Agora no portal:

Author Archives: Priscila

N° 35 : “AO TEU LADO… SEMPRE ANDAR!”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 04 de Dezembro de 2011

   Lembrança de uma promessa: "… E eis que eu estou convosco todos os dias, até à consumação do século"  (Mateus 28.20) Que mundo é esse, o de hoje? Que inquietação é esta, que só avança? Tempos atrás, os países da Europa transformaram a raquítica CEE (Comunidade Econômica Européia) num bloco mais poderoso, criaram uma só moeda – o Euro – e vislumbraram um futuro mais vistoso, mais pujante. Me lembro ainda das matérias publicadas, prevendo um bloco forte, unido, para enfrentar o poderio do dólar, de um lado, e a influência crescente do extremo oriente, do outro lado. O Euro já nasceu forte (pelo menos, é o que parecia), e ninguém se arriscava prever seu prazo de validade. E agora? Uma crise que se arrasta, que ameaça não só a sobrevivência da nova moeda, da "zona do Euro", mas também ameaça o mundo. Cada dia, as previsões parecem mais sombrias. Cá no hemisfério sul ocidental, as autoridades (monetárias e governamentais) vivem pregando aos ouvidos (e olhos) do público de massa que estamos bem, alto percentual de imunidade… Mas estamos confusos: não fazem seis meses, as nossas autoridades brasileiras estavam aumentando de novo a taxa básica de juros…

   O discurso era a necessidade de conter o consumo, para refrear a inflação. Agora, véspera de Natal, baixam de novo os juros, cortam tributos para efeitos de curto prazo, para estimular o consumo, e para superar a crise via mercado interno. Alguém aí entendeu? Então me explique, antes que venham os seis meses seguintes depois do Natal…Porque tudo pode mudar rapidamente de novo, percebe?  

   No hemisfério norte ocidental, já há mais de três anos que as coisas não andam nada boas. Basta ver as inversões bizarras: por décadas, brasileiros (além de outros latino-americanos) partiam para as terras do tio Sam, em busca de "oportunidades". Agora, não apenas voltam brasileiros, mas há muitos americanos que estão vindo para o Brasil, em busca das "oportunidades". Que mundo!   Que história!    Que curvas (180°) nessa estrada!  Que surpresas !!! Voltando à Europa, dizem os analistas que o quadro é estranho. O problema começou com a Grécia e com Portugal, arrastou consigo a Irlanda e a Espanha, já carrega agora a Itália e mais outras nações. França e Alemanha tentam entrar em acordo sobre o que fazer, mas ninguém viu ainda esse acordo. Bem, não vamos ficar aqui falando de política e economia. Mas, que é curioso, é.  

   A Alemanha, que pelos tempos passados deu ao mundo personagens destacados, e deu também uma guerra mundial, está outra vez no topo das atenções. Esses personagens se tornaram destacados, ora pelo bem, e muitas vezes pelo mal. E os seus teólogos, muitos mesmo, sucumbiram ante à visão distorcida de mundo, da obra divina da criação, do plano divino e da história.Em tempos mais recentes, na esteira do desapontamento que personagens da teologia alemã trouxeram ao mundo, surgiram dois teólogos pregando coisa nova. Um se chama Jürgen Moltmann, e o outro, Wolfhart Pannenberg. Ambos estão ainda vivos, acima dos oitenta. A cosmovisão de sua teologia tipicamente alemã de pós-guerra procura apregoar um futuro melhor para o mundo, na medida em que o homem se torne consciente de seu papel, o papel posto em suas mãos por Deus. Nascia, com eles, a reviravolta da 'nitszcheana' Teologia da "Morte de Deus" (só se for o Deus de Nietszche), com uma nova teologia – a Teologia da Esperança. Mas, embora pregada com a Bíblia na mão, a esperança pregada é um pouco diferente daquela que de fato fala a Bíblia…

   É possível olhar para o futuro com esperança? Pergunta melhor: é possível olhar para o futuro,neste mundo, com esperança ? Pergunta ainda mais precisa : é possível olhar para o futuro, neste mundo, com esperança deste mundo? "Otimismo" é uma palavra adequada para o vocabulário escatológico do cristão que examina a Bíblia, e julga os fatos do presente por ela? Não pensem que eu vou, a partir deste momento, pregar a antítese: uma teologia de "desesperança"… Mas penso que é preciso ter noção mais exata do que fazemos aqui, do tipo de esperança que nos move.  Qual forma de "otimismo" desfruta o cristão… "Ora, a esperança não confunde, porque o amor de Deus é derramado em nossos corações pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado" (Romanos 5.5)Lembra-se do contexto bíblico desta afirmação? Ele contém palavras chaves, tais como : fé, paz, graça, mas também tribulações, perseverança, experiência… e… esperança. Os teologos alemães de quem falei fixaram seu interesse num Jesus caricaturado por seus mestres, discípulos de Rudolph Bultmann. Qual a caricatura desse Jesus? Sua humanidade, sua ação e palavra existencialista, muito centrada na geografia e na história, no presente, mesmo olhando para o futuro com otimismo (otimismo humanista). A geografia e a história de perspectiva cristã verdadeira não abandona o mundo, não se aliena dele, mas também não se finca nele, não se prende a ele. Ao contrário, sobrepuja a ele. Por isto o contexto da passagem em Romanos identifica a natureza da verdadeira esperança – é a "esperança da glória de Deus" (Rm 5.2) "Bem-aventurado aquele que tem o Deus de Jacó por seu auxílio, cuja esperança está no Senhor seu Deus" (Salmo 146.5). "Há esperança para o teu futuro, diz o Senhor, porque os teus filhos voltarão para os seus territórios"(Jeremias 31.17). Essa geografia não é palestínica, não é terrena; é celestial! Essa história não é secularista, nem é existencialista; ultrapassa a era presente! Essa escatologia não é meramente "otimista"; é gloriosa! Essa esperança é a esperança da glória, que é de Deus, não do homem. Quem é Ângela Merkel, quem é Sarkozy, quem é Obama, quem é Dilma, quem é Mantega, quem é o novo primeiro-ministro italiano, quem é qualquer um desses para dar meia gota de esperança autêntica ao seu próprio povo e ao mundo. Essa esperança, que faz superar a inquietação em que vivemos, só pode ser desfrutada em melhor companhia. E essa melhor companhia não pode ser outro, senão aquEle que escreveu, que fez, que dirige e que tomará em definitivo, em suas próprias mãos, a história. Ele mesmo, de quem estou falando: o Senhor Jesus, a quem se subordinam todos os "reis" da terra!

    Me lembro do cântico que quatro jovens cantavam tangentemente lá em nossa igreja, na Bahia:

   "Sem ele, eu nada seria
   Sem ele, eu não sei andar
   Sem ele eu vagaria
   Como um barco, no imenso mar!"

    Amanhã é Segunda-feira. Enquanto podemos desfrutar esse dia de refrigério, que é o Domingo, isto é um bálsamo… Essa vida de stress começa de novo amanhã. E assim, a cada Segunda-feira, até que venha um novo Domingo, ou até que venha o Dia de descanso eterno.  Dá vontade de amanhecer cantando aquele antigo cântico que há muito aprendemos (e também há muito esquecemos, posto que 'superado'):

   "Andando com Cristo, andando todo dia, andando com alegria
   Andando com Cristo, andando com meu salvador!
   Andando na sombra, andando no brilho, andando todo dia, andando com alegria
   Andando com Cristo, andando com meu salvador! "

   Que passe o mundo por toda turbulência que tiver que passar; se vierem as turbulências, aquela mão estará também lá, para apertar a nossa mais firme e seguramente. Sabemos com quem andamos: "eu sou o caminho…", disse ele! 

    No início do século XIX, sem que se saiba ao certo por parte de quem e de onde, menos ainda precisamente quando, começou a ser difundido um hino no sul dos Estados Unidos. Esse hino se tornou uma espécie de antema oficial nas comunidades cristãs afro-descendentes, mas foi além delas. É, hoje, um dos mais conhecidos negro spiritualsde que se tem notícia, já vertido para várias línguas. Trata-se do famoso "Just a Closer Walk With Thee". Em Portugues, costuma ser traduzido com "Ao Teu Lado Eu Quero Andar". Sua mensagem vai dar desfecho à nossa reflexão de hoje. A letra da versão partilhada hoje (uma das que existem em nosso idioma), é a que segue abaixo:

AO TEU LADO EU QUERO ANDAR

1. Eu sou fraco, sem vigor; 
   Vivo sempre a vacilar. 
   Sê, Jesus meu protetor; 
   Só contigo, Senhor quero andar.

CORO: Ao teu lado quero andar, 
      Livre de qualquer temor;
      Quero em Ti sempre confiar,
      E viver para Ti, ó Senhor.

2. Neste mundo aterrador, 
   Quem se importa se eu cair?
   Quem está em meu favor? 
   Só Jesus me poderá me remir.

3. Junto a Ti, meu Salvador, 
   Para sempre eu quero estar;
   Ó conduz-me com amor 
   Às moradas do teu doce lar.

A poesia em língua inglesa é como segue:

JUST A CLOSER WALK WITH THEE

I am weak, but Thou art strong,
Jesus, keep me from all wrong,
I’ll be satisfied as long
As I walk, let me walk close to Thee.

Just a closer walk with Thee,
Grant it, Jesus, is my plea,
Daily walking close to Thee,
Let it be, dear Lord, let it be.

Through this world of toil and snares,
If I falter, Lord, who cares?
Who with me my burden shares?
None but Thee, dear Lord, none but Thee.

When my feeble life is o’er,
Time for me will be no more,
Guide me gently, safely o’er
To Thy kingdom's shore, to Thy shore.

AudioPlayer online (controle de volume à direita)
 

Bom Domingo, boa semana,
 Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil

ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 34 : “COMO AGRADECER?”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 27 de Novembro de 2011

"Bom é render graças ao Senhor, e cantar louvores ao teu Nome, ó Altíssimo; anunciar de manhã a tua misericórdia, e durante as noites, a tua fidelidade. Quão grandes, Senhor, são tuas obras, e teus pensamentos, que profundos!"  (Salmo 92.1,2,5)

  Em 1534, por um decreto monárquico – o chamado "Ato de Supremacia", a Inglaterra abandonou a submissão papal/romanista. Mas, dizer que a nação de fato incorporou os valores cristãos que ensejaram a Reforma, vai além da verdade, pelo menos para os tempos de Henrique VII. Depois deste monarca, a sucessão ocorrida entre seus filhos (um homem e duas mulheres) alternou tempos de paz e tempos de severa perseguição aos reformistas ingleses. Seu primeiro sucessor – Eduardo VI, era muito novo e viveu muito pouco; a primeira irmã que lhe sucedeu, teve um governo tão "pacífico", "ordeiro" e "moderado", que lhe valeu uma alcunha sinistra: "Bloody Mary", Maria Sanguinária. Depois, veio a outra irmã, Isabel. Foi um longo período, relativamente pacífico. Com a morte dela, em 1603, não havia mais herdeiros a Henrique VIII, e tornou-se necessário buscar um aparentado na Escócia: Era o Tiago VI, filho da Queen Mary destronada. Em 1603 ele se tornou o Tiago I das duas coroas, unificadas em uma só pessoa, incluindo a Irlanda.

    No início do período monárquico de Tiago I havia expectativas amplas de maior liberdade para a expansão da fé reformada. Os então chamados "puritanos", que queriam um padrão de fé e de vida mais puro para os fiéis, para a igreja, anelavam um distanciamento mais autêntico das práticas, dos ritos e das posturas ainda romanistas na igreja oficial. Eles eram também chamados de "não-conformistas", por aspirarem para a igreja um molde liberto do centralizador episcopalismo anglicano, tanto quanto do congênere romano, entre outras aspirações. Entretanto, cada ano que passava no governo daquele monarca, mais distante se lhes tornava o ideal. Pior: aumentavam as medidas sancionadas por Tiago I para agradar os cripto-papistas do reino, em detrimento dos anseios dos puritanos. Não eram apenas medidas restritivas: houve mesmo perseguição.

   No ano de 1620, um grupo de 102 puritanos ("não-conformistas") deixou o porto de Plymouth, na Inglaterra, rumo à Plymouth da colônia, no outro lado do Atlântico. Desejavam eles plantar uma colônia livre para sua fé e seu culto, em que os valores cristãos percebidos na igreja do Novo Testamento pudessem ser cultivados, sem as intervenções e restrições danosas da coroa. O nome do veleiro era Mayflower ("Flor de Maio"), alusão ao seu ponto de partida na Inglaterra. Ao final de setembro, também final de Outono no hemisfério norte, aportaram na "Nova Inglaterra", jubilosos e cheios de novos ideais. A época de sua chegada poderia ter sido mais favorável do que aquela em que ocorreu: logo chegaria o inverno. E o inverno foi duro demais. Não fosse a benevolência (quem diria ?) dos indígenas da nova terra, talvez todos viessem a ser ceifados. Três "efes" marcaram sua desdita: o "f" do frio, pois foi o mais rigoroso inverno que jamais haviam conhecido, quase lhes tornando insuportável a nova jornada; o "f" da fome (e que fome, pois a neve não lhes deixou o grão e o fruto para comer), e o "f" da falência, pois lhes ceifou simplesmente metade das almas do grupo. Eles se lembraram dos peregrinos da jornada israelita desde o Egito, rumo a Canaã. Quantas vezes o Senhor lhes pesou a mão na dura jornada, e quantas vidas foram ceifadas na longa trajetória de 40 anos. Aliás, esses viajores ingleses que tencionaram plantar a nova colônia foram chamados de peregrinos, "pais peregrinos" (pilgrim fathers), de vez que se sentiram estranhos em sua própria casa, quer dizer, em sua própria terra, em busca de uma terra livre.

   Passado o inverno, veio a primavera, renovando a esperança. Com os índios, aprenderam como tratar o novo solo, e cultivar o milho, a cevada, frutas e frutos; aprenderam também a caça e a pesca. Plantaram, cultivaram, e a colheita que veio no Outono seguinte ao de sua dolorosa chegada foi tão farta, tão abençoada, que se lembraram de novo dos "pais peregrinos israelitas" no deserto, quando o próprio Deus lhes fora a provisão, com fatura de água, de maná e de carne, bem no meio do deserto. Ao final de Novembro, tão grande e farta foi a ceifa, que resolveram celebrar aos pés do Grandioso Provedor da vida. Sim, aquele que pesa, mas também que abençoa. E chamaram os índios para celebrar juntos, apresentando-lhes as boas-novas do Provedor Eterno. Os índios, além de anuir  à celebração, contribuíram: mataram e assaram perús (turkeys) para colaborar. Foi uma grande festa de Primícias, tal como os israelitas aprenderam a Deus no deserto, uma grande festa de "Ação de Graças". E o costume anual se firmou na colônia, mesmo depois de proclamada sua independência, em 1776.

   Por causa da motivação, por causa do foco em Deus, e em Sua bondosa Providência, os cristãos modernamente influenciados pela herança dos "Pilgrim Fathers" também celebram o dia mundial de "Ação de Graças", o que ocorreu na última quinta-feira. Não que "ações de graças" seja uma devoção para um dia do ano, apenas; absolutamente, não. Mas a celebração é um lembrete anual, para servir, como o sopro do foles ao fogo da forja, que acende e realimenta a dedicação da memória àqu'Ele que é o Sublime Provedor da existência, e de todas as Suas dádivas. "Toda boa dádiva, e todo dom perfeito, procede lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir variação ou sombra de mudança" (Tiago 1.17).

    Gratidão é uma virtude própria daqueles que se consideram devedores de favor, daqueles que reconhecem que recebem de graça. Daí, a palavra que designa a atitude, ou a ação, estar diretamente relacionada à atitude de quem efetua a dádiva de favor. Mas a mais sublime forma de gratidão é a daqueles que recebem o favor, a dádiva, e ficam a perguntar-se – "por que"? "Por que eu?" Eu explico o que quero dizer: É comum alguém passar por uma privação, uma dor, uma desventura, e perguntar (não apenas a si próprio) – por que? Por que eu? Mas o inverso é a testificação da sublimidade de alma: Recebo toda boa dádiva e todo dom perfeito, que procede lá do alto, do Pai das luzes, e pergunto a mim mesmo (ou até a outrem): Por que? Por que eu? Sei que nada fiz por merecer… "Pois, quem é que te faz sobressair? E que tens tu, que não tenhas recebido? E, se o recebeste, por que te vanglorias, como se o não tiveras recebido?" (I Coríntios 4.7). E recebo essas boas dádivas e todo dom perfeito, a cada dia; não escapa um só dia! É só ter olhos para ver ("Aconselho-te que de mim compres… colírio para ungires os olhos, a fim de que vejas" – Apocalipse 3.18).

   O Espírito Santo deixou, por via do apóstolo Paulo, uma epístola rica em exortações sobre as ações de gratidão – pelo menos uma em cada capítulo: – "Não cessamos de orar por vós… a fim de viverdes de modo digno do Senhor, para o Seu inteiro agrado… dando graças ao Pai… " (Colossenses 1.9-12) – "… nele radicados (enraizados), e edificados, e confirmados na fé…, crescendo (transbordando) em ações de graças" (Colossenses 2.7). – "… e sede agradecidos" (Colossenses 3.15)  "Perseverai na oração, vigiando, com ações de graças" (Colossenses 4.2)O mesmo livro bíblico que poeticamente declara o que está no caput desta mensagem, nos declara ainda: "Rendei graças ao Senhor, porque Ele é bom!" (Salmo 106) Apesar de tudo o que passamos, Deus é bom! Ele não nos garante uma passagem tranquila, mas uma chegada segura, e vitoriosa, e será um gozo e descanso sem fim e sem medida. Então, Ele é bom. Ele é bom por diversos motivos; mesmo tentando, não poderíamos enumerá-los todos:

1) Ele detém, sobre nós, o duplo direito – o de criação (Ele nos fêz) e o de redenção (Ele nos remiu, nos comprou de volta, com o sangue do Seu Filho).

2) Nas Suas mãos, está a nossa vida e força; a nossa provisão; a Providência é uma de Suas obras magníficas.

3) Ele nos reserva, a cada dia, a Sua graça (Salmo 63.3), apesar de nós, de quem somos e o que fazemos, e até o que deixamos de fazer…

   Fica-lhe bem, por conseguinte, toda ação de graças, toda a gratidão, e até mais do que possamos tributar. Deus se agrada de nós, se exibimos um coração grato,  com boa medida de gratidão. Vai-te bem a vida? Dê graças a Deus! Se não como queria, dê graças porque Ele te sustém, e não sobrevem o pior… Vai-te bem o trabalho, e assim os ganhos? Dê graças a Deus! Se não tanto como queria, dê graças porque há muitos com muito menos… Os "Pais Peregrinos" deixaram um legado regozijante aos seus filhos, os filhos da geração que nasceu em solo americano. Nesse legado, a alegria de celebrar a bênção que, a cada dia, dia após dia, ano após ano, Ele lhes derramava do céu. A cada final de Novembro, eles apresentavam suas primícias em louvor de Deus, o Criador, o Provedor, o Dadivoso. E nós nos juntamos às gerações que já passaram, transmitindo às que nos seguem: Bom é render graças ao Senhor…  

   Mais de quatro décadas atrás, um afro-descendente norte americano compôs um hino que ultrapassou muitas fronteiras. Seu nome é Andrae Crouch. O hino expressa parte do que esta mensagem quer acentuar. Segue a canção aqui, numa das versões em língua portuguesa, pela voz de um antigo amigo pessoal meu – Ozéias Silva, que há muito não vejo. Para os que se interessarem segue o link do youtube da versão original na voz de Adrae Crouch.
https://www.youtube.com/watch?v=WF0TcbY_Z8o

My Tribute, 1970
MEU TRIBUTO 
Andrae Crouch (1947… )

Como agradecer pelo bem que tens feito a mim
Que vem demonstrar quanto amor Tu tens ó Deus por mim
As vozes de milhões de anjos não poderiam expressar
A gratidão do meu pequeno ser que só pertence a Ti!

A Deus demos glória, a Deus demos glória
A Deus demos glória, que por nós tanto fêz 
Foi na cruz que salvou-me; seu poder resgatou-me…
A Deus demos glória que por nós tanto fêz!

Quero viver aqui para adorar-te, meu Senhor
E se surgir um louvor: ao Calvário seja assim! 
Foi na cruz que salvou-me; seu poder restaurou-me:
A Deus demos glória que por nós tanto fêz!

AudioPlayer online (controle de volume à direita)

Bom Domingo, boa semana,
 Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil

ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 33 : “FOGO AMIGO…”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 20 de Novembro de 2011

Na semana passada, por motivo de viagem e dificuldade de acesso à internet, não escrevi a mensagem semanal. Volto a fazê-lo hoje, na suposição (quem sabe, presunçosa) de trazer mais uma palavra. Exatamente 110 anos atrás, com a renúncia do primeiro presidente republicano brasileiro (Deodoro da Fonseca), assumia a presidência o seu vice, Floriano Peixoto. Esse alagoano de Maceió, agora presidente, havia sido militar de destaque na campanha da Guerra do Paraguai (1864-1870). Aquele período da guerra ainda estava sob o regime monárquico do império brasileiro. Em 1889, quando a revolução maçônico-jurista-positivista depôs o regime monárquico de Dom Pedro II, instaurando a república, Floriano Peixoto era o chefe da guarda do Visconde de Ouro Preto. Este, político mineiro nascido na cidade que lhe dá a alcunha, era, em 1889, o presidente do conselho de ministros de Dom Pedro II. Era, portanto, uma espécie de "primeiro-ministro", e monarquista convicto. Bradada a revolução republicana, o Visconde de Ouro Preto deu ordens ao então comandante militar Floriano Peixoto, para que reprimisse a revolução… Se preciso fosse, segundo a ordem, eliminando os revoltosos. Consta que Floriano Peixoto resistiu à ordem do Visconde, dizendo que não seria capaz de chegar a este extremo no cumprimento das ordens. Vou tentar, em parte com minha imaginação, reproduzir o diálogo que se deu :

– Comandante Peixoto, é agora seu dever proteger o império dessa revolução; reúna os homens, cumpra o seu dever, se preciso for, usando a força e eliminando os revoltosos.

– Sinto muito, senhor, mas não poderei chegar a este extremo – eliminar os revoltosos.

– Mas, como não? Na guerra do Paraguai quantos foram os que você, com seus homens, eliminou ?  Não foram muitos ?

– Muitos, senhor, com certeza.  Mas, lá, na guerra contra o Paraguai, tínhamos inimigos pela frente; aqui, não: somos todos brasileiros!

   Que resposta: "lá, tínhamos inimigos pela frente; aqui, não: somos todos brasileiros". Esta frase, eu não precisei imaginar: a história a registrou! Se Peixoto houvesse feito como queria o presidente ministerial da coroa, teria produzido uma espécie daquilo que se costuma denominar "fogo amigo". Em muitos casos, o "fogo amigo" ocorre por descuido. Mas, em outros casos, pode ser por traição, ou por repressão.Teria sido este último, o caso. Nas nossas lides, estamos sujeitos a enfrentar "fogo amigo" também. Para ser mais honesto, devo dizer que estamos sujeitos, tanto a enfrentar, quanto a produzir. Aqui e acolá, podemos ser flagrados na posição passiva (sofrendo-o), mas também na ativa (fazendo-o). "Porque, havendo entre vós ciúmes e contendas, não é assim que sois carnais e andais segundo o homem? (I Coríntios 3.3) 

   Não é "fogo amigo" quando nos colocamos a digladiar entre irmãos de uma mesma igreja, ou entre irmãos de uma mesma fé, por causa de razões que dificilmente poderiam justificar a contenda? Não é "fogo amigo" quando, por motivos fúteis, alunos de uma mesma sala de aulas se mobilizam com o fim de alimentar discórdias e desavenças com outros colegas, dada a diversidade de mentalidades, como se lhes fosse inviável permanecer  dentro do mesmo recinto e respirando o mesmo ar? Quando eu fazia faculdade de engenharia, em Governador Valadares, no terceiro ano se faziam as  divisões de turmas conforme a modalidade escolhida. Assim, lá na década de 1970, passei a ter colegas numa mesma sala, com os quais ainda não havia convivido. Não demorou muito, e um grupo majoritário da classe "patenteou" uma nomenclatura de auto-denominação: eram eles a "galera". A "galera" só tinha gente "feliz", gente brincalhona, querendo mostrar que estava de bem com a vida. Geograficamente, também estava demarcada – o fundo da sala. Mas não estava de bem, não tanto quanto, com os estudos. E eles se incumbiram de criar a "logomarca" dos demais, que não eram da "galera"- o outro grupo foi por eles denominado com uma alcunha muito pejorativa, ao qual frequentemente tripudiavam. Estes, frequentemente tripudiados, eram os que tinham espaço geográfico diferente – da metade para a frente na sala; também era o grupo mais interessado em levar a sério os estudos. Dali para diante, a convivência foi uma sucessão de amostras de "fogo amigo", com algumas tréguas de alívio.  

   Pergunto ainda: Não é "fogo amigo" quando, por questões de importância inteiramente secundária, membros de uma mesma família se permitem  abrigar um clima de hostilidades que, em talvez a totalidade dos casos, razões puramente egocêntricas respondem pela asfixia das boas relações? Na construção civil, quando se prepara uma forma em madeira (ou qualquer outro material próprio) para receber uma estrutura em aço, a ser revestida e preenchida de concreto, é imprescindível que o concreto lançado seja bem adensado, bem misturado, bem homogeneizado. Do contrário, retiradas as formas, aparecerão as "brocas", horrendos buracos sem concreto que expõem a ferragem, tais quais feridas na carne humana que expõem os próprios ossos, causando grande risco à estabilidade da estrutura. Pois bem: Não é fogo amigo quando cônjuges se agridem sem razão, por acentuado sentimento animal, deixando à mostra ossos doentes da ferida, "brocas" que minam a estabilidade das estruturas? Não é "fogo amigo" quando colegas de ministério, ou de lides missionárias, ou de esforços de empreendimento pelo Senhor da Seara se hostilizam por causas pequenas, diante do tamanho da causa daquEle que os arregimentou?

   Me lembro bem do Rev. Noé de Paula Ramos, com um relato que dele mesmo ouvi. Certa feita, no mandato do Presbítero Paulo Breda à frente da IPB, Rev. Noé era seu vice. Estando ele no exercício da presidência, numa das reuniões da década de 1980, um certo pastor contumaz em usar o idioma de forma áspera e ferina contra seus pares, o fêz como costumava fazer contra aquele que presidia o Supremo Concílio da IPB. Calmamente aguardando o fim da espumante vociferação, Rev. Noé de Paula Ramos limitou-se a comentar, ao término do falatório do conciliar: – Estão vendo os irmãos? Se este destacado irmão e colega assim se pronuncia, aqui dentro do Supremo Concílio, contra o vice-presidente que ora preside o Supremo Concílio da Igreja, o que não é capaz de fazer ele com outros irmãozinhos lá em seus concílios menores?

    "Fogo amigo" é um desastre. Sempre é fruto de um esquecimento, um momentâneo (às vezes não tão momentâneo) e breve (às vezes não tão breve) lapso de memória, de que o verdadeiro "inimigo" está invisível, mas não é o irmão de fé, não é o colega de sala, não é o familiar, não é o colega de ministério, etc. Ele está "do outro lado", ou então está "atrás", enquanto atiça. Nós não o vemos porque, além de invisível, esse verdadeiro inimigo se camufla. Camuflado, faz-nos pensar com frequência que ele nunca está envolvido nas situações de "fogo amigo". O pior é que está. E como está! No entanto, esta "ocupação" não pertence às atribuições do "Reino do Filho do Seu amor"; pertence, antes, aos negócios de interesse do "império das trevas", do qual o Filho nos libertou(Colossenses 1.13) ! "Sede sóbrios, e vigilantes: o diabo, vosso adversário, anda em derredor, procurando alguém para devorar; resisti-lhe firmes na fé, certos de que sofrimentos iguais aos vossos estão se cumprindo na vossa irmandade espalhada pelo mundo" (I Pedro 5.8,9) A Bíblia fala de uma atividade típica do adversário: ele se ocupa de ser acusador "dos nossos irmãos" (Apocalipse 12.10). Numa mensagem que já preguei algumas vezes, costumo lembrar que a nomenclatura "diabo" vem de "diabolos" (grego), que significa, literalmente, "o que lança contra", ou "acusador".É isso – Ele é sempre o instigador de contendas, em suas estratégias ardilosas : 

1) Instiga contenda do homem para com Deus (fêz assim já no princípio, no Paraíso do Éden…)

2) Instiga contenda de Deus para com o homem (fêz assim com Jó, e não apenas com ele… )

3) Instiga contendas de nós outros para com nossos próximos (parece que é a sua mais frequente ocupação…)

    Esta última instigação é a que produz o "fogo amigo". Frequentemente, esse estrategista maligno se aproveita de nossas fraquezas, de nossas debilidades, para provocar o seu ardil. As feridas da existência, as "escaras" do leito de dor, o vazio dos dias e das noites sem sadio exercício espiritual, as tentativas meramente humanas de construir preenchimentos para as necessidades existenciais e as carências da alma… são tipicamente as situações de que ele se aproveita. E aí, enfraquecidos, vulneráveis, nos tornamos presas fáceis. É preciso resistir-lhe firmes na fé. Note bem – três exigências:

1) Resistir…

2) Firmes…

3) Na fé…

    Mas, isto já seria outra mensagem… Apenas lembrando: "Se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram – eis que se fizeram novas!" (II Coríntios 5.17) 

   Para deleite dos ouvidos e da alma, hoje, escolhi um hino muito tocante a mim. Rusty Goodman (irmão de Howard Goodman e cunhado de Vestal) o compôs não muito tempo antes de ser levado por um câncer, apenas aos 57 anos de idade. Fala o hino da maneira como o "Oleiro" costuma tratar conosco em nossas feridas e "escaras". Se o "barro" for dócil e maleável nas mãos do "Oleiro", o resultado é sempre um "vaso novo". Abaixo, coloco a letra de língua inglesa, para aqueles que quiserem apreciar a poesia original… O áudio em nosso idioma traz a versão  já conhecida e cantada…

 THE POTTER (1980)
 O OLEIRO
 Rusty Goodman(1933-1990)

When the Potter gathers up broken pieces
Quando o oleiro ajunta pedaços quebrados 
Of a vessel He wishes to mend (thank God !)

De um pote que Ele pretende consertar (graças a Deus
He doesn’t put it back together like a puzzle, O No!

Ele não os ajunta um-a-um como um quebra-cabeças, não, não 
But on the Potters wheel He molds it again. 

Mas ele os molda de novo na roda do Oleiro. 

Lord, don’t let me see the way I used to be
Senhor, não me permita ver a trajetória que trilhei 
Remove the scars that follow the pain

Remove as escaras que se seguem à dor 
Wounds of my shame, bind them up in Your great Name

Feridas que são minha vergonha, retém-nas [em Tuas mãos] em teu Excelso Nome 
Cast them all into your forgetting sea ! 

Lança-as todas adentro em teu mar de esquecimento 
Take away all the strife, all that followed a wasted life 

Expurga toda discussão, todas as que procedem de uma vida desolada
Tried to build on the dust of a foolish dream 

Que [apenas] tentou se construir na poeira de um sonho tolo 
Just an empty space of time 

Tão somente um espaço vazio no tempo
Somewhere in the corner of my mind 

Em algum lugar, num dos cantos da minha mente
If all the world should recall, don’t let me see !

Se o mundo inteiro me reclamar, não me permita ver. 

   If I should sit among the ashes of the bridges (lembra de Jó ?)
   Se eu me sentar em meio às cinzas das 'pontes' 
   That I’ve burned, O Lord, on my way back home to Thee
   Que já foram jogadas abaixo, ó Senhor, em meu caminho de reconciliação contigo
   o compositor lembra a estratégia de guerra, que dinamita pontes que ficam para trás,
   no caminho, impedindo o acovardado caminho de retorno – Lucas 9.62)
   Don’t let me find one single thing among the ruins

   Não me permita encontrar um só objeto em meio aos escombros
   That could bring to my mind one memory!

   Que pudesse trazer à minha lembranças [nocivas] memórias(Lamentações 3.21

Lord, don’t let me see the way I used to be
Senhor, não me permita ver a trajetória que trilhei 
Remove the scars that follow all my pain

Remove as escaras que se seguem à dor 
And wounds of my shame, bind them up in Your great Name 

E feridas que são minha vergonha, retém-nas [em Tuas mãos] em teu Excelso Nome 
Cast them all into your forgetting sea !

Lança-as todas adentro em teu mar de esquecimento !
Take away all the strife, all that followed a wasted life 

Expurga toda discussão, todas as que procedem de uma vida desolada
Tried to build on the dust of a foolish dream 

Que [apenas] tentou se construir na poeira de um sonho tolo 
Down that corridor of time don't ever let them come to mind

No curso do corredor do tempo, não permita que venham à mente
If all the world should recall, don’t let me remember them at all 

Se o mundo inteiro me reclamar, não me permita trazer tudo isto à lembrança 
And if all the world should recall, don’t let me see!
E se o mundo inteiro me reclamar, não me permita ver.

AudioPlayer online (controle de volume à direita)

Bom Domingo, boa semana,
 Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil

ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 32 : “HAJJ E… PEREGRINOS…”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 06 de Novembro de 2011

Nesta semana teve início mais uma hajj  (precisamente no dia 04). A televisão mostrou… Vai até dia 09."Hajj "  é uma palavra da língua árabe, que significa "peregrinação". É o nome dado a um rito tradicional do Islam, pelo qual multidões acorrem a Meca, na Arábia Saudita. Por este rito, muçulmanos cumprem um dos "cinco pilares da fé islâmica". Trata-se da exigência de efetuar, ao menos uma vez na vida, uma peregrinação até à cidade de Meca, caso o devoto seja física e financeiramente capaz. Essa peregrinação dura por uma semana, tempo em que atos rituais e orações são lá cumpridos. Espera-se uma acorrência que superará 2 milhões de pessoas, neste ano. O Islam associa esse rito ao assim chamado profeta Maomé, em fase do sétimo século da era cristã. Por um lado, decorre da crença de que, junto ao monte onde converge a celebração, Maomé tenha dado suas últimas orientações, antes de expirar (ano 632). Esse monte se encontra poucos quilômetros fora, no entorno de Meca. Por outro lado, sustenta-se sobre a crença de que ali, o "primeiro profeta do Islam" (sic) – Abraão (Ibrahim, em árabe) – tenha passado pela experiência dolorosa de separação de seu primeiro filho, Ismael. Como se sabe, Hagar (Hajjar, em árabe) peregrinou pelo deserto com o filho Ismael, depois que Abraão a despediu de casa. Foi quando Deus – crê o Islam – resolveu dotar a descendência de Ismael de um desígnio privilegiado dentre todas as nações.

   O Islam prescreve, para a Hajj, uso de  vestimentas simples (usualmente brancas), com o fim de advertir a lembrança de todos os peregrinos quanto à igualdade de todos os homens, perante Deus, no dia do Juízo Final. Não se pretende que as preparações para a semana de peregrinação, que leva fiéis muçulmanos do mundo inteiro a Meca, ocorram de modo solitário e individual: as preparações são em grupo, para acentuar a prática da unidade de submissão (sic). O Islam reconhece a procedência comum, para os três mundiais ramos religiosos monoteístas, quanto à pessoa de Abraão. Costuma, inclusive, apregoar que Abraão não era judeu (embora reconheça que a designação venha do patriarca Judá, filho do "profeta Jacó", neto de Abraão), que tampouco era cristão, e nem muçulmano, no sentido estrito da palavra. Para o Islam, Abraão é o pai de todos, ainda que o profeta "maior" seja identificado em Maomé.

   Como cristãos, também praticamos uma "peregrinação". Há alguns pontos de similaridade com a prática islâmica:  Cremos que Abraão era um verdadeiro "peregrino", "pai de uma posteridade imensa de peregrinos", sob certo aspecto… "Pela fé, Abraão, quando chamado, obedeceu, a fim de ir para um lugar que devia receber por herança; e partiu sem saber aonde ia. Pela fé, peregrinou na terra da promessa como em terra alheia, habitando em tendas com Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma promessa; porque aguardava a cidade que tem fundamentos, da qual Deus é o arquiteto e edificador. Por isso, também de um, aliás já amortecido, saiu uma posteridade tão numerosa como as estrelas do céu e inumerável como a areia que está na praia do mar. Todos estes morreram na fé, sem ter obtido as promessas; vendo-as, porém, de longe, e saudando-as, e confessando que eram estrangeiros e peregrinos sobre a terra. Porque os que falam desse modo manifestam estar procurando uma pátria. E, se, na verdade, se lembrassem daquela de onde saíram, teriam oportunidade de voltar. Mas, agora, aspiram a uma pátria superior, isto é, celestial. "Por isso, Deus não se envergonha deles, de ser chamado o seu Deus, porquanto lhes preparou uma cidade." (Hebreus 11.8-16)  Cremos também que Deus nos vê como criaturas Suas, o que significa, sob certo aspecto, que estamos todos debaixo do mesmo juízo divino, sob o mesmo rigor, sem acepção de pessoas; e isto não deixa de refletir uma certa unidade da raça…. "Porque para com Deus não há acepção de pessoas. Assim, pois, todos os que pecaram sem lei também sem lei perecerão; e todos os que com lei pecaram mediante lei serão julgados." (Romanos 2.11,12).  Cremos, ainda, que haverá um julgamento final, no qual todos hão de comparecer perante a face do Senhor… "Vi um grande trono branco e aquele que nele se assenta, de cuja presença fugiram a terra e o céu, e não se achou lugar para eles. Vi também os mortos, os grandes e os pequenos, postos em pé diante do trono. Então, se abriram livros. Ainda outro livro, o Livro da Vida, foi aberto. E os mortos foram julgados, segundo as suas obras, conforme o que se achava escrito nos livros. Deu o mar os mortos que nele estavam. A morte e o além entregaram os mortos que neles havia. E foram julgados, um por um, segundo as suas obras. Então, a morte e o inferno foram lançados para dentro do lago de fogo. Esta é a segunda morte, o lago de fogo. E, se alguém não foi achado inscrito no Livro da Vida, esse foi lançado para dentro do lago de fogo" (Apocalipse 20.11-16). 

   Mas, há algumas diferenças retumbantes quanto à percepção de "peregrinação" de cada uma das duas mensagens: Enquanto o muçulmano faz uma "peregrinação" anual, com duração de uma semana, repleta de rituais, o cristão faz uma peregrinação de vida inteira, 24 horas por dia, 7 dias por semana, 52 semanas por ano, tantos anos quantos sejam o da vida própria. Enquanto o muçulmano busca a cidade de Meca, na Arábia Saudita, e só aquele lugar, o cristão faz a sua peregrinação onde quer que esteja, seja em que cidade (ou em que campo) for, no mundo inteiro. Não precisa ir a um lugar específico – sua peregrinação já está acontecendo, onde esteja o cristão. Se está em Belo Horizonte, ou no nordeste brasileiro, ou num país árabe, ou num deserto, ou num shopping, ou em expedição à Antártida, ou em viagem pelo céu, ou no meio do oceano, está em peregrinação. Outra diferença fundamental é que o muçulmano se torna peregrino, enquanto que o cristão VIVE peregrino, É peregrino – nada menos do que isso.

   No dia em que Davi consagrou a oferta a Deus, à frente do povo que com ele compareceu, com o fim de erigir o templo de Jerusalém, pronunciou palavras inapagáveis, inspiradas, e ainda hoje inspiradoras: "Agora, pois, ó nosso Deus, graças te damos e louvamos o teu glorioso nome. Porque quem sou eu, e quem é o meu povo para que pudéssemos dar voluntariamente estas coisas? Porque tudo vem de ti, e das tuas mãos to damos. Porque somos estrangeiros diante de ti e peregrinos como todos os nossos pais; como a sombra são os nossos dias sobre a terra, e não temos permanência." (I Crônicas 29.13-15) Davi foi um profeta e patriarca do tempo judaico da Aliança. O templo que ele idealizou fazer, e que foi edificado por seu filho Salomão, desapareceu. Mas sua afirmação tem um prazo de validade indeterminado. Na verdade, que motivos reais temos nós para nos sentirmos presos a este mundo? O que nele nos prende, falando com consciência sã? Que razões teríamos nós para nos sentirmos pertencentes a este mundo? O que, nele, vale a pena em caráter definitivo? Só há um tipo de resposta sensata para estas perguntas: Repetidamente  – Nenhum, nada, nenhuma, nada !!! Somos peregrinos! Esta é a verdade maior… Somos peregrinos, e por mais que as circunstâncias criem seus atrativos para nos deixar com o coração cativo a este mundo, com a alma refém do presente século, é preciso lembrar que esses atrativos são, na verdade, armadilhas. Não, não estou apregoando "escapismo", "alienação", "ascetismo",  atitude eremita. Não é como a história do lendário personagem histórico – o Juquinha… Entre parêntesis: este é o lendário personagem da "Estrada Real" em terras mineiras, a caminho de Diamantina, que um dia resolveu renunciar a vida da cidade, a família, os amigos, o trabalho, e tudo o mais, para viver "ermitão" naquelas grotas… Sua escultura está lá, quase à beira da Estrada Real, para quem quiser testemunhar da sua história. Eu mesmo já a vi de perto… Ao contrário, como antes dito: a nossa peregrinação não exige ATO de abandono, senão apenas ATITUDE de desapego. Sim, pois, como afirmou o Mestre, dizendo não ser ele deste mundo, também não somos deste mundo. Vivemos em terra estranha, que não é o nosso lar, não é a nossa pátria, não é o nosso lugar… Aqui estamos de embaixadores (II Coríntios 5.18-20).

   Que fique lembrado:

– não nos tornamos peregrinos, por uma opção extemporânea; SOMOS peregrinos!

– não fazemos peregrinação a um lugar ou outro: nossa peregrinação é o mundo, é no mundo.

– nossa peregrinação não tem duração curta, limitada, dentro da vida; nossa peregrinação é pela vida toda!

   Isto não pode produzir outro efeito senão colocar-nos mais junto Dele!… Aspirarmos por Ele… Maranatha!

   No ano de 1902, um ex-médico, que havia suplantado a dedicação à carreira profissional pela lide ministerial, compôs um belíssimo hino. Sua esposa era musicista também, e foi ela quem compôs a melodia do hino. O hino tem inspirado gerações, em diferentes denominações. Aliás, todos os hinários que conheço têm uma versão desse hino. Esse é o que  fecha a nossa singela mensagem de hoje. Abaixo, coloco a letra de língua inglesa, para aqueles que quiserem apreciar a poesia original… O áudio em nosso idioma traz a versão  já conhecida e cantada…

THE KING's BUSINESS (1902)
Elijah Taylor Cassel (1849-1930) & Flora Hamilton Cassel (1852-1911)

I am a stranger here, within a foreign land;
My home is far away, upon a golden strand;
Ambassador to be of realms beyond the sea,
I’m here on business for my King.

Refrain

This is the message that I bring,
A message angels fain would sing:
Oh, be ye reconciled,
Thus saith my Lord and King,
Oh, be ye reconciled to God.

This is the King’s command: that all men, everywhere,
Repent and turn away from sin’s seductive snare;
That all who will obey, with Him shall reign for aye,
And that’s my business for my King.

My home is brighter far than Sharon’s rosy plain,
Eternal life and joy throughout its vast domain;
My Sovereign bids me tell how mortals there may dwell,
And that’s my business for my King.

AudioPlayer online (controle de volume à direita)

Bom Domingo, boa semana, (em peregrinação)!
 Ulisses 

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil

ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 31 : “NÃO ESTAMOS SÓS!”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 30 de Outubro de 2011

A nossa vida tem idas e vindas muito curiosas; algumas, surpreendem muito positivamente, outras surpreendem de modo decepcionante. Não faz muito tempo visitei um senhor de idade, já acometido das enfermidades típicas do dilatado número de “janeiros”. O enfrentamento das enfermidades, para ele, era algo não exageradamente difícil de encarar. Não, tanto quanto o que mais lhe incomodava. Afinal, há hoje fartura de medicamentos, diversidade de planos de saúde, e os médicos não lhe estavam tão fora de alcance. Mas a sua face denunciava algo que seu lábios, por poucas palavras que deixaram escapar, acabaram por confirmar: o pior de tudo é ficar só! Parece que, para muitos de nós, a sina é esta – vimos a este mundo acompanhados, mas não é raro partir dele na solidão. Não bastasse a idade, a enfermidade, ainda acumulava a desventura de ver os de sua própria casa causar-lhe muitos dissabores, e aumentar-lhe o sentimento. Parece que solidão é algo que se pode sentir, mesmo no meio da multidão.Não é raro perceber isto, hoje em dia. De fato, estamos quase todos envolvidos numa rotina de tirania sobre o nosso tempo. Com isso, lidamos sempre com muitas pessoas. Mas, os dias de hoje parecem ter deixado muito para trás aqueles dias de outrora, em que se podia cultivar boas e duradouras amizades, amizades prá valer. Não dá tempo!

   Pouco tempo atrás recebi uma carta de um ex-aluno. Teve ele a coragem de escancarar o coração para mim. Estava desiludido. Estava sem entusiasmo. Estava sem fanal. Tudo lhe parecia um vazio. Ler a sua carta deu até um certo calafrio. Um sentimento de estar sozinho, num mundo tão povoado, era algo que também lhe angustiava. É verdade que as circunstâncias de um período pressionavam mais ainda aquele cenário. Mas, também creio ser verdade que, mesmo sob circunstâncias mais leves, muitos de nós passamos por abatimentos com certo grau de semelhança. Me lembro de Elias. Houve um dia em que ele se sentiu só, inteiramente só. Quando isto lhe ocorreu, que história Elias já tinha, diante de Deus, prá contar? Não pouca, nem  pobre:

– Ele já tinha vivido um tempo de “retiro espiritual”, bebendo de uma límpida fonte provida por Deus, e comendo comida que os corvos, por mando divino, lhe supriam todos os dias (I Rs 17)

– Também já havia ele, por providência divina, partilhado da fartura do azeite da botija e do cereal da panela da viúva de Sarepta (também I Rs 17)

– Ele mesmo já tinha sido o instrumento da mão poderosa do Altíssimo, ressuscitando o filho daquela viúva (idem)…

– E mais: ele mesmo, sozinho (e com Deus ao seu lado), já havia desafiado os quatrocentos profetas de Baal, vindo a ser vitorioso contra os mesmos (I Rs 18)

Um homem, contra quatrocentos. Aliás, um, sob as mãos do Todo-Poderoso, contra quatrocentos.

– Isto, sem contar a grande chuva por ele profetizada, que pôs fim à sequidão da terra, e a fome (também I Rs 18)

    Entretanto, chegou o dia em que a solidão lhe pesou. E pesou tanto, que Elias pediu para si a própria morte (I Rs 19). Não era Elias um homem de fé? Era! Não era um homem de grandes feitos, de portentos? Sim, com certeza era homem de portentos. Não era um instrumento escolhido por Deus? Sem dúvida, Elias era um escolhido e ungido de Deus. Mas que a solidão lhe pesou, isso pesou! Para alguém assim, escolhido por Deus, de grande fé, até de portentos, alguém um tanto singular, chegar a pedir a Deus que a existência se lhe encerre, é preciso também um forte abatimento. E isto lhe sobreveio, no meio de um intenso sentimento de solidão. Talvez, a diferença mais notável entre ele e muitos de nós, nos dias de hoje, é que ele estava só nos dois sentidos – real (ou físico) e emocional. Já no nosso caso, não raro nos sentimos sós mesmo rodeados de muita gente. Mas é em certos momentos que o sentimento se avoluma. Por exemplo: quando a noite desce, e falta o sono a conciliar; ou então pela madrugada, quando se desperta com lembranças que apertam a alma; ou então, mesmo de dia, quando nos sentimos estranhos e peregrinos nos lugares mais corriqueiros, como o próprio trabalho. Ou então, quando esperamos o que esperamos de alguém querido, mas, isto não se confirma como esperado…

   E qual tratamento foi prescrito para Elias? Qual a prescrição  “psiquiátrica”? Qual a terapia “psicológica”? Primeiro, Deus renovou a ele a visão realista da revelação de Si mesmo, de Seu Ser inefável. Deus se mostrou  a Elias como o Deus que era (e que é, e que sempre há de ser). Parece incrível, mas, estou convencido de que todas as vezes que a nossa fé se abala ao ponto de um grande abatimento, é a percepção de quem é Deus, do que Ele pode, de quão grandioso é, que, uma vez afetada, enferma, responde pelo quadro. E depois, que mais fez Deus com Elias? Bem, depois, Deus tratou a “patologia oftalmológica” de Elias. Seus olhos estavam enxergando de modo errado a realidade; pior, estavam levando a um julgamento equivocado dessa realidade, por falta de dados sobre ela, por falta de percepção. Só Deus tem a percepção do "todo", do "completo". Mostrou-lhe Deus que ainda havia “serviço a fazer”, que havia um sucessor a erguer, e que não estava ele, de fato, só! Não, não estava mesmo! E, mesmo que não houvesse outros “sete mil profetas”, nem assim estava ele só. Como dizia um amigo meu: “Um, com Deus, já é maioria”! Confira tudo em I Reis 19.

    Uma das tarefas mais difíceis que já enfrentei foi, certa ocasião, levar minha palavra pastoral, de consolação, a um casal que havia perdido seu filhinho de 3 anos de idade, com meningite bacteriana fulminante. Um sentimento de solidão se apoderou do coração deles, dia seguinte ao do sepultamento, que tornou o quadro e a tarefa multiplicadamente penosa. Mas, embora sob circunstâncias diferentes, a de Elias não era diferente na sua essência. Sim, é natural que os dias, com seus achaques, perturbem a alma. Afinal, somos de “carne e osso” (ainda, por enquanto, até sermos revestidos da imortalidade). Solidão, mesmo em meio à multidão, pode ser uma ocorrência mais comum do que se imagina. Mas, quanto à incerteza do dia vindouro, quanto à solidão que as circunstâncias podem produzir, há alguém, lá em cima, que tudo controla; e Ele reverteu a sorte de Elias, sendo o mesmo hoje, como era outrora. Ele está disponível e é aqu’Ele a quem se pode recorrer. "Nele a gente pode confiar!" Ele é quem não oculta de nós a Sua face, jamais; quem sustém as nossas mãos e os nossos pés, e é quem nos acompanha seguros, mesmo que o “vale” seja aquele de que falou Davi – o “da sombra da morte”.  Como disse o grande poeta, um dia, sob dor: "Com Sua mão, Cristo me sustém! Sempre seguro me guardará, de dia-em-dia me guiará. Com Sua mão, Cristo me sustém… Se longo é o trilhar, Cristo vai ajudar – Ele me sustém!" Porque, tais vales podem estar sob nossos pés, ou à nossa frente. E tão perto, que mais perto ainda tem de ser a percepção da presença do Companheiro. O  "divino companheiro no caminho"! Não estamos sós!

   O hino de hoje é da autoria de um dos compositores que muito aprecio: Mosie Lister. Acaba ele de completar 90 anos de idade. A mensagem do hino muito tem a relacionar-se com o assunto de hoje. Imagine que experiência de vida o fez compor este poema, que ele mesmo musicou.

WHERE NO ONE STANDS ALONE (1955)
Onde Ninguém se Sustém de Pé Sozinho
Mosie Lister (1921 –  )

Once I stood, in the night, with my head bowed low
Certa vez, numa noite, fiquei com minha cabeça decaída sob peso
In the darkness as black as could be
No meio da escuridão, tão negra quanto pudesse ser
Then my my heart felt alone, and I cried Oh! Lord
Então, meu coração se sentiu sozinho, e clamei – Ó Senhor
Don’t hide your face from me.
Não esconda de mim o teu rosto!

Hold my hand all the way, every hour, every day
Sustém minha mão, por todo o caminho, cada hora, cada dia
From here to great unknown…
A partir daqui,até o grande desconhecido 
Take my hand, let me stand
Toma minha mão, faze-me estar de pé
Where no one stands alone.
Onde ninguém de pé permenece sozinho.

Like a king I may live in a palace so tall
Tal como um rei, posso eu viver num palácio tão alto
With great riches to call my own
Com grandes riquezas que possa denominar minhas
But I don`t know a thing in this whole wide world
Mas, eu não sei de uma coisa, neste vasto mundo 
That`s worse than being alone!
Que seja pior do que estar só!

Querendo, assista The Gaither Vocal Band, numa outra interpretação: http://www.youtube.com/watch?v=jHObV_XCF4I

AudioPlayer online (controle de volume à direita)

Bom Domingo, boa semana,
Ulisses 

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil

ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 30 : “UM SÓ PAÍS…”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 23 de Outubro de 2011

   Nesta semana,  algumas cenas impressionaram minha mente. E creio que não só a minha… A primeira delas, via TV ou internet, foi a cena da localização do tirano líbio, Muammar Khadafi. Estava ele oculto desde que os rebeldes líbios tomaram Trípoli, a capital do país. Aos que querem as imagens e os reports fazer notar, parece que o tirano foi localizado em tubos de esgotos, na sua própria cidade, a cidade de Sirte. Mas, o que me impressionou na cena? Me impressionou ver a sequência das imagens, desde que ele foi localizado, até ser morto.

   Pelo que, até agora, se toma conhecimento, parece que se montou um espetáculo grotesco, digno da Roma dos Césares ensandecidos. Pela história, aqueles tempos de Roma rivalizam com os horrores do nazismo hitlerista, em termos do "espetáculo" que o ser humano é capaz de fazer com a vida dos seus semelhantes. Não estou aqui defendendo os horrores que ele mesmo – Khadafi – produziu, com a vida dos seus próprios compatriotas, enquanto no exercício despótico do seu "governo". Claro que não: deplorável também! Mas, não consigo, por outro lado, achar justificativa para aquela cena: um homem vil, porém já dominado, pedindo clemência no mínimo para viver, e sendo agredido, sendo arrastado, sendo ferido e sendo baleado inclementemente, no peito e na cabeça, num clima de celebração. Não tenho outras palavras: cenas dignas de Auschwitz (entre outros lugares, nos anos '1940) ou do Coliseu romano. Pelo que lutam os rebeldes líbios? Basicamente, pela libertação de sua pátria. A mensagem que querem passar ao mundo é que querem de volta a sua pátria, livre, democrática, "mãe" de todos os cidadãos da nação. Mas, para tal, exibiram ao mundo este famigerado "espetáculo".

   A outra cena que impressionou minha mente foi a comparação entre duas fotos que ontem vi, numa exposição em Powerpoint. Quem as apresentava, dentro de uma série de slides, era o Pr. Diogo Inawashiro – já falei dele em Setembro. Diogo está se preparando para retornar ao Japão, terra onde nasceram seus avós, que vieram para o Brasil em meio ao movimento migratório do século XX. Mas, vamos às fotos que menciono. Elas têm uma história inteira por detrás. A primeira, era a cena de um ser humano, japonês (não sei se homem ou mulher), pendente numa corda atada ao pescoço; trazia, ao lado, uma foto da capa do manual bilíngue (japonês e inglês), que ensina várias maneiras, práticas, econômicas e rápidas, de se cometer um suicídio. Segundo o Pr. Diogo, já foram vendidos (livremente) mais de um milhão de cópias, especialmente entre jovens. Verdadeiramente, um manual para outra forma de "espetáculo grotesco com a vida do ser humano"! É o retrato daquele país, que tem muitas virtudes, entretanto parece-me falsamente chamado de "terra do sol nascente".

    Mas eu disse que a cena que ficou na minha mente era de contraste – contraste com uma segunda foto, um outro slide da apresentação. Também a de um japonês, homem, alto e esguio, de pé, vestido com um terno, aparentando ter entre 20 e 30 anos de idade, chamado "Ogata" (se entendi corretamente). Ele estava de pé, recebendo uma porção de água sobre sua cabeça, e derramando água 'sob' sua cabeça, mais precisamente a partir de seus olhos. Estava ele sendo batizado pelo Pr. Diogo Inawashiro, lá, no mesmo país do "sol nascente". Uma verdadeira cena de "sol nascente". Eu sei: você ainda não compreendeu a razão da impressão do contraste das fotos em minha memória.  Falta uma informação para isto. É que o copioso choro do Ogata, naquele momento, nem pelo Pr. Diogo havia sido bem compreendido. Precisou ele perguntar ao jovem por que tanta comoção. E ele explicou:

– Pastor, eu já havia, em 2009, tentado o suicídio por duas vezes, e consegui escapar das minhas próprias mãos. Neste ano de 2010, eu tencionava fazê-lo pela terceira vez, mas já estava estudando todo o método, de modo que eu mesmo não conseguisse falhar. E agora, no ano em que eu tencionava, definitivamente, tirar minha própria vida, acabei por ganhá-la, definitivamente! E isto é um outro tipo de (permitam-me a palavra, que vou usar num senso muito positivo e são) "espetáculo"! Aliás, um magnífico e tangente espetáculo – um "espetáculo de sol nascente"!

   Histórias como esta, dão um certo colorido à ordem bíblica (Mt 28.18-20), pelo que o Pr. Diogo está renunciando ao país onde nasceu – o Brasil – e partindo, dentre em breve, para o Japão, onde pretende dedicar o restante de sua vida. Trata-se de um "caminho de volta", em comparação com a emigração de seus ancestrais, a adoção temporária (e vitalícia) de uma nova pátria, com o fim de proclamar  a nova "pátria, superior, isto é, celestial" (Hebreus 11.16).  É emulador, é encorajador, ouvir o Pr. Diogo acerca do seu projeto. E a vontade irreversível de ser parceiro dele nesse projeto, já é uma realidade. Estas lembranças da semana me fazem pensar (de novo) na essência do ensino bíblico quanto à convencional divisão de nações. Aparentemente, tudo começou com Babel – e começou por causa da vaidade humana. Em Gênesis, vemos que, depois do Dilúvio universal, os líderes entre os serem humanos estimularam um contingente, e disseram: "Vinde, edifiquemos para nós uma cidade, e uma torre, cujo topo chegue até aos céus e tornemos célebre o nosso nome, para que não sejamos espalhados por toda a terra". (Gn 11.4)

 Mas, Deus não aprovou o plano humano, e interferiu. Interferindo, confundiu-lhes as línguas. Cada grupo, de cada língua, teve que se ajuntar à parte, e assim surgiram as nacionalidades grupais. Para o cético de Bíblia, isto pode até parecer fantasioso… Afinal, ele é cético mesmo… Mas, é curioso: não existe, até hoje, explicação mais razoável e consistente sobre como surgiram as nações e línguas. E estou certo de que jamais surgirá. Entretanto, Deus tinha planos maiores e mais avançados. Daquele grupo de nações, embrionárias, não surgiu aquela que seria por Ele privilegiada para receber a exclusividade do seu relacionamento, de sua comunhão, de sua revelação. Então, para atingir seu objetivo, resolveu Deus construir, constituir uma nação, que servisse, TEMPORARIAMENTE, aos seus propósitos. E assim, veio Israel, de Abraão, Isaque e Jacó. No entanto, a nação de relacionamento divino definitivo ainda deveria ser aguardada mais à frente, na História. E veio: com a vinda de Cristo, com o Pentecostes, essa nação definitiva passou a ter, também, sua constituição definitiva, em continuação a Israel. Certo número de líbios, de japoneses, de brasileiros, de ingleses, de árabes ou de judeus, a título de amostra, gente com passaporte terreno temporário, com cores diversas (o nosso ainda é verde?), têm agora um segundo passaporte – um passaporte de uma cor de tom "azul" que não existe no mundo, nem no espaço acima dele. É um azul único – o azul do "terceiro céu". Para os descendentes de Abraão, valeu a promessa: "Naquele tempo, diz o Senhor, serei o Deus de todas as tribos de Israel, e elas serão o meu povo". (Jr 31.1) Para os demais descendentes (líbios, japoneses, brasileiros, etc…), a adição nessa mesma promessa foi traduzida assim: "Depois destas coisas, vi, e eis grande multidão que ninguém podia enumerar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé diante do trono e diante do Cordeiro, vestidos de vestiduras brancas, com palmas nas mãos " (Apocalipse 7.9).

   Anote isto: haverá um tempo em que a luta líbia pela "libertação" de sua pátria, a lembrança do vai-e-vem de gerações entre Japão e Brasil, e outras convenções que tais, nada mais significarão. Haverá uma nova pátria, um novo país, uma nova nação, única para todos estes. É para ali que vamos, é para lá que caminhamos, é o lugar que aspiramos. "Pois eis que eu crio novos céus e nova terra; e não haverá lembrança das coisas passadas, jamais haverá memória delas. Mas vós folgareis e exultareis perpetuamente no que eu crio; porque eis que crio para Jerusalém alegria e para o seu povo, regozijo.E exultarei por causa de Jerusalém e me alegrarei no meu povo, e nunca mais se ouvirá nela nem voz de choro nem de clamor. (Isaias 65.17-19)

   A propósito, o hino de hoje é uma das versões, em Português, da mundialmente famosa melodia Londonderry Air. A melodia é uma tradicional composição musical irlandesa. Diversas letras já têm sido colocadas sobre a melodia. Uma das composições mais conhecidas de todo o meio evangélico em língua inglesa é "The Tender Apple Blossom", da autoria da irlandesa Katharine Tynan Hinkson (1861-1930). A versão em vernáculo aqui cantada é uma poesia de esperança. Desconheço quem a verteu.

Londonderry Air
LINDO PAÍS 
Melodia irlandesa tradicional

Há um país nas terras de além rio
Cheio de flores, de prazer e luz
É destinado às almas resgatadas
Lá não terão mais lutas nem mais cruz.

Pois é ali que a morte não mais entra
Nem mais pecado o brilho tirará
Jesus, o Rei dessas mansões tão lindas
Os salvos todos com prazer abraçará.

Lindo país, eu vejo a brisa mansa
Acariciar campinas e jardins
E embalar as palmas prateadas
Dos perfumados vales com jasmins.

E quando o sol se põe no horizonte
Eu julgo ver em sonhos esse lar
Vejo os amigos já ressuscitados
E todos nós o nosso Bom Jesus louvar!
E todos nós o nosso Bom Jesus louvar!

AudioPlayer online (Controle de volume à direita)

Bom Domingo, boa semana,
 Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil

ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 29 : “TUDO EM NOME DELE!”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 16 de Outubro de 2011

A delegação desportiva do nosso país tomou parte da abertura dos jogos panamericanos com estilo singular entre as demais 42 nações participantes. De olho nos dois eventos de escala mundial que ocorrerão aqui no Brasil, a partir de menos de três anos próximos, procurou passar a mensagem da sua riqueza e da sua variedade étnica e cultural. Uma imagem multicolor, como é a da bandeira nacional, destacou-se entre as demais delegações. Para acentuar, os dirigentes usaram esta mesma mensagem – a da variedade multicultural – quando escolheram um nipo-descendente para ser o cabeça da nossa delegação. Não deixou isto de levantar algumas controvérsias. Brasileiros de ascendência lusa, hispânica, ítala, germânica, coreana, entre outras, polarizaram um ridículo debate.Uns, talvez por sentimento de inveja, criticando a escolha. Outros, aplaudindo a iniciativa, repercutiram positivamente o fato. Alguns debates internéticos, só pelas amostras que vi, devem ter chegado a um clima acalorado. Alguns chegaram a defender que o único tronco, genuína e historicamente ascendente neste território “ocidental”, ao sul do equador, é o indígena. 

    Para as pessoas normais, que não cultivam tantas psicopatias anômalas (embora compreensíveis, sob o ponto de vista do que a Queda e o pecado produziram na raça humana), deve ter sido uma experiência de empatia positiva ver a família de Hugo Oyama em lágrimas, vendo-o carregar a bandeira brasileira, e puxar o pelotão branco-azul-verde-amarelo. Eu, que tenho em minha ascendência o suísso-germânico, mas também tenho o luso e ainda o indígena, fiquei pensando se deveria tomar partido… Neste caso, me restariam muitas dúvidas: quem sabe, deveria eu me anunciar como um descendente indígena-luso-suísso-germânico? Ou quem sabe, luso-indígena-suísso-germânico?  Hummm… Matematicamente, as combinações são múltiplas, se eu desconsiderar (para considerar) a ordem…

   Bem, você está lendo e não está me vendo, agora… Então, vc não vê que eu não consigo conter um sorriso, sorrateiro e maroto… Sabe por que? Simples, a razão: é que me vem à mente, junto com estas reflexões, a pergunta – E daí? Ou ainda – Quanto isso importa? Que diferença faz, muito objetivamente falando, se somos descendentes de “primeiro mundo”, de “segundo”, ou de “terceiro”? Que grande diferença faz, se somos índio-descendentes, ou afro-descendentes, ou nipo-descendentes, ou teuto-descendentes? Como diria um  primo meu (talvez não exatamente com estas palavras) – "isso vale nada!" Não estou me referindo a aspectos transitórios, como o legado histórico de uma cultura (não deixa de ter sua oportunidade de ser belo), ou os privilégios circunstanciais (como maior ou menor acervo familiar, dependendo do caso), ou regalias privativas (tais como as que são oferecidas, por força de lei discriminatória, de modo grotesco e bizarro, a segmentos populacionais, em concursos e universidades)… Nada disso. Nem me interessa levantar (ou mesmo alimentar) essa discussão aqui. Meu plano de percepção é outro.

   Me interesso em suscitar a questão –  “de que vale isso”, sob o aspecto da minúscula singularidade que representamos, no tempo e no espaço. Da ótica do tempo, essas convenções (lembremo-nos – começaram por causa de um movimento soberbo e vaidoso, o da torre de Babel) não representam coisa alguma, ante a ETERNIDADE. Diante do infinito do tempo, qualquer finito que seja, por mais “zeros” que se acrescente a qualquer conjunção de algarismos, é coisa alguma. É nada! Nada vezes coisa nenhuma, que resulta em zero mesmo !! A propósito, três declarações pétreas, do Livro: "Vós não sabeis o que sucederá amanhã. Que é a vossa vida? Sois, apenas, como neblina que aparece por instante e logo se dissipa." (Tiago 4.14) "Pois toda carne é como a erva, e toda a sua glória, como a flor da erva; seca-se a erva, e cai a sua flor; a palavra do Senhor, porém, permanece eternamente. Ora, esta é a palavra que vos foi evangelizada" (I Pe 1.24,25) "Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo.E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre." (I João 2.15-17)

  Tanto faz, para o teutônico “de estirpe”, para o japonês, para o bretão, para o celta, para o hindú ou para o indígena… Tanto faz, para o branco, para o amarelo, para o negro ou para o pele-vermelha (incluindo nisso a diversidade da cor do cristalino dos olhos), se vivemos 100 minutos, 100 dias, 100 meses, 100 anos ou 1000 anos. Ante a eternidade, qualquer que seja a longevidade, é nada. 'Nadinha', mesmo. Da ótica do espaço, também é simplesmente “nenhuma” a significância de termos nascido aqui, no lugar convencionalmente chamado de Ocidente, seja ao sul, seja ao norte do equador, ante a IMENSIDÃO da Criação. Ou, se nascemos na Europa, na África, na Ásia ou na Oceania. Nada importa, visto da perspectiva de que somos um planeta singular – caso único, se nascemos no entorno do Atlântico, ou do Mediterrâneo, no entorno do Mar do Norte, ou do Índico, ou do Pacífico; quer dizer: isto, visto do ângulo de que somos esse caso único da criação divina, no meio de um imenso sistema solar, minúsculo no meio de uma imensa galáxia chamada Via Láctea, minúscula no meio de uma "infinidade" de gasláxias, até maiores – é o que nos ensinam. Estamos todos no mesmo barco; ou melhor, estamos todos nesse mesmo barquinho, num oceano quase imensurável.  Somos todos passageiros desta nave globular, que transita num espaço ainda tão 'in-mensu', que alguns físicos (especialmente os evolucionistas-materialistas) teimam em supor que beira o infinito. E nossa navezinha – chamada planeta terra – vai navegando pelo espaço, sem que os passageiros (nós, humanos) possam interferir no seu rumo. O seu piloto é invisível do lado de cá, mas está presente, lá e cá, desde a criação do mundo, comandando o seu rumo, até que chegue o dia da nova criação.

   Lembrando a verdade que não muda: "Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser, sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, depois de ter feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade, nas alturas, tendo-se tornado tão superior aos anjos quanto herdou mais excelente nome do que eles. Pois a qual dos anjos disse jamais: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei? E outra vez: Eu lhe serei Pai, e ele me será Filho?" (Hebreus 1.3) Notou? Ele – Jesus Cristo – resplendor da glória divina, e expressão exata do Seu ser, é quem sustenta, pela palavra do Seu poder, todas as coisas que existem, toda a Criação. E, recebeu o Nome que está acima de todo nome… Seja no céu, na vastidão do universo, seja na terra, na suposta vastidão dos continentes e da sua história. O que, verdadeiramente, importa, é se conhecemos de verdade, de verdadeira comunhão, o “comandante”; se conhecemos de facto, aquele, que era no princípio, que é hoje, e que será eternamente; aquele que sempre tem estado com Deus, e que sempre tem sido Deus, ele próprio, por meio de quem todas as coisas foram criadas, e em cujas mãos está o destino de tudo. Nisto, se incluem as nossas vidas. É Ele, sim, quem tem (e o único que merece) as honras pelas prerrogativas que residem exclusivamente nele:

– É o Criador do universo

– É o seu Mantenedor

– É  também o seu Redentor

– É o preservador de nós outros, míseras criaturas, míseros humanos mortais, passageiros do mesmo barco, de existência, duração e segurança efêmeras.

– É também o julgador de nossas almas, de nossas ações, e de nossos corações.

 "Porque dEle, e por meio dEle, e para Ele são todas as coisas. A Ele, pois, a glória eternamente. Amém!" (Romanos 11.36) Certas nações, como o Brasil, reverenciam oficialmente (por meio de estipulação legal de um feriado nacional) a memória de Maria, a mãe de Jesus, segundo a natureza que Ele somou à sua eterna natureza divina. Mas, de acordo com a Bíblia, de acordo com as palavras do próprio Jesus, e de acordo com o reconhecimento até da própria Maria, Ele – Jesus – é quem realmente merece as maiores – e únicas – honrarias. Ninguém mais que ele. Tudo procede dEle, plenifica-se nEle, e converge nEle. "O Senhor conhece os pensamentos dos sábios, que são pensamentos vãos. Portanto, ninguém se glorie nos homens; porque tudo é vosso: seja Paulo, seja Apolo, seja Cefas, seja o mundo, seja a vida, seja a morte, sejam as coisas presentes, sejam as futuras, tudo é vosso, e vós, de Cristo, e Cristo, de Deus."(I Coríntios 3.20-23)

  "Pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos, como alguns dos vossos poetas têm dito: Porque dele também somos geração" (Atos 17.28)Se nascemos, e sobrevivemos, e crescemos – créditos para Ele! Se adquirimos uma profissão reconhecida, e honra entre os homens – créditos para Ele! Se somos brasileiros natos, ou afro-descendentes, ou teuto-descendentes, ou ítalo-descendentes, ou nipo-descendentes, ou qualquer-outra-coisa-descendentes, tanto faz – créditos para Ele! Se adquirimos bens, poucos ou muitos – créditos para Ele! Se temos apenas um teto onde morar, ou então muitos outros imóveis – créditos para Ele! Se o veículo em que nos movemos é um equino, ou uma bicicleta, ou um importado de alta tecnologia, tanto faz – créditos para Ele! Se constituímos família (que  “perpetua a nossa memória”), de novo – créditos para Ele! Enfim, seja qual for a circunstância – pois sempre é passageira, efêmera – os créditos não nos pertencem; pertencem ao autor e consumador da vida, das realizações e mesmo da fé! Precisamos pensar nisto. Precisamos propagar isto. Precisamos ser dominados por esta convicção. "Pois quem é que te faz sobressair? E que tens tu que não tenhas recebido? E, se o recebeste, por que te vanglorias, como se o não tiveras recebido?" (I Coríntios 4.7)

    O hino de hoje é uma verdadeira poesia. Tal poesia captura esse sentimento de pura e constante dependência de Cristo Jesus. Expressa essa convicção, a qual, com um ordenamento adequado da mente, e um alinhamento correto do coração, sintetiza tudo quanto foi lembrado nas passagens acima. A interpretação é na suave voz do grupo Heritage Singers, e faz parte do antigo vinil “New Creation”. Ouça (e acompanhe com a tradução, se precisar) … Ao“primeiro e último, o alfa e o ômega” (Apocalipse 22.13), seja a devoção e a glorificação das nossas vidas, em postura, palavras e ações!

ALL IN THE NAME OF JESUS
Stephen Adams, 1975

Truth and beauty, and happiness
Verdade, e beleza, e alegria
It’s all in the name of Jesus
Tudo é em nome de Jesus
Health and healing, peace and rest
Saúde e restabelecimento, paz e descanso 
It’s all in the name of Jesus
Tudo é em nome de Jesus
Joy and gladness, forgiveness too
Gozo e prazer, perdão também
Life everlasting and free
Vida eterna, e livre 
All that I've longed for and all I need
Tudo quanto tenho almejado e tudo quanto preciso
It’s all in the name of Jesus
Tudo é em nome de Jesus

Care and comfort, healing and grace
Cuidado e conforto, cura e graça
It’s all in the name of Jesus
Tudo é em nome de Jesus
Welcome, and pardon, a hiding place
Bem-estar, desculpa, um lugar de refúgio
It’s all in the name of Jesus
Tudo é em nome de Jesus
Warmth and sunshine, friendship true
Calor [fraterno] e luz do sol, companheirismo verdadeiro
Fulfillments and blessing untold
Realizações e bênçãos inauditas
Hope for tomorrow and help for today
Esperança para o amanhã e esperança para o hoje
It’s all in the name of Jesus
Tudo é em nome de Jesus

CORO
Jesus, Oh Jesus, He's here and He'll show you the way
Jesus, oh Jesus, Ele está presente, e Ele mostrará o caminho 
Jesus, Christ Jesus, He's all that you need today!
Jesus, Cristo Jesus, Ele é tudo quanto você precisa hoje!
Jesus, Oh Jesus, He's here and He'll show you the way
Jesus, oh Jesus, Ele está presente, e Ele mostrará o caminho 
Jesus, Christ Jesus, He's all that I need today!
Jesus, Cristo Jesus, Ele é tudo quanto eu preciso hoje!
The Name of Jesus is all I need today!
O Nome de Jesus, é tudo quanto eupreciso hoje!

AudioPlayer online (controle de volume à direita)

Bom Domingo, boa semana,
Ulisses
 

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil

ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 28 : “ALÉM DO CREPÚSCULO…”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 09 de Outubro de 2011

Nesta semana, uma repercussão mundial acompanhou o passamento do gênio Steve Jobs. Com "apenas" 56 anos de idade, Jobs foi vencido por uma batalha de 7 anos contra o câncer pancreático, câncer esse que chegou a afetar o fígado, exigindo até um transplante. Nada adiantou. O mundo inteiro tem alguma coisa, algum apetrecho, em casa, no carro, no seviço, seja lá onde for, a lembrar Steve Jobs. Sua vida passou a ser mais esquadrinhada, com lembranças dos seus feitos e façanhas. Por uma delas, destaques reverberaram pela TV, por ter sido paraninfo da turma 2005 da renomada Universidade de Stanford. Mesmo com o seu próprio abandono inconcluso da universidade, a honraria de paraninfo lhe propiciou um discurso que marcou época, para ficar na história – é o que muitos dizem. Aqui, copio algumas das declarações do seu discurso:

Às vezes a vida te bate com um tijolo na cabeça. Não perca a fé. Estou convencido de que a única coisa que me fez continuar foi que eu amava o que eu fazia. Você precisa encontrar o que você ama… continue procurando até encontrar, não pare". 

“Você não pode conectar os pontos olhando para a frente; você só pode conectar os pontos olhando para trás. Assim, você precisa acreditar que os pontos irão se conectar de alguma maneira no futuro. Você precisa acreditar em alguma coisa – na sua coragem, no seu destino, na sua vida, no karma (sic), em qualquer coisa. Este pensamento nunca me deixou na mão, e fez toda a diferença na minha vida.” 

“Lembrar que eu estarei morto em breve é a ferramenta mais importante que eu encontrei para me ajudar a fazer grandes escolhas na vida. Por que quase tudo – todas as expectativas externas, todo o orgulho, todo o medo de se envergonhar ou de errar – isto tudo cai diante da face da morte, restando apenas o que realmente é importante. Lembrar que você vai morrer é a melhor maneira para eu saber evitar em pensar que tenho algo a perder. Você já está nu."

“Isto foi o mais perto que cheguei da morte e espero que seja o mais perto que eu chegue nas próximas décadas. Tendo passado por isso, posso dizer agora com mais certeza do que quando a morte era apenas um conceito intelectual: ninguém quer morrer. Até mesmo as pessoas que querem ir para o céu não querem morrer para ir para lá. Ainda, a morte é um destino que todos nós compartilhamos. Ninguém conseguiu escapar dela. E assim é como deve ser porque a morte é talvez a melhor invenção da vida. É o agente que faz a vida mudar. É eliminar o velho para dar espaço ao novo." 

   Interessante, a perspectiva. Tem algo de muito positivo: A perspectiva de que a vida é passageira, e de que algo, comum a todos, põe termo a ela; também, de que a expectativa de que a morte, que lhe poderia chegar mais rápido do que imaginava anos antes (como chegou), se tornara um estimulante para valorizar a vida, e encorajar os passos mais significativos, os saltos mais ousados, a busca mais intensa do futuro que vale a pena. Pena que ele, pelo menos naquele ponto da sua própria vida (por volta dos 50 anos de idade), o ensino por ele recebido em sua infância, adolescência e parte de sua mocidade na Igreja Luterana (do Sínodo de Missouri) havia sido mesclado com crenças orientais frontalmente em desacordo com a Palavra de Deus. Por exemplo, a crença de que a morte é uma pedra de passagem para uma existência subsequente de aperfeiçoamento, reencarnada, num ciclo sucessivo de ocorrências (samsara), até que se chegue a essa perseguida perfeição, mediante libertação da matéria (nirvana). Crer nisto é crer em algo que contraria frontalmente o ensino da Escritura, a Palavra de Deus.

   De fato, a Palavra de Deus proclama – "Preciosa é, aos olhos do Senhor, a morte dos seus santos!" (Salmo 116.15). Isto oferece garantia de que ela não nos amedronta, não nos apavora, não infunde desespero. Mais que isso: passar por ela significa (ou significará) passar pelo processo que Paulo chama de semeadura para a vida eterna. "Semeia-se o corpo em corrupção; ressuscita em incorrupção; semeia-se em desonra, ressuscita em glória; semeia-se em fraqueza, ressuscita em poder" (I Coríntios 15.42,43). Neste caso, tal como assevera a Palavra eterna do Infalível, o Imutável, o Soberano: Não há novo ciclo de existência neste mundo. Não há segunda chance. Daqui, para a eternidade, nada mais (ou nada menos) do que isso. Estamos numa rota – Jobs estava certo, mas pelas premissas erradas – que não proporciona retorno. E daí? Que diferença faz? Muita, muita mesmo. O tipo de esperança que nutrimos aponta para o cenário que esperamos. O apóstolo afirma ainda (e nos convida a fazer a mesma afirmação, com o mesmo brio): "Porque sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos de Deus um edifício, uma casa não feita por mãos, eterna, nos céus. E por isso também gememos, aspirando por sermos revestidos da nossa habitação celestial" (II Coríntios 5.1). E depois? Depois, não é como disse Carlos Drummond de Andrade – "morreu, acabou, não tem mais nada! " Definitivamente, não! Após a morte, vem a ressurreição. Após a ressurreição, seremos empossados em nossa habitação celestial. Não será necessário um "MST" – cada um terá seu título, sua posse, sua habitação. E ela será magnífica!

    O que significa, na mente de alguém que não conhece de verdade como é um cristão, como é a esperança da vida eterna, asseverar que mesmo aquele que quer ir para o céu não quer morrer para lá chegar ? Será verdade?  E, se for, que tipo de verdade é? Que tipo de qualificação, de ressalva, deve acompanhá-la . É preciso que fique claro: não somos como quem não tem esperança! E mais: essa esperança não é uma mera expectativa do que aspiramos… É muito mais do que isso: é uma firme convicção em cima das promessas daqu'Ele que não falha… E não falha, simplesmente por causa de quem Ele é: Ele é Deus! Deus é Deus! Se Deus é Deus, é o criador; se é o criador, é o Todo-Poderoso. Se é o Todo-Poderoso, Ele não falha, nem tampouco Sua promessa, Sua  Palavra! Então, de novo, a pergunta – E depois? Depois é Deus, é a vida eterna, é o paraiso, é a habitação celestial. "Nós, porém, segundo a sua promessa, esperamos novos céus e nova terra, nos quais habita justiça.Por esta razão, pois, amados, esperando estas coisas, empenhai-vos por serdes achados por ele em paz, sem mácula e irrepreensíveis, e tende por salvação a longanimidade do nosso Senhor… A ele seja a glória, tanto agora, como no dia eterno" (II Pedro 3.13,14,18).

   Numa tarde de 1936, em sua casa nas cercanias de Winona Lake, estado de Indiana (EUA), Virgil Prentiss Brock e sua esposa Blanche Kerr Brock receberam os primos Horace Burr e sua esposa, Grace, para um jantar. Da varanda de sua casa, Virgil e Blanche sempre podiam ver o pôr-do-sol. Mas, naquele entardecer, houve um belíssimo, não usual pôr-do-sol. Incomum mesmo. Com o comentário de Virgil, sobre a beleza do cenário, Horace acrescentou: – De fato, eu mesmo nunca vi um pôr-do-sol tão lindo. Virgil registrou o acontecimento assim falando: – Naquele momento, nós três não sabíamos o que dizer – se concordar, se achar graça, ou se engolir em seco… [A questão que os atordoava era – Horace era cego]. Virgil arriscou-se a dizer que a muita gente era incompreensível quando Horace, cego que era, pudesse fazer uma afirmação como tal. E Horace, com a mesma serenidade, apenas respondeu: – Mas eu vejo; sim, eu vejo, através dos olhos dos que os têm; e não apenas isto: eu consigo ver além do que os olhos deles vêem – agora, por exemplo, eu vejo além do crepúsculo" Isto foi suficiente para que Virgil, com a ajuda de sua esposa, compusesse esse que considera o seu predileto hino. Aqui, vai acompanhado do belíssimo poema declamado por George Younce (1930-2005), já nos seus últimos anos de vida, ao meio do hino. Detalhe: no auditório, estava a esposa de George, Clara que, cerca de apenas 2 ou 3 anos depois, veria seu esposo partir. George era cardíaco, e dependia de 3 diálise renais por semana.

BEYOND THE SUNSET (1936)
ALÉM DO CREPÚSCULO
Virgil Prentiss Brock (1887-1978)  & Blanche Kerr Brock

Beyond the sunset, O blissful morning, when with our Saviour heaven's begun.
Além do crepúsculo, que abençoada manhã, quando, com nosso Salvador, terá início o céu 
Earth’s toiling ended, O glorious dawning; beyond the sunset, when day is done.
As labutas terrenas findaram, ó glorioso alvorecer; além do crepúsculo, quando o dia chegar.

SHOULD YOU GO FIRST – A. K. ROWSWELL (elocução de George Younce)
SE FOR VOCÊ PRIMEIRO
Should you go first and I remain to walk the road alone
Se for você primeiro, e eu ficar, para caminhar sozinho a estrada 
I'll live in memory's garden, dear, with happy days we've known

Viverei no jardim das memórias, querido(a), dos dias felizes que desfrutamos
In spring, I'll watch for roses red, when fades the lilac blue

Na primavera, vou aguardar pelo rubro das rosas, quando fenece o azul dos lírios
And, in early fall when brown leaves call I'll catch a glimpse of you

E, logo ao início do outono, quando as folhas marrons o anunciam, terei um rápido vislumbre de você…

Should you go first and I remain, to finish with the scroll
Se for você primeiro, e eu ficar, para terminar a jornada
No lenghtening shadows shall creep in to make this life seem droll

Nenhuma sombra prolongada há de se esgueirar prá fazer esta vida parecer mais divertida
We've known so much of happiness, and we've had our cup of joy

Já tivemos bastante suprimentos de alegria, e também o nosso cálice de regozijo
But, memory is one gift of God that death cannot destroy.

Mas, memória é um dom de Deus que a morte não pode destruir.

Should you go first and I remain, for battles to be fought…
Se for você primeiro, e eu ficar, para batalhas que ainda precisam ser enfrentadas
Each thing you've touched along the way will be a hallowed spot

Cada coisa que você tiver tocado ao longo do caminho será um símbolo sagrado 
I'll hear your voice, I'll see your smile, and though blindly I may grope,

Ouvirei sua voz, verei seu sorriso, e ainda que um tanto cego eu venha a tatear 
The memory of your helping hand will buoy me on with hope.

A lembrança de sua mão ajudadora há de balizar me à frente com esperança

Should you go first and I remain one thing I'd have you do
Se for você primeiro, e eu ficar, preciso que você faça uma coisa
Walk slowly down that long, long path, for soon I'll follow you

Vá devagar, no caminho daquela longa, longa jornada, pois logo te seguirei 
And, now, I want to know each step you take that I may walk the same

E, então, quero saber de cada passo que você der, para que eu possa fazer o mesmo
For someday, someday down that lonely road you'll hear me… call your name!

Pois, um dia, um dia, ao fim daquela longa jornada, você vai ouvir… chamar teu nome!

Beyond the sunset, O glad reunion, with our dear loved ones who’ve gone before.
Além do crepúsculo, ó feliz reunião, com os nossos mui amados que partiram antes de nós
In that fair homeland we’ll know no parting; beyond the sunset for evermore!
Naquela ditosa morada, já não mais saberemos o que é 'separação'; além do crepúsculo, para sempre e sempre!

AudioPlayer online (controle de volume à direita)

Bom Domingo, boa semana,
 Ulisses 

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil

ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 27 : “NÃO TE ASSOMBRES… ELE TE AJUDARÁ!”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 02 de Outubro de 2011

 Recebi, de ontem para hoje, uma MSG esperada há vários dias. Veio do Pr. David Cordeiro, hoje pastoreando em Cândido Abreu, Paraná. David, um baiano destemido, foi meu aluno alguns anos atrás, no seminário. Depois de ordenado, foi ele desafiado a assumir o campo missionário na cidade de Colniza, MT. Esta cidade, situada na divisa com o Amazonas, foi emancipada em 1998. Seu surgimento faz parte da desoladora história da ocupação da floresta amazônica, com a derrubada das matas para exploração da madeira e das riquezas do solo. Quando surgiu, era apenas borda da Amazônia; hoje, a borda está bem acima. Colniza é também conhecida por ter sido identificada pela OEA, pouco tempo de sua emancipação, como a "cidade mais violenta do país", dada a taxa de homicídios per capita.

   A razão da minha expectativa com a mensagem recebida da parte do pastor David, eu conto logo… No primeiro semestre de 2010 ele fazia parte de um elenco de cerca de 26 missionários, desbravadores, espalhados pelo território brasileiro, aos quais levamos mensalmente uma singela contribuição de apoio. Sua esposa, Alenice, é mineira, cuja família reside "aqui" em Betim. Naquela ocasião, tiveram a feliz notícia de que seu primogênito estava a caminho. Numa de suas viagens, quando ela contava com seus cinco meses de gravidez, estando na cidade de Juína (MT), resolveram encaminhar-se a um médico, a fim de fazer um pré-natal. Por ser Juína um centro bem maior que Colniza, isto seria mais estratégico. E lá foram eles. Entre os procedimentos, um ultrassom corriqueiro. Bem: corriqueiro na rotina de o fazer, mas não tanto no resultado. O médico teve a imediata suspeita de que algo estava, digamos (usando palavras dele)  … "errado" ! – Tem algo errado aqui !!!  Acho que vcs vão ter um bebê "diferente" do previsto…        – "Diferente" ? Como assim, "diferente", doutor? – Acho que o bebê de vcs é anencéfalo. Talvez seja melhor fazer outros exames para constatar e, se for o caso, "tirá-lo". [ Esclarecimento, talvez desnecessário: “Anencéfalo” significa “sem cérebro”. É o caso de fetos que, em seu sistema nervoso central, não dispõem de cérebro (ou dispõem minimamente, ou muito diminuto), senão apenas, na maioria dos casos, apenas do aparelho cervical e da base cerebral da coluna]. Foi mais ou menos assim a palavra médica – curta e direta ao assunto. Desnecessário dizer que a esposa do missionário, no auge dos sonhos de ter seu primogênito, não estava preparada para a "surpresa". Mas, que "tirá-lo", que nada. "Se Deus quiser que seja assim, que o seja! " Entretanto, seria, mesmo, verdade? E agora? Dilema: seguir viagem para Colniza, lá na longínqua fronteira com o Amazonas, ou voltar para Belo Horizonte, e "tirar a prova dos nove"? E as orações? Deus não é o mesmo, ontem, hoje e sempre? Deus não é Deus de poder? Não é Deus de milagres? Não "pode muito, em sua eficácia, a súplica do justo"

   Quando de volta a Betim, o médico de cá confirmou o diagnóstico, desta vez com um pouco mais de parcimônia e diplomacia. À exceção do milagre, e à exceção da "intervenção", somente uma de duas coisas a fazer: Esperar, e cuidar, esperando somente pelo milagre… ou … esperar, e cuidar, mesmo SEM o milagre. David e Alenice resolveram optar pela segunda via. Todo o pré-natal foi finalizado aqui em Betim, e o bebê nasceu. Nasceu, mas nasceu com tempo marcado para deixar aqui seus pais, de coração angustiosamente apertado, mas "miraculosamente" confortado, e partir logo para encontrar-se com Aqu'Ele que assim o fizera. E Deus o levou. "Graças te dou, visto que por modo assombrosamente maravilhoso me formaste; as tuas obras são admiráveis,e a minha alma o sabe muito bem!" (Salmo 139.14). Como se haveria de pensar nisto, numa hora dessas ?…Talvez só quem tenha o privilégio  de ter filhos, digamos, "diferentes", pode aquilatar que privilégio ("diferente") é esse – durem eles o quanto durarem. E, ademais, milagres até podem acontecer, mas o fato básico que os caracteriza como "milagres" é por fazerem parte daquela porção da Providência divina que chamamos de "extraordinária". Se fosse "ordinária", não seria com milagres. Seria, meramente, providência, pertencente à ordem natural das coisas.Deus não o quis. Ou, com outras palavras: "O Senhor o deu, o Senhor o tomou; bendito seja o nome do Senhor!" (Jó 1.21)

   A ciência hoje se debruça sobre este, digamos, "problema". Normalmente, os prognósticos indicam expectativa de vida de horas ou poucos dias. Mas, para "apanhar os sábios na própria astúcia deles", Deus proporcionou que a pequena anencéfala Marcela de Jesus (sic) Ferreira, em Ribeirão Preto, desse alegrias por 01 ano e 08 meses à sua casa, sobrevivendo inclusive com respiração natural (para o espanto dos "doutores).[ Nota: um dia posso contar o porque desse "sic" aí acima… ]

   Mas, deixemos o fenômeno do anencefalismo de lado. Hoje, depois de um ou dois emails em que meu querido ex-aluno me pediu sigilo, de uns meses para cá, até que tudo se consumasse na nova etapa, dão-me conta, ele e Alenice, da nova dádiva de Deus na vida deles: acaba de nascer "Isabel", forte e saudável. A propósito: "Isabel", que era o nome da mãe de João Batista, significa "dádiva de Deus", e o nome se origina da confiança naqu'Ele "que cumpre Suas promessas!" A experiência do povo de Deus mostra que, de forma independente daquilo que lhes sucede, é a poderosa mão de Deus que está por sobre. De modo nenhum ela se aparta. É o olhar de Deus que supervisiona e superintende tudo, por mais incompreensível que cada ocorrência diária, por Ele mesmo proporcionada, se apresente, em seus dissabores peculiares. A promessa é a mesma de outrora: "Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel". (Isaías 41:10)   "A minha destra fiel"… "A minha destra fiel"… "A minha destra fiel"… "Eu te sustento com a minha destra fiel", diz o Todo-Poderoso, o Fiel, o Imutável, o Todo-E-Sempre-Sábio. "Não te assombres" quer dizer, não te espantes. A vida é assim, mas não te assombres. Nós somos instrumentos do Criador para trazer outros pequenos seres humanos ao mundo, para nele viverem. Eles vão crescendo, e vão ocupando nossos lugares, assim como fomos ocupando os lugares dos que nos antecederam, e já deixaram este mundo. Mas, penso (talvez eu esteja pensando um tanto e meio atrasado) que deveríamos, desde cedo, ir preparando nossos filhos para enfrentar a vida de um jeito um pouco mais eficiente. Como disseram ao Amir Klink, quando tencionou ele atravessar sozinho, num pequeno barquinho a remo, os 7000 km do Oceano Atlântico (da Namíbia ao Brasil). As vozes mais encorajadoras não deixaram de advertir o quão perigoso e traiçoeiro é o mar. Mas, encorajaram, pregando cada cuidado que deveria ter. Depois que concluiu a inusitada jornada, feita em cerca de cem dias, exclamou: "O mar não é um obstáculo – é um caminho!" Nessa advertência a ser pregada aos nossos filhos (e eles, aos seus), cabe bem a palavra: "Não te assombres – eu estou contigo! " Porque, a tendência de nos assombrarmos nos acompanha, como a própria sombra.

    Deus foi com Pr David e Alenice, durante  a dura jornada de mais quatro meses, até que seu bebê ("diferente") veio a nascer.  Ele foi o mesmo Deus que, não só a eles, mas a todos os que, em meio a uma existência que tem todo tipo de assombro e espanto, ainda afirma:- " … Eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel ! " 

   Agora, vamos ao hino de hoje: Ele surgiu por causa de um apelo feito por um jovem recém-convertido a Cristo. Ele pedia aos conselheiros ajuda, pois tinha intenso temor de que não daria conta de levar adiante a fé, diante de tantas "ciladas" da vida. Miss Ada Ruth Habershon, que o compôs, se referiu ao texto acima, de Isaias 41.10.Robert Harkness pôs-lhe a música, e foi cantado primeiramente numa campanha evangelística com cerca de 4000 presentes. Ada Ruth Habershon era uma compositora britânica, que assistia ao Metropolitan Tabernacle, onde Charles Spurgeon pregava. A convite de D. L. Moody, visitou também os Estados Unidos, e acompanhou algumas das campanhas. Compôs vários hinos nelas usados. Robert Harkness era pianista australiano, domiciliado na Escócia e depois nos EUA; foi ele quem pediu a Ada Ruth uma composição com o fim atendido. Abaixo, uma das versões em Português (eu gosto mais da versão do Cantor Cristão),bem como a composição original, em inglês. Interessante a convicção calvinista da autora no último verso, cuja ênfase é maior no poema original.

He Will Hold Me Fast
Cristo Ajudará (1906)
Ada Ruth Habershon (1861-1918) & Robert Harkness (l880-1961)

1. Vacilando minha fé,
   Cristo ajudará.  
   Perseguido, sem mercê, 
   Cristo ajudará.

CORO: Cristo ajudará,
      Sim, me ajudara!
      Seu amor por mim não muda;
      Sempre ajudará.

2. Crente inútil eu serei
   Se não me valer,
   Nem serviço prestarei,
   Sem o Seu poder.

3. Com Seu sangue me comprou, 
   Não me deixará;
   Vida eterna me outorgou; 
   Sim, me ajudará.

1. When I fear my faith will fail,
    Christ will hold me fast;
    When the tempter would prevail,
    He can hold me fast.

2. Refrain : He will hold me fast,
    He will hold me fast;
    For my Savior loves me so, 
    He will hold me fast.

3. I could never keep my hold,
    He will hold me fast;
    For my love is often cold,
    He must hold me fast.

4. I am precious in His sight,
    He will hold me fast;
    Those He saves are His delight.
    He will hold me fast.

5. He’ll not let my soul be lost,
    Christ will hold me fast;
    Bought by Him at such a cost,
    He will hold me fast.

AudioPlayer online (controle de volume à direita)

Bom Domingo, boa semana,
 Ulisses 

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil

ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 26 : “QUEM OUSARIA DIZER?”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 25 de Setembro de 2011

Há alguns ditados que aprendemos a repetir pela vida: – "Água mole em pedra dura, tanto bate, até que fura…" – "Quem ri por último, ri melhor…" – "Nem tudo o que reluz é ouro!" – "Em terra de cego, quem tem um olho é rei… " E por aí vai… Há algumas letras de músicas, há algumas frases marcantes, que costumam não sair da memória. E, não saindo, são fáceis de se repetir. Fáceis, e frequentes. Como exemplo, algumas das cantigas que nossos pais usaram em nosso período de infância, e que tornamos a usar com nossos filhos. Há imagens que marcam, e não saem da mente tampouco. Por exemplo: Um acidente visto pela TV, é uma coisa. Um acidente visto em caso real, é outra coisa. Creio que me lembro de todos os que já vi… Mais marcantes ainda foram aqueles que presenciei na estrada, em que aconteceram óbitos. Não saem da memória. 

    Há algumas afirmações bíblicas que são também presença frequente, seja na memória, seja na nossa repetição."O Senhor é o meu pastor, e nada me faltará ", frase tirada do Salmo 23  é uma construção de palavras que anda na ponta da língua de qualquer cristão. Assim são também algumas outras afirmações bíblicas. Mas há um tipo de afirmação bíblica desafiadora. É desafiadora por ser comprometedora. E se é comprometedora, é porque confronta interesses e inclinações usuais do nosso dia-a-dia. O exemplo que vou citar é o da última afirmação que há na Escritura, antes apenas da invocação final da graça de Cristo. A afirmação é: "Amém! Vem Senhor Jesus!  [Maranatha] (Apocalipse 22.20) O texto sagrado, depois de 1187 versículos, e antes apenas do que fecha a revelação, proclama este desiderato. Acredito piamente que todos os crentes em Jesus Cristo já leram (ou ouviram ler) essa afirmação derradeira da Palavra. Mas acredito também que não são muitos os que, dentre esses, fazem destas palavras uma expressa aspiração sua. É preciso cultivar um certo tipo de ânsia diante do Eterno e Altíssimo para o fazer. Em que este tipo de afirmação é desafiadora? Na medida em que confronta nosso apego ao mundo presente. Veja como são desafiadoras as afirmações do apóstolo:  "Porque, para mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro" (Filipenses, 1.21) No mesmo livro e capítulo ele acrescenta : "Ora, de um e outro lado, estou constrangido, tendo o desejo de partir e estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor" (verso 23).

   Há algumas condicionantes necessárias para se entender tais afirmações.Uma delas é o desprendimento: o apóstolo, em que pese serem estas palavras inspiradas por Deus, vivia e respirava desprendimento desta vida, e anseio ardente pela vindoura. Ele mesmo declarou que desprezou tudo, e a tudo considerou refugo, por causa do Reino de Cristo e o seu amor. Outra condicionante é o "viver" : o fato de ele afirmar que o viver é Cristo já elimina a possibilidade de sua expectativa ser um mero escapismo da vida.O viver é Cristo. Logo, enquanto vivesse, viveria com ele e por ele (II Coríntios 5.15). Mais outra condicionante é a diferença de valores : se o viver é Cristo, o morrer é "lucro", quer dizer, "vantagem" – saio ganhando muito com isso – seria o equivalente. Essa é a razão da expectativa dos peregrinos que confessam estar procurando uma pátria superior, isto é, celestial, da qual Deus é o arquiteto e o edificador (à semelhança de Hebreus 11).   

   O apóstolo, os peregrinos de Hebreus, são todos paradigmas dos cristãos de todos os tempos, todas as eras, que anseiam pela "aurora do grande e glorioso dia" da vinda de seu Rei-Redentor. "Sou forasteiro aqui, em terra estranha estou, celeste pátria, vi, é para onde vou", é o refrão que vem à sua mente a cada novo dia.E não pode ser diferente. Afinal, estamos neste mundo, mas não pertencemos a ele. O que há, por aqui, que pode nos fazer amar mais o presente século, o presente mundo, do que a pátria que aguardamos? O que há por aqui que seja melhor do que por lá? O que podemos conquistar neste mundo que mais valor tem do que os valores da vida porvir? Quem podemos anelar mais do que a Cristo ? Por que razões "maranatha" não é uma expressão constante de quem ama a Cristo, e aguarda por ele? Somos daqueles que devem viver "aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo " (I Ts 2.13). É lícito enfrentar, com envolvimento pleno, a lufa-lufa de Segunda a Sexta (ou de Segunda a Sábado): o ascetismo medieval se mostrou uma prática insana e superada para promover comunhão intensa entre discípulos e seu Senhor. "Mas não podemos esquecer de que "a nossa pátria está nos céus, de onde aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo" (Filipenses 3.20).

    O hino que segue anexo hoje é uma composição marcante, datada de 1971. O casal que o compôs tem várias composições proclamando, exaltando a volta de Cristo. Aqui, ocorre através da gravação de uma apresentação ao vivo num grande auditório da Irlanda, com o grupo que estava junto com os compositores, acompanhados de grande coral. Na letra abaixo, coloco algumas expressões entre colchetes. São apenas qualificações pessoais do tradutor. Mesmo correndo o risco de extrapolar a intenção dos autores, esses colchetes servem para dar uma maior consistência bíblica à afirmação poética, evitando que se abrigue um entendimento equivocado dela, em relação ao que a Bíblia ensina sobre o assunto.

   A primeira ocorrência se refere ao grande dia do coroamento [final] do Rei; como a Bíblia ensina que ele JÁ reina desde que foi entronizado no céu (At 2.33), mas que AINDA há de subjugar por completo todos os inimigos debaixo dos seus pés (I Co 15.25), o acréscimo na tradução tem por fim assinalar esta distinção escatológica. O último dos últimos inimigos é a própria morte, quando ele há de consumar o triunfo do seu reino.

   A segunda ocorrência pontua o fato de que, no evento da "aurora daquele grande e glorioso dia", contemplaremos a face de Cristo, mas não para perder de vista depois essa contemplação; jamais! Haveremos de contemplá-lo de uma vez por todas e para todo o sempre! 

   A terceira assinala algo que deve ser lembrado : no momento presente, segundo o que ensina a Escritura, há dois estados para os  "santos": o estado da "graça", que se refere aos "santos" hoje presentes no mundo, embora sob graça, os quais aguardam ardentemente o dia do encontro com seu Senhor, que será o dia de seu "descanso definitivo"; mas há também o estado de  "glória intermediária", referente ao descanso que já gozam as almas dos santos que partiram, embora seus corpos ainda aguardem a ressurreição. Isto não é definitivo, porque AINDA não é o "novos céus e nova terra", a ressurreição. Entretanto, tanto estes como aqueles, a partir da "aurora daquele grande e glorioso dia", hão de ser conduzidos ao estado triunfal da glória – alma e corpo ressurretos, transformados – para o Descanso Final da Vida Eterna. O que mais chama a atenção no hino é a "ousada" declaração, que aclama – "[bem que] poderia ser este o dia!". Quem mais o diria? Não são muitos os crentes que o ousariam, com  santa ousadia…

THIS COULD BE THE DAWNING OF THAT DAY! (1971)
PODERIA SER ESTE MOMENTO A AURORA DAQUELE DIA
Bill & Gloria Gaither

A parade began at Calvary
Uma parada (marcha) começou no Calvário
The saints of all the ages fill its ranks
Os santos de todas as eras preenchem suas fileiras
For the sands of time they're marching
Pelas areias do tempo eles estão marchando
To their King's great coronation
Para o dia do grande coroamento [final] de seu Rei
And this could be the dawning of that day
E poderia ser este momento a aurora daquele dia!

Coro:
This could be the dawning of that grand and glorious day

Poderia ser este momento a aurora daquele dia!
When the face of Jesus we'll behold
Quando contemplaremos [para sempre] a face de Jesus
Dreams and hopes of all the ages are awaiting His returning
Sonhos e esperanças de todos os tempos estão aguardando sua volta
And this could be the dawning of that day!
E poderia ser este momento a aurora daquele dia!

All the saints are getting restless
Todos os santos [aqui] ainda estão sem [seu definitivo] descanso
They're not bound by shackles forged of earthly gold
Eles não são detidos pelas algemas forjadas com o ouro terreal
Since that day they knelt at Calvary
Desde aquele dia em que eles puseram-se de joelhos perante o Calvário
They've been pilgrims ever wandering
Eles têm sido peregrinos vagueando
Just looking for a place to rest their souls
Tão somente esperando pelo lugar em que suas "almas" hão de descansar!

AudioPlayer online (controle de volume à direita)

Obs.: Se vc quiser ver esta apresentação, clique em => http://www.youtube.com/watch?v=hxEFd7dTg4k

Bom Domingo, boa semana,
 Ulisses 

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil

ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional