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Author Archives: Priscila

N° 55 : “UM DIA ELE ESCLARECERÁ”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 06 de Maio de 2012

   Por intermédio de minha filha, venho eu acompanhando uma ocorrência um tanto inusitada relacionada à vida de um casal de relativamente recém-casados. Renato e Kamilla são muito amigos de minha filha, Suzana, e do meu genro, Thiago, que residem em São Paulo. Antes, residindo em Bertioga, foram pastoreados por Renato por certo tempo. Ele e esposa foram muito marcantes nos primeiros meses de Suzana e Thiago em Bertioga, após se casarem. Depois, com a transferência do pastor Renato para Guarujá (2011), a convivência pessoal já não mais era possível ser tão frequente.

   Renato passou, recentemente, 47 dias numa UTI em Santos. Tudo começou, aparentemente, com uma carne de churrasco mal digerida, que lesionou o esôfago. Depois, uma endoscopia, e logo veio o agravamento da lesão; com ingestão de água, veio afetação dos pulmões, enfisema; aí começou uma maratona pela sobrevivência: cirurgias, coma, quadro infeccioso que levou a septicemia por duas vezes, entubação, traqueostomia, etc., etc… – esteve a meio passo da morte. Kamilla enfrentou a situação por todos os dias com uma galhardia cristã incomum.

   Mandando reports  diários aos conhecidos, nunca deixava ela mesma (certamente com as emoções dilaceradas) de terminar sempre com uma contagiante palavra de encorajamento e confiança em Deus. Tais manifestações eram acentuadas pela reprodução de passagens textuais tiradas do Livro de Promessas Para As Duas Vidas (a presente e a eterna) Nunca me pareceu aquele tipo de confiança "publicitário-mercantilista" que supõe (e até vende como filosofia) que Deus tem a 'obrigação' de agraciar com favores a qualquer preço e circunstância. Não é o que alguns pregam por aí? Minha leitura de suas mensagens interpretava outro tipo de confiança, algo mais sadio e equilibrado, construído em cima do Alicerce Sólido (por favor, entenda as minhas maiúsculas). Claro que, na confiança, esperando (e rogando) a cada dia pelo favor divino na vida e na recuperação de seu esposo. Mas, ao mesmo tempo, demonstrando segurança de que Deus, O Soberano, sabe o que faz, e sempre faz o melhor, independentemente da aparência aos olhos. Tenho a sólida impressão de que, no íntimo, Kamilla orava diariamente a Deus assim: – Senhor, dá-me de volta o meu esposo; mas, Senhor, se o quiseres para Ti, dá-me a tua força para aceitar tua vontade. Renato ainda se encontra hospitalizado mas, depois de 47 dias de UTI (você faz idéia quantos, ali dentro, de ambos os lados, ele viu dar o último suspiro de vida?), sim, depois desses 47 dias, já está melhor, no quarto. Ainda terá que fazer mais uma cirurgia reconstitutiva no esôfago. Mas, ao que parece, o "vale da sombra" já passou. Todos esperamos (e oramos) por sua plena recuperação. 

 A estrada da vida, em algumas de suas curvas, tem desses contratempos, às vezes escondidos por detrás das próprias curvas. É encorajador ver quanto a Palavra de Deus vitaliza, revitaliza e fortalece aqueles que a conhecem, e que buscam em suas páginas os indispensáveis nutrientes da vida espiritual. Curioso também é que esses "nutrientes para a vida espiritual" produzem importantíssimos efeitos colaterais positivos para a vida natural. Kamilla e Renato não são casos únicos. São apenas o exemplo recente que escolhi.

    Veja, a seguir, algumas das doses de "nutrientes" de que tenho falado acima: "Espera pelo Senhor, tem bom ânimo, e fortifique-se o teu coração; esper "Espera pelo Senhor, tem bom ânimo, e fortifique-se o teu coração; espera, pois, pelo Senhor."a, pois, pelo Senhor." (Salmos, 27:14) "Se ando em meio à tribulação, tu me refazes a vida; estendes a mão contra a ira dos meus inimigos; a tua destra me salva." (Salmos, 138:7) Eu confesso: Estava, mesmo, esperando, que Renato saísse da UTI para escrever alguns registros sobre o episódio; mas, por alguns reports que recebi, cheguei a suspeitar que não sairia. Entretanto, o Dono dos dias de cada um de nós pensava diferente. Claro que não me iludo: primeiro, sei que você, que me lê, não passará pelas mesmas formas de sentimento que eu tenho passado, intercedendo a Deus por aquele varão, e por força à sua esposa, dado que você não tem acompanhado dia a dia o 'drama'; não tem as mesmas ligações… Assim como eu não passo pelas mesmas emoções que ele, ou que sua esposa, sua mãe, seus familiares, vêm passando por esses mais de 60 dias… Segundo, fico pensando: e se Deus tivesse apontado Sua soberana vontade rumo a outro desfecho dessa história? Mudaria alguma coisa quanto ao teor substancioso dos "nutrientes" bíblicos ? É evidente que não. Não há como negar que mutas situações adversas acabam de modo diferente do que esperamos (ou aspiramos). No entanto, poder dizer quanto Deus tem provado, com provas irrefutáveis e com sobras, como Ele é bom, e como a Sua misericórdia dura para sempre, proporcionando um exemplo vivo, é gratificante. 

   O apóstolo que escreveu as linhas abaixo declara por quantas privações ele passou, em seu afã de ser fiel a Deus. As privações não lhe tiraram a consciência de quem é Deus. Pelo contrário, em meio a elas, afirmou: "Pois tenho para mim que as aflições deste tempo presente não se podem comparar com a glória que em nós há de ser revelada. Porque a criação aguarda com ardente expectativa a revelação dos filhos de Deus… Porque eu estou bem certo de que nem morte, nem vida, nem anjos, nem principados, nem coisas do presente, nem do porvir, nem poderes, nem altura, nem profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor". (Romanos 8:18,19,38,39) Outro importante personagem da história cristã, se valeu das palavras do salmista que a seguir transcrevo, e compôs… Castelo forte é nosso Deus, espada e bom escudo… Com seu poder defende os Seus, em todo transe agudo… Eis o que o 'inspirou': "Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações. Portanto, não temeremos ainda que a terra se transtorne e os montes se abalem no seio dos mares; ainda que as águas tumultuem e espumejem e na sua fúria os montes se estremeçam. Há um rio, cujas correntes alegram a cidade de Deus, o santuário das moradas do Altíssimo. Deus está no meio dela; jamais será abalada; Deus a ajudará desde antemanhã. Bramam nações, reinos se abalam; ele faz ouvir a sua voz, e a terra se dissolve. O SENHOR dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio. … Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus; sou exaltado entre as nações, sou exaltado na terra. O SENHOR dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio." (Salmos 46:1-7;10,11)

   E, o que dizer do registro da boca divina pela mão do profeta que assim lemos… "Eu, eu sou aquele que vos consola; quem, pois, és tu, para que temas o homem, que é mortal, ou o filho do homem, que não passa de erva? Quem és tu que te esqueces do SENHOR, que te criou, que estendeu os céus e fundou a terra, e temes continuamente todo o dia o furor do tirano, que se prepara para destruir? Onde está o furor do tirano? O exilado cativo depressa será libertado, lá não morrerá, lá não descerá à sepultura; o seu pão não lhe faltará. Pois eu sou o SENHOR, teu Deus, que agito o mar, de modo que bramem as suas ondas, o SENHOR dos Exércitos é o meu nome. Ponho as minhas palavras na tua boca e te protejo com a sombra da minha mão, para que eu estenda novos céus, funde nova terra e diga a Sião: Tu és o meu povo." (Isaías 51:12-16) ??? Já pensou ? Já imaginou o tipo de força que sustenta uma vida, um coração, uma alma, no meio de severa aflição e angústia, e que o faz manter sua esperança, conservar a serenidade e confiar no futuro ? Que tipo de força misteriosa é essa, mas não tão misteriosa que não se possa conhecer, que não se possa experimentar – até mesmo dia-a-dia? Ela está aí, ao nosso alcance, nas "moléculas substanciosas dos nutrientes" que se encontram aos borbotões nas fontes fartas do Livro de Promessas Para As Duas Vidas . Pense nisto. Viva disto. Vale a pena..

    Agora, vem a nossa mensagem musical… No caso deste hino, o autor da melodia do hino trabalhou primeiro; a letra finalizada veio depois… Adam Geibel era cego desde os 8 anos de idade, por causa de uma infecção ocular. Repito: cego desde 8 anos de idade!!! Mudou-se da Alemanha para os Estados Unidos, com seus pais, aos 17 anos, mas a cegueira não lhe impediu de estudar…  Estudou música e tornou-se exímio na arte, com a qual compôs vários hinos – era verdadeiramente temente a Deus. Curiosidade: compôs pelo menos duas melodias para letras de Fanny Jane Crosby (Sabe quem foi ela ? Sabe o que havia de comum entre os dois? Sim, acertou : a cegueira!) Adam casou-se, mas a vida ainda lhe reservaria uma desdita adicional à limitação visual: Um dos filhos morreu, após doloroso sofrimento, oriundo de um acidente brutal, ainda pequeno – a explosão de um forno. Um dia após sepultar o filho, compôs essa melodia, rascunhou umas linhas para ela, e pediu à sra. Lydia Leech que lhe completasse a poesia. Lida era organista e corista numa igreja evangélica de New Jersey. Compôs mais de 500  hinos. Ao receber a melodia e a letra iniciada, sabendo do ocorrido, condoeu-se profundamente. O resultado pode ser usufruído na versão em vernáculo, à esquerda, mas melhor ainda na versão original à direita. É a versão portuguesa que acompanha nossa mensagem de hoje.Deleite-se…  

UM DIA, ELE ESCLARECERÁ…
Música: Adam Geibel (1855-1933)

Não sei por que ao meu redor
Eu vejo tanto dissabor;
Não posso ver porque há dor,
Mas um dia eu saberei.

   Um dia o Salvador virá;
   Um dia Ele esclarecerá;
   Então da dor me livrará;
   Um dia hei de compreender.

Não posso o amor aprofundar
Que o Pai levou Seu Filho a dar,
Para na cruz me regatar,
Mas um dia eu saberei.

Não sei porque, em luta e dor,
Eu, sendo um pobre pecador,
Jesus me ampara com amor,
Mas um dia eu saberei.

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Bom domingo, boa semana a seguir.
Uisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana

ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 54 : “ELE SABE TUDO QUANTO PRECISO”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 29 de Abril de 2012

Conheço muito de perto uma pessoa que, nesta semana, recebeu  uma contemplação especial de Deus. Ao recebe-la, ele reconheceu que Deus não precisava fazer-lhe o favor que fez, nem tinha a mínima 'obrigação' de agraciá-lo, como agraciou… Mais que  isso, declarou que tampouco se sentia merecedor de qualquer favor divino… Há um contexto complexo por trás da circunstância toda. Não sei se vou conseguir transmitir, com poucas palavras, esse contexto inteiro em torno da contemplação que essa pessoa recebeu, para que possam tentar entender o que se passa dentro dele neste momento. Por isto, vou ser muito resumido, sem dar muitos detalhes das circunstâncias, senão apenas o que interessa. 

   Há cerca de 4 anos ele vinha sofrendo uma série de restrições, por ordem judicial de um juízo trabalhista, noutro estado brasileiro. Essas restrições vinham incluindo uma constrição de bens, sob apontamento factual de penhora de um veículo, arresto judicial de uma quantia em conta bancária (incidente sobre valores decorrentes do fruto do seu trabalho), etc… Prá ser bem sumário, posso dizer que eram consequências de atos de sua boa-fé em favor de um amigo e de sua empresa, coisa de muitos anos atrás. Mas posso afiançar também que nada havia no contencioso que dissesse respeito a esse meu 'conhecido', ou a seus atos. Absolutamente nada. Infelizmente, o verdadeiro responsável já vinha, há muito tempo, evadindo-se das investidas do juízo, passando ao largo das consequências (diferentemente do meu 'conhecido'). No caso, sei que pelos últimos quatro anos a situação do veículo sob apontamento de penhora, e recursos financeiros essenciais ao sustento familiar sob constrição judicial, sem que nada tivesse de responsabilidade direta esse tal com a questão, vinham sendo uma verdadeira angústia que o acompanhava dia e noite. Quantas e quantas noites de sono perdido – eu tenho conhecimento disso, fosse a perda do sono no começo dessas noites, ou a certa altura delas – tentando entender o que Deus estava querendo mostrar-lhe, no meio de um quadro que sempre lhe pareceu uma injustiça inominável. Isto, sem contar as despesas que teve que assumir em sua defesa. Bem! Preciso dizer-lhes que este veículo que até agora estava sob constrição judicial era também, sob certo aspecto, um utilitário, uma ferramenta de trabalho. Este veículo veio às suas mãos, quatro anos atrás, numa hora muito penosa: Ele tinha acabado de ter outro veículo utilitário furtado, sem haver deixado fumaça ou vestígio, tendo uma lavadora de roupas de sua casa na carroceria, e um notebook atrás do banco, onde estava (por assim dizer) toda a sua vida de trabalho. Sabe o que é imaginar que anos de trabalho, convertidos em arquivos de um computador, sem backup, estarão irremediavelmente perdidos? Sabe o que é imaginar que um HD de computador poderá permitir, por causa de um furto, marginais se infiltrarem em sua vida, até te chantagearem, através dos arquivos gravados ali descobertos?

   Humanamente falando, essa pessoa – tenho conhecimento – quase quis, por um breve momento, ser engolido pela terra, se ela se abrisse debaixo dos seus pés (falando metaforicamente). Alguém ligou para ele, quando soube daquele furto, indicando-lhe certas porções do livro do profeta Jonas para ler, em socorro do seu consolo. Ele respondeu, ao telefonema: "de ontem para hoje eu já li todo o livro de Jonas pelo menos duas vezes.Então: passada aquela fase dura do tríplice furto sofrido, e o esforço de substituir o veículo por outro, vem depois toda a circunstância de constrição acima referida. Pergunto: você ficaria inclinado a dirigir a Deus as célebres perguntas ? … Por que?  Ou… prá que, Senhor ? Foram perguntas que vieram à mente dele várias vezes. E ainda, depois disso, um outro veículo é adquirido para suprir a ausência do primeiro, mas viria a sofrer  a constrição judicial, além do bloqueio financeiro.

    Eis que nesta última quarta-feira, houve uma "audiência de conciliação" entre partes, na cidade onde o processo tramitava. Por circunstâncias que nem eu mesmo sei ainda esclarecer, neste momento em que escrevo, o verdadeiro responsável pela dívida da demanda compareceu perante o juízo. Segundo a advogada que representou essa pessoa que conheço, o responsável fez uma coisa inesperada: Não só assumiu, finalmente, a responsabilidade pelo contencioso, como ainda teceu um certo número de palavras elogiosas a respeito desse meu 'conhecido', e a respeito do seu caráter, reconhecendo que ele não merecia estar passando pelo que passava. E ainda pediu à advogada seu número de telefone, para que possa desculpar-se pessoalmente por todo o transtorno causado a quem lhe deu a colaboração, quando precisou. Resultado: a juíza mandou lavrar um despacho de liberação de todas as constrições que vinham pesando sobre este último – o meu 'conhecido'. Sabe quanto tempo lhe vinha durando essa angústia: quatro anos! Quatro anos de lutas! Nesta última semana, antes da audiência, ele mandou uma mensagem à advogada que lhe representou, e disse-lhe que sua convicção era simples: "Acima do juízo dos homens está o juízo do Supremo Juiz." E ainda acrescentou uma espécie de paráfrase à resposta dos três amigos de Daniel: "Se o meu Supremo Juiz quiser me livrar, Ele me livrará… Se não quiser, sofrerei o dano, mas jamais negociarei ou barganharei com pessoas movidas por uma circunstância oportunista recheada de injustiça". 

   Diante de um cenário deste, tal como tentei descrever sumariamente, há textos do "Livro-Que-Nunca-Falha-E-Nunca-Mente" que vêm à minha lembrança… Por exemplo, o texto da mulher que estava à porta do "juiz indolente" (Lucas 18.1-8). Por mais que a mulher insistisse no seu direito, reivindicando – por favor, julga a minha causa – o juiz parecia não se importar, cuidando de sua vidinha boa… Ou então, daquela célebre passagem no Sermão do Monte, proferido pelo Mestre Inigualável, que ensina: "Por isso, vos digo: não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer ou beber; nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo, mais do que as vestes? Observai as aves do céu: não semeiam, não colhem, nem ajuntam em celeiros; contudo, vosso Pai celeste as sustenta. Porventura, não valeis vós muito mais do que as aves? Qual de vós, por ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado ao curso da sua vida? E por que andais ansiosos quanto ao vestuário? Considerai como crescem os lírios do campo: eles não trabalham, nem fiam. Eu, contudo, vos afirmo que nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles. Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós outros, homens de pequena fé? Portanto, não vos inquieteis, dizendo: Que comeremos? Que beberemos? Ou: Com que nos vestiremos? Porque os gentios é que procuram todas estas coisas; pois vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas elas; buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas." (Mateus 6.25-33, com grifos meus ). Por mais que duvidemos (é próprio do homem – coitado dele – duvidar)… Por mais que as interrogações ("por que? prá que?")  incomodem continuamente… Por mais que nos inquietemos diante das circunstâncias, ou diante do que injustamente nos é tirado (e isto não é raro, mesmo que seja a honra, a reputação, ou o direito – além dos bens)… Por mais que o corre-corre do dia-a-dia pareça insuficiente para amealhar tudo quanto achamos que nos é necessário… …há um fato que persiste sem revogação (e nem corre esse risco): Deus sabe de tudo! Deus a tudo vê! Deus sabe de tudo quanto precisamos, ou daquilo que não precisamos (mesmo que temporariamente). Deus sabe! Não sejamos teimosos ! Ele sabe ! Podemos, com confiança, fazer como nos diz o Seu ensino: "Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus. ". (Filipenses 4.6,7) 

   Meu 'conhecido' sabia que tinha direitos sobre o "seu" veículo apontado em penhora; sabia também que tinha direitos sobre o "seu" valor arrestado em juízo… Sabia ainda que tinha o direito sobre sua honra, afetada pelas turbações que vinha sofrendo… Sabia até que tinha direitos de não gastar um só "tostão" em sua defesa, se a verdade tivesse prevalecido "a tempo"… Mas reforçou sua consciência de que, acima de tudo, tem Deus direitos sobre a nossa vida, e de que o melhor é esperar por Ele, depositar Nele a esperança. E Ele sabe a hora de agir, quando quiser agir… 

   Também veio à minha mente um hino… Quem o indicou foi um primo meu que reside lá no sul da Bahia, e que parece ler-nos com frequência nesta lista. Segundo ele, foi um pastor amigo (já falecido) que se hospedou em sua casa, em Governador Valadares, muitos anos atrás, que lhe presenteou com o disco que o contem… Trata-se de um hino cantado por um grupo típico da southern gospel music, no seu estilo, liderado por Tennessee Ernie Ford. O autor, Jimmie Davis, é também autor e co-autor de vários outros hinos. Curiosidade interessante é que ele trilhou uma trajetória contrária à de grande parte dos cantores country evangélicos norte-americanos: enquanto muitos partiram de sua repercussão como cantores evangélicos para a fama popular, Davis era já um popular country music singer, quando deu uma guinada em sua carreira, passando a dedicar-se à música evangélica, nos anos Sessenta. Ao ouvir o hino, use a minha versão "livre" que acompanha a letra abaixo, se for útil.

HE KNOWS WHAT I NEED
Ele Sabe de que Preciso, 1963
James Houston Davis (1899-2000)

I asked for a robe – He gave me no robe to wear
Eu pedi uma vestimenta – Ele não me deu vestimenta para usar
I asked for a crown – He gave me a cross to bear
Eu pedi uma coroa – Ele me deu uma cruz para carregar
He knows what I need, yes, indeed, He knows what I need
Ele sabe o que preciso, sim, de fato, Ele sabe o que preciso 
He knows what I need!
Ele sabe o que preciso! 

I asked for myself – He showed me a friend in need
Eu pedi a meu favor – Ele me mostrou um amigo em necessidade
Oh I must be fair – He gave me His Word to read
Oh Eu devo ser razoável – Ele me deu Sua Palavra para ler
He knows what I need, yes, indeed, He knows what I need
Ele sabe o que preciso, sim, de fato, Ele sabe o que precis
He knows what I need!
Ele sabe o que preciso!

Oh some happy day – I'll hear the trumpet sound
Algum dia feliz assim – Ouvirei a trombeta soar 
I'm going away – Oh, I will be heaven bound
Estarei de partida – Oh, serei um cidadão do céu  
He knows what I need, yes, indeed, He knows what I need
Ele sabe o que preciso, sim, de fato, Ele sabe o que preciso 
He knows what I need
Ele sabe o que preciso 

He'll wipe all my tears – He'll wipe my tears away
Ele vai lavar todas as minhas lágrimas – Ele vai lançá-las longe 
To hear his "well done!" – Oh that will be heaven to me
Vai propiciar-me ouvir seu "bem está!" [ Mt 25.41] – Isto será o paraíso para mim
He knows what I need, yes, indeed, He knows what I need
Ele sabe o que preciso, sim, de fato, Ele sabe o que preciso 
He knows what I need!
Ele sabe o que preciso! 

All the way, from heaven's throne, to a manger there alone
Trilhando todo o caminho, desde o trono do céu até àquela mangedoura solitária
Left to the cross, he came to suffer every pain 
Levado à cruz, Ele veio para sofrer toda a humilhação[dor]
He asked for a cup – but, oh, what a bitter cup
Ele pediu um cálice – mas, oh, que cálice amargo 
He never complained – He murmured not a word
Ele nunca contendeu – Ele não murmurou uma só palavra
He knows what I need, yes, indeed, He knows what I need
Ele sabe o que preciso, sim, de fato, Ele sabe o que preciso 
He knows what I need!

Ele sabe o que preciso!

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 Bom Domingo, boa semana
 Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana

ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 53 : “VIDA POR MILAGRE!”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 22 de Abril de 2012

Quero lembrar hoje do Titanic… A data é oportuna. Afinal de contas, nesta semana se completaram 100 anos desde que "o inafundável" afundou… Não há como não reconhecer que 'aquilo' foi uma verdadeira obra de arte da engenharia naval, para o início do século XX. Mais de 2.200 pessoas se acomodaram dentro daquele gigante (para a época), embarcando em Southampton, Inglaterra (e em mais dois portos), para a viagem inaugural rumo a Nova Yorque. Pela propaganda disseminada, parece que esses milhares acreditavam que o navio era a sua própria segurança sobre o oceano. Se é verdade, não posso afiançar… Mas, conta-se que a afirmação "Nenhum homem, nem Deus, afunda este navio!" é atribuída ao capitão Edward Smith; outros dizem que foi Thomas Andrews, o arquiteto naval mor do Titanic, quem o afirmou… Ou, pelo menos, que foi o navio projetado para nunca afundar… O fato é que a trágica história da grande embarcação traz consigo esta alcunha de ironia : "o inafundável". Ao bater num iceberg, na escuridão da noite para a madrugada de 15 de Abril de 1912, o impensável aconteceu. Em 18 de Abril, cerca de 710 sobreviventes chegaram a Nova Yorque, mas os que perderam a vida no oceano foram mais de 1500, entre tripulantes e passageiros. Desses milhares de corpos, apenas pouco mais de 200 foram encontrados.  

    Havia uma regra, a de priorizar mulheres e crianças. Mas essa regra não valeu para a terceira classe, alojada nas áreas inferiores do navio, e que era maioria entre os passageiros. A terceira classe, por ordens ditadas dentro do navio, logo que houve a colisão com o iceberg, teve seu acesso ao deck superior do navio bloqueada. Afirma-se que a razão para isto foi que o número de botes salva-vidas era suficiente para, no máximo um terço das almas. Assim, da terceira classe, não mais que 20 por cento das mulheres e crianças se salvou. Alguns poucos homens também se salvaram, vencendo o bloqueio imposto. Todo o restante foi condenado a submergir com o sinistrado, por ordens que se atribuem ao capitão.

    A neta de um dos poucos homens da terceira classe que se salvaram deu o seguinte testemunho: " Meu avô, um armênio que fugia das atrocidades impostas sobre seu país, buscava uma nova pátria na América. Ele embarcou na França, depois de uma longa viagem atravessando a Europa. Lutando e quebrando os bloqueios que o capitão mandou colocar nos caminhos de subida da terceira classe, foi um verdadeiro milagre (sic) que ele tenha chegado ao deck, de onde se lançou do alto do corrediço mar, com a única roupa que tinha – a do próprio corpo. E, nadando no meio da água gelada, foi assim que recolhido num dos barcos salva-vidas que se afastava, que estava ocupado por menos de metade de sua capacidade. Foi mesmo um verdadeiro milagre." Curiosamente, ele foi parar justo no bote onde estava Millvina Dean, a última sobrevivente do naufrágio a morrer, em 2009, aos 97 anos. Na época, ela estava nos braços da mãe, com somente dois meses de idade.

   A história de "O Inafundável" mexeu com as lembranças nesta semana, por causa dos 100 anos do fato. Se é verdade que a vaidade humana foi assim, soberbamente pronunciada, a ponto de exprimir palavras que desafiaram de tal modo a Deus,  os fatos passaram a mostrar que com Deus não se brinca."Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará". (Gálatas 6.7) A frase da neta do armênio, "salvo por um milagre", segundo o entendimento da família, faz-nos pensar em nosso curso de vida.Tempos atrás, pregando uma mensagem baseada em Jó 34, mencionei 3 verdades que penso serem insofismáveis:
   1ª) "
Estamos todos no mesmo barco"… "Se Deus pensasse apenas em si mesmo e para si recolhesse o seu espírito e o seu sopro, toda a carne juntamente expiraria, e o homem voltaria para o pó.". (Jó 34.14,15) Além disto, o texto acrescenta, nos versos 18 a 23: "Dir-se-á a um rei: Oh! Vil? Ou aos príncipes: Oh! Perversos? Quanto menos àquEle que não faz acepção das pessoas de príncipes, nem estima ao rico mais do que ao pobre; porque todos são obra de suas mãos. De repente, morrem; à meia-noite, os povos são perturbados e passam, e os poderosos são tomados por força invisível. Os olhos de Deus estão sobre os caminhos do homem e vêem todos os seus passos. Não há trevas nem sombra assaz profunda, onde se escondam os que praticam a iniqüidade. Pois Deus não precisa observar por muito tempo o homem antes de o fazer ir a juízo perante ele." Aos olhos do Criador, sob o ponto de vista da criação natural à qual se seguiu a Queda e a entrada do pecado universal, somos todos um bando de criaturas perdidas e dependentes da misericórdia divina. Numa tragédia, para o fundo do oceano vai, tanto o rico, quanto o pobre – tanto a "primeira classe", quanto a "terceira". Diante da mão poderosa, judicante, interventora do Criador, não faz a menor diferença ser fugitivo armênio ou lorde inglês; ser branco ou de qualquer outra 'cor'… O corpo do nobre arquiteto naval inglês Thomas Andrews jamais foi encontrado, assim como jamais foram encontrados os corpos de mais de mil 'desconhecidos'… Sob a perspectiva da dependência da graça de Deus, enquanto criaturas humanas sem Cristo (pela ótica designada em I Coríntios 2.14) , estamos todos num mesmo patamar – "estamos todos no mesmo barco"!

   2ª) "O Piloto desse 'barco' não é sádico"… Quando ocorreu o tsunami asiático de 2004 para 2005, o jornalista brasileiro Heródoto Barbeiro reproduziu o pronunciamento de um jornalista do New York Times, o qual afirmou que Deus estava brincando com a humanidade. E o brasileiro acresceu – "Se isto é uma brincadeira, que Deus é esse? Seria uma brincadeira de muito mau gosto. Mas, o que diz o Livro Infalível é:" Tão certo como eu vivo, diz o Senhor Deus, não tenho prazer na morte daquele que não teme, mas em que este se converta do seu caminho, e viva! ".  (Ezequiel 33.11) É preciso desconhecer a Deus, para levantar uma suspeita dessa (irreverente, arriscada, diga-se de passagem) Quem pensa que Deus está brincando com a humanidade, está em verdade brincando com Deus. Isso, sim, é de mau gosto! A própria Escritura adverte: "Pelo que vós, homens sensatos, escutai-me: longe de Deus o praticar ele a perversidade, e do Todo-Poderoso o cometer injustiça. Pois retribui ao homem segundo as suas obras e faz que a cada um toque segundo o seu caminho. Na verdade, Deus não procede maliciosamente; nem o Todo-Poderoso perverte o juízo. Quem lhe entregou o governo da terra? Quem lhe confiou o universo ? ". (Jó 34.1-13) Não, o "piloto não é sádico"! Não, o "piloto da existência humana".

    3ª) "Os acidentes do percurso são sinais da chegada ! Quando Jesus pronunciou o sermão profético e escatológico de Mateus 25, deixou claro que há eloquentes maneiras de o homem observar o curso da História, e mesmo de sua existência, e perceber que os sinais apontam para o desfecho da própria História: Na célebre mensagem diante dos sábios gregos, no Areópago ateniense, o apóstolo proclamou: "Ora, não levou Deus em conta os tempos de ignorância; agora, porém, notifica aos homens que todos, em toda parte, se arrependam. Porquanto estabeleceu um dia, no qual há de julgar o mundo com justiça, por meio de um Varão que destinou e acreditou diante de todos, ressuscitando-o dentre os mortos". (Atos 17.30,31) Cada acontecimento de nossa vida, por mais simples e típico do seu curso natural, ou por mais complexo e contundente que seja, traz o 'dedo de Deus", em Sua providência. E a providência de Deus é um constante testemunho a favor do Seu desígnio criador, escatológico, redentivo.

    O 'barco' segue seu curso, há acidentes de percurso (sem dúvida, muitos), o piloto continua não sendo sádico, mas os acidentes  de percurso são sinais mais visíveis de que a chegada se aproxima. Nela, há dois desfechos, não um apenas. Para quem tem recursos "salva-vidas", há vida do outro lado. E o nosso "bote salva-vidas" é Jesus Cristo! "E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu, não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos". (Atos 4.12) Isto é um verdadeiro milagre da mão do Todo-Poderoso !!!

   A moça canadense, descendente do armênio "salvo como que por um milagre", me faz associar o episódio com a minha própria salvação. Ela já está afiançada, naquEle que é único, singular. Não há nenhum outro ! Mas, reconheço que é também um milagre – o milagre do amor misericordioso de Deus ! John W. Peterson, um dos autores de antemas cristãos que mais aprecio, produziu a "pérola" que se pode ouvir hoje, cuja letra segue…

I Believe in Miracles, 1956
CREIO EM MILAGRES 
John W. Peterson (1921-2006)

1. Em toda a criação de Deus
   Eu vejo o Seu poder;
   E quem contempla a linda flor
   Milagres pode ver.

CORO: Creio em milagres,
      Pois Cristo me salvou!
      Tão grandioso é o poder
      Que assim me transformou!
      Minh'alma escura se abriu
      À luz do Salvador.
      Creio em milagres,
      Pois tenho um Deus de amor!

2. De Deus o amor, poder real,
   Milagres fez em mim.
   Perdão, felicidade, paz,
   Eu tenho agora, enfim.

3. Divino Pai, em Seu poder
   Renova o coração,
   E num milagre de amor,
   Opera a salvação.

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Bom Domingo, boa semana
Ulisses

P.S.: No ano passado, mandei uma mensagem ("Mais Perto… em Betel"), anexando-lhe uma belíssima versão do hino que se atribui ter sido o último tocado pela banda do Titanic, antes do sinistro ("Mais Perto Quero Estar"). 

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana

ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 52 : “NÃO ANDO SÓ!”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 15 de Abril de 2012

Ontem foi um dia incomum, para mim. Um, daqueles dias em que, muito particularmente ministros da Palavra de Deus precisam efetuar um exercício de emoções que vão de um extremo a outro. Pela manhã, em meio a várias demandas de trabalhos, pensava em como conciliar a impossibilidade de estar em dois casamentos (pessoas do nosso círculo de relacionamento fraternal), em lugares distintos, mas ao mesmo tempo. Você sabe: casamento é festa, só tem alegria e sorrisos… No meio da manhã, um telefonema: o cardiologista da minha esposa, também irmão de fé, presbítero e amigo, me telefona ao celular: – "Pastor, tenho uma notícia para te dar, uma notícia triste – meu pai partiu hoje cedo! ". Ao fim da tarde, estávamos lá, para o sepultamento do sr. Jecydo, que, depois de 82 anos de vida e 40 dias de lutas numa UTI, de fato deixou o convívio dos seus. Além da solidariedade cristã, também uma palavra me foi encomendada pelos dois filhos – o médico, e o agrônomo, meu xará. Na volta, compartilhei com minha mãe (já chegando aos seus 84), que me acompanhou: "Agora, mudo de cara, e vou para um casamento; situação de cenários opostos, que me faz lembrar várias ocasiões destes anos de… "ministério", e que começaram já no primeiro ano. Já no primeiro ano, lá em Salvador, num mesmo Sábado, fiz um ofício fúnebre à tarde, e falei num aniversário, à noite".

   Tomo a liberdade de compartilhar com vcs, que me lêem hoje, a breve palavra que ontem compartilhei, no "Bosque da Esperança"… Fi-la com base no Salmo 90, texto esse escrito (com certeza) há cerca de 3400  anos atrás, por ser um salmo de Moisés, não de Davi. Sem transcrever todo o texto (vc o tem, na íntegra, na Bíblia Sagrada), compartilho os segmentos por mim abordados. Foram três os pensamentos que tirei, a partir do salmo: Primeiro: "A nossa vida é breve! Pois mil anos, aos teus olhos, são como o dia de ontem que se foi e como a vigília da noite (4)Tu os arrastas [os homens] na torrente, são como um sono, como a relva que floresce de madrugada (5); de madrugada, viceja e floresce; à tarde, murcha e seca (6). Pois todos os nossos dias se passam na tua ira; acabam-se os nossos anos como um breve pensamento (9). Os dias da nossa vida sobem a setenta anos ou, em havendo vigor, a oitenta; neste caso, o melhor deles é canseira e enfado, porque tudo passa rapidamente, e nós voamos (10)." O salmo começa acentuando a distinção entre o Ser Divino – o Eterno, o que é, e que era antes que os montes nascessem, e se formasse a terra, e que sempre há de ser – e o top da Sua criação, o homem. Por esta ótica, que é a nossa vida, seja ela de 8 ou 80 anos ? O Salmo 8 que o responda… A nossa vida, vista pelo ângulo da abstração espiritual da eternidade, é um grande, expressivo e retumbante "nada"! Até a matemática convenciona que toda relação com o infinito é sempre "zero", não importando o número sob a relação :8, 80, 800, 8 mil, oitenta mil ou milhões. O maior de todos os números cabíveis num espaço a ser escrito continua sendo um "zero" convencional, diante do infinito. Repito:  a vida é breve! Nós "voamos"!! Quando "menos esperamos", já acabou !!! 

   Segundo: O tempo é uma medida para o homem, mas pertence unicamente a Deus! Os mesmos versículos do texto acima transcritos servem para ressaltar este fato. É só lê-los de novo, sob a chamada desta assertiva. O verso 11, que a estes segue, ainda destaca: Quem conhece o poder da tua ira? E a tua cólera, segundo o temor que te é devido? É uma afirmação e tanto, uma espécie de corolário ao que antes se transcreveu: Ninguém é dono do seu tempo. Chamei a atenção dos ouvintes para o fato de que, certamente, todos os presentes estavam ali, na cerimônia fúnebre, estavam prontos para mencionar o que tinham planejado para depois que acabasse, ou para o dia seguinte, ou para a semana seguinte, e assim por diante… Todos nós, achando que podemos ser senhores do nosso tempo. Ledo engano. A verdade inexorável é que só UM é dono dele, e esse UM é Deus, o Todo-Poderoso! Não adianta espernear, não adianta resistir: o nosso tempo pertence a Deus, somente a Ele!

    Terceiro: Se a vida é breve, se o tempo é um domínio de Deus, só um pensamento poderia seguir aos dois antecedentes… que mais se pode dizer ?: O tempo precisa ser gasto sob a ótica do dono dele! Precisa ser usufruído de acordo com a ótica divina! Perceba como diz o verso 12: "Ensina-nos a contar os nossos dias, para que alcancemos coração sábio". O que é "coração sábio", à luz do que o texto sagrado aduz? A dona Ester, viúva do sr. Jecydo, à beira de sua caixa de madeira, me cochichou, com  voz embargada, momentos antes: "Pastor, só mesmo com a força de Deus é que se pode suportar isto, viu!!!" E eu arrematei logo em seguida, aos ouvidos dela:"E ainda bem que Ele está por perto, sempre, e promete essa força a todo instante; isto é promessa! Hoje à noite, depois que tudo acabar, a senhora pode contar com ela, com essa força… Amanhã também, e depois, e depois…" Uma coisa é certa: quem aprende a andar com Deus não anda só… jamais! Aí está um ponto de partida para esse aprendizado – "contar os dias", aprendizado este que pode produzir "corações sábios". Essa "contagem" é a "matemática" do sentimento e do assentimento da dependência de Deus… Dependência para nascer, para viver, para morrer e para reviver, pela eternidade, nas "moradas do Seu doce lar", por meio de Seu Filho, o Redentor! E, pela Sua Palavra, o aprendizado é seguro, porque ela o mais seguro e completo manual de sabedoria genuína!

   Moisés, o salmista, não termina sem antes orar: "Volta-te, SENHOR! Até quando? Tem compaixão dos teus servos (13). Sacia-nos de manhã com a tua benignidade, para que cantemos de júbilo e nos alegremos todos os nossos dias (14). Alegra-nos por tantos dias quantos nos tens afligido, por tantos anos quantos suportamos a adversidade (15). Aos teus servos apareçam as tuas obras, e a seus filhos, a tua glória (16). Seja sobre nós a graça do Senhor, nosso Deus; confirma sobre nós as obras das nossas mãos, sim, confirma a obra das nossas mãos (17)." Nota-se claramente que, 3400 anos antes de nós, ele já havia aprendido, de Deus, sobre esta dependência dEle próprio; já havia aprendido acerca dessas três deduções, três reflexões, os três desafios:

– Nossa vida é breve !

– O tempo é um domínio de Deus!

– Convém usufruir do tempo sob a ótica de Deus!

  O hino de hoje foi escrito por um ministro da Palavra de Deus, ao qual já recorremos antes, com outro hino. Ele reitera que, se temos a Cristo, não andamos sós, não estamos sós, mesmo em meio à tempestade! Ei-lo, para nosso desfecho de hoje …

I Never Walk Alone (1952)
NÃO ANDO SÓ
Alfred Henry Ackley (1887-1960)

1. Não ando só, pois Cristo me acompanha
   Por toda a parte, aonde quer que eu for; 
   E quantos queiram, fruem Seu amor.

   CORO: Não ando só, Jesus ao lado tenho, 
      E nEle achei Amigo sem igual.
      De tal Amigo apoio e guia obtenho; 
      Não ando só, pois Ele me é real.

 2. Não ando só, em meio à tempestade; 
   Mesmo que o vento esteja a me açoitar, 
   Seguro vou pois Cristo está comigo,
   E os braços Seus estão a me rodear.

 3. Não ando só, se as tentações me assaltam, 
 
   Comigo está Jesus a me guiar,
    E quando enfim eu for ao lar eterno, 
    Ainda ali com Ele eu hei de andar.

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Abraço, bom Domingo, e uma boa semana!
 Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana

ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
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N° 51 : “A MORTE NÃO O PÔDE DETER!”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 07 de Abril de 2012

  Deixem-me explicar a falha – alguns notaram e me escreveram denunciando-a… No Domingo que passou, o primeiro dia deste mês, não consegui preparar nem enviar a mensagem dominical. Uma viagem que tinha que fazer na Sexta à noite à cidade de Teófilo Otoni, de onde só voltei no amanhecer da Segunda-feira, acabou por impedir-me de preparar e mandar a mensagem daquele final de semana. Aos que sentiram a falta, meu pedido de desculpas pela omissão. Agora segue esta, retomando o hábito. E a data é um tanto propícia: o calendário aponta mais uma Páscoa, para este Domingo!

   No meu tempo de estudos primários, ouvir histórias me era um deleite. Pelo incentivo de minha mãe, li várias obras; me lembro muito bem, lá em casa, por exemplo, das noites de leitura de "História do Mundo para Crianças", de Monteiro Lobato (aliás, um autor de quem acabei por contrair muitas reservas). Não era um livro com gravuras, e sim com os diálogos da Dona Benta e demais personagens, onde as imagens ficavam por conta do imaginário dos leitores. Sem dúvida, criei as minhas próprias imagens na mente. Talvez, aqueles "treinos" da infância tenham ajudado a infundir-me gosto pela história. Certamente, a leitura das histórias bíblicas reforçou tremendamente esse gosto. Logo cedo, em termos de idade, aprendi a razão de a história (muito especialmente no Ocidente) passar a ser distinta entre "AC" (Antes de Cristo) e "DC" (Depois de Cristo). O personagem histórico "Jesus Cristo" se tornou a razão da "dobra" do tempo, a "quina" da história. No entanto, ninguém tem sido mais desdenhado, ou mesmo perseguido na história, do que Jesus Cristo. Pensem, tentem lembrar: que nome, relacionado a alguma religião, tem sofrido rejeição e ofensas como o tem este nome, em tão prolongado tempo? Nos primeiros 3 séculos que se seguiram à sua vinda ao mundo, bastava menção ao nome "Jesus Cristo" para se desencadear feroz perseguição… Reis se levantaram e lançaram mão de todo o seu poder para tentar ofuscar esse nome, impedir-lhe o avanço… Protagonistas de outras formas religiosas tentaram deturpar o seu caráter… Filósofos e "sábios" elaboraram intrincadas teorias para depreciar sua humanidade perfeita, e esvaziar sua divindade autêntica… Cientistas têm usado todo o seu prestígio para denegrir sua figura… Mesmo "teólogos", que reputo por falsos e indignos de tal tratamento, têm buscado, com habilidade, eloquência, com 'atraentes' arrazoados, desconstituir e desconstruir a verdadeira descrição de sua pessoa, sua obra e sua mensagem. Políticos, governantes, literatos, artistas, humoristas, e até historiadores, há séculos, têm desafiado a paciência, a tolerância, a longanimidade divina, como se fosse uma ação orquestrada em aliança, com intuito de lançar abaixo o Nome Excelso do Filho de Deus que se encarnou… 

   Se arrolássemos, todos juntos, os inimigos do Nome do Senhor Jesus Cristo, em todas as suas épocas, que numeroso exército dariam eles. Também pudera: Ninguém mais, senão ELE, reivindica ser o Senhor dos céus e da terra, o Criador de todo o universo, 'Deus feito também criatura humana', com propósito único de sujeitar-se, pessoalmente, ao elemento mais fantástico dentre todas as criaturas de Sua obra, de modo a substituir precisamente esse próprio, redentivamente, perante o juízo do Pai. Ninguém mais, mesmo. Ninguém mais foi capaz, ou ninguém mais teve a audácia de afirmar : "Ninguém tira a minha vida de mim; pelo contrário – eu, espontaneamente, a dou. Tenho autoridade para dá-la, e também para reavê-la. Este mandato eu recebi do meu Pai ". (João 10.18) Ninguém, jamais, teve a coragem de afirmar, com a propriedade da metáfora linguística : "Destruí este santuário, e eu, em três dias, o reconstruirei ". (João 2.19) É como fica bem esclarecido pelo apóstolo – ele se referia ao seu próprio corpo, que haveria de ser entregue à morte, mas ressurgiria três dias depois (João 2.20-22). Eis a razão fundamental de ter-se tornado, Ele mesmo, o vértice da história: Quando Ele veio, sujeitou-se humildemente ao próprio homem (Filipenses 2.5-8)… Nasceu com humildade, viveu frugalmente, sofreu muitas injustiças, teve seus santos propósitos vituperados, foi levado pelo seu próprio povo à presença das autoridade romanas, com um coro sádico e tenebroso – Crucifica-o, crucifica-o! E assim se deu! E foi o seu corpo morto depositado na tumba de Arimatéia… Mas, como previu Ele mesmo, foi o autor do feito mais importante de toda a história, não importando se computada antes ou depois dele: Ao terceiro dia, contando a partir daquela Sexta-feira, quando chegou o primeiro dia da semana da Pessach judaica, Ele já não estava mais lá, naquela tumba… Ele, simplesmente, não mais estava lá… Ninguém o roubou, como falsamente disseram as 'aporcalhadas' autoridades religiosas… Ele não estava lá, simplesmente porque a morte não o pôde deter! 'Ouviu' isto ? Não o pôde deter, a morte não pôde… Ele se levantou, se ergueu dali, venceu a morte. Oh, que dia faustoso, oh que evento faustoso !!!Ele ressurgiu! Na Sua vitória sobre a morte, por via da ressurreição, está, potencialmente, a nossa própria vitória sobre a morte, a nossa ressurreição futura. Porque a morte – ah! a morte, com seu cruel aguilhão – não o pôde deter.

   Dá prá imaginar o espanto, a emoção, o deslumbramento daqueles que o viram ressurreto! Pois maior deslumbramento será quando Ele, redivivo e triunfante, vier para recolher os que já se foram (mas foram-se garantidos na expiação de Sua obra), em novo ato coletivo de ressurreição. E também, para recolher para si os que estiverem vivos, pertencendo-lhe, os quais serão igualmente transformados à Sua semelhança.Tudo porque… a morte não o pôde deter. Naquele dia, juntamente com Ele, uma multidão cantará, em triunfo, o que está escrito no Seu Livro: "Tragada foi a morte pela vitória. Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão? " (I Coríntios 15.54,55). Tudo porque… simplesmente… fantasticamente… a morte não o pôde deter. "Não temas : eu sou o primeiro e o último, e aquele que vive; estive morto, mas eis que estou vivo pelos séculos dos séculos, e tenho as chaves da morte e do inferno". (Apocalipse 1.17,18)

    O hino de hoje é uma poesia tangente de um homem com uma experiência de vida singular… Donnie Sumner acompanhou Elvis Presley por alguns anos: cantou com ele, trabalhou com ele, andou com ele. Seu testemunho de transformação e restauração de vida se intitula: "Do Rei do Rock para o Rei dos Reis". Uma de suas afirmações : "As pessoas costumam dizer – dexei tudo para seguir a Cristo;  isto não é muito verdadeiro, no meu caso – quando Cristo me abraçou, eu já não tinha mais nada para deixar,  de tão destruída que estava a minha vida, antes de Jesus Cristo transformá-la completamente".

Ouça, acompanhando a letra abaixo :

THE NIGHT BEFORE EASTER (1969)
A NOITE VESPERAL DA PÁSCOA
Donnie Sumner (1942… )

The night was so different from all the rest
A noite era tão diferente de todas as demais
And the silence covers the Earth;
Um silêncio cobre a terra
The stars have no glimmer, the moon tries to hide,
As estrelas não têm brilho algum, a lua tenta se esconder
For in death lies the man of their birth.
Porquanto na morte jaz o homem que lhes trouxe à existência.

In a room filled with sorrow a mother cries
Numa sala, repleta de tristeza uma mãe chora
For Jesus, her Son, now is gone;
Pois Jesus, seu filho, agora se tinha ido
And Her baby, sent from heaven, He was taken away,
Seu filho, enviado do céu, lhe fora tomado
Heart broken – she feels all alone.
Com o coração partido, ela sente total solidão.

At the feet of his mother a little boy cries
Aos pés de certa mãe um menino chora
And he says – "'momma', I don't understand;"
Dizendo – "Mamãe, eu não consigo entender"
Cause I remember the look of love in His eyes
Pois eu me lembro daquela imagem de amor em Seus olhos
That I saw, by the touch of His hand.
Que eu enxerguei, pelo toque de Suas mãos.

The King of all ages, the very Giver of life,
O Rei de todas as eras, o verdadeiro genitor da vida
For just a moment he lies silent and still;
POr um momento jaz silente e inerte;
But then a power sent from heaven comes breaking the night,
Mas um poder enviado do céu vem rompendo a noite
And death must bow to His will !
E a morte deve se encurvar ante a Sua vontade!

Then a stone moves, the Earth shakes, the birds start singing,
Então uma pedra se move, a terra treme, os pássaros começam a cantar
The sun shines, the Earth warms, (for) new life is bringing;
O sol brilha, a terra se aquece, pois nova vida está trazendo
A (that) little boy stops crying, and that mother is smiling,
O menino pára seu choro, a mãe sorri
For death could not hold the King !
Porquanto a morte não pôde deter Seu Rei !

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 Bom domingo, boa semana a seguir
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana

ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
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N° 50 : “EU SEI ONDE ME ENCONTRO AGORA”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 25 de Março de 2012

 A recente morte do artista e comediante brasileiro Chico Anysio 'fisgou' minha atenção por algumas declarações, feitas ou lembradas.
Não sei muito sobre sua vida; aliás, pouco sei, porque não sou dado a ficar acompanhando vidas de artistas.
Mas a atenção que me foi fisgada teve suas razões específicas.
Ano passado, após completar 80 anos de idade, mas também após passar 110 dias internado (cerca de 78 na UTI), deu um depoimento carregado de emoção.
Afirmou, por exemplo : "Sei que vou morrer, mas não tenho medo de morrer – tenho pena, pelo que vou perder… não vou ver meus netos crescerem… tenho pena, mas medo, não ". 
Acrescentou, por exemplo : "Sou um teimoso – fiz 80 anos, mas estou querendo renovar meu contrato por uns 20 anos… porque acho que vou chegar aos 100… devo ir, eu acho ".
    No dia que morreu (Sexta última, dia 23), a sexta e atual esposa registrou nalgum site de relacionamento:
"Por volta das 15 horas de hoje acenderam-se as luzes do céu…
Estava para começar o último show de Chico Anysio.
A platéia ? Os anjos, aplaudindo de pé! "

0 Eu de cá, fico tentando imaginar essa cena. É, mesmo imaginária, uma espécie de "licença poética".
Mas eu tenho um referencial muito seguro – tenho uma descrição de quadro, que uma fonte segura me revelou, acerca de como pode ser uma cena típica como essa que a afirmação insinua, quando alguém ultrapassa a "linha de chegada" (que também é "linha de partida", de outro início).
Acredito que a minha fonte segura não me deu todos os detalhes de como ocorre uma cena típica dessas.
Mas os detalhes que a minha fonte segura me passou são suficientes para que eu (e qualquer outro que a ela tiver acesso) possa me certificar do que caracteriza o momento.

Eis o que a minha fonte segura me diz :
1°) "Eis o que tão-somente achei: que Deus fez o homem reto, mas ele se meteu em muitas astúcias" (Eclesiastes 7.29).
Há toda uma história por trás desse "muitas astúcias"… Planejamento da criação, criação propriamente dita, responsabilização do homem ante a criação, infração e quebra de pacto da criação, perdição e rebelião, julgamento, sentença, penalidade (eterna), necessidade de redenção, e assim por diante.

2°) Minha fonte segura diz que este problema, em toda a sua complexa e mais ampla dimensão, não atingiu somente o protagonista inicial…
"Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram" (Romanos 5.12).
Mas há ainda um lado outro da questão, e  minha fonte segura também fala disto :

3°) "Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores" (Romanos 5.8).
Destarte, há uma obtenção dos frutos desse amor, que resulta em redenção e resulta em previsibilidade segura do que pode acontecer na hora desse 'ato', que a Malga Di Paula chamou de "último show" … Só que, quem exerce o papel central nessa epopéia é Jesus Cristo, o Filho de Deus, encarnado como homem, Salvador, voluntariamente posto sob humilhação e morte, mas triunfantemente exaltado pela ressurreição, pela ascenção aos céus, pela gloriosa transformação de sua matéria em corpo celestial, pela sua entronização à destra do Pai, e pelo domínio que lhe foi dado até que volte.
Além disto, minha fonte segura dá mais elementos da descrição:  

4°) "Os néscios são mortos por seu desvio, e aos loucos a sua impressão de bem-estar os leva à perdição; mas o que me der ouvidos habitará seguro, tranqüilo e sem temor do mal" (Provérbios 1.32,33).
Há, portanto, dois cenários, e não apenas um único.
 Chico Anysio foi distinguido por muitos dos seus pares, e também por seus filhos, como um caso único entre os artistas e humoristas – tratado como "o mestre".
Entretanto, o "Mestre" ( eu preferi designar a este outro com "M", maiúsculo) sumariza estes dois cenários aos quais há pouco me referi com duas declarações, cada uma dirigida a um de dois distintos grupos , com as seguintes proclamações proféticas:
Primeira  =>  "Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo"(Mateus 25.34).
Segunda => "Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos" (Mateus 25.41).
Confirmam-se, portanto, os dois cenários distintos.

 5°) De fato, há júbilo no céu por um pecador que se arrepende e volta-se para Deus, e isto certamente promove uma grande celebração por lá, quando esse redimido de Deus termina aqui a sua jornada, e adentra os páramos celestiais, regozijando-se na presença do Cordeiro e seu Pai – também o nosso Pai …
Isto é afiançado em Lucas 15.7, em associação com o capítulo 5 de Apocalipse.  

    Certamente a Malga Di Paula estava mesmo usando aquela espécie de "licença poética" ao usar as palavras e a sintaxe que usou para descrever a cena que imaginou…
Então eu também vou reproduzir uma espécie de "licença poética" que certo casal de autores utilizou, descrevendo o que ambos mesclaram de realidade presente e esperança escatológica.
O lugar do cenário não era Rio de Janeiro ou São Paulo – era Nashville, no Tennessee (tida por muitos como a capital musical dos Estados Unidos).
Lá, havia (ainda há) um auditório – The Ryman Auditorium – construído com os recursos próprios de um certo homem, chamado Thomas Ryman.
Seu palco, acompanhando a forma do auditório, era semicircular.
Ryman o construiu em dedicação a Deus, e em homenagem a Sam Jones, pregador da Palavra de Deus, que fora usado em sua conversão pessoal.
(Eu conheço um ou outro tipo de Ryman da atualidade, mas eles são raros).
Durante algumas décadas, o Ryman Auditorium  foi palco de pregações e execuções de mensagens musicais, inclusive transmitidas pelo rádio para terras bem distantes.
As ondas do "Grand Ole Opry", como era chamado, alcançaram milhões. Contudo, o auditório passou também a ser palco central da música country  norte-americana.
Entre os que lá se apresentaram estava Roy (Claxton) Acuff (1903-1992).

   Mas, em 1974, um novo auditório – o Nashville Opryland, bem maior e mais sofisticado – foi inaugurado, e o Ryman relativamente esquecido.
Já não mais era a "era do rádio", e sim da televisão, da ilusão dos efeitos visuais…
Conta-se que Roy Acuff, quase ao fim da vida, já idoso, sem saúde e praticamente cego, àquela altura já tendo feito várias apresentações em ambos os auditórios (primeira fase em um, depois no outro), pediu aos seus amigos que o levassem mais uma vez para uma última apresentação no "saudoso" Ryman Auditorium.

   Havia um acesso de veículos próximo à porta posterior do auditório, que levava ao diretamente palco.
Os seus amigos o levaram, o puseram próximo à porta de entrada dos artistas e tomaram sua mão para conduzi-lo até lá.
Naquele momento, ele os interrompeu dizendo: "Obrigado! Estou bem aqui; eu já sei onde estou ! Posso seguir por conta própria".
Esta história levou o casal a compor uma canção gospel, tendo em mente um outro cantor – gospel – o grande amigo Jake Hess; naquela altura, Jake já tinha passado por várias complicações cardíacas, usava um marca-passo, e já havia sido desenganado duas vezes. 
Jake conhecia as promessas verdadeiras que a minha fonte segura também me revelou…
E foi ele mesmo quem cantou pela primeira vez a composição, derivada da história do artista Roy Acuff.
E cantou-a também no próprio Ryman Auditorium.

Voce tem a execução aqui…

   A voz introdutória narra a experiência ilustrativa de Roy Acuff, como um exórdio, dizendo que fora o artista carregado de carro até o Grand Opry…
Estava ele velho, fraco, e um tanto cego.
Os amigos o conduziram até próximo da porta de entrada do palco, atendendo ao seu último desejo…
O resto vem na canção, com a saudosa voz do próprio Jake Hess…
A primeira parte, num tom, é a metáfora da história de Roy Acuff; a segunda parte, tom mais alto, é o paralelo na vida de um crente, tendo a experiência de vida do 'artista' redimido Jake Hess, como outra ilustração – a história dos remidos.

I KNOW WHERE I AM, NOW (1997)
EU SEI ONDE ME ENCONTRO, AGORA
William J. Gaither (1938…)& Gloria Gaither (1942…) 

Many the time he stood by the curtain,
Muitas vezes ele se pôs de pé atrás da cortina
Waiting his turn to walk out on the stage.
Aguardando sua vez de adentrar ao palco
Thunderous applause once welcomed the entrance
Aplausos retumbantes afinal davam saudavam a entrada 
Of this old performer now crippled with age.
Desse velho intérprete, agora fragilizado com a idade

He leaned on them heavy as slowly they led him,
Ele pesadamente se escorou neles, à medida que conduziam-no lentamente
Through the back entrance and up to the round;
Através da entrada dos fundos, subindo ao círculo 
Then, by some magic, his bent body straightened,
Então, como por mágica, seu corpo todo encurvado se fortaleceu
"I can make it from here now, I know where I am".
"Eu posso ir por mim mesmo a partir daqui, eu sei onde estou"… [disse ele]

"Don’t worry ’bout me; I know where I am, now…
Não se preocupem comigo, eu sei onde estou agora
Thanks for the hand, but now I can stand – I’ll walk on alone!
Grato pela ajuda [mãos], mas agora posso suster-me – vou sozinho! 
The voices and faces — I know them all well, now;
As vozes e as faces – eu as conheço bem, agora;
I can hear, I can see — don’t worry ’bout me — I’m finally home!"
Posso ouvir, posso ver – não se preocupem comigo – estou em casa, finalmente!…
In life’s traveling road show, I’ve been a performer No show 
transitório da vida, eu tenho sido um intérprete
When burdens were heavy, when days were too long
Quando ao fardo era pesado, quando os dias eram muito, longos
When there was a part for an old gospel singer
Quando havia um papel para um velho cantor gospel
When folks needed hope, I sang them my song.
Quando as pessoas precisavam de esperança, cantava-lhes minha canção.  

One of these days Someone [He, the Master, the Lord] will lead me
Um dia desses, Alguém [Ele, o Mestre, o Senhor] vai conduzir-me
Through heaven’s 'stage' door and into the wings
Através da porta do 'palco' celestial, para dentro de [suas] alas
There’ll be a place in that final performance
Haverá um lugar naquela performance final
I know my part, and I’m ready to sing.
Eu sei a minha parte, e estou pronto para cantar.
 

"Don’t worry ’bout me; I know where I am, now…
Não se preocupem comigo, eu sei onde estou, agora
Thanks for the hand, but now I can stand – I’ll walk on alone!
Grato pela ajuda [mãos], mas agora posso suster-me – vou sozinho! [com Ele, porém]
The faces of loved ones, the voice of my Father
As faces dos amados, a voz do meu Pai
I hear and I can see — don’t worry ’bout me : I’m finally Home!
Posso ouvir, posso ver – não se preocupem comigo – estou em casa, finalmente!

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Bom domingo, boa semana a seguir
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana

ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

 

 

N° 49 : “EU SOU DELE, E ELE É MEU”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 18 de Março de 2012

Não faz muito tempo, um aluno (hoje, "ex") me pediu para redigir um artigo, para o jornalzinho que ele ajudava a editar, sobre um personagem de quem falei nas aulas de Apologética Cristã. Blaise Pascal (Paris, 1623-1662) foi um personagem singular da história ("O coração tem razões que a própria razão desconhece" – lembra disto?). Por um lado, um verdadeiro luminar científico: seu nome e parte de sua "ciência" se me tornaram familiares desde os primeiros anos ginasiais, com os estudos da Aritmética, até aos anos um pouco mais avançados dos estudos da Física e das probabilidades estatísticas. Por outro lado, um homem humilde, que passou por várias lutas e sofrimentos em vida. Perdeu a mãe aos três anos de idade, o pai aos vinte e oito, enfrentou a pobreza e a enfermidade grave, que lhe tirou a vida, por assim dizer. Aliás, uma vida, digamos, "curta", pois limitou-se a 39 anos e alguns meses mais.

   Pouco depois dos 30 anos de idade, passou pelo que ele mesmo considerou a "conversão" da sua alma e existência. Re-descobriu os postulados teológicos de Agostinho de Hipona, e abraçou-os. Não poucos têm identificado o pensamento de Pascal com o de Calvino, embora eu mesmo não saiba de evidências de que o primeiro tenha lido o último. Assim, embora sendo poucos os anos de sua vida, teve tempo suficiente para ser um dos mais agudos homens da Ciência, e meditar profundamente também nas verdades eternas. Diz-se que ainda pequeno teve uma experiência curiosa com seu pai. Pascal tinha saído para uma cavalgada. Num dado momento, na empolgação do passeio, seu cavalo se desequilibrou, a cela se desprendeu, e Pascal foi ao chão. Quase sem tempo para se levantar viu quando o cavalo já caía por sobre ele, o que não aconteceu por um triz. Ao chegar em casa, depois da assustadora experiência, foi logo ao encontro de Etienne, seu pai, para contar-lhe ofegante:

– Pai, não imagina o que me ocorreu – em minha cavalgada, hoje, eu caí, o cavalo caiu, mas Deus foi tão bom que impediu que ele caísse por cima de mim; me esmagaria, se acontecesse. O pai, que àquela altura era figura do lar que supria também a ausência da mãe, o trouxe para bem perto de si e disse:

– Filho, eu também tenho uma história para contar, e é da minha cavalgada também, quando voltava da cidade.

   O pequeno Pascal esperava uma coincidência na história a ouvir… – Imagina – continuou o pai – que fiz também uma outra longa cavalgada, cheguei em casa são e salvo, e meu cavalo em nenhum momento nem mesmo tropeçou; Deus não foi ainda mais bondoso comigo? Pascal experimentou algo que se poderia chamar de "providência visível" de Deus; seu pai experimentou algo que se poderia chamar de "providência invisível". Mas a verdade é que, tanto num caso semelhante ao primeiro quanto noutro semelhante ao segundo, só a boa mão do Criador, o Providente, pode garantir um final seguro e bom êxito de chegada.

   Não é assim a nossa vida? Damos certo valor aos "eventos", principalmente aqueles que parecem traduzir um tipo de "intervenção divina", quando os fatos parecem demandá-los. Mas, quando nenhum fato inusitado aparece para "precisar" da intervenção divina, damo-nos por satisfeitos porque a vida parece seguir o seu curso; e ela nos parece ir seguindo, até que outro fato novo ocorra, empurrando-nos para o refúgio do Rochedo Forte. Com certa frequência, somos todos tentados a ter nosso pensamento a fluir como o dos deístas: O relógio recebeu corda; o resto é consequência.

   Não é verdade! Não devemos desprezar os dias dos humildes começos (Zacarias 4.10) ou os de céu nublado, como se fossem de menor importância para Deus em relação a nós. Todos os dias, todos os momentos, todas as circunstâncias, estão sob a mão do Todo-Poderoso (embora Ele envolva o concurso das nossas responsabilidades nisto). Quantos dias de ausência de "eventos importantes" nos serão necessários para perceber a boa mão do Senhor no transcurso desses mesmos dias? Ou será preciso o evento, quem sabe uma desdita, quem sabe uma prova de fé e dependência, para que o nosso coração e a nossa mente comprove (de novo) que Ele é o "nosso abrigo na tentação, na provação e em todo mal" – verdadeiro refúgio, ainda que na tribulação ?

   Seu Manual de Existência assim afirma: "Em paz me deito, e logo pego no sono, porque, Senhor, só Tu me fazes repousar seguro". (Salmo 4.8); e veja que, embora tenhamos o cuidado constante de verificar se as portas e janelas estão fechadas, não precisamos ficar, a cada noite, gastando tempo a pensar quantos assaltantes estão de fora (nem onde estão), perpetrando seus planos malignos.

O próprio Autor da Criação afirma que Deus "faz nascer o seu sol sobre maus e bons, e vir chuvas sobre justos e injustos". (Mateus 5.45), o que prova que Seus preciosos cuidados estão constantemente ao nosso dispor, sob os ocasionais "eventos" ou sob "a mesmice" dos dias. Mesmo assim, quando sobrevêm os eventos, Ele também está por perto, e os Seus ouvidos se dispõem a ouvir e a atender, segundo a Sua vontade.

   Um grupo de pagãos, que pensava ser obra do acaso (ou do destino fatal) o que acontece a cada dia, mesmo que corriqueiro, ouviu do apóstolo a verdade que permanece eterna: "O Deus que fez o mundo e tudo o que nele existe, sendo Ele Senhor do céu e da terra, não habita em santuários feitos por mãos humanas. Nem é servido por mãos humanas, como se de alguma coisa precisasse; pois Ele mesmo é quem a todos dá vida, respiração e tudo mais; de um só fez toda a raça humana para habitar sobre toda a face da terra, havendo fixado os tempos previamente estabelecidos e os limites da sua habitação; para buscarem a Deus se, porventura, tateando, o possam achar, bem que não está longe de cada um de nós; pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos, como alguns dos vossos poetas têm dito: Porque dele também somos geração". (Atos 17.24-28.) Pouco notada é a força destas palavras, especialmente – pois nele nos movemos e existimos. É uma afirmação que complementa a outra – pois Ele mesmo é quem a todos dá vida, respiração e tudo mais! Tudo mais !!  Não é menos verdade por ser pouco notada. Portanto, temos razões de sobras, com ou sem "eventos importantes", para junto Dele permanecer, porque sabemos que somos do Senhor, e Ele a nós também se dá a pertencer. É promessa: Javé Nissi – o Senhor é a minha bandeira…(Êxodo 17.15).

   O cântico já muitas vezes por nós cantado num passado recente (cuja autoria não consegui identificar), traz uma mensagem pertinente… Ele está numa versão ligeiramente modificada da mais usual…

 HOJE SOU FELIZ

Perdido foi que Cristo me encontrou
Neste mundo vil;
Salvou-me, no Seu sangue me lavou.
Hoje sou feliz!

Hoje sou feliz, foi-se o meu temor;
Vou permanecer junto ao Salvador;
Foi-se a escuridão, raia a luz do Céu,
Pois eu sei que sou do meu Senhor
E Ele é meu!

Se muitas tentações me sobrevêm,
Para Ele vou;
Recebo forças que do Céu me vêm
Se com Ele estou!

Se negra noite assustar-me vem,
Sinto Seu amor:
As trevas tornam-se em luz também,
Com meu Salvador!

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Bom domingo, boa semana a seguir!
Ulisses 

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana

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N° 48 : “DE OLHO NO PARDAL”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 12 de Março de 2012

Embora residindo em plena "selva de asfalto", numa região de Belo Horizonte bem próxima do aeroporto da Pampulha, minhas madrugadas têm permitido a mim mesclar a audição do ronco de motores de aviões e helicópteros com um outro tipo de sonoridade: a doce sonoridade da OSPOV, a  "ORQUESTRA SINFÔNICA DE PARDAIS E OUTROS VOLÁTEIS". Graças a Deus, uma certa retomada de consciência ecológica se recobrou nas cidades, nos últimos tempos. É possível ver (e ouvir), em plena cidade,  pássaros que há certo tempo atrás era difícil ver (e ouvir)… Joões-de-Barro, sabiás, bem-te-vis, entre outros, além da fartura de pardais. Na frente de minha casa, numa nesga de terra entre duas ruas, que acabou enchendo-se de vegetação, há pelo menos seis árvores frondosas, sem contar as que estão nas proximidades. Essas, o animal racional "evoluído" da criação não conseguiu ainda derrubar, para, quem sabe, abrir espaço ao 'progresso', deixar o chão 'mais limpo' (tem gente que ainda pensa que as folhas que caem das árvores no chão são sujeira !), ou coisa que o valha. O resultado é uma verdadeira sinfonia; em muitas manhãs é um verdadeiro deleite. Quer saber do que se junta ao melhor? Não pago um 'centavo' pelo 'espetáculo'. É inteiramente de graça. Dá vontade de ficar ouvindo até o último movimento, do Alegro ao Andante, cujo grand finale certamente só ocorre quando o sol castiga e as aves se ocultam nas sombras das próprias folhas. Infelizmente não dá: praticamente todos os dias já preciso estar bem longe de casa, antes que o sol se levante por detrás da 'serra do curral'. É bom saber que essas aves 'sinfônicas' ainda não desapareceram da cidade. Temos visto, com certa frequência, algumas mais exóticas, como o pica-pau, ou o pássaro-preto, de vez em quando um curió (até um cardeal já vi)… É a bondosa mão do Criador, apesar do homem, que as preserva. Aliás, veja que isto está assentado no Livro: "O pardal encontrou casa, e a andorinha, ninho para si, onde acolha os seus filhotes; eu, os teus altares, SENHOR dos Exércitos, Rei meu e Deus meu!" (Salmo 84.3) Sim, é verdade: O Criador, sábio, providente e benévolo como é, aprovisionou lugares de manutenção de Sua magnífica obra, e preserva até os pássaros. Eles são, inclusive, parte significante de Seu deleite. Porque o seu canto é em louvor do Criador. "Todo ser que respira, louve ao Senhor. " (Salmo 150.6)

    Curioso é que o autor de toda a Criação usa a figura do pardal para entregar-nos também uma preciosa mensagem:"Não se vendem dois pardais por um asse? E nenhum deles cairá em terra sem o consentimento de vosso Pai. E, quanto a vós outros, até os cabelos todos da cabeça estão contados. Não temais, pois! Bem mais valeis vós do que muitos pardais" (Mateus 10.29-31) Entendeu? Claro que entendeu. Eu duvido que não entendeu… Se Deus sabe a hora em que cai um pardal, ou quanto tempo deve ele durar, escapando de seus predadores naturais, quanto mais saberá cuidar de nós (e também nos preservar dos nossos 'predadores').

   Na verdade, o zelo de Deus sobre todo o restante da Sua Criação não é tão intenso e interessado quanto o é sobre os que temem o Seu Nome, e sabem porque (no uso dos atributos da razão, mas também do sentimento e até da vontade) foram criados pelo Supremo; mais que criados, porque são chamados e remidos no Seu precioso Nome. E veja mais: Sei que é difícil, pois sei (mesmo por experiência própria, embora certamente jamais o tipo de experiência mais dolorosa que se pode ter) que a vida nos aperta de todos os lados. Portanto, sabendo que é assim, e que talvez não seja diferente para quem quer que seja, com toda a certeza sou assaltado pelas mesmas dúvidas, pelas mesmas ansiedades, e pelas mesmas fraquezas que qualquer um que me lê. Por isto, reconheço que é difícil encarar o que vou anotar; mas vou anotar, a despeito do que me vem a alma, porque o que vai ainda acrescido provém do Fiel, Aquele que era, que é e que será eternamente – cuja palavra é firme como Ele próprio (e Ele não depende de nós para suster Sua palavra): "Por isso, vos digo: não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer ou beber; nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo, mais do que as vestes? Observai as aves do céu: não semeiam, não colhem, nem ajuntam em celeiros; contudo, vosso Pai celeste as sustenta. Porventura, não valeis vós muito mais do que as aves? Qual de vós, por ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado ao curso da sua vida? {ao curso da sua vida; ou à estatura}. E por que andais ansiosos quanto ao vestuário? Considerai como crescem os lírios do campo: eles não trabalham, nem fiam. Eu, contudo, vos afirmo que nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles. Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós outros, homens de pequena fé? Portanto, não vos inquieteis, dizendo: Que comeremos? Que beberemos? Ou: Com que nos vestiremos? Porque os gentios é que procuram todas estas coisas; pois vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas elas; buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os seus cuidados; basta ao dia o seu próprio mal." (Mateus 6.25-34) Isto serve para nos lembrar: Por mais quente que seja o dia, causticante com o sol que se esgueira pelo meio do buraco da camada de ozônio, e invade a terra com cada vez mais quantidade de UV-A e UV-B, dá para esperar que na manhã seguinte os pardais estarão lá, antes de vir o escaldante, acompanhados dos bem-te-vis, dos sabiás-laranjeiras, dos canários, com uma nova sinfonia (e tudo sem ensaio – não é fantástico ?).  

   Da mesma forma, o Criador já está 'acordado' antes de despertarmos, e já está lá adiante, lá na colina onde a trajetória da madrugada permite ver o sol sair da cortina, renovando Seus cuidados para o dia. Haverá lutas; haverá dissabores; haverá tormentas… Mas, Ele estará lá, estará junto, estará sustendo. Ele tem seu olhar nos pardais, mas também o tem especialmente em nós. 

   A propósito, de novo a nossa mensagem com música de hoje fala disto também. A autora (também autora do clássico "Deus Cuidará de Ti") dá o seguinte testemunho do surgimento da composição: "No início da primavera de 1905, meu marido e eu estávamos em jornada no estado de Nova Yorque. Nesse ínteim, surgiu uma boa amizade com um casal – Sr e Sra Doolitle, verdadeiros santos de Deus. Sra. Doolitle estivera enferma, acamada por cerca de 20 anos. Seu marido era um paralítico incurável, que para locomover-se precisava de uma cadeira de rodas. A despeito de suas aflições, eram cristãos felizes, trazendo inspiração a quem quer que os conhecesse. Um dia, quando visitávamos o casal, meu marido fêz menção do brilho da vida deles, a despeito de sua dureza, e perguntou-lhes qual o segredo. A Sra. Doolitle deu uma resposta simples: 'His eye is on the sparrow, and I know He watches me' (Seu olhar está sobre o pardal, e eu sei que Ele também me contempla). A beleza dessa expressão, simples e direta, de uma fé sem fronteiras, apoderou-se de mim e do meu marido. O hino resultou dessa experiência, e da lembrança automática das palavras do Mestre". Charles Gabriel pôs-lhe a música, sob solicitação da Sra. Martin, esposa do pastor Walter Martin. A primeira vez que ouvi a interpretação com a qual te presenteio agora, 26 anos atrás, eu estava muito, muito longe de casa.Como me foi confortador ouvir.  Fui atrás e comprei o LP. Ouça aqui, acompanhando com a tradução.

HIS EYE IS ON THE SPARROW (1905)
Seu Olhar Está Sobre o Pardal
Civilla Durfee Martin (1866-1948) & Charles Hutchinson Gabriel (1856-1932)

Why should I feel discouraged ?
Por que deveria sentir-me eu desencorajado ?
Why should the shadows come ?
Por que deveriam as sombras vir ?
Why should my heart be longing

Por que deveria meu coração estar suspirando ?
And long for heaven and home

E aspirando pelo céu e o lar
When Jesus is my portion

Se Jesus é a minha porção
My constant friend is he

Meu amigo constante ele é
His eye is on the sparrow

Seu olhar está no pardal
And I know he watches over me 

E eu sei que ele contempla a mim!

    I sing because I'm happy
    Eu canto porque sou feliz
    I sing because I'm free 
    Eu canto porque sou liberto

    His eye is on the sparrow
    Seu olhar está no pardal
    And I know he watches over me 
    E eu sei que ele contempla a mim!

Whenever I am tempted
Toda vez que sou tentado
Whenever clouds arise
Toda vez que as nuvens se levantam
When songs give place to sighing
Quando as canções dão espaço ao suspiro
When hope within me dies
Quando a esperança dentro em mim fenece
I draw the closer to Him
Eu me encaminho o mais perto Dele
From care He sets me free
Por [Seu] cuidado ele me liberta
His eye is on the sparrow
Seu olhar está no pardal
And I know he watches over me 

E eu sei que ele contempla a mim!

 Estrofe não cantada aqui :

"Let not your heart be troubled!" 
"Não se atemorize o vosso coração!"
His tender words I hear
Suas ternas palavras eu ouço
And resting on His goodness
E descansando em Sua bondade
I lose my doubts and fear
Eu deponho minhas dúvidas e temor
Though by the path He leadeth
Poquanto pelo caminho Ele guia
But one step I may see
Ainda que um passo eu não consiga ver
His eye is on the sparrow
Seu olhar está no pardal
And I know he watches over me 

E eu sei que ele contempla a mim!

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Abraços, boa semana !
 Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana

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N° 47 : “NÃO VAI TARDAR…”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 05 de Março de 2012

Recebi de minha filha, que acaba de mudar-se com o esposo para a capital paulista, onde agora tenta reiniciar a carreira advocatícia, uma dessas mensagens tipo "alerta geral", válida para este mês de Março. Nela, extraída de um dos grandes veículos de imprensa brasileiros, noticia-se a última reunião de uma ilustre comissão de juristas, a realizar-se nesta semana, numa das capitais do país. A dita comissão de juristas foi criada para nutrir o novo projeto de lei que vai reformar o Código Penal Brasileiro no congresso. O nosso CPB data de 1940, embora já tenha sofrido emendas. Sabe como é, né? Tudo evolui, precisamos 'evoluir' também, nessa área. Agora, vejamos algumas das tendências do nosso novo (e moderno) futuro Código Penal, se aproveitadas as sugestões de juristas e sociedades de classes :

– fim do "regime aberto" para cumprimento de penas

– exclusão de vários tipos penais, por serem considerados arcaicos

– descriminalização de um certo tipo de eutanásia – a ortotanásia (com a respectiva autoridade para julgar sua oportunidade)

– revogação de certos casos de contravenção

– ampliação da descriminalização dos casos de aborto

– rediscussão de crimes de natureza sexual

    Se for seguida a tendência ocidental contemporânea, é lícito prever-se um afrouxamento da ética e das virtudes, uma relativização mais folgada no tocante aos crimes de natureza sexual e uma acentuação do chamado "direito das liberdades individuais", como é o caso típico já em diversas nações no tocante à homossexualidade e ao arbítrio pessoal quanto ao "uso pessoal do corpo". Faz-me lembrar o argumento jurídico do personagem real Ramon Sampedro, perante os magistrados na Espanha da década de Noventa, em busca da eutanásia assistida. Seu caso real foi vivido na interpretação de Javier Bardem, no filme Mar A Dentro. – "Numa sociedade que preza a propriedade privada, não me é lícito fazer o que quero do meu bem mais precioso, minha única propriedade verdadeiramente privada – o meu corpo "? (Ramon Sampedro acabou por morrer de eutanásia ilegalmente assistida  e clandestina, no ano de 1995, quando deixou um 'testamento' à sociedade, e outro aos juízes).

    A reunião do conselho de juristas, que está a assessorar os senhores deputados, será no próximo dia 09. Daí em diante, segue-se o caminho agendado, até à formulação final, nas Comissões de Constituição, Justiça e Cidadania do congresso nacional. Quando recebi o email de minha filha, meu primeiro impulso foi responder com a seguinte frase (registrei-a, afinal): "Precisamos intensificar nossa preparação para a volta de Jesus, porque a humanidade está criando, cada vez mais, fatos que "apressam"  aquele dia! " E não tenho medo de errar. Jesus mesmo afirmou: "Contudo, quando vier o filho do Homem, achará, porventura, fé na terra?" (Lucas 18.8). Como em Israel do Antigo Testamento, a concupiscência do povo durava certo tempo, e parecia tolerada por Deus, até que se enchia o "cálice da Sua ira". Em vários países dantes amplamente habitados por cristãos verdadeiros, estão agora povoados de cristãos nominais, em número crescente. Cresce assustadoramente, neles, também, o número de não-cristãos. E é nesses países que as leis, refletindo costumes cada vez mais deteriorados da sociedade, estão a regulamentar o antiético, hábitos que afrontam o caráter santo do Criador. Já o apóstolo, falando ainda no século I, adverte: "Portanto, vede prudentemente como andais: não como néscios, e sim como sábios, remindo o tempo, porque os dias são maus ." (Efésios 5.15,16) Eu, sem a autorização do apóstolo, mas com certa noção de como a coisa tem andado desde o primeiro século até o nosso, costumo acrescentar… "…são maus, e vão de mal a pior " ! A advertência que esse mesmo apóstolo faz, no Livro da Verdade Eterna, quanto ao perfil do ser humano à medida que os "últimos dias" vão se esgotando, é de arrepiar. É só conferir em II Timóteo 3.1-9… Chama a atenção, no texto, a inclusão do imperativo – "Foge também destes" (coisa que muito cristão não sabe fazer). Outro apóstolo nos demanda ser criteriosos e sóbrios, sob oração, porque "o fim de todas as coisas está próximo." (I Pedro 4.7). Lendo todas as passagens sagradas da Escritura sobre o fim dos tempos, dá prá perceber que a maioria está relacionada com alguma sinalização da decadência das virtudes e dos bons costumes, com a prática generalizada da "anomia" (aversão à Lei divina). A impressão que dá, ao lê-las, é que estão falando com uma antevisão exatamente dos nossos dias, nesta altura do século XXI. Não tenho ilusões: "lei" é um instrumento legítimo que as nações dispõem para indicar, à sociedade, o "certo" e o "errado". Mas, o que estamos vendo, não só no Brasil, como também no resto do mundo "civilizado", é o retrato de cores cada vez mais intensas daquele cenário contra o qual o profeta dirigiu sua imprecação: "Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem, mal; que fazem da escuridade luz, e da luz, escuridade; põem o amargo por doce, e o doce, por amargo" .(Isaias 5.20)

    Nunca vi uma época, na História, em que haja tanta sutileza para dourar a pílula do mal com imagem de bem, e vice-versa… Quanta sutileza para impor à sociedade (e até a um expressivo número de cristãos que 'engolem' tudo) que a escuridão é que é luz, e vice-versa… Que época, essa (como o autor latino citado no nome do blog de uns amigos meus –o tempora, o mores ). Não nos enganemos, não o percamos de vista: tudo isto mostra que Ele vem, e logo vem… Aliás, não vai tardar…

    A propósito, a nossa mensagem com música de hoje fala disto também. O autor já nos é conhecido: não faz muito tempo, usei numa das mensagens a sua composição "Meu Tributo", cantada em Português. Andrae Crouch captou a admoestação bíblica em relação ao tema acima mencionado, com propriedade e destreza. Para deleite e meditação pessoal, vai na interpretação do coro  Heritage Singers.

IT WON'T BE LONG (1972)
NÃO VAI TARDAR 
Andrae Edward Crouch (1942- )

It won’t be long, then we’ll be leaving here
Não vai tardar, e então vamos partir daqui 
It won’t be long, we’ll be going home!
Não vai tardar, estaremos nos dirigindo 'para casa'.

Count the years as months, and count the months as weeks
Conte os anos como meses, e conte os meses como semanas
And count the weeks as days, any day now : We'll be going home!
E conte as semanas como dias, e qualquer dia desses, então: estaremos nos dirigindo 'para casa'.
You look around the world today, you see trouble and heartache on every side
Você vê o mundo de hoje à volta, vê problemas e aflição por todo lado
But the Father says : Don’t worry! For I've called you by my Name, and you are mine…
Mas o Pai diz: Não se turbem! Pois vos chamei pelo meu Nome, e vós sois meus…
So, when the flames of affliction threaten to ravage your soul
Logo, quando as chamas da aflição ameaçam devastar sua alma
When the mighty waves of strife threaten to wash over that old ship of Zion   
Quando as poderosas vagas de conflito ameaçam encobrir a nauzinha de Sião 
Remember : that it won’t be long
Lembrem-se: Não vai tardar
For Jesus said – friends, I’m gonna leave you now
Pois Jesus afirmou – amigos, vou deixá-los agora
But just as sure as I’m leaving you, I’m coming back to receive you
Mas tão certo quanto os deixo, voltarei para recebê-los
And when he comes again this corruptible is gonna put on incorruption
E quando ele voltar, este corruptível vai se tornar incorruptível
This mortal is gonna put on immortality 
Este mortal vai se tornar imortal
For we shall be changed !
Porquanto nós seremos transformados!

We shall be like Him (3x) any day now : We’ll be going home !
Nós seremos à semelhança dEle (3x), qualquer dia desses: estaremos nos dirigindo para 'casa'.

It won't be long (it won't be long, it won't be long)
Não vai tardar… (não vai tardar, não vai tardar)
When we'll be leaving here (going home)
Quando nós partiremos daqui(indo para 'casa')
It won't be long (it won't be long, it won't be long)
Não vai tardar… (não vai tardar, não vai tardar)
We'll be going home (people, listen to us : it won't be long)
Estaremos indo para casa (pessoal, ouçam-nos: não vai tardar)
It won't be long (then we'll be leaving here)
Não vai tardar… (estaremos partindo daqui)
Then we'll be leaving here (you'd better be ready)
Então estaremos partindo daqui (é melhor que você esteja preparado)
It won't be long : we'll be going home!
Não vai tardar : estaremos indo para 'casa'!

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Abraços, boa semana !
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana

ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 46 : “POR QUE ME AMOU ASSIM?”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 26 de Fevereiro de 2012

Notícias de estarrecer, chegam ao nosso conhecimento, vez ou outra. Em Sorocaba, nesta semana, foi presa uma mulher sob acusação de um crime antigamente raro, muito raro. Qual o crime de que é acusada? Tentativa de homicídio contra sua filha. Qual a idade da filha? Três meses de idade. Método: administração de um pesticida (Butox) junto ao leite da mamadeira. Razão: estava incomodando, o choro da criança. Bem, esta foi a alegação no primeiro depoimento. Sabe como é, né? Logo vêm exemplares de um certo tipo de "conselheiros", a sugerir como deve uma pessoa, em tal situação, pronunciar-se publicamente, ou perante as autoridades… Aí, as versões começam a modificar-se… "Fiz confusão com os frascos; pensei que era remédio para cólicas", passou a dizer ela…

    Onde é que estamos chegando, nestes tempos pós-modernos? Como pode uma "mãe" fazer uma coisa dessas? Se for verdade, pode merecer a nomeclatura honrada que estas três letrinhas designam? Pode merecer inclusão nesta categoria de seres humanos, categoria de altíssimo valor intrínseco? Certamente, não!

    Fala-se do amor de mãe, como uma espécie de amor de alta veneração, quando visto pelo paradigma. Mas cada coisa que se vê, hoje em dia… Aqui, em Belo Horizonte, já são registrados alguns casos de crianças recolhidas em "embalagens", próximo à lagoa da Pampulha. O ser humano é uma obra-prima da Criação, de fato. Mas, intrometeu-se um ingrediente tão nocivo nessa obra-prima (vide Gênesis 3 e Romanos 5.12), que as manchas vão ficando cada vez mais visíveis. Não obstante, uma coisa pode-se dizer, com certeza: Há uma modalidade de manifestação de amor que não muda,  e que permanece a mesma desde que o mundo é mundo: o amor de Deus!"Porque Deus amou o mundo de tal maneira, que deu o Seu Filho Unigênito, para que todo aquele que nele crer, tenha a vida eterna". (João 3.16) "De tal maneira significa também "de maneira inigualável, sem par, sem paralelo". "Mas Deus… por causa do grande amor com que nos amou… nos deu vida juntamente com Cristo". (Efésios 2.4)

    Este é o amor "AGAPE". Das formas vocabulares que a rica língua grega nos legou para designar as modalidades deste sentimento, não existe uma única que possa adequadamente designar o amor de Deus! Mas esta palavra é a que melhor se aproxima. Em português, "amor" é "amor" em qualquer dimensão, com seus sinônimos. Em inglês, "love" é "love" para qualquer finalidade. Em grego, EROS é o amor cujo objeto focal é o "eu próprio" – amor "egoísta";  FILIA é o amor cujo objeto é ambivalente, quer dizer, eu e o meu próximo, ou vice-versa – é o amor "fraternal" (há uma variação desta forma, que envolve as relações familiares – mas não vem ao caso, agora); AGAPE é o amor cujo objeto não inclui o "eu próprio", e sim o destinatário do amor – é o amor "altruísta" ! Esta palavra, com teor semântico mais específico, ainda é pobre para representar o amor de Deus; é muito pobre, ainda. Por mais distinta e sublime que seja, ao nível humano, é paupérrima, em se tratando de Deus… Mas, dentre as disponíveis, é a que melhor se aproxima do sentimento divino. E outra coisa: Deus amou (e ama) quem Ele amou (e ama) porque quis Ele amar; se fosse depender dos destinatários do Seu amor, Ele não amaria. Não amaria simplesmente porque não merecemos, se fosse para considerar este critério. "Mas Deus prova o Seu próprio amor para conosco, pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores". (Romanos 5.8)  

    Não há paralelo nisto. É constrangedor! Tão constrangedor que o apóstolo, via inspiração, acrescenta: "Ora o amor de Cristo nos constrange…" (II Coríntios 4.14) Constrange porque é assim, uma dádiva sem merecimento, graciosa, e com um  preço impagável… Constrange também porque concede um privilégio cuja avaliação escapa a qualquer capacidade humana: a filiação por adoção em Cristo. Somos filhos de Deus! "Vede que grande amor nos tem concedido o Pai, a ponto de sermos chamados filhos de Deus". (I João 3.1). O amor de Deus, de que podemos nos beneficiar (e somos beneficiados), não é volúvel, não é combalido por circunstâncias, não se amolda à correspondência do nosso amor por Ele. Ai de nós se fosse assim. "Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a sua própria vida em favor dos seus amigos". (João 15.13) Nada a assemelhar-se com o inconstante amor que o ser humano, por mais sublime e virtuoso que seja, possa manifestar.

    Aquela mãe de Sorocaba, caso se confirme a denúncia, fica a dever às genuínas e honoráveis mães de verdade. Mas Deus nada fica a dever, nem à Criação, nem a nós, nem a Si próprio, nem a quem quer que seja, mesmo no imaginário. Seu Filho, encravado naquela cruz, foi a maior prova. E que prova ! Nós, sim, é que ficamos a Lhe dever –  e muito, e sempre, e tudo!  E ainda fica faltando !! E como fica !!!

    O nosso hino de hoje fala disto também. Foi composto por um homem que tinha dotes musicais, mas usava-os tão somente para o seu deleite, e dos conhecidos. Ouviu uma pregação, numa campanha evangelística, e tornou-se rendido àquEle que é amor (I João 4.8b). Rendido, profundamente impressionado pela expressão do amor divino em Cristo, compôs o hino. Além deste, compôs mais uns 2000 hinos e cânticos… Como exemplo, a música do conhecido (e belo) hino de nossos hinários – "Oscilando minha fé, Deus me valerá"… Vai aqui, num áudio coral em nosso idioma.  Segue também a letra original, para os que tiverem curiosidade.

WHY SHOULD HE LOVE ME SO (1924)
Por Que me Amou Assim?
Robert Harkness (1860-1961)

Love sent my Saviour to die in my stead
Why should He love me so ?
Meekly to Calvary's cross He was led
Why should He love me so ?…

   Why should He love me so?    
   Why should He love me so?
   Why should my Saviour to Calvary go

   Why should He love me so?

Nails pierced His hands and His feet for my sin
Why should He love me so?
He suffered sore my salvation to win
Why should He love me so?…

O how He agonised there in my place
Why should He love me so?
Nothing witholding my sin to efface
Why should He love me so?

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Abraços, boa semana !
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana

ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional