, com renovação constante do suprimento do própro Infinito, uma nova dimensão tal que, o que podem fruir em parte aqui, será fruído em plenitude lá! Diz o salmista: "O justo florescerá como a palmeira, crescerá como o cedro no Líbano. Plantados na casa do Senhor, florescerão nos átrios do nosso Deus. Na velhice darão ainda frutos, serão cheios de seiva e de verdor, para anunciar que o Senhor é reto. Ele é a minha rocha, e nele não há injustiça" (Salmo 92.12-15). Esta previsão tem dois tempos e duas dimensões: uma, presente, que diz respeito à vida cristã. Seu tempo é "já"! Por ela, há renovação do "ar que respiramos para viver", enquanto aqui. Outra, para a vida vindoura; seu tempo é "ainda não"! Por ela, nutrimos a esperança da "cidade onde as rosas nunca murcharão".

  Em 1929, a esposa de um pastor e evangelista compôs um poema a partir da experiência de vida, com base na reflexão sobre as promessas de que falamos. Ela não conheceu os pais: perdeu-os quando ainda na primeira infância, e foi criada num lar batista de órfãos, no estado do Texas. Casou-se com um descendente de judeus vindos da Alemanha, que fugiram dos horrores da 1ª Guerra Mundial. Seu esposo se converteu numa campanha evengelística metodista. Os rigores do inverno no hemisfério norte, em determinadas regiões, destruíam (e ainda destróem) toda vida "verde". As rosas do jardim de Janie Metzgar se acabaram completamente, com a chegada do inverno. Seu poema falava do contraste entre esse cenário do inverno e a revitalização da primavera. Ela ansiou pela primavera outra vez. E ela pôs-se a pensar no céu. E assim, nasceu o poema. Anos mais tarde, seu próprio filho inseriu no poema uma formatação musical. Ei-los, ambos,  em nosso anexo de hoje. Dentre as 4 interpretações que tenho, escolhi esta, convertida de um antigo disco de vinil que ainda guardo (e ouço), para o que segue …

WHERE THE ROSES NEVER FADE (1929)
Onde as Rosas Nunca Murcham
Janie West Metzgar & Robert Metzgar

Choir: Where the roses never fade
Coral : Onde as rosas nunca murcham
I am going to a city
Estou a caminho de uma cidade
Where, where the streets gold're laid
Onde as ruas são pavimentadas de ouro
And they say the tree of life right there is blooming (besides that crystal water)
E, diz-se que lá a árvore da vida constantemente floresce (ao lado do rio de cristal)
And, and the roses never fade
E, as rosas nunca murcham.  

Chorus:
Here they bloom, but for a season

Por aqui, elas florescem, mas apenas por uma estação
And, oh Lord, all of their beauty is decayed
E, ó Senhor, toda a sua beleza logo fenece
But I wanna tell you about it now
Mas, quero falar-lhe disto agora
I am going to a city
Estou a caminho de uma cidade
Where, where  the roses never, never fade
Onde as rosas nunca murcham!

Loved ones gone to be with Jesus,
Os queridos que foram se encontrar com Jesus 
In their robes of white arrayed (oh, yes they are!);
Em suas vestimentas brancas enfileirados (oh, sim, eles estão)  

Now are waiting for my coming,
No presente aguardam pela minha chegada
Where the roses never fade.
Onde as rosas nunca murcham.

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Bom Domingo, boa semana,
 Ulisses 

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 18 : “AINDA É LONGE CANAÃ?”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 31 de Julho de 2011

Por estes dias, recebi um email assustador:  Com fotos impactantes, a advertência dava o tom do risco que a nossa geração e, principalmente a próxima, corre na luta pela obtenção de água, o líquido precioso e indispensável à vida. A primeira foto mostrava a digladiação de um grupo de homens em Deli, na Índia, por receber o melhor bocado de um fornecimento oficial, já que sua cidade tinha escasso o suprimento; a segunda foto mostrava sudaneses sugando água no solo do pântano quase extinto, através de tubos construídos com filtros improvisados – a razão dos "filtros" é de impedir que suguem também as lombrigas e outros vermes esparsos na água. Estarrecedor é o fato de que a eficiência da filtragem é meramente parcial… No Quênia, homens cavam poços profundos (dezenas a centenas de metros) na areia, para obter o precioso líquido… E assim, em várias partes do mundo, as advertências se multiplicam: faltará água! Melhor dizendo : já está faltando…

   Lagos já secos… Até nossa farta Amazônia  tem experimentado, de anos para cá, períodos de estiagem que deixam largas faixas de leitos de rios ressecados, com as embarcações "atracadas" no "deserto", esqueletos de peixes e outros animais, e a população caminhando longos percursos, em busca de água – um cenário desolador. No nordeste brasileiro já vai sendo assim há algum tempo. Quando eu trabalhei lá pelo nordeste na década de 1980, no agreste pernambucano de Carpina, já havia muitas épocas de anos em que se tornava necessário regrar o consumo, em face da escassez. E, agora, de volta aqui à região Sudeste, acompanha-se há tempos, com pesar, notícias de rios, antes caudalosos, que agora encurtam suas margens e minguam seu volume boa parte de cada ano.

   Para onde estamos indo? Qual será o futuro da humanidade? O que será das gerações vindouras, se de fato vierem? Perguntas assim me incomodam. Mas, não tanto a ponto toldar o tom de esperança que produzem, junto à advertência que trazem. Não tanto, a ponto de superar a confiança de que, seja qual for esse futuro (que parece inevitavelmente sombrio), há, em verdade, não "um futuro", mas sim, "dois futuros". Supostamente, há um futuro que nossos olhos vêm em imaginação, no tocante a dias vindouros neste mundo. Quantos serão esses dias, não sabemos. Pois, "a respeito daquele dia ou da hora, ninguém sabe, nem os anjos do céu, nem o filho, senão somente o Pai. Estai de sobreaviso; vigiai e orai, porque não sabeis o tempo" (Marcos 13.32, 33)Mas, que não parecem promissores, ah, isso não parecem mesmo. Mas, há outro "futuro" depois deste; e esse outro será eterno. Para os remidos, corresponderá à nova pátria, corresponderá ao "novos céus e nova terra" (minha suposta incongruência gramatical, aqui, é proposital). A linguagem profética do Antigo Testamento tem uma peculiaridade interessante, quando se trata de escatologia. Ela costuma apontar para esses dois futuros, quase ao mesmo tempo. Se você fizer um teste, constatará isto: Muitas passagens apontam para um futuro próximo, mormente o tempo da vinda e encarnação do Messias, mas elas são entremeadas com inserções que dilatam o conteúdo profético para além do "primeiro futuro", estendendo-o ao "segundo futuro".  

   Partindo das considerações iniciais desta mensagem, juntando a elas as que estão logo acima, escolho uma passagem profética expressiva: "O deserto e  a terra se alegrarão; o ermo exultará e florescerá como o narciso. Florescerá abundantemente, jubilará de alegria e exultará; deu-se-lhes a glória do Líbano, o esplendor do Carmelo, e de Sarom; eles verão a glória do Senhor, o esplendor do nosso Deus.  Fortalecei as mãos frouxas, e firmai os joelhos vacilantes. Dizei aos desalentados de coração – Sede fortes e não temais. Eis o vosso Deus! a vingança vem, a retribuição de Deus; ele vem, e vos salvará.  Então se abrirão os olhos dos cegos, e se desimpedirão os ouvidos dos surdos;  os coxos saltarão como cervos, e a língua dos mudos cantará;  pois águas arrebentarão no deserto, e ribeiros no ermo.  A areia esbraseada se transformará em lagos, e a terra sedenta, em mananciais de águas; onde, outrora, viviam os chacais, crescerá a erva com canas e juncos.  e ali haverá bom caminho, caminho que se chamará o Caminho Santo; o imundo não passará por ele, pois será somente para o seu povo;  quem quer que por ele caminhe não errará, nem mesmo o débil.  Ali não haverá leão, animal feroz não passará por ele, nem se achará nele;  mas os remidos do Senhor andarão por ele. Os resgatados do Senhor voltarão e virão a Sião com cânticos de júbilo; eterna alegria coroará a sua cabeça;gozo e alegria alcançarão, e deles fugirá a dor e o remido." (Isaias 35.1-10)Impressionante!  Magnífico!!  Deslumbrante  !!! 

   Se não me engano, foi Wolô o compositor brasileiro que compôs e cantou – "no deserto haverá flores!" Veja bem: A Bíblia não é um livro com gravuras. Ou melhor, não com gravuras pictóricas, mas sim com ilustrações descritivas. Se quisermos aliar, à sua mensagem, ilustrações vivas, basta contemplar o cenário do nosso mundo, seja qual for a geração. As imagens de um deserto que outrora fora leito de águas em profusão, como vastas áreas hoje desérticas no entorno da cidade de Porto Alegre, ou grandes regiões como na África, na Ásia, ou mesmo na Amazônia que vai sendo destruída cada vez mais, contrastando com imagens de grandes e belas fontes de águas, postas em contraste, servem de ilustração natural ao quadro que o profeta descreve.  A imagem final que ele desenha aponta para a transformação do deserto em fartas fontes; aponta para a transformação da sequidão em caudalosos ribeiros, límpidos e cristalinos, como qualquer um sonharia para seu sonhado "rancho". Esse notável contraste recorda o contraste entre Sinai, Zim e Neguebe, os desertos a transpor, com a Canaã prometida, esperada, buscada (e alcançada). São quadros que realçam, em nosso pensamento, em nosso coração, em nossa lembrança, em nossa esperança, a "Canaã celestial". Por ela aguardamos, e ansiamos, e buscamos. A trajetória que trilhamos se assemelha ao deserto, mas o fim da trajetória é Sião, é Canaã. É lá, onde haverá múltiplos braços, da fonte inesgotável que brota do meio da cidade celestial… "Então me mostrou o rio da água da vida, brilhante como cristal, que sai do trono de Deus e do Cordeiro" (Apocalipse 22.1)Consolador!  Contagiante !! Confortante !!! Não mais desertos, não mais fontes secas, não mais estio e sequidão! As águas fartas da graça eterna do Cordeiro prorromperão após a aridez, a ânsia sedenta será suprida por ricos e eternos mananciais, que fluirão da fonte que brota por debaixo do trono do Cordeiro, lá no meio daquela praça, o "olho" do rio da Vida, o centro da nova Jerusalém!

   Ouça o hino a seguir (a primeira vez que o ouvi já se encontra muitos anos passados, quando ainda criança eu era): Seu autor foi companheiro de composições de ninguém menos do que Fanny Jane Crosby (sabe alguma coisa sobre ela?), e enfrentou as duras situações da Guerra Civil norte-americana.

O, THE WAY IS LONG AND WEARY
INDA É LONGE CANAà?
George Frederick Root (1820-1895)

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 Bom Domingo, boa semana,
 Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
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N° 17 : “QUANTO MAIS… QUANTO MAIS…”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 24 de Julho de 2011

Outro dia falei de Policarpo de Esmirna. Esmirna, a "pérola do Egeu", era uma cidade da então chamada "Ásia Menor". Aquela região era exatamente a península situada entre o Mediterrâneo, o Egeu e o Negro, que hoje constitui a Turquia. Atualmente, Esmirna é a terceira maior cidade turca, atrás apenas de Istambul e a capital, Ancara (antigamente, Ancyra). Policarpo (69-155 AD) foi um genuíno "pai apostólico":  não apenas conviveu com alguns dos apóstolos, como também foi ordenado ao ministério da Palavra de Deus pelo próprio apóstolo João era ele contemporâneo de dois dos mais destacados "pais" : Inácio de Antioquia e Irineu de Lion (o qual havia sido discípulo de Policarpo em Esmirna). Dele, Inácio dá o seguinte testemunho : "Sua consciência está fundada em Deus, como em uma rocha inamovível". Foi também dele a famosa resposta, quando os verdugos romanos, com apoio de judeus, tentaram demover-lhe a fidelidade a Cristo: "Por 86 anos tenho eu servido ao meu Senhor, e ele nunca me desapontou; como eu o desapontaria agora "? Isto à frente de uma armação de lenha e palha, já preparada para ser-lhe ateada fogo, caso Policarpo se esquivasse de negar ao seu Senhor.  Momentos depois, inevitavelmente, foi ele levado às chamas da fogueira.

   No seu "julgamento", o procônsul romano ameaçou-o de lançá-lo às feras selvagens, caso não se arrependesse de suas "heresias". Sabe o que Policarpo retrucou ? – "Chame as bestas-feras, então, porque nós, verdadeiros cristãos, não somos habituados a nos arrepender do que é bom, em troca do que é mau; além do mais, para  mim é lucro ser transferido deste mundo mau para um mundo de justiça "! O procônsul, então, ameaçou-o com o fogo consumidor, já que desdenhava das feras. Mais uma vez, Policarpo lhe respondeu: – "Tu ameaças a mim com um fogo que consome por uma hora, e pouco depois se extingue; pena que esteja tão ignorante quanto ao fogo inextinguível do juízo vindouro, e sua punição eterna, reservada para os  ímpios. Mas, por que se demora? Vamos com isso;  efetua logo o teu intento "! E contemplava acima, como Estêvão, fixando os olhos naquele que se assenta em Seu trono de glória! O que faz um homem dedicar-se assim ao seu Senhor? O que pode sustentar-se o seu espírito assim, à frente da fogueira que haveria de consumi-lo? O que pode suscitar tal força, coragem e destemor, desse modo? O que, senão a graça do Cordeiro? O que, senão a reverberação das graciosas palavras daquele que proclamou: "Não temais os que podem matar o corpo e não podem matar a alma; temei, antes, aquele que pode fazer perecer no inferno,  tanto a alma quanto o corpo" (Mateus 10.28) O que, senão a lembrança revigorante, acompanhada da presença consoladora do Espírito, aquele que nos foi dotado e que em nós habita (I Coríntios 6.19), que nos traz à memória – "No mundo passais por aflições; mas, tende bom ânimo: eu venci o mundo!" (João 16.33). O apóstolo Paulo nos doutrina: "Em quem [Cristo] também vós, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, tendo nele também crido, fostes selados com o Santo Espírito da promessa, o qual é o penhor da nossa herança, até ao resgate da sua propriedade, em louvor da sua glória" (Efésios 1. 13,14). O Espírito Santo – penhor da nossa herança! Apesar de nós! 

    Nesta semana reencontrei-me com um conhecido, posso dizer – um amigo. Fazia quase dois anos que não nos víamos. Ele não é um cristão evangélico; é um católico romano. Trata-se de um piauiense de fibras fortes de caráter, que tem nome homônimo do meu pai. Fiquei chocado ao saber que cerca de apenas um mês atrás ele perdeu uma filha de 31 anos de idade, pouco depois de esta haver perdido seu primeiro filho. Prometi a ele um exemplar de um livro fantástico : "Nunca Perca a Esperança", de J. I. Packer. Já até o comprei – só falta entregar. O que me impressiona nesse livro é a habilidade do autor de descobrir em "heróis" bíblicos, a começar de Sansão, que eles foram como nós, suscetíveis das mesmas falhas e fraquezas. Eram de carne e osso, como qualquer de nós. Mas também me impressiona a habilidade com que o autor explora as circunstâncias de fraquezas de cada um deles para mostrar – se Deus foi com eles, sobre quem estava depositada uma enorme responsabilidade, se foi misericordioso com eles, quando falharam, por que não o será também conosco?

   Não somos nenhum "Policarpo de Esmirna". Aliás, sempre é oportuno lembrar I Coríntios 4.7: "Pois, quem é que te faz sobressair? E, que tens tu, que não tenhas recebido? E, se o recebeste, por que te vanglorias, como se o não tiveras recebido? Mas o Deus dele é também (e ainda) o nosso Deus! Quanto mais andamos com Ele, quanto mais O servimos, mesmo em meio a muitas fraquezas, mais percebemos o quanto Ele anda conosco. A palavra "penhor", que o apóstolo usa na carta aos efésios, referindo-se ao Espírito Santo, tem um significado ímpar. Ela remete à idéia de que há um "sinal de entrada" relativo a um compromisso muito mais amplo de "pagamento". O sinal é dado por penhor; o pagamento virá depois. Esse "sinal", esse "penhor", é o próprio Espírito, uma vez por todas derramado ("batismo") no Pentecoste (Atos 2.33), mas sucessivamente aplicado, em cada extensão individual daquele batismo histórico e escatológico, em cada crente (I Co 12.13). Ele é a "garantia" de que o "resgate de sua propriedade", a propriedade de Cristo, que somos nós, há de cumprir-se afinal, por ser o Espírito Santo o "penhor" daquela herança futura e gloriosa. Assim sendo, quanto mais com ele andamos, mais conosco ele se torna presente.

   Há um hino que escolhi para fechar esta edição de hoje. Apesar de um pequeno "deslize" do autor, que relevo por ser facilmente explicado pela perspectiva que adota, trata-se de um hino tocante. Na apresentação indicada abaixo (Youtube), o próprio autor toca diante de um público grande, quando Mark Lowry o interrompe, e coloca o próprio irmão do autor para cantar a segunda estrofe. Danny Gaither, ao lado da esposa e da filha, estava sob tratamento quimioterápico de câncer reincidente na garganta …

 Inicialmente, resiste, por temer ser incapaz: sob tratamento de câncer na garganta, como poderia cantar em público?  Enfim, ele canta a segunda estrofe com profunda emoção, a qual tem que vencer para conseguir … Agora, note bem a letra da estrofe que lhe deram para cantar… Para alguém sob tratamento de câncer, pode? Notou? O público aplaude, pois sabe de sua luta , pela qual viria a falecer pouco tempo depois. Dá prá ver Ernie Haase, ao lado de seu sogro George Younce, também tocados de emoção, olhos carregados. Não menos que  isso, ao final, a aparição da sra. Lela Gaither, mãe de Danny e Bill.

    A versão musical a seguir , é com a belíssima interpretação de Heritage Singers (com minha singela ajuda para quem a precise).

THE LONGER I SERVE HIM,THE SWEETER HE GROWS (1965)
Quanto mais O sirvo, mais doce ele se torna
William Jennings Gaither (1936-…)

Since I started for the kingdom,
Desde que passei a tomar parte do Reino
Since my life He controls
Desde que minha vida Ele controla
Since I gave my heart to Jesus,
Desde que dediquei meu coração a Jesus 

The longer I serve Him, the sweeter He grows
Quanto mais eu O sirvo, mais doce Ele se torna!

Coro:
The longer I serve Him, the sweeter He grows
Quanto mais eu O sirvo, mais doce Ele se torna
The more that I love Him, more love He bestows
Quanto mais eu O amo, mais amor Ele proporciona
Each day is like Heaven, my heart overflows
Cada dia é como o céu, meu coração transborda
The longer I serve Him, the sweeter He grows
Quanto mais eu O sirvo, mais doce Ele se torna!

Every need He is supplying
Cada necessidade Ele vai suprindo
Plenteous grace He bestows
Plenitude de graça ele derrama 
Everyday my way gets brighter
Cada dia minha jornada se torna mais brilhante (Pv 4.18)
The longer I serve Him, the sweeter he grows
Quanto mais eu O sirvo, mais doce Ele se torna!

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Bom Domingo, boa semana,
 Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
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NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 16 : “AOS PÉS DE QUEM?”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 17 de Julho de 2011

O mundo está enchendo-se de "gurus". Cada dia surge um novo. A TV tem os seus… A internet também. A literatura está farta deles. A Ciência, nem se fala… Até a Política está recheada de gurus…

    Um "Richard Dawkins" para alguns, que se enchem de brio (letal) quando este se inflama a designar "Deus" como um "delírio humano", e a "religião", como a "raiz de todos os males". Um "Lula" para multidões que, sem muito norte na vida, se auto-glorificam na figura de apedeuta de suposto sucesso internacional (até Obama o decantou entre pares…). Um grande comunicador aqui, um outro ali, e o número de ídolos dos meios de comunicação é uma "questão de múltipla escolha" (ponha "múltipla" nisso…). Talvez o nome de Julian Assange não te seja tão familiar, logo à primeira vista; mas, se menciono junto o nome "Wikileaks", pronto: quem não se lembra do "homem-quase-deus" que desbancou segredos de estado trancados a sete chaves, apenas com os truques da internet (e uma ajudazinha de alguns seguidores)… Espanto: depois que foi preso, multiplicaram-se os seus grupos de apoio e de seguidores ao redor do mundo.  Parece que o ser humano se "desmama" para a sua emancipação cultural e intelectual através da infiltração de idéias, conceitos, e até trejeitos próprios de seus ícones. Mal nos surpreendemos a nós mesmos, e nos vemos imitando "gurus"; alguns, bons de serem imitados, outros – maioria – não! Quando a vaidade é exacerbada, a mente e o coração do homem são arrebatados a uma inversão das posições: "de agora em diante, quero deixar de imitar, e passar a ser copiado". Isto equivale à investida numa nova fase, tácita: "de agora em diante, 'guru' também serei!"

   Me lembro de um dos meus valorosos professores, quando quis ilustrar essa realidade humana. Se não me falha a memória, citou ele um dos netos (ou netas), acompanhando a ele próprio e sua esposa no supermercado. Enquanto a esposa olhava com atenção os produtos, pegando com as mãos e examinando com os olhos, ele, sem nada pegar, andava pelos corredores, com as mãos para trás, andar taciturno, olhando aleatoriamente as gôndolas. De repente, ficou admirado ao olhar para trás de si, e viu o neto (ou neta, não me lembro mais, já fazem tantos anos…) andando pelos corredores, poucos passos atrás dele, com o mesmo tipo de andar taciturno, mãos para trás, sem nada pegar (raridade, para crianças), olhando sabe-se lá o que em cada prateleira. Cena quase perfeitamente reprisada. É o jeito humano de ser: imitador por natureza. Talvez por tais tipos de coincidências alguns estejam ainda convencidos de que o homem veio do … … … macaco. 

    Me lembro de uma história que uma tia sempre contou: Certa vez minha mãe lhe cedeu o filho (eu) para passar com ela alguns dias, distante de casa… Na hora de pegar o ônibus, o pequeno "Ulisses", com seus 3 para 4 anos de idade (obviamente ainda analfabeto), fez o mesmo que o tio acabara de fazer: 5 passos à frente do ônibus, para olhar o rótulo do mesmo e conferir o destino. Dizia ela, sempre achando graça: "Como quem soubesse ler alguma coisa, foi lá à frente do ônibus, conferiu o letreiro e, como alguém decidido, seguiu atrás do tio e da tia, a entrar no ônibus, como se já convencido – é esse mesmo!" Penso que todos nós podemos nos recordar de modelos que nos moldaram em alguma medida. Até hoje me vejo, vez por outra, usando o modo peculiar que meu avô usava para endireitar calça e cinto, ao mesmo tempo, junto à cintura, sem usar as mãos – somente os carpos. Modelos: se forem bons, nada de mal (muito pelo contrário). Até Paulo disse : "Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo" (I Coríntios 11.1)

    Falando nisto, aí está a boa dica. Eis aí o melhor modelo. Certa vez, num discurso de paraninfo aos meus alunos "paraninfados", disse-lhes que a última aula iria começar depois da formatura. Disse-lhes também que o "plano de aulas" eu lhes daria naquele mesmo momento, sem mais demoras: "Esquadrinhem os evangelhos, escrafunchem os quatro do começo ao fim; detraiam deles todas as virtudes e todas as características pessoais do Mestre, do Senhor Jesus Cristo.Daí por diante, imitem-no. Será a última aula, mas sem hora para tocar a campainha de término." Sim, porque, neste mundo, podemos nos desapontar com nossos modelos, até aqueles que reputávamos "os bons" de se imitar. Mas, há um com quem jamais se desaponta – o Mestre por excelência. Policarpo de Esmirna, ante a fogueira que lhe esperava, ante os oficiais romanos que lhe prometeram libertação, se apenas exconjurasse de Jesus Cristo, respondeu corajosamente: "Há mais de 80 anos que O sirvo, e ele jamais me dasapontou; como o desapontaria eu a esta altura?" Foi o que faltou para ser lançado às chamas.

    O registro de Lucas 10.38-42 é, por demais, tangente. Enquanto Marta andava de um lado para outro, em torno de seus muitos afazeres, Maria quedava-se aos pés de Jesus, a ouvir-lhe os ensinamentos.

Para mim, nunca pareceu que este texto (as palavras de Jesus) incriminaram Marta por causa do grau de responsabilidade com que procurava desincumbir-se de seus muitos afazeres. Entretanto, levar uma repreensão ao Mestre, porque concordava este que Maria nada estivesse a fazer junto dela, senão apenas "quedar-se junto aos seus pés a ouvir-lhe os ensinamentos", já soava demais, além da conta. Daí, recebeu uma repreensão do Mestre! "… pouco é necessário, ou mesmo uma só coisa". Foi o que Jesus lhe demandou compreender. A melhor parte, escolhendo entre muitos afazeres e o "quedar-se aos pés" do Mestre, foi a escolha de Maria, não de Marta. Quem teria sido o modelo de Marta? O que Maria escolhera para si, já estava claro, evidente! Também nós precisamos nos aplicar no melhor juízo das melhores "coisas" ou "partes", para resultar nas melhores escolhas, para usufruir os melhores benefícios. A propósito, que tal fazermos, cada um de nós, uma séria avaliação das nossas escolhas de modelos, e das nossas escolhas de dedicação e devoção?

   Há um autor desconhecido, que o meio musical evangélico contemporâneo só pôde conhecer por suas iniciais. Mas, a sua poesia captura isto com maestria. Sua base foi esse relato do evangelista Lucas. Ela segue abaixo, certamente composta no terceiro quadrante do século XIX. A música foi composta por seu contemporâneo, Asa Hull, nascido em New York em 1828, e falecido por volta da virada do século. Ouça através do nosso áudio player online a interpretação do grupo Bill Gaither and Homecoming Friends. Abaixo, sua letra, e uma pequena ajuda para os que não puderem discernir a língua original.

SITTING AT THE FEET OF JESUS- 1970
PERMANECENDO AOS PÉS DE JESUS
J. H. T. &  Asa Hull (alguma data no terceiro quadrante do séc XIX)

Sitting at the feet of Jesus,
Permanecendo sentado aos pés de Jesus
Oh, what words I hear Him say!
Oh, que palavras ouço-lhe dizer
Happy place! So near, so precious…
Que feliz lugar! Tão íntimo, tão precioso…
May it find me there each day;

Que possa eu ser lá achado, a cada dia;
Sitting at the feet of Jesus,
Permanecendo sentado aos pés de Jesus,
I would look upon the past,
Olharia eu para o passado,
For His love has been so gracious;
[Reconhecendo que] seu amor tem sido tão gracioso;
It has won my heart at last.
Afinal, conquistou meu coração.

Wesley Pritchard + Joy Gardner + Stephen Hill
Sitting at the feet of Jesus,

Permanecendo sentado aos pés de Jesus
Where can mortal be more blest?
Onde pode, um mortal, ser mais abençoado?
There I lay my sins and sorrows,
Ali deponho meus pecados e minhas tristezas
And, when weary, find sweet rest;
E, quando fragilizado, [ali] encontro doce descanso;
Sitting at the feet of Jesus,
Permanecendo sentado aos pés de Jesus,
There I love to weep and pray
É onde eu amo colocar-me em contrição e oração
While I from His fullness gather
Enquanto eu obtenho, de Sua plenitude,  
Grace and comfort every day.

Graça e conforto a cada dia.

Bless me, O my Savior, bless me,
Abençoa-me, oh meu Salvador, abençoa-me
As I sit low at Thy feet
Ao assentar-me quedado aos teus pés
Oh, look down in love upon me,
Oh, deriva [dos céus] o teu olhar de amor sobre mim
Let me see Thy face so sweet;
Permita-me contemplar tua tão doce face 
Give me, Lord, the mind of Jesus,
Dá-me, Senhor, a mente de Cristo
Keep me holy as He is;
Guardando-me santo como Ele é;
May I prove I’ve been with Jesus,
Que eu possa estar convicto de estar com Jesus 
Who is all my righteousness!
O qual é toda a Justiça para mim!
(Repete-se)

Sitting at the feet of Jesus  … !!!

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Bom Domingo, boa semana,
 Ulisses 

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional