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Author Archives: Priscila

N° 45 : “ADEUS À CARNE…”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 19 de Fevereiro de 2012

 É "carnaval"… Pelo jeito,  tá cada vez pior… "Carnaval" é uma festa de origem pagã ou religiosa? Cristã ou anti-cristã? Vamos pelo começo: O cristianismo medieval, infelizmente, foi se afastando cada vez mais do cristianismo apostólico. Um dos sintomas desse afastamento, foi a incorporação, no "calendário" religioso, cada vez mais repleto de cerimonialismos fúteis, de festejos populares; para tanto, davam-se-lhes feições religiosas. Ora, no mundo grego havia um festejo pagão desde os tempos pré-socráticos. Os gregos celebravam, com oferendas aos "deuses" da fertilidade (do homem e da terra) as suas devoções. E as celebrações eram bastante "carnais". Os romanos, que já gostavam de festas (e como gostavam, principalmente as nababescas), copiaram o costume dos gregos. Os cristãos, seguindo o legado de suas origens hebraicas, consideravam tais festejos duplamente abomináveis a Deus. Mas, eis que veio o período da Idade Média, a "idade das trevas". Por que não transformar o gosto popular em algo útil à religião? E assim, por ordem de um bispo cristão romano, que se considerava maior em autoridade que outros, determinou-se uma adaptação para incorporar o festejo popular ao religioso. Daí em diante, seria uma festa de liberdade, para servir de "preparo" aos "cristãos" à sequência de 40 dias vindouros, o jejum de quaresma. Entre os variados rigores da Quaresma cristã, a exigência da abstenção de carne. Daí o nome – carne (ou caro) + levare (ou levale), que o latim de diversas formas designava, para indicar o "adeus à carne". Desse modo, a festa passou a servir para esbaldar, enquanto não chegava o rigor da abstinência dos quarenta dias. Os bispos romanos mais exigentes passaram a incluir também  outro tipo de abstenção, no período. Daí, a liberdade (ou libertinagem) dos dias antecedentes à Quarta-feira, primeiro dia da Quaresma, o jejum da carne. Parafraseando o célebre Antoine Lavoisier, neste mundo perdido nada se perde, nada se cria, tudo se copia! Então, cristãos nominais das nações ocidentais copiaram a licenciosidade dos gregos e romanos para, com o passar dos tempos, virar isso que hoje se vê. "Que se vê" é maneira de dizer, porque, em verdade, não merece ser visto…

    Os gregos dos tempos imediatamente anteriores à vinda de Jesus ao mundo (e até contemporâneos) se dividiam quanto ao ensino platônico: de um lado, levando ao pé-da-letra a ideia da inutilidade da carne (ou, utilidade meramente temporária), pregavam uma espécie de alienação do mundo, de qualquer tipo de prazer, e uma sublimação rigorosa do espírito – eram os estóicos. De outro lado, rejeitando os postulados platônicos, estava os opositores; estes pregavam que só há sentido na vida se ela for bem aproveitada, regiamente aproveitada, com liberdade franca aos sentidos, ao sensual – eram os epicureus. Para os primeiros, a carne é carcaça descartável; para os segundos, ela é a verdadeira sede das virtudes que merecem ser cultivadas. A propósito, a mentalidade que comanda o carnaval moderno (e o Big Brother, etc… ) é cada vez mais "epicurista"…

   E agora, com quem está a verdade? Se recorrermos à Fonte da Verdade, necessário será dizer – nem com um, nem com outro. Há limites impostos pelo "Dono da Verdade" para a sublimação do espírito (do contrário, vira ascetismo, alienação, exercício supostamente transcendental); e há também sérios limites para a liberação dos prazeres (pois, do contrário, vira carnalidade, animalismo). Mas não há, no ensino da Verdade do Criador, exigência de supressão, nem de um, nem de outro. Ao contrário, ambos os componentes devem ser "conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo." (I Tessalonicenses 5.23) De um lado, o Manual do Criador exorta, quanto ao corpo: "Porque fostes comprados por preço; agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo." (I Coríntios 6.20) De outro lado, exorta quanto ao espírito: "O espírito do homem é a lâmpada do Senhor, a qual esquadrinha todo o mais íntimo do corpo." (Provérbios 20.27) Corpo e espírito devem servir aos propósitos do Criador!

   Um dia, seremos revestidos de imortalidade, de incorruptibilidade, seremos transformados de uma imagem terrena para uma imagem celestial (I Coríntios 15.45-49), e conformados à plenitude da semelhança do Cordeiro em sua humanidade gloriosa e transformada – corpo e alma (corpo e espírito, incluindo todos os seus atributos). Um novo corpo – o atual miraculosamente transformado em glória –  e um novo espírito – o atual miraculosamente transformado em glória. Penso que cada referência que chega aos ouvidos e olhos sobre a carnalidade que campeia à nossa volta acentua e torna cada vez mais aguda a nossa convicção de que não pertencemos a este mundo, de que temos uma nova pátria, uma nova cidade, e de que lá os festejos serão santos, puros, gloriosos, perenes, indescritíveis, inigualáveis, incansáveis, e outros adjetivos mais. E, embora presos à missão terrena, somos cada vez mais sequiosos pela glória! Num certo sentido, eis aí o nosso "carnaval", o nosso "adeus à carne" (pelo menos, com os seus vícios e suas limitações de hoje)!

Maranatha!

   Deixo com vocês um áudio singular. Ira Stamphill  foi um pastor e evangelista norte-americano. Sua infância e adolescência foram muito sofridas, como ele próprio testemunhou. Pessoalmente, sou um grande apreciador de algumas de suas composições:Suppertime, I Know Who Holds Tomorrow,  He Washed My Eyes With Tears, We'll Talk It Over, e outras mais (foram muitas). Nesta gravação, um grupo canta ao vivo, informalmente regido pelo próprio Stamphill, pouco antes de haver falecido. O hino foi composto quando, pode-se dizer, Ira estava ainda em sua mocidade  – 35 anos de idade, quatro anos após a Segunda Grande Guerra. A voz que conduz, aqui interpretando, é a de Eva Mae LeFevre, aos 75 anos de idade, tendo seu filho (e pastor) Mylon LeFevre ao seu lado. Curiosidade: este hino foi tangentemente interpretado, numa inusitada gravação de hinos, por Elvis Presley, em 1960.

Ouça aí e acompanhe a letra…

MANSION OVER THE HILLTOP (1949)
A Mansão no Topo da Montanha
Ira Forest Stamphill (1914-1993)

I'm satisfied with just a cottage below
Eu tenho-me por satisfeito com apenas uma cabana cá embaixo
A little silver and a little gold
Um mínimo de prata e um mínimo de ouro
But in that city where the ransomed will shine
Mas naquela cidade, onde os resgatados há de fulgir
I want a gold one that's silver lined
Eu espero uma [morada] de ouro com brilho prateado

    I've got a mansion just over the hilltop
    Eu ganhei uma mansão lá no topo do monte
    In that bright land where we'll never grow old
    Naquela terra brilhante onde nunca mais envelheceremos 
    And some day yonder we'll never more wander
    E algum dia adiante nós não mais haveremos de vaguear
    But walk on streets that are purest gold
    Mas [sim] andar nas ruas de puro ouro.

Don't think me poor or deserted or lonely
Não me imagine pobre, deserdada(o) ou solitária(o)
[I'm not one bit discouraged – 
Não estou nem um pouquinho atemorizada]
I'm not discouraged – I'm heaven bound
Não estou atemorizada(o) – Meu foco está no céu  
I'm but a pilgrim in search of the city

Não sou mais que uma peregrina em busca da cidade
I want a mansion, a harp and a crown
Eu quero uma mansão, uma harpa e uma coroa. 
 

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Abraços, boa semana !
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana

ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 44 : “EMOÇÕES… SAUDADES…”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 11 de Fevereiro de 2012

Ontem fui honrado de ver a formatura de meu filho caçula – o Israel. É difícil esconder que me sinto um pai orgulhoso: Israel se formou em Administração na UFMG mas, infelizmente, foi uma cerimônia muito restrita, num auditório pequeno da reitoria, o que gerou a imposição de limitar a dois convidados por aluno a possibilidade de acompanhamento. Não escolha dele, mas determinação da turma e da faculdade. Ainda haverá um culto, sem limitação de convidados.

   Como toda cerimônia de formatura, mesmo com a limitação de auditório, as partes comuns que todos já conhecemos. Uma pequena parte do discurso do professor e patrono da turma ficou na minha lembrança. Ele disse estar citando um poeta, ao mencionar as palavras: "Passamos uma parte da nossa vida colecionando emoções; noutra parte, colecionamos saudades". Eu já tinha ouvido uma vez a declaração, mas não sabia que era de um poeta. Fui pesquisar, e descobri de que poeta se trata: Paulo Bonfim. Paulo Lébeis Bonfim é um poeta brasileiro, nascido em São Paulo (1926), e o dito é extrato da obra "O Colecionador de Minutos", de 1959. Interessante! Muito interessante!! Sob certo aspecto, não deixa de ser verdade: em boa parte da vida, colecionamos experiências e, provavelmente a maioria delas produz suas emoções próprias. Guardamo-las… Não raro, afloram… Talvez seja a fase inicial, dure ela quanto durar, em cada caso individual. Depois, é bastante possível que predominem as saudades. É outra fase da vida, certamente. Mas, saudade traz emoção também. É inevitável.

   O poeta que, inspirado, escreveu o livro de Jó, registrou com palavras de profundo significado emocional uma declaração profética desse patriarca. Apesar de saber que o teor literal das palavras aponta para um conteúdo ligeiramente diferente, e que a versão Almeida Revista e Atualizada tenta capturar o sentido real por causa de diferenças contextuais, aprecio muito a forma desta versão, quando traduz: "Porque eu sei que o meu Redentor vive e por fim se levantará sobre a terra. Depois, revestido este meu corpo da minha pele, em minha carne verei a Deus. Vê-lo-ei por mim mesmo, os meus olhos o verão, e não outros; de saudade me desfalece o coração dentro de mim." (Jó 19.25-27) Fico pensando – Que emoção! Que "saudade"! Saudade esta, de alguém que não viu o seu Redentor, mas o esperava. Quando o apóstolo Pedro se encontrou com Jesus, após a crucificação, mas também após a ressurreição deste, por três vezes ouviu uma pergunta profundamente tangente: – "Simão, filho de João [Jonas], amas-me mais do que estes outros."  (João 21.15) Dá prá imaginar a emoção de Pedro, o mesmo que por três vezes havia negado a Jesus (como qualquer um de nós também poderia negar, talvez até mais rapidamente do que ele)? Jó, que não viu (ainda) o Redentor com seus próprios olhos, exclamou – Ah! Que saudade essa, que dilacera meu coração! Nós que também não o vimos (ainda) com estes olhos, e que ainda o veremos, podemos exclamar como Jó: Ah! Que saudade esta, do meu Senhor, que me aperta o coração… Mas, nem o vimos ainda !?!?!… Jamais nos encontramos pessoalmente com ele, certo?… Então, deve ser um tipo de "saudade" diferente… Ânsia de vê-lo…  Será ? Ou será que não? Se você tem dúvidas quanto a isto, então é melhor reler a pergunta de Jesus a Simão Pedro : Amas-me mais do que os demais ?Amas-me acima de tudo e de todos?  

   Lembro-me do Silas Paulo. Ele era um personagem um tanto diferente… Já tinha sido preso diversas vezes, na baixada fluminense. Era temido naquela "baixada". Estava agora sob liberdade condicional… Conheceu a Cristo na prisão de São Gonçalo, se não me falha a memória. Ouvi-o, em minha mocidade, em Governador Valadares, numa noite de Sábado, numa das igrejas da cidade… Não me aguentei, e fui buscá-lo para falar à minha igreja, aos meus companheiros de juventude, na Escola Dominical. Corpo marcado pelas drogas do passado, além das marcas das surras, com cortes e cicatrizes até no rosto, porém a voz firme e corajosa de quem sabia a quem agora amava, contou ele experiências de quando logo abraçou a fé. Uma delas: na mesma semana que o evangelho o transformou, pegou um aparelho televisor que estava em sua casa, e saiu com ele no braço, pela favela fora. Chegando em uma casa, ainda com o aparelho no braço, tocou a campainha. Alguém abriu… – Vim devolver esta televisão; é de vocês… Fui eu quem a roubei… – Mas, como assim? Você está louco? – disse-lhe a pessoa que abriu. – Sim, estou louco! Louco de amor por Jesus, que me salvou… Agora sou nova criatura.

   O poeta do patrono do meu filho deve estar certo, de alguma maneira: Colecionamos emoções, mas também colecionamos saudades. Como cristão, tenho uma espécie de saudade muito especial: a mesma de Jó! Bem, eu tenho que ir… Tenho que parar por aqui… Daqui a pouco minutos tomarei um ônibus em viagem… Antes do hino, fica no meu coração o eco da pergunta de Jesus, recebendo a resposta do patriarca bíblico: – Ulisses – Amas-me mais do que tudo e do que todos? – Ah! Eu o verei, ainda o verei, quando revestido de minha carne; de saudade desmoronam-me emoções no coração!

 Ouça o hino de hoje. Na língua original do autor, o título era :

"THAT's WHY I LOVE HIM SO!"
A Cristo eu Amo", 1915 
Scott Lawrence, em versão de língua portuguesa.

1. Cristo Jesus é meu bom Salvador,
   Desejo amá-Lo mais;
   Todos os dias Ele é meu Pastor;
   Desejo amá-Lo mais.

      CORO: A Cristo eu amo; oh, quanto o amo! 
      Na cruz a vida Ele deu!
      Com Seu sangue, Jesus me salvou, assim, 
      E em gratidão sou Seu.

2. Oh! que alegria é servir a Jesus;
   Desejo amá-Lo mais;
   Sempre com Ele, eu vivo na luz;
   Desejo amá-Lo mais.

3. Bem cedo ao Céu Ele me levará,
   Desejo amá-Lo mais;
   Eternamente Ele me guiará;
   Desejo amá-Lo mais.

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Abraços, boa semana !
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
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NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 43 : “NOS VEMOS LÁ…”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 05 de Fevereiro de 2012

 A tragédia deste último Janeiro, dos três edifícios do Rio de Janeiro, revelou algumas histórias impressionantes de dor. Flávio Porrozi Soares, 34 anos, falava com a noiva pelo celular, quando a ligação foi abrutamente interrompida… sem continuidade! Luis Leandro de Vasconcelos, 40 anos, falou minutos antes com a mulher, pelo celular: "Estou terminando de instalar um servidor, e já vou…"; não foi, não se despediu da mulher, nem dos três filhos pequenos. Nilson de Assunção Ferreira, 50 anos, liberou minutos antes o filho, que com ele trabalhava no escritório contábil, prevenindo que iria logo para casa; não foi! Alessandra Alves Lima, 29 anos, falava com o marido, Victor, pelo MSN, quando também a comunicação foi interrompida…

     Para essas vítimas do Edifício Liberdade, não houve tempo de um "adeus", um "até logo"… As investigações estão se intensificando, na busca da causa do desabamento. Um engenheiro mineiro, consultado a opinar sobre o fato, lembrou que em algumas edificações, em que a sustentação do edifício depende também das paredes (e não apenas dos pilares, das lajes e das vigas), tirar paredes "é como tornar o edifício parecido com um queijo suíço ". Ainda não se pode afirmar, com certeza, a causa do desabamento; ainda não há quem se atreva a diagnosticar com certeza. Mas a história é, sem dúvidas, muito comovente.

    O episódio faz revolver minhas lembranças: a História registra a história de um homem incomum que também morreu em Janeiro. Seu nome é Inácio; Inácio … de Antioquia. Antioquia era a cidade mais importante da Síria nos dias áureos do Império Romano. E Inácio era um cristão naquela cidade; era ele quem conduzia a igreja local. Viveu ele 73 anos (35 a 108 da era cristã), e não viveu mais, por assim dizer, porque foi aprisionado por autoridades romanas, para ser levado a Roma, sob sentença. Sua sentença?  Bem, algo, digamos, muito "exótico", em se tratando de uma decisão de seres humanos para com um seu semelhante: Deveria ele servir de espetáculo no Coliseu romano, sendo servido de repasto a leões;  esses leões eram deixados certo tempo sem comida, para não se correr o risco de entrar no Coliseu, com carne humana à sua frente e, enfastiados, frustrarem a multidão sequiosa pelo "espetáculo". Foi assim que Inácio morreu! Ao contrário das vítimas do "Liberdade", com dia e hora marcados. Na trajetória a Roma, escoltado pelos militares romanos, Inácio teve permissão para escrever cartas – foram sete. E suas cartas se transformaram num verdadeiro legado de confiança, fé e testemunho. Escreveu ele a cristãos de 6 cidades, além da carta dedicada ao seu amigo, Policarpo, pastor em Esmirna. Mesmo sabendo que caminhava para a morte, Inácio incluiu em suas cartas várias recomendações, vários ensinos. Além disto, encarando a sua morte eminente como sua passagem, gloriosa e ansiada, à presença do Deus Altíssimo, confortava ele os irmãos. Eu disse isto? "Confortava ele os irmãos"? Disse! É isto mesmo!!! Quem haveria de morrer era ele, mas confortado Inácio já estava. Os irmãos, que o amavam, e que ficariam, é que recebiam dele o conforto. "Serei comido pelas feras; é o meu meio para alcançar a presença de Deus! Sinto-me como o grão de trigo e, pelos dentes das bestas-feras, me tornarei pão para com Cristo, meu Senhor!" Enquanto seguia, de Antioquia (Ásia) a Roma (Europa), sua mensagem de vida aos demais cristãos era : "Se não os ver de novo, por aqui, vê-los-ei por lá; apenas, me antecipo a vocês ! "  Possivelmente, há diferenças entre Inácio e o que se relata das vítimas do "Liberdade" (um sugestivo nome, diga-se de passagem, para um edifício fadado a desabar).Inácio não temia sua partida (até a aspirava)…

  • Inácio tinha certeza daquEle a quem veria, e com quem estaria, além…
  • Inácio reputou a maneira como Roma o condenou, por causa da pregação do evangelho, uma oportunidade para seu testemunho…
  • Inácio se despedia dos cristãos, pelas cidades por onde passou em sua via-crucis (maneira de dizer, porque não foi crucificado), acenando para eles a esperança de vê-los de novo, além…

   Esta esperança foi também ostentada pelo apóstolo Paulo, com o que ele nos infunde igual esperança: Em Atos 20.25 ele se despede de irmãos de Éfeso dizendo : eu sei que não vereis mais o meu rosto…   mas no mesmo texto, encoraja os irmãos com a "herança bendita"; em Colossenses 1.27, ele encoraja os irmãos com a esperança da glória, que é Cristo; a Tito, ele encoraja, encomendando a bendita esperança e manifestação da glória… (2.13) a Filemon, quando no estado de suia detenção, anima com palavras de reconhecimento, devido ao conforto que recebeu pelo testemunho do amigo e irmão a Timóteo, prevendo o martírio que em breve, de fato, se lhe sucederia – "estou sendo oferecido por libação, e o tempo de minha partida é chegado" (2ª epístola, 4.6), ainda encontra razões para encorajar outros irmãos, além do próprio Timóteo. Parece-me isto tudo um conjunto de considerações que demanda estado de prontidão para a hora, seja ela qual for. Inácio, Paulo, sabiam da iminência de seus momentos derradeiros. A maioria de nós não sabe. As vítimas do "Liberdade" nem sonhavam com isto. Isto não muda muito o quadro.

   Me lembro do presbítero Cristiano Pereira, muitos anos atrás, lá em Governador Valadares, a relatar um dos períodos críticos em que acompanhava ele o filho, Esdras, no Hospital Evengélico, em Belo Horizonte. Esdras, ainda jovem, estava sofrendo com uma osteomielite, com o que, dentro em pouco, partiria para seu Senhor. E seu Cristiano, num dos seus relatos, contava mais ou menos assim: "Meu filho tem passado por períodos de dores terríveis. Mas tem uma coisa curiosa que acontece, que só Deus pode explicar, porque só Ele pode fazer: as pessoas vão lá visitá-lo, e levar conforto; depois, saem de lá dizendo que eles é que foram confortados ". A verdade que não muda é aquela que incluiu Paulo, durante sua prisão em Roma, em sua carta : "Porquanto, para mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro. Entretanto, se o viver na carne traz fruto para o meu trabalho, já não sei o que hei de escolher. Ora, de um e outro lado, estou constrangido, tendo o desejo de partir e estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor."   (Filipenses 1.23-25)Para quem desfruta desta mesma esperança, não há surpresa, não há "hora errada", não há "erro de agenda". Se havia alguém com esta mesma esperança no "Liberdade", agora sua alma se encontra em gozo na presença do Cordeiro. E, cá entre nós, na presença do Cordeiro há um gozo que, do lado de cá, jamais conheceremos de fato; só em pequenas amostras ! Então, se eu for antes de algum de vcs, que me lêem, "há um outro lugar de encontro, perene, nalgum lugar dos céus, bem ao lado do Rio da Vida"! Nos vemos lá, ok ? Se for antes algum dos que me lêem, da mesma forma, então, fica combinado : nos vemos lá !… Aliás, esta é a poesia de Albert Brumley, escrita ainda nos dias de todas as incertezas e dores do final de Segunda Guerra Mundial. Ouça e acompanhe o texto, na voz "de algodão doce" de Cynthia Clawson…

IF WE NEVER MEET AGAIN … (1945)
Se Jamais Nos Vermos de Novo …
Albert E. Brumley (1905-1977)

Soon we'll come to the end of life's journey
Logo nós chegaremos ao fim da jornada da vida
And perhaps we'll never meet anymore
E talvez jamais venhamos a nos ver de novo
Till we gather in the heaven's bright city
Até que nos reunamos na brilhante cidade celestial
Far away on that beautiful shore
Lá, distante, naquela bela praia

    If we never meet again this side of heaven
    Se jamais nos vermos de novo cá, abaixo do céu  
    As we struggle through this world and its strife
    Enquanto lutamos neste mundo e seus embates
    There's another meeting place somewhere in heaven
    Há um outro lugar de encontro, nalgum lugar dos céus
    By the side of the river of life

    Bem ao lado do Rio da Vida 

Where the charming roses bloom forever
Onde as encantadoras rosas florescem perenemente
And where separation comes no more
E onde a separação jamais nos ocorre de novo
If we never meet again this side of heaven
Se jamais nos vermos de novo cá, abaixo do céu  
I will meet you on that beautiful shore

Eu te encontrarei naquela bela praia
Where the charming roses bloom forever
Onde as encantadoras rosas florescem perenemente
And where separations come no more
E onde separações jamais ocorrerão de novo
If we never meet again this side of heaven
Se jamais nos vermos de novo cá, abaixo do céu
I will meet you on that beautiful shore
Eu te encontrarei naquela bela praia

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Bom Domingo, boa semana,
 Ulisses.

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 42 : “ELE É QUEM PILOTA…”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 29 de Janeiro de 2012

    Algumas histórias já ouvi, usadas como ilustrações de vida, retratos da confiança de um filho no seu pai. Conto-lhes mais uma, hoje.

   No dia 17 de Janeiro último, passei por uma experiência que me lembrou aquele dia de Setembro do ano passado, a colisão de múltiplos veículos na subida da via Imigrantes. Quem não se lembra? Houve reports que chegaram a mencionar centenas de veículos, sob chuva e neblina, com mais de 2 quilômetros de engavetamento. Recorri ao acontecido, numa das mensagens anteriores, naquela mesma semana de Setembro. Nessa Terça, dia 17 último, em que estava também subindo a Imigrantes. Comigo, Maiza (minha esposa) e Suzana (minha filha), no banco de trás, vindo de Bertioga a São Paulo, por causa do processo de mudança de Suzana e Thiago para a capital. No banco da frente, à minha direita, Ulissinho. Thiago já estava em SP desde o dia anterior. Já no começo da subida, ainda entre Guarujá e Santos, o céu ficou preto e fechado, com a tempestade que logo veio. Para quem se lembra, foi aquela terça em que a enorme tempestade inundou boa parte de São Paulo, de Santo André, de São Bernardo do Campo, e arredores. A subida ficou extremamente perigosa. A Anchieta já estava bloqueada, por causa de acidentes. A Imigrantes ficou sobrecarregada. Maiza e Suzana, no banco de trás, estavam assustadas; a vontade era que parássemos. Mas, parar como? De que jeito? Quem conhece a Imigrantes na serra, sabe o que estou dizendo.Quem lembra dos detalhes daquele acidente múltiplo, em Setembro (detalhes esses que não saíam da minha cabeça, enquanto subíamos) já percebeu o tamanho do risco.  Os que já estavam parados na lateral direita da pista – até ônibus e caminhões – certamente não estavam parados por opção, porque essa opção, ali, principalmente sob tais circunstâncias, é simplesmente a pior de todas. Eu olhava pelo retrovisor, e via duas faces tensas e assustadas. E não posso negar que eu mesmo estava tenso e preocupado. 

    O fato mais curioso foi quando olhei para o "passageiro" à minha direita. Há alguns dos que me lêem que não sabem: meu filho mais velho (na idade, 28) é autista. Sua idade mental ainda se encontra na fase da "primeira infância". Mas, se não fosse tomar tantas linhas (encompridando este texto), eu lhes demonstraria que ele não é, assim, tão inocente e ingênuo quanto a certos riscos. Entretanto, quando olhei para ele, a apreensão que ele esboçava, se esboçava, era um tanto leve e insignificante, para as circunstâncias. Maiza ainda comentou com Suzana: "É, porque ele confia no pai, que está dirigindo! " Pronto! Lembrei-me do que eu queria dizer. Precisamente isto, esta cena, esta percepção, estas palavras, que quero trazer à tona, para o que quero dizer. Uma circunstância que me faz pensar em dois quadros opostos, e em contraste. Um quadro, analogia da vida de quem não tem a Deus por Pai, e não conta com Ele para as "Imigrantes sob tempestades" da vida. Sim, porque a nossa vida, isto é, a de todos nós, tem seus momentos ensolarados, tem seus momentos de brisa fresca, mas também tem seus momentos de tempestade e vendaval. Quão terrível é atravessar tais momentos sem ter a certeza de que há um Pai "com a mão no volante", com a mão no "timão" (como disse meu irmão, nesta semana, à minha filha). E quão inútil é atravessar a bonança e a brisa fresca, sem perceber Aquele que ambos os contextos proporciona. Andar pela bonança com auto-confiança parece ser bom. Mas é quando vem a tempestade, em meio às carretas e os "bi-trens" desenfreados, os quais parecem querer nos "engolir", que sentimos a nossa mão precisar da "mão-que-vem-de-cima". 

    O outro quadro é este: saber que, na bonança ou na tempestade, na brisa ou no vendaval, sozinhos na estrada ou no meio dos "monstros sobre rodas", a "mão-que-vem-de-cima" está ali, segurando sempre a nossa mão. Isto, lamentável dizer (mas, necessário dizer) é privilégio de "filho". E "filho", não é qualquer um (não, do ponto de vista natural)… "Mas a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus; a saber, os que crêem no Seu Nome" (Jesus, em João 1.12) Então, nesse quadro, nesse cenário, é um privilégio sentir como aquele meu "passageiro" da direita. Sabe, há duas maneiras pelas quais aprendemos a confiar em Deus: pela experiência e pela Sua Palavra. Contudo, a experiência, sozinha, não traz "seguridade" à confiança – ela fica volátil ! Não tem "âncora". A Palavra de Deus, com seus ensinamentos precisos e suficientes sobre Deus, traz significação à experiência. Tem de ser assim. Ela é a "âncora" (Hebreus 6.19). Meu filho autista, se é que confia em mim, confia pela experiência. Mas ele é autista. A "infância" não sai dele. Os que confiam no Senhor, é que "são como o monte de Sião, que não se abala, mas permanece firme para sempre" (Salmo 125.1) são aqueles que moldam a sua experiência à Palavra, simplesmente porque esta também  permanece  para sempre (Salmo 119.89). Por isto, o profeta trouxe aos "filhos da Aliança" a lembrança dos firmes propósitos divinos, falando assim: "Tu és o meu servo, eu te escolhi e não te rejeitei; não temas, porque eu sou contigo. Não te assombres, porque eu sou o teu Deus; eu te fortaleço e te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel." (Isaías 41.9-10)Nada como ter a Deus por Pai, confiar que Ele anda conosco, e que nos dirige, tanto na bonança quanto na tempestade. Nada como saber que Ele pilota… Como diz o antigo cântico infantil: "Meu barco é pequeno, e grande é o mar, Jesus segura minha mão. Ele é o meu piloto, e tudo vai bem, na viagem prá Jerusalém" (Jerusalém, aqui, é a metáfora do  céu – Gálatas 4.26; Hebreus 12.22; Apocalipse 21.2).

    Falando em cântico (e em barquinho), aqui vai o que desfecha a mensagem de hoje. A autora era esposa do ministro metodista John D. Wilson, na Pensilvânia. As lutas do ministério, junto com aquelas da lida familiar, eram sempre intensamente compartilhadas pela esposa. Também o era a deposição dessas lutas diante do Todo-Poderoso, em oração. Numa dessas épocas, sentindo como se estivessem num pequeno barquinho no meio de um mar revolto, o texto bíblico lido em Isaias 41.10 (aquele, de linhas acima) trouxe a Emily um grande conforto, conforto esse que ela partilhou com o esposo. Da letra da Palavra de Deus à letra do hino foi pouco tempo que passou, logo a seguir. Ao piano, acrescentou Emily a música, e então temos esse belo hino em versão de língua portuguesa. Infelizmernte, a versão não captou precisamente o sentido da última estrofe, que aqui tento captar (mesmo sem rima):

Quando eu chegar ao Rio Jordão
E suas turvas águas eu ver
Na beirada, verei meu Salvador
E – eu sei – [também ali] Ele há de me pilotar

[“Rio Jordão” é mais uma metáfora inspirada na Bíblia, porquanto foi a última travessia dos filhos de Israel, antes de tomar posse da “terra prometida”]

I WILL PILOT THEE
OH, NÃO TEMAS, SOU CONTIGO (1895)
Emily Divine Wison (1865-1942)

1. Se a fé por vezes falta, 
   Quando o sol não posso ver, 
   A Jesus eu digo humilde: 
   Oh, vem meu piloto ser…

CORO: "Oh, não temas, sou contigo, 
      Teu Piloto até o fim!
      Não te importes com o perigo – 
      Eis a mão, confia em Mim.
"

2. Quando a tentação me envolve 
   E não posso a Cristo ver,
   Eis que em meio à tempestade, 
   Ouço o Salvador dizer:

3. Quando a alma está ferida 
   Pelas ondas da aflição, 
   Volvo o olhar ao meu Piloto, 
   E este canto escuto então:

4. Se do mar à praia chego, 
   Mesmo havendo turbilhão, 
   Vejo meu Piloto ao lado,
   Creio em Sua direção.

Em inglês :

Sometimes when my faith would falter
And no sunlight I can see
I just lift my eyes to Jesus
And I whisper, "pilot me."

    "Fear thou not for I'll be with thee
    I will still thy Pilot be
    Never mind the tossing billows
    Take my hand and trust in Me
"

Often when my soul is weary
And the days seem oh! So long…
I just look up to my Pilot
And I hear this blessed song

When I come to Jordan's river
And its troubled waters see
On the brink I'll see my Savior
And I know He'll pilot me

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Bom Domingo, boa semana,
 Ulisses.

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

 

N° 41 : “A FONTE DA JUVENTUDE!”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 22 de Janeiro de 2012

  No Domingo passado eu não estava em Belo Horizonte (já não estava desde a Sexta antecedente); tampouco em quase todo o restante da semana. Por esta razão, saltamos um Domingo… Cheguei neste final de semana, e já tinha em mente uma abordagem, bem como um hino para seu desfecho. Entretanto, entrando aqui na minha caixa postal, encontrei mensagem de um primo que me fez mudar de ideia. A mensagem me endereçou a uma preleção da atriz Jane Fonda. O assunto da preleção foca como viver o que ela chamou de "o terceiro ato" da vida. A expressão inglesa "the third act" parece-me similar ao que por aqui costumamos chamar de "terceira idade". Vou aproveitar um "rasgo derivado" das minhas reflexões, e escrever sobre isto.

   Na preleção, Jane Fonda referiu-se a um falecido advogado norte-americano que a inspirou : Neil L. Selinger (1953-2011). Selinger faleceu pouquíssimo tempo depois do definitivo diagnóstico de sua rara enfermidade: ALS – Amyotrophic Lateral Sclerosis, também conhecida como "doença de Lou Gehrig". Trata-se de uma doença que avança rapidamente a degeneração física, mas que não afeta a mente. Por mera curiosidade, trata-se da mesma doença que afetou o físico inglês de Cambridge, Stephen Hawking. Selinger, por causa de sua enfermidade, aposentou-se "precocemente" de uma brilhante carreira de advogado em Nova Yorque. O que nele inspirou Jane Fonda foi a sua resolução de transformar o restante de vida em vida bem vivida,  apesar das crescentes (rapidamente crescentes, diga-se de passagem) limitações físicas. Então, dedicou-se a escrever. Como as mãos, os dedos se recusavam a trabalhar, a mulher e as três filhas serviram de amanuenses. Há um interessante depoimento sobre ele, escrito pela filha mais velha, em http://www.college.columbia.edu:80/cct/mar_apr11/alumni_corner. Um dos seus escritos traduz-se por "A Passagem do Tempo" (The Passage of Time).

   De acordo com os reports  que Jane Fonda mencionou, os avanços modernos acrescentaram cerca de 30 anos, em média, à existência humana, elevando a expectativa facilmente para noventa anos (a "terceira idade", em 3 supostas fases de trinta anos). Bem, eu duvido um pouco desse número. Moisés, cerca de 1450 A.C (portanto, quase 3.500 anos atrás), disse que a média limite da longevidade ficaria entre 70 e 80; neste último escore, caso houvesse vigor. In verbis, disse ele: "…acabam-se os nossos anos como um breve pensamento. Os dias da nossa vida sobem a setenta anos ou, em havendo vigor, a oitenta; neste caso, o melhor deles é canseira e enfado, porque tudo passa rapidamente, e nós voamos" (Salmo 90.9,10) Se o marco, na atualidade, passou aos 90, o "acréscimo" não foi tão grande, exceto se for considerada a média da primeira metade do século 20. Aí, sim: as duas grandes guerras e as epidemias puxaram o número para baixo, com certeza. Mas, a precisão numérica não importa. A verdade é que, mesmo que a média subisse ainda um pouco mais, elevando-se a 100 ou 120, não mudaria muito o quadro amplo da questão. Não estou insinuando que não se deva preocupar com a busca de melhor qualidade de vida para a "melhor idade".Absolutamente, não. Estou, em verdade, começando por pontuar que envelhecer é normal, é inevitável. A cantora Sandy, reconhecidamente bela de aparência, declarou, aos 29 anos de idade, ter um verdadeiro pavor pelo envelhecimento. Daí, cercar-se de todo tipo de cosmético, num frenesi stressante.

   O problema do "DNA" ("Data de Nascimento que Avança") é irreversível. Ou melhor: quase irreversível, porque já se sabe de um meio para reverter o envelhecimento. É, é isso mesmo que eu escrevi: já há reversão para o envelhecimento! A famosa "fonte da juventude" não é lenda: já se sabe onde está. E eu lhes conto: "Em verdade, em verdade vos digo: se alguém guardar a minha palavra, não verá a morte, eternamente" (Jesus, em João 8.51) "…E a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor…" (Apocalipse 21.4) "Bem-aventurados aqueles que lavam as suas vestiduras no sangue do Cordeiro, para que lhes assista o direito à Árvore da Vida…" (Apocalipse 22.14) A conclusão é óbvia: Naquela nova pátria haverá novas vestiduras, "lavadas no sangue do Cordeiro", para todo aquele que receber e guardar a Palavra do Senhor. E este jamais verá a morte, porque terá a vida eterna. Jamais envelhecerá! Nunca mais, nunca mais mesmo! Por isto é que afirmou Salomão : "A vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais, até ser dia perfeito" (Provérbios 4.18) Ei, Sandy : ouviu isto? Nem suas roupas, nem sua pele, nem você envelhecerá, se tiver seu lugar assegurado no céu! E o melhor de tudo: sem precisar levar cosméticos daqui – bastarão as "folhas da Árvore da Vida"! Ei, Jane Fonda, vale prá você também. E vale prá mim, e vale prá todos que me puderem ler…

   Alguém pode ser tentado em seus pensamentos assim: Mas não é sobre isso que estamos falando, e não é nisto que eu quero pensar agora. Lamento, porque o "bilhete" continua assim: "Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra" (Colossenses 3.2) Eu penso, eu tenho pensado, e tenho até ansiado. A verdadeira "fonte da juventude" vem (metaforicamente) da botânica, vem da flora… Vem da "flora celestial" : está na "Árvore da Vida", e você sabe de que, ou melhor, de quem eu estou falando.

   Deixe concluir com minha mensagem musical. Foi escrita por um missionário da Georgia, Estados Unidos. Após passar longo tempo fora de casa, em seus estudos e depois no ministério missionário, decidiu que era hora de visitar os pais em casa. Isto se deu em 1914. Entretanto, com o tempo passado, foi ele advertido: – Olha, já se passou muito tempo desde que você saiu de casa;  seu pai passou por algumas enfermidades e lutas, e essas enfermidades o envelheceram muito. Não se assuste quando chegar em casa e, principalmente, não o assuste".De fato, o susto ocorreu. Pensando e reconhecendo que seu pai já não era mais o mesmo, que em breve já não estaria mais no mundo, e que ele próprio – filho, ainda que mais novo – caminhava para a mesma sina, mas lembrando das promessas do Livro das Palavras do Eterno, compôs ele esse magnífico hino. A interpretação, em inglês, é de Jim Reeves, apenas com a primeira e a última estrofes.

IN A LAND WHERE WE'LL NEVER GROW OLD (1914)
Numa Terra Onde Nós Nunca Envelheceremos
James Cleveland Moore (1888-1962)

I have heard of a land on the far away strand,
Eu tenho ouvido de uma terra naquela praia distante
’Tis a beautiful home of the soul;
Trata-se de um belo lar para a alma
Built by Jesus on high, where we never shall die,
Edificado por Jesus nas alturas, onde nunca morreremos
’Tis a land where we never grow old.
Trata-se de uma terra onde nunca envelheceremos.

Never grow old, never grow old,
Nunca envelheceremos, nunca envelheceremos
In a land where we’ll never grow old;
Numa terra onde nunca envelheceremos
Never grow old, never grow old,
Nunca envelheceremos, nunca envelheceremos
In a land where we’ll never grow old.
Numa terra onde nunca envelheceremos
In that beautiful home where we’ll never more roam,
Naquele lar mavioso, onde não mais vaguearemos
We shall be in the sweet by and by;
Desfrutaremos das doçuras todo o tempo
Happy praise to the King through eternity sing,
Alegres louvores ao Rei, por toda a eternidade a cantar
’Tis a land where we never shall die.
Trata-se de uma terra onde nunca envelheceremos.

When our work here is done and the life crown is won,
Quando nosso labor aqui se cumprir, e conquistada a coroa da vida 
And our troubles and trials are o’er;
E quando nossos problemas e provações terminarem
All our sorrow will end, and our voices will blend,
Toda a nossa tristeza vai findar, e nossas vozes se misturarão
With the loved ones who’ve gone on before.
Com os amados que tiverem ido antes de nós.

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Bom Domingo, boa semana,
 Ulisses.

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
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N° 40 : “TAMBÉM NAS SOMBRAS…”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 08 de Janeiro de 2012

A atual condição climática do sudeste brasileiro está produzindo um notável contraste com a  região sul. Está fazendo lembrar os anos 1985 e também 1979. Vejo duas manchetes na mídia de ontem: Primeira: "Mais de 100 municípios gaúchos se encontram em estado de emergência, por causa da seca". Segunda: "Mais de 100 municípios mineiros se encontram em estado de emergência, por causa das enchentes". Que contraste! Fartura de água por cá, escassez por lá! Não parece contradição? Isto me fêz lembrar João Batista de Figueiredo, quando assumiu a presidência do país, em 1979: "Nós vamos precisar muito aprender a distribuir a renda, no nosso país, já que 'papai do céu' não aprendeu a distribuir as chuvas " (sic). Que blasfêmia!

   Que tal examinarmos um registro do Livro de Deus? Por exemplo, um registro do livro de Jó, dentro daquele Livro de 66 livros… Jó, você sabe, foi um personagem singular da história. Desafiou a Deus quando sob sofrimento, pensando que Deus deixara de ser justo, tornando-se injusto com ele – Jó. Deus, em sua maravilhosa compreensão, se deu ao trabalho de ouvir tudo quanto Jó tinha prá dizer, e depois lhe falou, num discurso de intrigantes perguntas, que fizeram calar a Jó,e fizeram-no proclamar algo sublime (Jó 42.1-5). Entre as queixas de Jó, entremeadas com as falsas insinuações de seus três amigos sobre o caráter de Deus, e esse discurso divino, há um discurso intermediário. Trata-se de alguém que falou em nome de Deus, um profeta, um tipo de Cristo, assim eu creio. Seu nome era Eliú. Esse nome significa "o meu Deus é Ele", apontando para Yahweh (Ex 3.14).  Eis o que ele disse: "Sobre isto treme o meu coração e salta do seu lugar. Dai ouvidos ao trovão de Deus, estrondo que sai da sua boca; Dai ouvidos ao trovão de Deus, estrondando que sai da sua boca; ele o solta por debaixo de todos os céus, e o seu relâmpago, até aos confins da terra. Depois deste, ruge a sua voz, troveja com o estrondo da sua majestade, e já ele não retem o relâmpago quando lhe ouvem a voz. Com a sua voz troveja Deus maravilhosamente; faz grandes coisas, que nós não compreendemos. Porque ele diz à neve: Cai sobre a terra; e a chuva e ao aguaceiro: sede fortes. Assim, toma ele inativas as mãos de todos os homens, para que reconheçam as obras dele." (Jó 37.1-7) E nós, que costumamos comentar sobre as ocorrências do tempo, não raras vezes como se criticando um "sujeito oculto" ("São Pedro", quem sabe, ou Deus, veladamente), sem nos apercebermos de que a mão de Deus, o Altíssimo, o Onipotente, está sob, sobre, à frente e por trás de tudo?

   Ao tomar conhecimento das desastrosas (e penalizadoras, no sentido de causar pena das vítimas), em contraste com o que se vê lá no sul, é possível que deixemos escapar expressões tais que:"Quem é que entende?" Eu sei que há uma interação misteriosa entre os desígnios do Eterno e a ação do homem. Por isto, temos que reconhecer que não temos sido – nós, os humanos – bons administradores, muito menos bons usuários temporários da Criação divina. Mas o que é pior: costumamos nos esquecer de que há um propósito divino por trás da consecução dos Seus propósitos, o que inclui as ações pelas quais o homem é o [ir]responsável. Esse propósito está explícito no último verso do texto selecionado acima: "Assim, torna Ele inativas as mãos de todos os homens, para que reconheçam[os homens] as obras dEle [Deus]".

  • Temos muito o que aprender sobre Deus…
  • Temos muito o que aprender com Deus…
  • Temos muito o que aprender de Deus…

   Cada preposição que uso acima, em três distintas sentenças, tem objetivo também distinto. "Sobre" Deus, isto é, do Seu Ser, do Seu caráter, das Suas virtudes, dos Seus atributos. "… a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz."( I Pedro 2.9 ) 
"Com" Deus, isto é, andando com Ele, imitando-O."Portanto, sede vós perfeitos, como perfeito é o vosso Pai Celeste." (Mateus 5.48)
"De" Deus, isto é, da parte dEle, pelos meios que Ele próprio estipulou, para dar-se a revelar a Si mesmo. Ele se nos dá a revelar, a Si mesmo, nas Suas obras (a Criação, e a história dela, é uma de Suas obras); na pessoa do Seu Filho (é Jesus Cristo) e, didaticamente (em Seus propósitos), na Sua Palavra. "Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis." (Romanos 1.20)
 "Porque ninguém jamais viu a Deus; o Deus unigênito [ o Filho – Jesus Cristo], que está no seio do Pai, é quem o revelou." (João 1.18)
 "Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra." (II Timóteo 3.16,17)

   "Papai do céu" não deixou de saber, não desaprendeu a distribuir bem as chuvas, como impropriamente disse Figueiredo. Ao contrário, Ele sabe muito bem de tudo, sabe muito bem o que faz. Como diz o verso 5 acima, em Jó – Ele faz grandes coisas, que nós não compreendemos. Mas o Seu propósito está proclamado – basta ter olhos para ler, e ouvidos para acolher: Quer Ele que os homens O conheçam, e O reconheçam. Aquele que teme ao senhor, pode andar sob qualquer situação, pois pode dizer, como no hino:
   "Quando as sombras o meu céu toldarem
   Mesmo que o sol não possa ver
   Em Jesus encontro meu refúgio
    Nas tormentas deste meu viver…"

   Que a aparência de contradição não nos deixe iludidos, não nos deixe confundidos. Que saibamos conhecê-lO, e reconhecê-lO, para O temermos de coração devotado.

  Em 1918, um pastor presbiteriano desligou-se amistosamente da sua denominação no Canadá, e fundou a People's Church em Toronto. Tornou-se aquela uma igreja devotada a missões cristãos no mundo inteiro. Oswald Smith era também um poeta. Entre hinos e poemas, contam-se cerca de 1200 as suas produções. Entre elas, "God Is In The Shadows". Quando Oswald Smith vendeu um volume para Zondervan Publications, com suas 210 primeiras composições, aplicou todo o recurso líquido na obra missionária.

O hino escolhido hoje, cantado em uma de suas versões em Português, às vezes causa certo escrúpulo por causa do estribilho. Entretanto, posso afirmar que ao dizer "Deus está nas sombras", com toda a certeza o autor não pensava em expressar uma ideia panteísta. Ao contrário, ele, que conhecia o verdadeiro Deus, expressava sua convicção, baseada na Palavra e em toda a revelação divina, como também experienciada num viver comum, de aflições e angústias, mas de convicção de que Deus nos acompanha também em meio às "sombras da vida". Fique com o hino abaixo:

God is in the Shadows (1938)
DEUS ESTÁ NAS SOMBRAS

Oswald Jeffrey Smith (1889-1985)

1. Se da noite as sombras te cercarem, 
   E a obra finda parecer,
   Amanhã risonho, Deus promete, 
   Sem mais nuvens negras a temer.

CORO: Sombras, Deus está nas sombras;
      Firme é Seu amor em cuidar de nós. 
      Sombras, Deus está nas sombras;
      Não nos deixará lutar em dor, a sós.

2. Se a Jesus anelas ver nas sombras,
   Se anseias dele Seu amor,
   Hás de achar o Salvador ao lado,
   Um constante amigo e protetor.

3. Quando as sombras o meu céu toldarem, 
   Mesmo que o sol não possa ver,
   Em Jesus encontro meu refúgio,
   Nas tormentas deste meu viver.

"Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum, porque eu sei que tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam" (Salmo 23.4)

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Bom Domingo, boa semana,
 Ulisses

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N° 39 : “CHEGOU 2012…”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 01 de Janeiro de 2012

 2011 já se foi…  Chegou o novo ano! O que se foi, trazia suas expectativas e expectações exatamente há 365 dias passados. E eles passaram… e passaram rapidamente. Tinha razão, Moisés: "…porque tudo passa rapidamente, e nós voamos." (Salmo 90.10) Agora, diante de nós estão as expectativas dos próximos 365 dias. Que será deles? Logo à frente, o mesmo Moisés ora e conclama-nos a orar : "Ensina-nos a contar os nossos dias, de tal maneira que alcancemos coração sábio" (verso 12) Das múltiplas lembranças de 2011, posso dizer o seguinte: – algumas, quero apagar, mas talvez não consiga… – outras, quero guardar, mas talvez não consiga… E aí, me lembro de mais outro bordão das palavras de vida eterna: "Quero trazer à memória o que me pode dar esperança" (Lamentações de Jeremias 3.21)

   Duas matérias veiculadas na mídia vêm à minha mente: O ano de 2011 testemunhou o estupendo alcance de 7 bilhões de vidas no planeta terra. Em 1800, era de cerca de 1 bilhão essa população. Pouco depois de 1900 (um século à frente), havia dobrado o número. Pouco antes do ano 2000, o número chegou a 6 bilhões (apenas mais um século somado).Dizem os demógrafos que em apenas 11 anos (eles precisam que foi em 27 de Outubro último) os humanos somaram mais 1 bilhão de vidas no saldo, atingindo a atual cifra. O segmento que bate o recorde de taxa de fecundação, disparado de longe, está em todo o mundo muçulmano. Mesmo com o atual "refreamento" da taxa de fecundação, estima-se que seremos 9 bilhões de humanos no planeta por volta de 2050, mais da metade sendo população muçulmana. Mas isto, se chegarmos lá… Porque aí, me vem à mente a segunda matéria: A despeito da pilhéria com que são tratadas as predições religiosas sobre o fim do mundo, o calendário maia conquistou mais respeito. Até revistas científicas se ocuparam da pesquisa. Descobriu-se que o calendário maia tem seu limite em 22 de dezembro de 2012. Há uma predição rodando o mundo, de que 23 de Dezembro do ano que se inicia hoje é a data do fim do mundo. Prá ajudar a memória: os maias foram uma avançada civilização (para os padrões da época) que sobreviveu desde mais de um milênio antes de Cristo, até à chegada dos espanhóis ao México. Erik Von Daniken, em "Eram os Deuses Astronautas?" suscitou grande curiosidade mundial no seu legado. Das informações interpretadas nos escritos maias, surgiu recentemente um filme, que em breve pretendo assistir. Seu nome é sugestivo: "2012 – Nós Fomos Avisados" (ou, simplesmente, 2012). Dizem que o filme sugere a criação de uma instituição em prol da sobrevivência da humanidade, depois dos cataclismas. Há até quem diga que a intensificação do programa de pesquisa em Marte está relacionado ao intuito. Certamente você não está pensando que eu estou pensando que o que estão por aí pensando seja verdade… Não estou pensando que 2012 será o ano do fim… Mas também não estou pensando que não possa ser…

   Nada obstante todas as objeções possíveis quanto às linhas de interpretação bíblica que admitem a possibilidade iminente da volta de Cristo, penso que, quando ele deixou múltiplas advertências para estarmos atentos à ocorrência de Sua volta, fê-lo para ser levado a sério. Isto me significa que não posso descartar o ano de 2012 dentre as opções divinas para por fim à presente ordem. Maranatha! (Ap 22.20). Jesus legou muitas admoestações, para que não descuidemos de esperá-lo, sem nos ocuparmos de esquadrinhar tempos ou épocas. Por outro lado, por mais que os governantes promovam seu serviço às populações, precavendo contra o crescimento demográfico, até que Jesus volte, e se acabe o mundo como hoje é conhecido, haverá um significativo crescimento da população mundial. Mas esse crescimento ocorrerá na proporção inversa ao que ocorre no seio das famílias de formação cristã. Enquanto "cristãos" ocidentais estão, hoje, reduzindo a taxa de fecundação por casal a um patamar significativamente inferior a "2", o mundo árabe e africano ainda mantém uma taxa que supera 6 por casal (embora já não mais aqueles históricos 8 por casal). Está explicado como, em dois séculos de história humana, "pulamos" de 1 bilhão para 7 bilhões. Curiosamente, na Europa e mesmo na América, os muçulmanos ali residentes detém um índice procriativo muitas vezes maior do que o dos casais, digamos, nativos. Os chineses que vivem na China são obrigados a se conter no limite de 1,5 filhos por casal; mas os que vivem fora da China não têm esse limite. Se Jesus não voltar durante o 2012, o mundo do final do ano que se inicia já será significativamente diferente do mundo desse primeiro dia do ano. 

   Lembro-me de que quando eu era pequeno, fiquei certa vez extremamente impressionado pela boca de um ímpio, conhecido meu. Com base nestas eventuais predições de fim de mundo, advertiu ele à turma que o mês seguinte seria o mês do fim-do-mundo. Eu já conhecia muitos ensinamentos da Palavra de Deus, mas aquilo me aterrorizou. Hoje, não faz a menor diferença: "não ando por vista", "não olho as circunstâncias"! Pensando sob o molde cristão, sou inclinado a julgar que, se o nosso desejo interior for mesmo trazer à memória o que nos pode dar esperança, aumenta em muito a nossa dependência, para 2012, de tudo quanto há na Palavra de Deus, e diminui muito, para o mesmo ano, a nossa dependência do que se vê à nossa volta. Se já não dava, nos tempos neo-testamentários, para nutrir esperança com olhares seculares, muito mais em 1° de Janeiro de 2012, a data de hoje. Textos como: I Coríntios 15.19, Colossenses 1.5 e 27,  Tito 2.13, Hebreus 6.18, ou I Pedro 1.3, para citar apenas uma pequena amostra, advertem inequivocamente que o objeto principal da nossa genuína esperança não está nesta existência, não está neste mundo: Está, antes, no céu, na pessoa do Rei Redivivo, em cuja semelhança nos encontraremos logo depois que Ele voltar, glorioso, triunfante, judicial. Repito: é na Palavra de Deus, e naquilo que ela nos remete, que reside a mais sólida, a mais benfazeja, a mais sublime das esperanças. E digo mais: Que seja 2012 o ano de Sua volta, se Ele o quiser. Ora vem, senhor Jesus! E, se não vier, que ele me ensine a contar cada dia de 2012, para que seu ensino me coloque apto a alcançar coração sábio! Se não vier, que cada dia de 2012 seja, para mim, para você, para sua família, um dia a mais no andar sob a Graça do Altíssimo!

   Para desfecho musical de hoje, bem que eu gostaria de dispor do hino que veio à minha mente em língua portuguesa. Faz muitos anos que ouvi um coral batista cantá-lo, de forma contagiante. Deles, fiz questão de obter a partitura. Até tenho uma execução a cappela, interpretada por um quarteto, em nossa língua. Tenho também uma versão cantada em inglês pelo pastor Mike Fox, que indico no Youtube: http://www.youtube.com/watch?v=wPaWbJJgP2c . Mas, preferi mandar uma linda versão em língua espanhola, por um conjunto de vozes femininas, ora transcrita. Coloco, linha por linha, a letra original acompanhando a versão em Português que aquele coral cantou. O autor, é o mesmo que já venho usando alguns domingos.

CRISTO MI CAMIÑO GUIÓ
Jesus Led Me All The Way
CRISTO OS MEUS PÉS GUIOU
John W. Peterson, 1921 – 2006

Un día al mundo dejaré
Someday life's journey will be o'er
Um dia o mundo deixarei 

A la dorada playa iré
And I shall reach the distant shore
E à dourada praia irei

Llegando al cielo cantaré
I'll sing while ent'ring heaven's door
Chegando ao céu eu contarei
"Cristo, mi camiño guió!"  
"Jesus led me all the way!"
"Cristo os meus pés guiou!"

    Cristo, mi camiño guió.  
    Jesus led me all the way
    Cristo os meus pés guiou
    Paso a paso me llevó
    Led me step by step each day 
    Passo a passo me levou
    Al final de la jornada
    I will tell the saints and angels
    E ao final da caminhada
    A los angeles diré:
    As I lay my burdens down
    Eu aos anjos contarei
    "Cristo, Mi camiño guió!"
    "Jesus led me all the way!"
    "Cristo os meus pés guiou!"

Padre, guíame en tu amor
Pai, guia-me em teu amor
Diariamente, buen y fiel pastor
Diariamente, bom e fiel pastor 
Muéstrame tu voluntad
Mostra-me tua vontade
Para guiarme en santidad!
Para guiar-me em santidade.
    (interpolação da execução em espanhol)

If God should let me there review
E desde o céu quando eu olhar
The winding paths of earth I knew
O meu terrestre caminhar
If would be proven clear and true
Seguro estou que vou provar
"Jesus led me all the way!" 
"Cristo os meus pés guiou!"

    (estrofe não utilizada na execução em espanhol)
Mi senda aquí enderezó
And hither to my Lord hath led
Meu fardo aqui Jesus levou
Las sombras negras me quitó
Today He guides each step I tread
As nuvens negras dissipou
Mi corazón el transformó
And soon in Heav'n it will be said
Meu coração já transformou
"Cristo, mi camiño guió!"
"Jesus led me all the way!"
"Cristo os meus pés guiou!"

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Bom Domingo, boa semana,
 Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 38 : “FELIZ NATAL!”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 25 de Dezembro de 2011

 Nunca me vi com dotes artísticos. Nunca pensei em ensaiar poesia, nem hoje ainda penso. Há alguns que conheço, nisto bem dotados. Mas, mesmo sem grandes pretensões, partilho umas pobres rimas que me vieram à mente. Porque hoje é Natal. Natal é, para nós, a lembrança e a celebração do feito maior e mais faustoso da História: Jesus nasceu, se encarnou! É a maior realização, a maior demonstração de amor pela humanidade perdida. Foi Deus quem a efetuou, e o fêz na pessoa do Seu Filho.

 Então, por hoje, bastam esses versinhos pobres, e um hino por mim escolhido, a propósito do dia!

É NATAL – JESUS NASCEU!
uhs, Dez° 2011

Jesus nasceu! Alvíssara do passado…  
Fez-se encarnado, promessa então cumprida
Emanoel, Deus-homem, vindo à vida! 
Gloriosa dádiva dos céus, do Pai amado.

Jesus nasceu! Trevas não mais dominam
A luz rompeu, os anjos proclamaram
A esperança que os profetas anunciaram
Pôs-se entre nós – que todos o bendigam!

Jesus nasceu! Foi simples sua chegada…
Estrebaria, presépio, estranha caminhada
Não houve pompa, ninguém o enalteceu
Nem entre os seus, alguém o recebeu!

Jesus nasceu! Andou, curou, reanimou…
Compadeceu-se dos que andavam desvalidos
Ensinou como jamais foi dado a ouvidos
Sua missão cumpriu – ao mundo amou!

Jesus nasceu! A salvação é vinda ao mundo
Mas, quantos há que assim o conheceram?
Por que o desprezo, por que lhe olvidaram?
Por que a maldição de um povo iracundo?

Jesus nasceu! A glória, o reino é o seu ideal!
Viveu, sofreu, morreu, ressuscitou
Subiu ao céu, e ainda há de lá voltar
Eis a razão, significado máximo do Natal!

Um Feliz Natal, extensivo à sua família

Que seja um dia de fartura da Graça do Altíssimo!

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
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N° 37 : “O MAIOR MILAGRE”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 18 de Dezembro de 2011

Minha mensagem hoje é breve: estou com poucos minutos de folga entre meu "agora" e o embarque para uma viagem, daqui a pouco. É uma viagem que eu preferiria não fazer agora, mas não tem outro jeito.

   Dezembro, no ocidente do planeta, é um mês diferente. Vai chegando o final do ano, vai chegando o Natal. Cada fase da nossa vida, essa época do ano reúne impressões diferentes a ocupar espaço na mente. São lembranças diferentes, e expectativas diferentes, em cada uma dessas fases. Me lembro da minha primeira infância… Natal significava uma expectativa de presente – é verdade. Mas a lembrança que trago mas forte não é a de expectativa de presentes; afinal, a fase que vivíamos não nos permitia nutrir muitas expectativas nisto. Reunir a família, ouvir e cantar as músicas de Natal, os belos hinos que pareciam servir para uma única época do ano, participar de um culto singular, normalmente com uma cantata de coral, não raro uma celebração com peça teatral no auditório do colégio, tudo isto constituía uma experiência única, para uma só ocasião anual. Veio a segunda infância e a adolescência: mudaram um pouco – tanto as lembranças (agora, mais recheadas) como as expectativas (agora, mais ecléticas) Mas, o clima da época ainda era doce e agradável. E a consciência sobre seu significado, havia crescido, havia se encorpado.

   Da mocidade, me lembro de um misto de tudo. Eu, que nem era mais criança ou adolescente, mas também não tinha ainda as "pesadas" apreensões e os encargos de um pai de família, misturava um pouco do "ar festivo" de antes com um pouco de sensação de que os "encantos" de antes começavam a passar.Os anos se passaram, uma nova família – extensão da primeira… Agora, chegava o tempo de "fazer os doces embalos natalinos" de mais três vidas, acrescidas a mim e Maiza; Mas, sem descuidar de incutir o verdadeiro espírito da ocasião. E já se passaram, agora, muitos anos.

 De todas as lembranças que trago das ocasiões de Natal de todas essas fases, as cantatas ocupam um lugar especial. E, dentre essas, eu, que já era "arcaico" antes de chegar a idade de o ser, tinha como mais especial ainda as que são de autoria de John W. Peterson. "Rei dos Reis", "Noite de Milagres", "Maior amor", "O Maior Milagre", etc… Aquele prodígio da música evangélica produziu mais de cem, fora os hinos… Por mim, chegando o Natal, ficaria sempre realizado se presenciasse um "rodízio": uma atrás da outra…  Falando em "Maior Milagre", isto é propício para a época: Deus em Cristo, Emanuel, o "maior milagre"…Como isto é interpretado nos hinos, nos sermões, nas mensagens natalinas?

 – "Deus estava em Cristo"…

– "Deus fez-se homem, encarnou-se"…

– "Deus entrou na humanidade, entrou na história, para redimir, para salvar"…

– "Natal, natal, natal, natal – é vindo ao mundo o rei divinal!"

– "Glória a Deus nas alturas, na terra concórdia e paz!"

– "Em linda noite ao mundo, a nós, em coro angelical…"

– "Vinde, cantai: Jesus nasceu… à terra a luz desceu… "

– "Nasce Jesus, nasce Jesus, glória a Deus nas alturas, paz na terra, graça e amor, a quantos Deus quer bem!"

– "Exultai, ó terra e céu, dando glória ao homem-Deus!"

– "Vinde ouvir a doce história, que dos altos céus nos vem…"

E o clássico… "Noite de paz, noite de amor"…

 "Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombos. E o seu nome será Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz" (Isaias 9.6). 

   Foi um verdadeiro milagre dos céus, de Deus. Onde já se viu isso? De onde se poderia imaginar? Que Deus é esse, que vê um homem, sua própria criatura, afastado de Si mesmo, e que, por iniciativa própria, se volta de novo para ele, vindo a ele na encarnação do seu Filho divino? Encarnação? Nascimento virginal? Deus-homem? "Porque Deus estava em Cristo, reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões…" (II Coríntios 5.19). Deus, em Cristo feito homem, assumindo a humanidade…Nasceu por mim… Viveu por mim… Morreu por mim… Ressurgiu por mim! Só de ter ele tudo isto feito, já foi um estupendo milagre… Mas, o milagre fica ainda maior com o complemento… Qual? Tudo isto ele fez – nasceu, viveu, morreu, ressurgiu –   ……………. POR MIM! Ele veio por mim – isto é um segundo milagre… "Dificilmente alguém morreria por um justo; pois poderá ser que pelo bom alguém se anime a morrer.Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco, pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores " (Romanos 5.7,8). São dois milagres: O primeiro: Ele desceu! Ele se encarnou! Ele nasceu! Ele viveu! Ele morreu! Ele ressurgiu! O segundo: tudo isto, ele fez por mim! É como dizem que afirmou Spurgeon: "Eu sei que foi Deus quem me escolheu, pois do contrário, eu não O escolheria… E sei que foi antes de eu nascer, porque depois, não o faria… E sei ainda que foi por razões que desconheço, porque não sei de uma só razão, em mim mesmo, para que escolhesse a mim!" É um verdadeiro milagre – um duplo milagre, aliás.

 Falando em John Peterson, como falei, não poderia deixar uma mensagem musical de outra autoria. Aí vai, pois "O Maior Milagre" (It Took a Miracle"), de John W. Peterson (1921-2006).Foi ele quem declarou:"Em muitos dos meus vôos pela força aérea americana, eu ficava só; e só, pensava em Deus, enquanto lá nas alturas. Um dos pensamentos que me deixava perplexo, é que o mesmo Deus que criou este universo, com suas ilimitadas maravilhas,  é o Deus que me amou, e que me enviou seu único Filho, para tomar o meu lugar na cruz! – um verdadeiro milagre de Deus"

Para os que apreciarem, a letra original:

IT TOOK A MIRACLE

My Father is omnipotent,
And that you can't deny;
A God of might and miracles –
'Tis written in the sky. 

  It took a miracle, to put the stars in place,
  
It took a miracle to hang the world in space;
  
But when He saved my soul, cleansed and made me whole,
  
It took a miracle of love and grace! 

Though here His glory has been shown,
We still can't fully see
The wonders of His might, His throne –
'T will take eternity. 

The Bible tells us of His power
And wisdom all way through,
And every little bird and flower
Are testimonies too.

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Bom Domingo, boa semana,
 Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
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NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 36 : “POR QUE EU, SENHOR?”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 11 de Dezembro de 2011

   Há doces privilégios que tomam parte da nossa vida de uma maneira que nos surpreendem. Chegam, subitamente, se esgueiram por entre os fatos da rotina diária e, de repente, estão lá… Esses fatos são mais rotineiros, porque pertencem à rotina dos acontecimentos que teimam em querer nos arrebatar a alegria, insistem em sufocar o ânimo, e fazem das lutas diárias a diária tentação para entregarmos os ponto. Mas Deus, que nos dá motivos para NÃO entregarmos os pontos, e que a cada dia nos renova forças, vela por nós no dia-a-dia, e ainda nos dá algumas "lambujas". São os privilégios. Regalias de quem sabe que nada merece, nem nada faz (ou fez) por merecer graça (porque, mesmo que fizesse, já não mais a teria  – graça, quando vem de Deus, nunca vem porque alguma coisa fez por merece-la). Como disse um pregador que ouvi nesta semana, comentando II Crônicas 31: Estamos mal acostumados, superestimando os eventos, sendo movidos a novidades, e esquecendo-nos de nos alegrar no dia-a-dia, na rotina, no cuidado divino que é diário. "Ezequias fez o que era bom, reto e verdadeiro perante o Senhor, seu Deus. Em toda obra que começou no serviço da casa de Deus, na lei e nos mandamentos, de todo o coração o fez… e prosperou" (II Cr 31.20,21). Esta "toda obra" era a do dia-a-dia, das rotinas do serviço a Deus. Mesmo sendo rotina, Ezequias nisso se alegrou. Fantástico. Nunca tinha percebido por esse ângulo.  "Pois quem despreza o dia dos humildes começos, esse alegrar-se-á vendo o prumo na mão de Zorobabel" (Zacarias 4.10).  

João Calvino comenta, sobre este versículo, como é brilhante a fé e a esperança daquele que confia nos humildes começos, quando a mão de Deus está presente. Diz ele que o propósito divino é provar o tipo de fé que temos.Quando nos regozijamos em cima das grandes experiências, dos grandes eventos, dos grandes começos, não há tão rica experiência de fé. Diz ainda :

"Mas quando esperamos pelo que não se vê, damos a Deus a honra que lhe é devida, pois dependemos exclusivamente do seu poder e não de recursos imediatos. Não há quem às vezes não esmoreça ao ver diante do mundo um começo, no âmbito da igreja, tão insignificante e tão desprovido de dignidade.
Entretanto, sabemos que Cristo é o mestre de obras e os seus servos são os operários que militam sob as suas ordens." (Livro de Orações e Devoção)

   No entanto, Ele, que é tão gracioso, nos dá "lambujas", vez por outra. São os privilégios da vida. Um jeito especial com o qual somos galardoados pela Sua mão – sem merecer… Uma maneira especial como somos homenageados – sem merecer… Um presente que "cai" em nossas mãos… E assim vai; cada um pode reconhecer seus exemplos. Eu acho que tive a minha cota, nestes últimos dias. Numa delas, disse aos meus alunos que se formaram: Ter o nome de um professor a designar sua turma, principalmente ainda vivo, vale o que, na verdade? Definitivamente, não vale coisa alguma. O que mais vale é ser lembrado pelo Nome que compele ao zelo intenso por Sua causa… Mais vale ser lembrado pelo Nome que compromete toda a seriedade pelo Seu evangelho… Mais vale ser lembrado pelo Nome que demanda todo denodo por Si, pelos Seus alvos divinos…  

    Aquele homem que olha para si, quando é laureado pelos homens, é destacado pelos seus pares e então diz de si para si mesmo: – Eu não sabia que eu era tão importante… … esse, já diluiu, num só instante, todo mérito aparente. João Batista, o profeta-precursor, disse: "O homem não pode receber coisa alguma, se do céu não lhe for dada. O que tem a noiva é o noivo; o amigo do noivo, que está presente e o ouve, muito se regozija por causa da voz do noivo. Convém que Ele cresça, e que eu diminua". (João 3.27,29,30) Precisa dizer mais alguma coisa? Quem somos nós? Quem somos nós ? Ou – o que somos nós ? Davi estava certo: "Porque quem sou eu, e quem é este povo, para que pudéssemos dar todas essas coisas? Porque tudo vem de Ti, e das tuas mãos to damos.  Porque somos estranhos diante de ti, e peregrinos como todos os nossos pais; como a sombra são os nossos dias sobre a terra, e não temos permanência". (I Crônicas 29.14,15) Convém que Ele cresça, que diminuamos nós… Até quando, Senhor, seremos auto-suficientes, e o Senhor nos tolerará? Até quando, Senhor, seremos soberbos, e o Senhor condescenderá? Até quando, Senhor, agiremos como se o 'fazer' estivesse em nossas mãos, como se o 'poder' pertencesse aos nossos dotes naturais, como se a 'graça' não fosse a causa única? Não somos coisa alguma; Ele é tudo, em todos nós!

   Bob Cain era um prestigiado cantor e trompetista, dono de um clube de jazz, e sempre aclamado em grandes eventos musicais.Nasceu em 1939, mas foi levado ao céu aos 60 anos de idade. Tocava seu trompete em bailes, em festas, em cabarés, cantava, e assim por diante. Um dia, o evangelho o alcançou. Convertido ao evangelho, fechou o clube, e passou a dedicar voz e talento a serviço da proclamação do evangelho. Uma de suas composições tem no título o retrato da sua nova vida em Cristo : "New song" (Nova Canção). Aqui, para fechar nossa mensagem de hoje, ele canta algo que fala fundo, e é expressão daquele que sabe que tudo, em sua vida, provém de Deus, não lhe permite esquecer de Deus, e tributa a Deus a gratidão por Sua graça, sem saber a razão dela. O autor que compôs esse hino após um culto, o fez num período de profunda reflexão sobre sua vida, numa busca da presença de Deus. Dele, foi assim dito: "retrata a experiência de um homem que viveu intensamente, mas que chega a um momento de humilhação perante Deus!"

WHY ME LORD – 1972 
Por Que Eu, Senhor
Kristopher Kristopherson (1936…) 

Why me Lord? What have I ever done
Por que eu, Senhor? O que tenho eu alguma vez feito
To deserve even one of the pleasures I've known
Para merecer ao menos um dos privilégios (prazeres) que tenho experimentado
Tell me Lord:
Dize-me, Senhor:
What did I ever do that was worth loving you
O que fiz, alguma vez, que fosse digno de amar-te 
For the kindness you've shown…
Por tanta bondade que o Senhor tem revelado

    Lord, Help Me Jesus! I've wasted it
    Senhor, ajuda-me Jesus! Quanto tenho desperdiçado
    So help me Jesus I know what I am…
    Então, ajuda-me Jesus, eu sei quem (o que) eu sou…
    Now that I know that I needed you so
    Já que eu sei quanto preciso (e precisei) de ti
    Help me Jesus, my soul's in your hands!
    Ajuda-me Jesus, minh'alma está em tuas mãos!

Try me Lord, if you think there's a way
Prova-me, Senhor, se o Senhor tem um meio
I can try to repay all I've taken from you
Pelo qual eu possa retribuir tudo quanto tenho recebido de ti
Maybe, Lord, I can show someone else
Talvez, Senhor, eu possa mostrar a mais alguém 
What have been through myself
O que tem ocorrido comigo mesmo
On my way back to you!
Em meu caminho, de volta para o Senhor!

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Bom Domingo, boa semana,
 Ulisses

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