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Author Archives: Priscila

N° 65 : “NÃO MAIS… “

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 15 de Julho de 2012

No Domingo passado, falei sobre lágrimas, sobre personagens bíblicos que se debruçaram perante Deus com elas, sobre o próprio Jesus…  Mencionei a frase de uma psicóloga, contrária à disciplina física nos filhos ("a criança chora porque esta é a sua linguagem natural, e seus pais entendem").  Adotei-a como uma comparação no nosso relacionamento como filhos de Deus…  Terminei com um hino que diz "Lágrimas são uma linguagem que Deus entende!" (obviamente, com as palavras da nossa oração, orientadas pela própria Palavra de Deus – não poderia ser diferente). 

Mas, como uma espécie de arremate daquela mensagem, sinto-me compelido a acrescentar – "são, por enquanto, temporariamente!" Entendeu? Vou colocar a frase completa, prá ajudar a entender: Lágrimas são uma linguagem que Deus entende… por enquanto, temporariamente!  Não, não estou dizendo que chegará o dia em que Deus não mais entenderá. Isto nunca vai acontecer…  Estou dizendo que as lágrimas, aliadas à petição, ao clamor que brota de dentro, são esta linguagem "por enquanto, temporariamente"! 
Porque, vai chegar o dia em que elas não mais existirão. Vai chegar o dia em que Ele, de nossas faces, toda lágrima limpará. Essa linguagem não mais será necessária.

Até me fêz lembrar antigos dias meus, lá no antigo templo da Rua Prudente de Morais, em Valadares, ouvindo o coral regido magistralmente pela Professora Catherine Greening, cantando o velho hino "O Novo Céu".  Isto me fêz transportar no tempo. Que saudade. Quando as quatro vozes se diversificavam no refrão "toda lágrima Ele limpará, toda lágrima Ele limpará, toda lágrima Ele limpará, toda lágrima Ele limpará! "… Quando o tenor entoava com forte voz – "o evangelista viu a cidade do Senhor, cidade do Senhor, cidade do Senhor! ".  Ah! Que saudade…  E me fêz lembrar mais : o histórico coral da Igreja Presbiteriana de Alto Jequitibá, terra da minha mãe, que enchia aquele templo com suas vozes.  Ver nele, cantando a plenos pulmões, meus decenários tios Hermes Heckert e Iracy, além de outros familiares, é uma lembrança ainda marcante. 
E marcante é a lembrança também daquele coral cantando esse hino.  

O meu Velho-Sempre-Novo-Livro  fala disto – está nas próprias palavras do "evangelista", no último tomo de revelações:  "Vi novo céu e nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe. Vi também a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus, ataviada como noiva adornada para o seu esposo. Então, ouvi grande voz vinda do trono, dizendo: Eis o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus, e Deus mesmo estará com eles.  E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram.  E aquele que está assentado no trono disse: Eis que faço novas todas as coisas. E acrescentou: Escreve, porque estas palavras são fiéis e verdadeiras." (Apocalipse 21.1-5)

É isto;  está claro ali, no verso 4 daquela preciosa passagem. O autor da revelação, que não é outro senão o Rei dos Reis e Senhor dos Senhores, está ali proclamando, e João registrando: "Toda lágrima Ele limpará", "porque as primeiras coisas passaram". 

Posso repetir o que foi dito: no meio do choro, há consolo, porque Deus entende a nossa linguagem, e Sua Providência está a caminho, conforme a Sua justa e santa vontade, para o nosso próprio bem. Mas, até quando dura isto? Até aquele dia, dia único, em que Ele limpará dos olhos toda lágrima. Se for preciso, se for oportuno, chore diante de Deus. Chore escondido, se não quiser aparecer, porque quer que seu choro fique oculto…  Chore às claras, se não tiver jeito de ocultar… Chore na presença Dele… Colocando, junto, as palavras da petição, da intercessão e da síplica, com ações de graças, como ensina o apóstolo em Filipenses 4.6…  Mas, lembre-se disto: esse recurso tem prazo de validade; esta linguagem especial tem dias contados…  Ele fará com que, naquele dia, nenhuma lágrima tenha mais razão de cair da face, nenhuma angústia tenha mais alojamento no coração,  nenhuma ansiedade tenha mais lugar na alma, nenhuma incerteza tenha mais espaço na mente, nenhum pranto tenha mais motivo para se derramar… 
Ele limpará, dos olhos, toda lágrima. Por isto, não mais cairão dos olhos… Não mais !!!

Bem, por hoje fico devendo algumas coisas costumeiras: a autoria, a fonte e a letra original, ano da composição, até a própria gravação em MP3, do hino que vou indicar. 
É: infelizmente, fico devendo.  É que, meu tempo está curto: estou em preparo para voltar, amanhã cedo, ao hospital, para mais uns exames e uma consulta.  Mas, como ainda vou em busca desses recursos que fico devendo, se encontrá-los, prometo partilhar com aqueles que me mandarem uma mensagem, manifestando desejá-las… 

O NOVO CÉU
Deus mesmo revelou o novo céu! (2X)
E a nova terra.
Esta terra não mais existirá (2X)
Novo é este céu e o mar também se desfez.
O evangelista viu a cidade do Senhor,
Cidade do Senhor, cidade do Senhor,
Que apresentava a glória do Senhor.
No brilho de Deus e nosso eterno Pai. (2X)
No brilho de nosso eterno Pai e redentor dos céus,
No brilho de nosso Pai dos céus.
E soou uma voz mui forte dizendo:
Eis de Deus habitação
Entre os homens com os seus servos,
Pois Deus vai habitar,
Vai morar com os seus.
Então vereis, então vereis, então vereis,
Então vereis a glória divina!
E Deus vos guiará e será o vosso Pai.
Toda a lágrima Ele limpará! (4X) 
Sim, dos vossos olhos toda a lágrima limpará,
Limpará, limpará, limpará!
Louvai a Deus! (4X)

Aleluia!

Boa semana, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana

ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 64 : “LÁGRIMAS…”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 08 de Julho de 2012

Em tempos recentes, mais uma lei modernizadora no Brasil passou a chamar a nossa atenção – a chamada "Lei da Palmada".  É a lei que afirma ser sua pretensão garantir direitos a crianças e adolescentes de serem educados, seja por seus pais seja por quaisquer outros educadores, sem qualquer espécie de castigo físico. ´Vai indo de vento em popa no Legislativo, com todo o amparo do Executivo, que tem grande interesse na sua consagração final no Brasil.  No meio de todos os debates, depoimentos e matérias que vão sendo publicados, deparei-me com uma matéria que evoca opiniões de cientistas e psicólogos.  Segundo essa matéria, os cientistas afirmam que castigo físico faz mal à saúde "holística" das crianças; que fazer chorar, para elas, é constrangedor.  Segundo a matéria, ainda, o choro é aceitável, quando natural, nas crianças, porque é a sua forma de pleitear suas necessidades: ante a fome, chora; ante a sede, chora; ante qualquer desconforto,   chora. O choro é a sua linguagem, e isto basta para os pais entenderem. Mas, de certa idade para diante, quando vem com castigo físico, é constrangimento. Durma-se com um barulho desses… (Embora haja quem divirja… ). 

Mas, deixando de lado por enquanto esse palpitante assunto, não consegui deixar de pensar na afirmação : "O choro é a linguagem natural da criança, para pleitear a satisfação de suas necessidades básicas ".  Parece-me simplesmente fantástico que, após milênios de existência da raça humana, uma brilhante psicóloga tenha chegado a esse veredicto.  Bem! Não é exatamente por isto que a afirmação firmou-se em minha 'cuca'…  É por outra razão.  Logo me lembrei de uma canção evangélica, que faz afirmação idêntica no âmbito da nossa relação com Deus.  Afinal, Deus mesmo se permite tratar-nos como 'crianças', no sentido da expressão do Seu carinho, do Seu amor, e da evidência da nossa total dependência  dEle, da nossa filiação com Ele , por meio de Jesus Cristo. 

Então, comecei a pensar na Escritura. O que diz a Sua Palavra sobre esse assunto – o choro? Lembrei-me logo de Jesus. João 11.35 afirma : "Jesus chorou! "  E o seu choro foi uma evidente expressão de identidade com os nossos sentimentos naturais, posto que ocorreu no meio daquela cena em que, Marta abatida de um lado, Maria abatida de outro, amigos da família também chorando com eles, e Lázaro (irmão delas) recentemente falecido, comoveu-se e… chorou! Tenho para mim que o registro desse acontecimento na vida do próprio Mestre, o Filho de Deus, é auspicioso. Ele se identificou conosco, em nossos sentimentos, em nossas emoções, tendo a família de Lázaro como paradigma de todos nós, com quem ele se identifica. 

Mas, continuemos a nossa pesquisa, voltando ao começo da Revelação. José do Egito, quando se reencontrou com seus irmãos, vendo a agonia que ele mesmo impusera sobre eles, percebendo como eles associaram a angústia momentânea ao que anos antes fizeram ao seu irmão que, sem que soubessem, agora estava li, à sua frente, como governador do Egito, não aguentou… e chorou (Gn 42.24). Quando esse mesmo José reencontrou-se com seu velho pai, muitos anos depois da separação provocada pelos irmãos que lhe venderam a mercadores, lançou-se ao seu pescoço e… chorou assim por longo tempo (Gn 46.29).

Há muitos  fatos bíblicos que retratam momentos de grande aflição do povo de Israel, reconhecendo a dependência do seu Deus, nos quais eles se derramavam em lágrimas perante o Senhor. Vemos isso no livro de Juízes, no livro de Esdras, e em outros livros. Davi chorou e derramou lágrimas perante Deus, não poucas vezes : "As minhas lágrimas têm sido o meu alimento dia e noite, continuamente, enquanto perguntam – onde está o teu Deus?" (Salmo 42.3) Neemias, quando tomou conhecimento da desolação do seu povo, chorou  perante Deus por dias (Neemias 1.4). Ana, em sua angústia, derramava-se em lágrimas perante o Senhor, a ponto de ser confundida com uma embriagada (I Samuel 1.12-18). Curioso: basta fazer uma pesquisa bíblica acurada, para perceber que, nesta matéria, não dá para garantir que as mulheres estejam em maior número:  homens também choram; e, se choram na presença de Deus, o fazem no lugar certo e com a pessoa certa. 

A Bíblia diz que "ao anoitecer, pode vir o choro; mas a alegria vem pela manhã" (Salmo 30.5). Diz mais : "Os que com lágrimas semeiam, com júbilo ceifarão; quem sai andando e chorando, enquanto semeia, voltará com júbilo, trazendo os seus feixes" (Salmo 126.5,6). 

Bem! Há muito mais que diz a Bíblia.  No momento, volto à "grande descoberta" da psicóloga, tomo-a emprestada, e uso-a no contexto desta reflexão. De fato : "a criança chora porque esta é a sua linguagem natural, e seus pais entendem". Como filhos de Deus, choramos na presença do nosso Pai, pela mediação do nosso Redentor (que se identificou conosco, e também chorou), na condução do Espírito, sob o consolo da Palavra de Deus. Podem nos faltar palavras aos lábios (como aconteceu com Ana, no  templo, vista por Eli); mas não podem faltar as palavras ocultas que nosso coração derrama perante Deus, junto com as lágrimas que, eventualmente, brotem da face. E Ele nos ouve!  E Ele nos entende!! A alegria ainda pode estar por vir, numa bela manhã !!! Está a caminho !!!!

Ouça a poesia cantada de Gordon Jensen no MP3 anexo, com a letra original e a tradução livre que coloco abaixo, na voz suave dos Heritage Singers. 
Ela é a canção de que me lembrei, quando li e refleti na afirmação da psicóloga…

TEARS ARE A LANGUAGE GOD UNDERSTANDS (1971)
Lágrimas São Uma Linguagem Que Deus Entende
Gordon Edward Jensen (1952… )

Often you wonder why tears come into your eyes 
Com frequência você se admira porque lágrimas vêem aos olhos
And burdens seem to be much more than you can stand 
E as cargas parecem ser bem maiores do que você possa aguentar
But God's standing near, He sees your falling tears 
Mas Deus está por perto, Ele vê as lágrimas que caem
Tears are a language God understands.
Lágrimas são uma linguagem que Deus entende.

 God sees the tears of a brokenhearted soul 
 Deus vê as lágrimas de uma alma de coração quebrantado 
 He sees your tears and hears them when they fall 
 Ele vê suas lágrimas e ouve quando elas caem
 God weeps along with man and takes him by the hand 
 Deus se coloca junto com o homem em seu lamento E o toma pela mão 
 Tears are a language God understands.
 Lágrimas são uma linguagem que Deus entende.

When grief has left you low it causes tears to flow 
Quando a aflição te tem colocado “para baixo” e faz lágrimas rolarem
And things have not turned out the way that you had planned 
E as coisas não tomaram o rumo que você planejou
But God won't forget you, His promises are true 
Porém, Deus não se esquecerá de ti, Suas promessas são autênticas
Tears are a language God understands.
Lágrimas são uma linguagem que Deus entende.

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Boa semana, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana

ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
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N° 63 : “DECEPÇÕES?… “

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 01 de Julho de 2012

Li, não muitos dias atrás, como um depoimento, uma frase chocante. Reproduzo-a aqui …  "Não sei o que é pior : o amigo que vira um inimigo, ou o amigo que vira um desconhecido!" Existe isso? Uma coisa e outra?  O pior é que existe sim. Talvez você, que me lê, já tenha passado por esta cena, no drama da vida.  Alguém que, inesperadamente, passou a ignorar-lhe.. ou mesmo fazer-lhe oposição… Eu também já… São situações que causam decepções e dor. 
 
Quando há mal entendido, e há chance de esclarecer o mal entendido, há chance também de reverter a decepção. Foi o que me ocorreu, certa ocasião. Nessa, a que me refiro, tive a 'clarividência' de suspeitar da circunstância que acabaria por criar o mal entendido, e tive a chance de provocar (e obter) êxito no esclarecimento.  Mas já houve ocasião que jamais cheguei a saber das razões pelas quais consegui afastar de mim um amigo… É claro que, na avaliação genérica, é possível aventurar várias razões quando as decepções separam amigos: intriga promovida por terceiros, inveja, maledicência, mentira, falsidade, suposições equivocadas; mas também incompreensão, insensibilidade, vaidade… Curiosa a ironia da admoestação salomônica: "As riquezas multiplicam os amigos, mas ao pobre o seu próprio amigo o deixa”  (Pv 19:4). 
 
Decepção é uma experiência relativamente comum na história humana, individual e coletiva.  Mulheres se decepcionam com seus "príncipes encantados", a quem disseram um "sim" no altar um dia;  e homens se decepcionam com suas mulheres – daí, vêm separações (algumas visíveis, outras invisíveis)… 
Companheiros de jornada e de amizade se decepcionam entre si, porque uma falha (ou uma sequência delas) se tornou inaceitável… Eleitores se decepcionam com seus eleitos (isto é até bem comum, concorda?) Fãs se decepcionam com seus ídolos… Filhos  se decepcionam com pais… Alunos com professores… 
 
Certa vez, quando uma turma de alunos que se formavam resolveu fazer de mim seu homenageado paraninfo, incluí uma advertência seguida de recomendação tangente à questão em minha última palavra a eles, como professor. Talvez não me lembre com precisão das palavras e das construções sintáticas que usei, mas foi mais ou menos assim: "E agora, preciso destacar-lhes um fato importante: as decepções virão, e talvez já tenham vindo não poucas durante seu período de estudos.  Eu mesmo posso ter sido responsável por algumas delas… Afinal, mesmo seus professores somos humanos, e sujeitos a desapontar. Também vocês não estarão livres de serem os 'atores' nisto. Mas preciso também acentuar  um outro fato da mais alta importância: lembrem-se de que o Mestre, a quem servimos, é aquele que não desaponta jamais. Podemos nele confiar de tal maneira, sabendo que, quanto mais o sirvamos, mais constataremos quão confiável ele é; ele jamais vos desapontará!" 
 
E é verdade. Vejam que o seu tom aconchegado, quando afirma – "já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; tenho-vos chamado de 'amigos', porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho dado a conhecer" (João 15.15) – traz consigo o estigma de alguém que compartilha o que lhe é mais íntimo ("tudo quanto ouvi de meu Pai"). Provas de quão confiável ele é, ele mesmo já deu com suficiência. Quando acusado injustamente, pediu perdão para seus algozes… Quando negado por um dos seus mais próximos discípulos, não lhe pesou a cobrança pela negação, mas confiou-lhe um ministério pastoral… Quando rejeitado pelos seus, sua própria gente, lamentou com pesar essa rejeição ("…quantas vezes eu quis ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintinhos, e tu não o quisestes…) Quando levado à cruz, afirmou que dar a sua vida seria um ato voluntário… Quando quis ilustrar seu amor longânimo, retratou-o com a figura do pai longânimo da parábola do "filho pródigo"…  Quando prestes a deixar o convívio dos discípulos, ainda assim prometeu – "não vos deixarei órfãos"…  Se alguém ousou dizer que Jesus Cristo o desapontou, é porque nada entendeu da pessoa do Filho de Deus! Se alguém ainda ousar dizer que ficou desapontado com Jesus Cristo, é provável que esteja, simplesmente, confundindo os "discípulos" com "seu mestre"! Faz-me lembrar (de novo) Policarpo de Esmirna : "após esses 86 anos, em que tenho servido ao meu bom Mestre, sei que ele jamais me decepcionou…" 
 
Por isto, admoesta a Escritura : "… porque ele tem dito: De maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei.  Assim, afirmemos confiantemente: O Senhor é o meu auxílio, não temerei; que me poderá fazer o homem?" (Hebreus 13.5,6). E o apóstolo Pedro, aquele que foi cordialmente perdoado por haver negado três vezes seu bom mestre, tem autoridade suficiente para  exortar: "… lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós" (I Pedro 5.7) Há algumas figuras que a Bíblia toma emprestadas para ilustrar características do Filho de Deus, nosso amigo.  Uma delas é "pedra", "rocha". Entre outras possibilidades, esta figura permite depreender quão imutável, quão insuscetível ele é. 
Podemos nele confiar porque ele não muda ao sabor das circunstâncias que afetam as emoções, o pensamento e a vontade humana.  

Então, vale a pena repetir, para guardar e não esquecer : Pode o amigo, até o mais chegado, nos decepcionar um dia; podemos nós mesmos ser a causa da decepção. Mas há um que não desaponta jamais …  "Nele a gente pode confiar…  Jesus, Jesus – o seu nome é Jesus Cristo !"
 
Deixe-me, por fim, apresentar o nosso hino de hoje… O autor foi ordenado pastor presbiteriano no mesmo ano em que estourou a Primeira Guerra Mundial. Tinha uma paixão especial pelos empreendimentos evangelísticos, tendo, inclusive, trabalhado com Billy Sunday. E, ninguém menos que Osvald Smith foi quem, com ele e seu irmão, trabalhou por mais de duas décadas. No ano de 1932, encontrou em sua cidade um judeu, a quem começou a evangelizar.  O judeu resistia a todas as suas investidas, chegando ao clímax de questionar : "Por que deveria eu reverenciar um judeu já morto?" Ackley deu-lhe uma resposta a esta objeção mas, terminada a conversa, a pergunta não lhe saía da cabeça. Foi daí que surgiu, também de sua composição, o belíssimo hino "He Lives" (Ele Vive). Quanto ao hino da nossa escolha, resultou de uma dura experiência de desapontamento da parte de uma pessoa de quem não esperava. A passagem apostólica de I Pedro 5.7 foi consoladora sobre sua vida. A consciência de que Cristo é aquele amigo que nunca desaponta foi a sua inspiração.

Heartaches (1938)
MÁGOAS 
Alfred Henry Ackley (1877-1960)

1. Se tens mágoas volve agora a Cristo,
    O melhor Amigo que tu tens,
    Eis que está a ti sempre achegado,
    Pronto a dar-te Seus melhores bens.
    Leva a Cristo as tuas mágoas,
    Vai com Ele ter, vai sem mesmo te deter,
    Leva a Cristo as tuas mágoas
    Que Ele as muda todas em prazer.

2. Se a ingratidão ferir-te a alma,
    Se amarguras vêm ao coração,
    Vê então que Cristo está ao lado,
    E te dá consolo na aflição.

3. Cristo compreende as tuas dores,
    Quer tua alma enferma restaurar,
    Oh, confia em Seu amor imenso,
    Que só Ele pode alívio dar!

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Bom final de semana, boa semana a seguir!
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana

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N° 62 : “TANTO LÁ… QUANTO CÁ…”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 24 de Junho de 2012

Quão cheia de altos e baixos é a vida. Alguns olham para a sua, comparam com a de outros, e pensam consigo mesmos – A minha tem mais 'baixos' que 'altos' !
Logo fazem lembrar do Salmo 73, quem sabe, o qual relata (do verso 3 ao verso 12) o diagnóstico produzido por um homem justo acerca dos arrogantes e dos iníquos.
"Como eles vão bem…" – é o resumo de sua inveja;  "e olhem como vou eu…" – é o resumo de sua queixa.
A conclusão (temporária) desse salmista é chocante: 
"Com efeito, inutilmente conservei puro o coração e lavei as mãos na inocência" (Salmo 73.12).
Não há como negar – é um pensamento que por vezes nos assalta a mente. Pode até variar na forma, mas vem.

Outro dia, um irmão e amigo compartilhou comigo um fato que, por certo, o deixou abatido (será que pensou no salmo ?).
Ele estava na estrada, a trabalho, e de vez em quando fazia uma parada, para tentar falar com a esposa pelo celular; era uma questão de necessidade e preocupação.

Estava num carro que não era dele. Isso já estava durando algumas horas. Já estava ficando preocupado, pois sempre resultava o insucesso nas tentativas. 
Lá pelas tantas, parou no meio de um congestionamento – todo o trânsito parado, já na chegada de sua cidade.

O celular tocou – finalmente, era sua esposa, para dar alguma notícia.
Já que o trânsito estava mesmo parado, e já com a ansiedade de horas se conseguir o contato, atendeu.
Foram poucos segundos, provavelmente, o tempo que durou o que vou tentar reproduzir, de suas palavras :

"Pastor, vc sabe que não costumo falar ao celular dirigindo, e sou um tanto rigoroso nisto; naquela circunstância, trânsito parado, finalmente minha esposa dá sinal, e atendi. Foi o tempo exato para o trânsito começar a se mexer, a caminhonete à minha frente se deslocar para a lateral, e me deixar de frente com um guarda…
Ele só me disse assim : você já está multado!  Parece que, por mais que a gente se cuide, Deus está sempre no caminho para dizer – não descuide ! "

Bem! Talvez, para a maioria de nós outros, o que é uma multazinha por falar ao celular ? E uns pontinhos 'bestas' no prontuário da carteira?
Mas, por todas as circunstâncias envolvidas na vida daquele irmão, inclusive financeiras, eu digo a vocês o que senti que significou o fato:
Talvez, alguma das teses imaginárias abaixo :
– Por mais que eu tente andar certo na presença de Deus, quantos vales ainda há a transpor, para chegar ao alto do monte ?
– Por que logo eu, que já tenho sido muito mais zeloso do que a média, neste assunto ?
– Com efeito, tenho inutilmente tentado conservar puro o coração, tenho procurado lavar minhas mãos na inocência… 
– Será que, depois dos vales, chegarei e andarei pelos altos dos montes ?

Tenho prá mim que o apóstolo Paulo tinha razoáveis motivos (humanos) para pensar, algumas vezes, como o salmista declara.
Ele era um homem respeitável, enquanto fariseu. Quero dizer – socialmente, politicamente, religiosamente, etc…
Quem iria perseguir o homem de posição destacada no meio de sua gente, e também culto como era ?
Mas Deus mudou sua trajetória quando o chamou para ser cristão… e então apóstolo.
Depois disto, vejam como 'cresceu sua honra no meio de seus pares e seu bem-estar', tirando das próprias palavras dele :

"Sou servidor de Deus… em trabalhos (muito mais); muito mais em prisões; em açoites, sem medida; em perigos de morte, muitas vezes. Cinco vezes recebi dos judeus uma quarentena de açoites, menos um; fui três vezes fustigado com varas; uma vez, apedrejado; em naufrágios, três vezes; e um dia passei na voragem do mar; em jornadas, muitas vezes; em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos entre os patrícios, também entre os gentios, em perigos nas cidades, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre falsos irmãos; em trabalhos e fadigas, em vigílias, muitas vezes; em fome e sede, em jejuns (muitas vezes), em frio e nudez… " (II Coríntios 11.23-27) 
E, enquanto isso, onde estava o Deus que o chamou ?
Quanto rigor… Quanta renúncia necessária… Quantos vales, até chegar ao cimo.
Daí, ter ele afirmado :
"
Porque, quando sou fraco, então é que sou forte ! " (o mesmo apóstolo, no mesmo livro, capítulo 12, verso 10.

Conosco, pode variar, às vezes, mas não muda muito, essencialmente.
Não se trata de proposta para vocação masoquista. Trata-se do tratamento divino.
Uma coisa é certa :
Ele promete (e garante) Sua companhia, sua provisão, sua segurança, tanto nos vales quanto nos montes.
O vale pode ser escuro, com atmosfera carregada, enquanto é claro o topo das alturas, com ar puro.
Mas, Ele está presente, tanto lá quanto cá.
O outro salmista tinha também esta certeza: 
"Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam(Salmo 23.4)
E o próprio autor e Senhor da vida e da salvação ratifica : "
E eis que estou convosco todos os dias, até à consumação do século " (Mateus 28.20). 
Repito: "estou convosco", disse ele, seja no vale (que parece interminável, às vezes), seja nas alterosas…
Tanto lá… quanto cá… Ali ele está !
Sim, ele está. Não podemos vê-lo; não, ao menos com os olhos da face. Mas com os olhos da alma, onde o Espírito de Deus se faz presente, sim!
Seja nos píncaros … seja no vale – tanto lá… quanto cá!

Nosso hino de hoje foi composto numa situação típica: seu autor estava passando por uma dura prova.
Com a chegada do duro e longo inverno de 1974, os negócios (que dependiam de verão) foram de mal a pior – chegou a acumular uma dívida de não poucos milhares  de dólares. A família sentia a escassez e o racionamento. Perderam a própria casa. Sua esposa se dispôs a inteisificar a oração junto dele, mas tudo parecia um tanto sem solução. Que contraste com dias de outrora.  Noites mal dormidas faziam fila, uma após outra.
Numa delas, lá pelas duas da fria madrugada, veio à sua memória a lembrança de que o Deus da fartura é também Deus na escassez; que o Deus das alturas é também o Deus dos vales, e que Ele promete andar junto, com sua vara e com seu cajado, também nos vales. 
Foi naquela madrugada fria, em meio a lágrimas e oração, que veio à luz esse hino de hoje. 
A despeito dos aplausos, a interpretação de Lynda Randle é tocante.

THE GOD OF THE MOUNTAIN…(1975)
O Deus da Montanha… 
Tracy Dartt (1944-  )

Life is easy when you're up on the mountain
A vida é fácil quando voce está no topo da montanha
And you've got peace of mind like you've never known.
E voce desfruta paz de alma como nunca dantes.
But then things change and you're down in the valley.
Mas, quando a sorte muda, e você desce ao vale
Don't lose faith for you're never alone.
Não perca a fé, porque você nunca está sozinho. 

For the God on the mountain is still God in the valley.
Pois o Deus da montanha é também Deus lá no vale
When things go wrong, He'll make it right.
Quando as coisas não dão certo, Ele há de ajustá-las
And the God of the good times
E o Deus dos tempos bons
is still God in the bad times; 
É também o Deus dos tempos maus;  
The God of the day is still God in the night.
O Deus do dia é também Deus durante a noite. 

You talk of faith when you're up on the mountain.
Você fala de ‘fé’ quando está no topo da montanha
Oh but the talk comes easy when life's at its best.
Oh, mas o falar vem fácil quando a vida está no seu melhor
But it's down in the valley of trials and temptation
Mas é quando descemos ao vale das provas e tentações
That's when faith is really put to the test.
Que a fé é ralmente posta sob teste. 

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Bom final de semana, boa semana a seguir!
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana

ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
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NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 61 : “CORPUS CHRISTI”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 17 de Junho de 2012

  A semana passada terminou com um "feriadão"… Já é costume, no Brasil, observar-se com interesse o calendário, para detectar quando o ano em curso aquinhoa com um desses… 
Chama-se "feriadão" a ocorrência de um feriado que pode ser conjugado com final de semana, aumentando a "folga". De um modo geral, são em número significativo os "feriadões" de natureza religiosa : "Semana Santa", "Corpus Christi", "Padroeira do Brasil", "Finados", etc…  No caso do final de semana mencionado – "Corpus Christi.  Para um estado nacional que, desde a proclamação da república (1889) declara-se constitucionalmente laico e desincumbido de qualquer religião, é uma curiosa contradição que guarde tantos feriados religiosos. O "feriadão" do "Corpus Christi" defende, por decreto, que todo brasileiro considere respeitável a celebração pela qual honra-se o "corpo de Cristo" manifesto, em sua realidade substancial (física), por meio de um suposto milagre, na ordenança eucarística. É assim que uma parte dos 'cristãos' crêem. Celebração mesmo, é uma minoria que observa. A maioria se aproveita mesmo é do "feriadão". A data proveio de um acontecimento que é propagado como fato histórico:Conta-se que no ano de 1247 o próprio Jesus Cristo apareceu a uma freira belga, chamada Juliana de Mont Cornillon, denunciando que "seu corpo não estava sendo devidamente reverenciado na eucaristia", e reivindicando uma celebração para reparo da falha. A freira contou o acontecido ao bispo local, o qual contou-o ao bispo Jacques de Pantaleón. Quase duas décadas mais tarde, Jacques foi coroado em Roma com o nome de Urbano IV e, com seu poder papal, decretou a primeira quinta-feira que sucede ao primeiro Domingo depois do Pentecostes para a celebração. Por ela, sustenta-se que o corpo de Jesus Cristo, que está no céu, à destra de Deus Pai, aguardando o dia final de Ressurreição dos mortos e do Juízo, está também fisicamente (embora imperceptível aos sentidos humanos) no pão e no vinho com que se celebra a Páscoa cristã. Assim é que muitas procissões, por todo esse Brasil, são feitas no dia da "festa religiosa", carregando-se o símbolo do "corpo de Deus" à frente do cortejo. 

    Bem, eu até que poderia explorar uma grande quantidade de elementos que ensejariam amplo debate (talvez até polêmica)… Elementos históricos, elementos científicos (físico-químicos), elementos de interpretação do que a Bíblia ensina sobre o assunto, elementos de cunho cerimonial, elementos legais (tocantes à tangência constitucional da república) e assim por diante. Mas não vou fazer isso; não, aqui e agora, e não vou suscitar polêmica. Antes, vou fazer outra coisa. Para aqueles que seguem o cortejo do símbolo do corpo de Cristo, para aqueles que tomam uma ceia (ou eucaristia) crendo que recebem o seu vero corpo, ou para aqueles que tomam e apenas lembram (em memória, tão somente) do corpo de Cristo que foi morto, traspassado, ou, ainda, para aqueles que tomam e concebem uma idéia e convicção diferente de ambas retro citadas (como é o meu caso), ou até mesmo para aqueles que não tomam coisa nenhuma, nem na Páscoa, nem no Corpus Christi, nem dia nenhum (ou quase nenhum), o que tenho a afirmar é o seguinte: Parece-me breve o dia em que o autêntico corpo de Cristo, o verdadeiro mesmo, será de novo visto. Aquele corpo que ele retomou depois de sua ressurreição, com o qual andou ainda por cerca de 40 dias com seus discípulos próximos, com o qual subiu aos céus ao cabo daquele período, no qual passou por uma transformação gloriosa – entre sua partida deste mundo e sua entronização na destra divina celestial – e mediante o qual ele aguarda o "sinal verde" para voltar a este mundo… Sim, será visto. E será visto por todos, sem exceção. Não haverá tempo para procissão; não haverá tempo para falar com bispos, nem pastores, nem padres, nem frades, nem gurús… Não haverá tempo para convidá-lo a entrar em casa, oferecer-lhe uma recepção – seria um privilégio… Não haverá tempo para "negociar" com ele, muito menos para reivindicar dele qualquer benefício, qualquer favor ainda não garantido desde aqui… Não haverá tempo para mais nada. Ele virá, em breve: seu corpo que agora caracteriza sua humanidade glorificada, junto à qual sua divindade irreversivelmente se aliou, será de novo visível. O auspicioso e esperado evento foi assim anunciado por anjos celestes : 
"E, quando dizia isto, vendo-o eles, foi elevado às alturas, e uma nuvem o recebeu, ocultando-o a seus olhos. E, estando com os olhos fitos no céu, enquanto ele subia, eis que junto deles se puseram dois homens vestidos de branco, os quais lhes disseram: Homens galileus, por que estais olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir ". (Atos dos Apóstolos 1.9-11) Veja agora o que está anunciado por Ele mesmo, e que garante a factibilidade desses eventos preditos : "Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; e todas as tribos da terra se lamentarão, e verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória. E ele enviará os seus anjos com grande clangor de trombeta, os quais ajuntarão os seus escolhidos desde os quatro ventos, de uma à outra extremidade dos céus".(Mateus 24.30,31) "E Jesus disse-lhe: Eu o sou, e vereis o Filho do homem assentado à direita do poder de Deus, e vindo sobre as nuvens do céu ". (Marcos 14.62)

   Dá prá pensar num evento desse? Curiosidade: Há poucos dias, neste mesmo mês de Junho, o mundo teve sua atenção atraída pelo fenômento do "trânsito de Vênus". Ocorre quando Vênus resolve passar "no meio" do caminho entre o Sol e a terra, num efeito de alinhamento, criando uma figura como uma pequena "bolota negra" diante do grande disco do Sol, aos olhos de quem vê daqui da terra. Os cientistas disseram: "Quem puder ver, que aproveite e veja; a próxima vez será em 2117, daqui a 105 anos, portanto". Se fossem os anjos, lá por volta do ano 32 da era cristã, perante os apóstolos, referindo-se ao Jesus que subia em seu corpo ressurreto, até que poderiam ter dito (imagino eu) :"Aproveitem para vê-lo agora; a próxima vez será daqui a … … (seriam uns 2000 anos ? Se for, deve estar na hora… mas não foi dado aos anjos fazer esta previsão… ) … " Pois bem! O fato é que ele surgirá no céu, e todos "verão vir o Filho do homem numa nuvem, com poder e grande glória. Ora, quando estas coisas começarem a acontecer, olhai para cima e levantai as vossas cabeças, porque a vossa redenção está próxima" (Lucas 21.27,28). Eu o verei, você que me lê o verá, e todos o verão. Ve-lo-emos no seu próprio corpo, sem símbolos, sem rodeios, sem dúvidas. Isto é certo ! 
Quando chega esta época do ano, quando se fala em "Corpus Christi", isso me vem à mente. E olho para cima! E levanto a minha cabeça !! E aguardo a redenção, que está próxima!!!  Maranatha ! Vem, Senhor Jesus!

   Com o hino que hoje acrescento, ilustro o que acabo de notificar. Foi 'inspirado" nas palavras do Mestre, em Marcos 13.35-37: "Vigiai, pois, porque não sabeis quando virá o dono da casa: se à tarde, se à meia-noite, se ao cantar do galo, se pela manhã; para que, vindo ele inesperadamente, não vos ache dormindo. O que, porém, vos digo, digo a todos: vigiai! ". O 'grande' Ira Sankey incluiu o hino na sua série Gospel Hymns. Até prefiro aquel'outra versão que, no 'coro', traduz "Cristo volta, Maranatha!"

WILL IT BE AT MORN? (1878)
SERÁ DE MANHÃ?
Henry Lathrop Turner (1845-1915) & James McGranaham (1840-1907)

1. Será de manhã, no começo do dia?
    Será quando a luz seu fulgor irradia,
    Que Cristo há de vir com os anjos da glória,
    Receber deste mundo os Seus?

    Côro:
        Oh, Jesus, Salvador, Senhor!
        Quando vamos cantar:
        Cristo volta, aleluia, aleluia, amém!
        Aleluia, amém?!

2. Será de manhã ou será pela tarde?
    Também pode ser que as trevas da noite
    Se tornem na luz desse brilho de glória,
    Quando Cristo os Seus receber.

3. Oh! graça sem fim, quando a morte vencida,
    E Cristo Jesus revestir-nos de vida,
    E formos então habitar lá na glória,
    Nesse lar que Jesus preparou!

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Bom final de semana, boa semana a seguir!
Ulisses

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N° 60 : “SABOR DE VIDA”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 10 de Junho de 2012

    Há histórias que criam uma curiosa empatia de emoções… O sujeito saiu de sua cidade, e foi parar numa cidade do interior paulista – Avaré. Era Sábado, 02 de Junho último, quando encheu seu caminhão de frutas, para voltar até sua cidade, chamada "Harmonia", no Rio Grande do Sul (mas, que nome mais sugestivo para minha mensagem de hoje, viu?… Sugestivo à beça!). 
No caminho de volta, já entrava no estado do Paraná, mas também já passava de meia-noite de Sábado para Domingo. O tempo não ajudava: hora avançada, muita chuva, muita neblina, cansaço (naturalmente)… Por volta de uma da madrugada, Renato Varela de Oliveira perdeu o controle do caminhão e saiu da estrada. Ninguém viu! Nem na sua própria mão, nem na mão contrária. Estava nas proximidades de Jaguariaíva. Foram 15 metros ladeira abaixo por entre a mata que, quando acabaram, deixaram tudo ao avesso: cabine espatifada e semi-enterrada, o motorista meio que por baixo dela, a carroceria capotada a ponto de resvalar, descendo mais, na direção onde estava o que restou da cabine, com o motorista por baixo, e um desfiladeiro mais profundo dois metros à frente. Na posição que ficou, Renato ficou com todo o corpo imobilizado pelas ferragens, pela terra e pelo mato, exceto a cabeça e um braço. Ah! Mais um detalhe: a carga de laranjas esparramou-se, deixando uma parte em volta do corpo do acidentado. Amanheceu o Domingo, dia 03; quando ainda tinha forças, gritava por socorro, mas ninguém ouvia, 15 metros acima. Pensando que acabariam por achá-lo, usou o único braço móvel para alimentar-se… de laranjas.Um dia inteirinho, e ninguém parou à beira daquele precipício, para dar-lhe alento de ser encontrado. Para beber água, só abrindo a boca para cima, quando vinha chuva. Veio a noite, trazendo consigo a esperança de ser encontrado no dia seguinte, segunda-feira. 
Mais gritos (já com menos força), mais laranjas para alimento… … e só! Foi-se o segundo dia! O terceiro não foi diferente, a não ser pelo aumento das dores pelo corpo imobilizado, e a chuva que caiu forte de novo, trazendo morro abaixo uma enxurrada que rodeou seu pescoço, até próximo à boca, nariz e ouvidos… E, também, pela redução da esperança. Mas, haveria um quarto dia… Só que esse quarto dia, sem nada mais acontecer a seu favor, trouxe a sombria sensação de que estava destinado terminar seus dias ali, quando acabassem as laranjas ao alcance do seu único membro corporal livre.

    Enquanto isso, lá em "Harmonia", passada a segunda-feira (dia 04) em que era esperado de volta, o pai dele estava incomodado com a falta de notícias do filho; procurou o dono da transportadora, e ambos foram à polícia.Passando-se também a terça e a quarta sem notícias por parte da polícia (pois nenhum acidente havia sido registrado com as características descritas do veículo), resolveram percorrer, eles próprios, o caminho que ele teria feito. Coisa de pai, com sua persistência, porque queria encontrar o filho a qualquer preço… Ao saber da sua passagem pelo posto fiscal do Paraná, bem antes de Ponta Grossa, Carambeí e Castro, voltaram andando lentamente, até que identificaram marcas de pneus e um pedaço da carenagem do caminhão. Ao descerem a encosta pelo mato, lá estava o caminhão (quer dizer, o que restou dele), e lá estava o filho desaparecido. E ainda estava vivo (embora com uma parte do corpo quebrado), exatamente CINCO dias após o acidente! Com a ajuda dos policiais e bombeiros, depois de 3,5 horas Renato foi liberto. No leito do hospital, recuperando-se, deram-lhe um copo de suco de laranja e perguntaram-lhe – "Que gosto que tem?"E ele respondeu – "TEM SABOR DE VIDA!"

   Sinceramente, não consigo evitar uma analogia gloriosa que me parece plenamente factível. Pergunto eu – não foi assim também que o Pai Sobrexcelente fêz ?Não somos (ou não fomos) nós tais quais o Renato Varela de Oliveira, andando e vagueando longe do lar de "Harmonia" (estou aqui imitando um pouco John Bunyan)? Não temos estado, nesta vida, expostos aos riscos das curvas sob chuvas espessas e densas neblinas? Não nos vemos também, antes de uma ou outra curva fatídica, senhores do 'volante' da nossa vida e do controle do trajeto, quando chega a tal 'curva' e nos prova o contrário? Metaforicamente falando, nunca nos sentimos como ele se sentiu naqueles cinco dias – o que vou comer? Como vou me mexer? Quem vai me valer?"De onde me virá o socorro" ??? – pensamos como o salmista! Ele ficou num estado em que se viu imóvel, e totalmente dependente de socorro externo. Pois assim já não estivemos, quantas vezes? Ou não estamos ainda, de vez em quando?

   Pois então, avançando nas minhas analogias, eis que me deparo com mais uma verdade: Foi o Pai, foi Ele mesmo, quem veio em meu socorro; foi ele quem descobriu em que curva derrapei, onde a morte quase me levou, e onde a densidade do "breu" toldou meus olhos… Quando pecamos contra Ele (e não foram poucas as vezes), Ele veio de novo ao nosso encontro (embora exigisse, como sempre exige, um arrependimento sincero e uma nova disposição perante Ele), e nos encontrou sob as ferragens, sob as laranjas, podres, dilaceradas, embarreadas, as migalhas e as alfarrobas com as quais, fragilizados, pensávamos poder nos fartar… Estendeu a mão, nos tirou, nos ergueu… Isto, que afirmo, é verdade ampla e irrestrita da graça divina. Com palavras próprias do fruto da revelação e da inspiração, assim retrata-se o quadro"Ora, tudo provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo… Deus estava em Cristo, reconciliando consigo o mundo". (Paulo, em II Coríntios 5.18,19) "O ladrão vem somente para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância". (Jesus, em João 10.10) Tudo isto faz-me lembrar a chamada "parábola do filho pródigo" (Lucas 15.11.32). Há pelo menos duas maneiras de se entender, semanticamente, o adjetivo que atribuíram ao filho mais novo da parábola; pela maneira como o atribuíram, quiseram dar a ele caráter de gastador, perdulário, inconsequente, desperdiçador de bens. Mas eu penso que o mesmo adjetivo poderia ser usado, com outro significado, para com o personagem simbólico que realmente merece o maior destaque na parábola – o pai. Ele, sim – o pai – é o "pródigo"! Pródigo em doar, pródigo em perdoar, pródigo em buscar de volta, pródigo em celebrar o encontro do que estava perdido! Pródigo também em sair de novo, em busca do outro filho, o "turrão"…Aliás, nessa parábola, quem mais sai ao encontro (quando apenas deveria permanecer onde estava) é o pai, já notou?Sai ao encontro do filho mais novo, "esfrangalhado", e depois sai ao encontro do filho mais velho, "emburrado"… Retrato simbólico do Pai das Luzes. Pois foi Ele, na pessoa do Seu Filho, quem veio ao nosso encontro, e nos achou, "sob as ferragens" e sem forças para inflar o pulmão e pedir por socorro, embora dele dependendo tremendamente; como o Renato! Bela palavra – tinha que ser a do "pai" – que termina o texto da parábola: "Entretanto, era preciso que nos regozijássemos, porque esse teu irmão estava morto, e reviveu; estava perdido, e foi achado" .(João 15.32). Já viu algo mais bonito que isso ?Entendeu o 'porque' da minha empatia emocional com a história do resgate do Renato, em Jaguariaíva, para ser levado de volta pelo pai para "Harmonia"?Já viu algo mais deslumbrante, do que essa maneira peculiar e esplêndida de Jesus demonstrar, com uma simples (porém rica) parábola, como Deus, o Pai, acalenta Seu sentimento de zelo e de busca por aqueles que Lhe pertencem, aos quais Ele dá a conhecer o Seu amor? Ele é quem nos traz de volta à "harmonia" da Sua presença e comunhão! Só Ele!! 

    A parábola dá um retrato da iniciativa divina, em Cristo, Seu Filho, em favor de nós (sem merecermos) – por isto a grande significação das palavras de Jesus acima citadas :"Eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância". (Jesus, em João 10.10). Isto significou (e ainda significa, a cada dia) vida para quem estava em trevas. Por isto, imagino eu que, a partir de hoje, toda vez que eu tomar um copo de laranjada, vou me lembrar do Renato, mas (quem sabe, por simples mecanismo mnemônico da mente) vou me lembrar também de que Deus estava em Cristo, trazendo-me vida no tempo e no espaço onde jaz a morte … "Sabor de Vida!", como disse o Renato! "Esperei confiantemente pelo Senhor, e Ele se inclinou para mim e me ouviu, quando clamei por socorro. Tirou-me dum poço de perdição e de trtemedal de lama; colocou-me os pés sobre uma rocha e me firmou os passos. E me pôs nos lábios uma nova canção, um hino de louvor ao nosso Deus; muitos verão essas coisas, temerão, e confiarão no Senhor." (Salmo 40:1-3)

   Eu tenho um hino também para hoje. Foi escrito por uma serva de Deus no início do século XX, a qual escreveu mais de 1000 hinos e composições cristãs. Quando este hino de hoje foi por ela composto (letra e música), ela se encontrava por volta de 50 anos de idade, mas começando a perder a visão (e logo ficou cega).Mas a cegueira não lhe impediu de continuar seu ministério… Há praticamente uma versão portuguesa desse hino em cada um dos hinários brasileiros. Escolhi a versão que segue  pelo fato de ser um pouco mais rica em beleza.

SWEETER AS THE YEARS GO BY (1912)
JESUS ACHOU-ME…
Lelia Naylor Morris (1862-1929)

1. Jesus um dia achou-me
    Mui longe do me lar,
    Perdido já no mundo,
    Sem mais poder voltar.
    Nos braços Seus tomou-me,
    Por Seu amor salvou-me,
    E com dulçor levou-me
    De volta para o lar.

CORO:
    A presença de Jesus
    Dá-me paz, prazer e luz.
    Cada dia cresce, mais se enriquece
    Esta vida com Jesus.

2.  Andamos pelos montes
    Pra minha fé provar:
    Tão densas são as trevas – 
    Não posso caminhar!
    Não há nenhum perigo,
    Pois Cristo está comigo,
    E este grande Amigo
    Conduz-me para o lar.

3.  Passamos pelos vales,
    Quão bom é relembrar!
    Despertam as saudades
    Do meu paterno lar.
    Oh, quão maravilhoso
    Sentir tão alto gozo:
    O Amigo tão precioso
    Levar-me vai ao lar.

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 Bom final de semana, boa semana a seguir!
Ulisses

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N° 59 : “ALHURES”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 03 de Junho de 2012

   Por estes dias, recebi uma dica pela internet. Uma dica turística. Um conhecido meu mandou um email reproduzindo (acho que meio jocosamente) uma "dica" de viagem, para quem esteja planejando conhecer um ou outro dos mais belos lugares do mundo. Mas a dica poderia ser útil para outras épocas : a cada viagem, a cada semestre (quem sabe) um daqueles lugares paradisíacos.Vou até mencionar alguns desses lugares, caso vc esteja indeciso para as próximas férias… : A região toscana e a ilha de Capri na Itália, o parque nacional na ilha australiana da Tasmânia, o resort das "Quatro Estações", nas ilhas Bora-Bora, do Pacífico, o paraíso de Skaftafeli, na Islândia, as grutas azuis das ilhas Zakynthos, na Grécia, a ilha de Boracay, nas Filipinas, a Polinésia francesa e o arquipélago do Tahity, no Pacífico, as ilhas Seychelles, no Oceano Índico, o atraente circuito havaiano, e até Fernando de Noronha, no Brasil, entre outras várias opções. Notou a curiosidade? A impressão é que eu escolhi, nessa seleção, apenas os lugares com águas e ilhas, por meu mero diletantismo pessoal… De fato, não: de fato, a maioria dos lugares indicados trazia essa marca, como um testemunho da preferência geral pelo que os olhos, em geral, elegem. Ilhas e águas encantam, e sempre encantaram qualquer um.

   O suísso-canadense Bernard Weber liderou, recentemente, uma pesquisa mundial (internet e telefone), através da New7Wonders Foundation, indicando que houve mais de 100 milhões de manifestações. Na lista eleita por esses supostos 100 milhões de votos, estão a Ilha Jeju, na Coréia do Sul, a Baía de Halong, no Vietnam, o rio subterrâneo Puerto Princesa, nas Filipinas, a Ilha Komodo, na Indonésia, o Monte Mesa, na África do Sul, e as Cataratas do Iguaçú (Brasil e Argentina). A bacia amazônica concorre com outros "finalistas", como o Mar Morto (Israel e Jordânia), o Lago Masurian (Polônia) e a Grande Barreira de Corais na austrália, com possibilidades de ser a "sétima maravilha". 
É inegável que este nosso "planeta azul" contém inúmeras maravilhas, e todas são "rastros" da obra criadora do Eterno, são vestígios da "mão precisa do mais habilidoso escultor, do mais talentoso artista", Aquele que modelou o universo. É o que se encontra no Livro do Seu Testemunho: "Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos. Um dia discursa a outro dia, e uma noite revela conhecimento a outra noite. Não há linguagem, nem há palavras, e deles não se ouve nenhum som;no entanto, por toda a terra se faz ouvir a sua voz, e as suas palavras, até aos confins do mundo." (Salmo 19.1-4).

   Num desses países de maravilhas naturais retratadas, há um povo cujos antepassados pensavam diversamente. Havia uma diversidade enorme de comportamentos na sua compreensão da realidade visível e invisível. Eles se consideravam a "nata" mundial do saber e da ciência; construíam templos para suas divindades (que também eram "construídas"), e traziam-lhes oferendas, pensando que assim obteriam seu favor. Mas, ainda assim, grande número deles confessavam-se um tanto desconhecedores dessa área do conhecimento – o ser divino; alguns de seus mestres teimavam em ensinar que Deus é tão transcendente, que está longe de nós, inalcançável; outros dos seus mestres teimavam o contrário, confundindo inescrupulosamente a criação com o Criador. O embaixador da verdade que lá chegou, falando em nome do verdadeiro Deus, declarou-lhes solenemente, no mais famoso auditório do mundo de então: "O Deus que fez o mundo e tudo o que nele existe, sendo ele Senhor do céu e da terra, não habita em santuários feitos por mãos humanas. Nem é servido por mãos humanas, como se de alguma coisa precisasse; pois ele mesmo é quem a todos dá vida, respiração e tudo mais;de um só fez toda a raça humana para habitar sobre toda a face da terra, havendo fixado os tempos previamente estabelecidos e os limites da sua habitação; para buscarem a Deus se, porventura, tateando, o possam achar, bem que não está longe de cada um de nós; pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos, como alguns dos vossos poetas têm dito: Porque dele também somos geração." (Paulo, em Atos dos Apóstolos 17.24-28).

   Conto-lhes algo interessante, que me fascina: Pesquisei os 150 salmos bíblicos, um por um, com um interesse focado. O interesse foi o de descobrir, nos Salmos, as múltiplas exaltações a Deus pelas maravilhas ostentadas em Sua criação, ou as demandas que Ele mesmo faz, para que Sua glória seja reconhecida nessa mesma Criação. As descobertas foram em grande número. Há salmos que demandam, figuradamente, que as próprias ilhas lhe deem louvor (como é o caso do Salmo 97). É estimulante cada leitura. Pudéssemos nós, no curso breve de uma vida, ter o privilégio de contemplar, com os próprios olhos, esses lugares paradisíacos, teríamos uma constatação pessoal daquilo que o Criador, com os olhos de "cima", contempla, para testemunho do Seu poder e glória. Alguns têm esse privilégio, em parte. Aos que não o têm, a internet facilita…

   De minha parte, eu sei que não preciso ir, pessoalmente, a uma parcela desses paraísos naturais, para reconhecer a gloriosa obra do meu Criador e Redentor. 
Se eu gostaria? É claro que sim! Mas não é indispensável. E mais: sei ainda que a maior de todas as maravilhas da criação divina ainda não foi vislumbrada pelo olho humano. E nem que avancem por milhares de múltiplos as expedições marítimas, sub-marítimas, ou as espaciais, ainda assim não terá sido vista por um olho sequer, dos nossos. 

"Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam" (I Co 2.9)
Trata-se de uma esplêndida ilha, a mais deslumbrante de todas, a mais áurea, onde o sol jamais deixa de fulgir, onde as águas são sempre cristalinas ! Aquela, com certeza, eu conhecerei, na minha última viagem. Sem bilhete de volta, graças a Deus! No ano de 1897, uma cristã, esposa de pastor, que desde o início da juventude enfrentava constantemente problemas de saúde, viu-se impedida de usufruir um dos seus maiores prazeres semanais : acompanhar a família à Escola Dominical.Compelida a repousar em casa, passou ela a refletir em algumas passagens da Bíblia que falam desse paraíso (que ela imaginou como a "belíssima ilha de alhures").

   Quando seu esposo chegou em casa, ela havia redigido uma poesia, para a qual o músico John Fearis logo acresceu a melodia. Compartilho letra e música aqui (se te incomodar, apenas ignore as manifestações finais), com você, ao final dessa singela meditação de hoje.

BEAUTIFUL ISLE OF SOMEWHERE (1897)
BELÍSSIMA ILHA DE ALHURES
Jessie Brown Pounds (1861-1921) & John S. Fearis (1867-1932)

Somewhere the sun is shining,
Em algum lugar, o sol brilha
Somewhere the songbirds dwell
Em algum lugar passarinhos cantantes habitam
Hush, then, thy sad repining,
Silencie-se, pois, teu infeliz murmurar
God lives, and all is well!
Deus vive, e tudo vai bem!

Somewhere the load is lifted,
Em algum lugar, a carga é retirada, 
Close by an open gate;
Junto a um portal aberto;
Somewhere the clouds are rifted,
Em algum lugar as nuvens são dispersas
Somewhere the angels wait. 
Em algum lugar os anjos aguardam. 

Somewhere, somewhere,
Alhures, alhures
Beautiful Isle of Somewhere!
Belíssima Ilha de Alhures
Land of the true, where we'll live anew,
Terra dos sinceros, onde reviveremos
Beautiful Isle of Somewhere!
Belíssima Ilha de Alhures!

Estrofe não cantada nessa execução:
Somewhere the day is longer,
Em algum lugar o dia é mais longo 
Somewhere the task is done;
Em algum lugar a tarefa está cumprida
Somewhere the heart is stronger,
Em algum lugar, o coração é mais forte
Somewhere the guerdon won.
Em algum lugar a recompensa é conquistada.

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N° 58 : “SHAVUOT”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 27 de Maio de 2012

   "Shavuot " é uma palavra hebraica que significa "semanas".Ela designa uma celebração anual milenar que começou ontem, dia 26, ao pôr do sol. É a celebração judaica das "sete semanas".Nessa celebração, lembra-se o dia em que Deus entregou a Moisés as tábuas da Lei, no Monte Sinai;com isto, diz a tradição, iniciou-se a entrega divina dos escritos do Torah a Moisés! .Celebram-se também as "sete semanas" a partir do dia do Pessach (Páscoa), o dia da libertação, da morte dos primogênitos egípcios,o dia da finalização do cativeiro, e início do êxodo para os "filhos de Abraão", ânsia e busca pela "terra prometida".É o marco inicial da peregrinação pelo deserto, em retorno à terra da promissão.Mas, é também uma das festas das lembranças do êxodo, que se mantiveram na nova terra.Chama-se "festa das [sete] semanas", ou "festa das primícias dos frutos", mas é também conhecida como a "Festa do Pentecostes", aludindo a 50 dias após a Páscoa.

   Nos tempos antigos, em seu Shavuot anual, os peregrinos judeus se encaminhavam em romarias a Jerusalém, acompanhados pelos alegres sons das flautas e das harpas. Colocavam em seus cestos dourados e prateados, ornados com fitas e flores, as primícias dos "sete frutos" simbólicos : trigo, cevada, uvas, figos, olivas, romãs e tâmaras. Chegados à capital do país, eram acolhidos com cânticos de boas vindas, até chegarem ao templo, onde se fazia a dedicação dessas primícias. Todo o festejo era rico em músicas; o tom geral era só alegria: as lembranças celebradas eram, simultaneamente, a manifestação de Deus, a libertação, a peregrinação em busca da terra prometida ("a terra onde mana leite e mel"), e os primeiros frutos ali colhidos. E ainda, a festa era uma espécie de devoção, na qual os judeus depositavam diante do Criador-Provedor o ano que viria pela frente, para que se repetissem fartamente os frutos a colher.Este tipo de celebração inspirou a primeira geração de "pais peregrinos" da América, com o seu "Thanksgiving Day ", o dia de Ação de Graças pelos primeiros frutos fartos na nova terra colonial (século XVII).

Hoje, judeus em todo o mundo ainda celebram a fartura das colheitas com uma grande refeição festiva em família. Mas, ao prenúncio da destruição de Jerusalém nos primórdios do império romano, o Shavuot assumiu um significado ainda mais amplo: Cinquenta dias com a Páscoa (ou sete semanas após) na qual Jesus morreu, cumprindo a expiação vicária por causa do pecado, Deus derramou os "primeiros frutos", as "primícias" da "grande colheita" que se fará, numa nova terra que "mana leite e mel", a "nova Jerusalém". Nesse derramamento dos primeiros frutos, veio o Espírito de Deus, e ocorreu o Pentecostes histórico de que fala Atos dos Apóstolos. Aquele "Pentecostes" histórico é o nosso "Shavuot " derradeiro, escatológico. Ainda hoje vai abrigando, sob suas "chuvas serôdias" os que se incluem na promessa de Abraão.

   Já não há mais razão de um dia especial no calendário (embora tê-lo não seja proibido) para celebrar a promessa, a libertação, a provisão, a esperança por Canaã, a expectativa da Nova Jerusalém. Também estamos em "peregrinação", à espera da "nova pátria".E, nessa peregrinação, Deus nos tem dado "maná", Deus nos tem dado "codornizes" para mantimento.E, o que é mais importante: é Ele quem tem dado, porque "se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela… Inútil vos será repousar tarde, levantar de madrugada, comer o pão que penosamente grangeastes…" .(Salmo 127.1,2).

Trabalhamos, sem dúvida; mas não temos o poder de converter uma só molécula inerte em semente de vida, e nem uma só semente em espigas fartas de grãos: só o Criador!Deus tem sido gracioso, mais que merecemos, mais do que poderíamos almejar.A Sua bondade para conosco ultrapassa nossa capacidade de perceber e compreender.

   Falta o trigo, às vezes? Temos cevada. Falta cevada, às vezes? Temos uvas, temos figos, temos romãs… Falta, ocasionalmente mais algum desses bens? Temos olivas, temos tâmaras..É claro que estou me valendo da figura metafórica dos "sete" frutos simbólicos do Shavuot judaico. Mas, mude-se o símbolo, permanece a verdade: Deus tem sido bom, providente, longânimo, misericordioso! A Sua mão não é remissa!

   Como conclamou o preletor a um grupo de atentos ouvintes na capital daquele país que hoje ameaça a Europa e o mundo, com suas conturbações e irresponsabilidades econômicas: "O Deus que fez o mundo e tudo o que nele existe, sendo ele Senhor do céu e da terra, não habita em santuários feitos por mãos humanas. Nem é servido por mãos humanas, como se de alguma coisa precisasse; pois ele mesmo é quem a todos dá vida, respiração e tudo mais; de um só fez toda a raça humana para habitar sobre toda a face da terra, havendo fixado os tempos previamente estabelecidos e os limites da sua habitação; para buscarem a Deus se, porventura, tateando, o possam achar, bem que não está longe de cada um de nós; pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos, como alguns dos vossos poetas têm dito: Porque dele também somos geração. Sendo, pois, geração de Deus, não devemos pensar que a divindade é semelhante ao ouro, à prata ou à pedra, trabalhados pela arte e imaginação do homem. Ora, não levou Deus em conta os tempos da ignorância; agora, porém, notifica aos homens que todos, em toda parte, se arrependam; porquanto estabeleceu um dia em que há de julgar o mundo com justiça, por meio de um varão que destinou e acreditou diante de todos, ressuscitando-o dentre os mortos." (Atos 17.25-31). Aliás, como seria oportuno os atuais habitantes de Atenas ouvirem (ou lerem) de novo esta mensagem… 


   Nós, cristãos, temos o costume de dar graças a Deus antes de cada refeição. 
Que tal, das próximas vezes, sermos menos "mecânicos" nessa ação de graças, sermos mais efusivos de coração ante a preciosa e pródiga graça de Deus em tudo o que nos tem Ele dado? 
Ademais, Deus, além da Sua bondosa Providência, nos deu também a Redenção, bem maior de cada alma. Ele nos deu o Espírito Santo com Suas promessas – razão maior do Shavuot para nós hoje! Por esta promessa, nos alegramos e O louvamos pela Sua "tão grande salvação"! "Por esta razão, importa que nos apeguemos, com mais firmeza, às verdades ouvidas, para que delas jamais nos desviemos.Se, pois, se tornou firme a palavra falada por meio de anjos, e toda transgressão ou desobediência recebeu justo castigo, como escaparemos nós, se negligenciarmos tão grande salvação? A qual, tendo sido anunciada inicialmente pelo Senhor, foi-nos depois confirmada pelos que a ouviram." (Hebreus 2.1-3). 

   Que tal um Shavuot de louvor, a cada dia, dirigido Àquele que nos conquistou um lugar na Canaã celestial ?"Portanto, também nós, visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas, desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia, corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta, olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus" (Hebreus 12.1,2). Ele é merecedor de todo louvor … De todo louvor que estiver ao nosso alcance dar a Ele, e ainda do infindo louvor que está fora do nosso alcance! Um dia, numa grande multidão, ocorrerá o nosso "êxodo" final: estaremos em procissão de Shavuot rumo às mansões celestes eternas, a Nova Jerusalém.

   O hino de hoje me é muito estimulante. Espero que o seja também para você, ao ouvi-lo… 
Ainda que eu prefira entender a poesia da autora com a fixa convicção de que não há mérito algum em mim, senão sempre e exclusivamente em Deus, ante a experiência que ela procura retratar, chamam-me especial atenção o coro e a segunda estrofe abaixo transcritos.  Quem o compôs foi uma senhora, esposa de pregador, de acentuada sensibilidade sob o reconhecimento dos feitos divinos, e de quão infinitamente mais do que possamos dar merece Ele o nosso louvor. Ouça o MP3 anexo, acompanhando o poema abaixo…

I WILL PRAISE HIM (1898)
EU O LOUVAREI

Margaret Jenkins Harris (1865-1919)

When I saw the cleansing fountain,
Quando eu contemplei a fonte purificadora 

Open wide for all my sin,
Escancaradamente aberta em razão de todos os meus pecados
I obeyed the Spirit's wooing,
Obedeci ao 'chamado' do Espírito Santo
When He said, "Wilt thou be clean?"
Quando Ele conclamou, "Serás purificado?"
I will praise Him! I will praise Him!
Eu o louvarei! Eu o louvarei!
Praise the Lamb for sinners slain;
Louvarei ao Cordeiro que foi morto por pecadores;
Give Him glory, all ye people,
Dêm-lhe glória, todos vós, povos, 
For His blood can wash away each stain!
Pois o seu sangue pode lavar cada mancha!
Though the way seems straight and narrow,
Ainda que o caminho pareça estreito e apertado 
All I claimed was swept away;
Tudo por quanto clamei foi desprezado
My ambitions, plans and wishes
Minhas ambições, planos e desejos
At my feet in ashes lay.
Jaz em cinzas ante meus pés. 
Blessed be the Name of Jesus!
Bendito seja o nome de Jesus! 
I'm so glad He took me in…
Como sou feliz porque Ele me acolheu…
He's forgiven my transgressions,
Ele tem perdoado minhas transgressões, 
He has cleansed my heart from sin.
Ele, do pecado purificou meu coração 

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Bom final de semana, boa semana a seguir!
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana

ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 57 : “MINHA CASA, MINHA VIDA “

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 20 de Maio de 2012

Matéria recente de uma prestigiada revista nacional declarou que o deficit  habitacional brasileiro ainda é de 6 milhões de moradias. Já uma empresa de consultoria nordestina aponta que o número é de 9 milhões. Sei lá quem está com a razão, ou mais próximo da verdade. Os sucessivos governos brasileiros têm anunciado "programas" para erradicar essa lacuna social no país, mas décadas têm passado sem que isto chegue perto dos objetivos. Desde o governo do Presidente Dutra, com a fundação da "Fundação da Casa Popular" (1946), passando pelo BNH dos governos militares, pelo Pró-Moradia, pela COHAB,  PAC-Habitação, até o "Minha Casa, Minha Vida", programas vão mudando de nomes e de nuances de 'perfumaria', mas a deficiência continua. Aliás, a mais recente versão – o programa "Minha Casa, Minha Vida" – adotou um nome deveras sugestivo."Moradia" e "vida" se entrecortam, de fato.

   Outro dia, conversei com uma pessoa que expressou, com emoção, saudades da casa paterna onde nasceu e cresceu, onde a família se formou. Uma vida, quase, identificada com aquele lar, com a família ali residente. O cancioneiro popular tem diversos exemplares de composições identificando histórias de vida com as casas onde se desenvolveram. Aquelas denominadas "música de raízes", ainda exaltam, frequente e saudosamente, as plantas (ou árvores) ali havidas: uma roseira, uma paineira, um pé-de-manga, etc… Verdadeiros "tesouros" de lembranças. 

   Tempos atrás, em reunião de família, re-visitando o sítio que fora do meu bisavô nas terras de Alto Jequitibá (MG), inevitável foi lembrar muito do passado olhando para aquelas enormes paineiras…Não é à toa que a própria Bíblia fala : "Onde está o vosso tesouro, ali estará também o vosso coração!". (Lucas 12.34) Eu até acredito que não conseguirei repercussão nacional, mas tenho uma versão pessoal e própria de "Minha Casa, Minha Vida" a anunciar… Afinal, me sinto um pouco "do ramo"… Não pretendo reconhecimento de nenhum governo – seja municipal, estadual ou federal. Também não pretendo conquistar nenhum cargo público com o programa. Prá dizer a verdade, o programa nem é meu mesmo. Sou apenas uma espécie de "corretor" dele… Um corretor sem comissão financeira… Quem lançou essa versão diferente de "Minha casa, Minha Vida", o melhor programa de todos até hoje conhecido, me arrolou para divulgá-lo.

   Começo falando dele com alguns tópicos do decreto que o proclamou : "Não se turbe  o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim! Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar. E, quando eu for, e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vós também". (João 14.1-3) Esse programa diferente de "Minha Casa, Minha Vida" tem uma única  pessoa ocupando posições distintas na questão habitacional : Ele é (1) o legítimo proprietário, por direito exclusivo de herança do seu Pai, sobre as 'terras', as grandes glebas, onde estão sendo instaladas as moradias prometidas no programa ("Tudo quanto o Pai tem, é meu!– João 16.15); ele é, também, o (2) alicerce, o fundamento essencial das moradas – ele é "a pedra que os construtores rejeitaram", e que se tornou "a pedra angular" do alicerce (Mateus 16.18; Atos 4.11; I Coríntios 3.11; Efésios 2.20; I Pedro 2.6-8)Além disto,  essa figura singular é também (3) o legítimo tabelião do cartório onde os títulos de genuína propriedade têm seu regustros eternos ("Porque, abaixo do céu, não há nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos".) ( Atos 4.12) Ademais, ele é (4) o arquiteto e o edificador singular : "Abraão [no passado, assim como eu, no presente]… aguardava a cidade que tem fundamentos, da qual Deus é o arquiteto e edificador". (Hebreus 11.10) Não há outro (ou mesmo outra) a "por a mão na massa", a fazer a obra, a edificar a cidade. Só Ele. Um outro detalhe interessante desse programa que eu anuncio, é que a ele podem ter acesso tanto os que têm propriedades aqui, debaixo do céu, quanto os que não têm (ou mesmo que jamais serão contemplados pelo"Minha Casa, Minha Vida" cá de baixo). Isto não faz diferença. Faz muita diferença é o contrário : não ter um "registro de imóvel" no programa de que estou falando, não importando se se tenha ou não tenha por aqui, cá em baixo. Isto faz toda a diferença, e por toda a eternidade. E há mais um detalhe diferencial importante: cá, é relativamente comum um dia as pessoas decidirem mudar – por motivos vários: ou de saúde, ou de necessidade financeira, ou em busca de novos ares, ou mesmo em busca de maior segurança.

   Que fique bem claro: nas moradas anunciadas nesse "Minha Casa, Minha Vida" diferente, que estou anunciando, ninguém vai jamais mudar: Primeiro, porque não poderá; só haverá, a partir de então, duas opções, e Deus não permitirá que os beneficiários do Seu programa "Minha Casa, Minha Vida" jamais decaiam do seu nível para a lúgubre morada do outro lado, o lado inferior, "onde haverá choro e ranger de dentes", segundo o decreto. Segundo, porque jamais vai precisar : por motivo de saúde, não haverá necessidade, pois lá não haverá doenças; por motivo de segurança, não haverá necessidade, pois lá não haverá injustiça; por motivo de finanças, não haverá necessidade, pois lá ninguém será pobre, nem jamais vai precisar dispor de sua casa para pagar dívidas ou coisa parecida; por motivos de novos ares, ares melhores, não haverá necessidade, pois não haverá "ares" melhores que lá, e de lá ninguém jamais vai se enfadar!  Terceiro, porque jamais vai desejar:  essa morada prometida pelo personagem acima inferido – o Senhor Jesus Cristo, o Primeiro e o Último, o Alfa e o Ômega – será tão valiosa, tão desejável, tão confortável, tão linda, tão gloriosa, tão gratificante, tão cheia de vida, e tantos outros atributos, que quem nela receber posse jamais vai aspirar outra coisa, simplesmente porque vai usufruir, para sempre, o que"nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou no coração humano". (I Coríntios 2.9, baseado em Isaias 64.4)   Por fim, esse é o único programa que, de fato e legitimamente, faz jús ao nome "Minha Casa, Minha Vida": Somente dentro desse programa há esperança de vida, e vida eterna; fora dele, a expectativa é de morte, e morte eterna.Oh! Que Glória esperada por anseios mil: Vem Senhor Jesus [Maranatha!], trazer-nos o cumprimento dessa bendita promessa! 

    Nosso hino de hoje é uma composiçao singular. como vocês já devem ter notado que gosto um pouco de história, anuncio que esta também tem a sua. O compositor foi companheiro de quarto, nos tempos estudantis, de Billy Graham, e até trabalho em algumas de suas cruzadas. Foi também fundador de uma companhia musical cristã, que acolheu ninguém menos que o grande John Peterson. Em 1947, depois de apenas 5 anos de casamento, sua esposa (Catherine) foi diagnosticada com esclerose múltipla, entrando logo num doloroso declínio das condições de saúde. Foram cerca de 12 anos lutando contra a feroz enfermidade degenerativa. A biografia desse servo de Deus assim registra: "Em 1960, Catherine, depois de longa enfermidade, foi se encontrar com seu Senhor, por quem, por muitos anos, ela ansiou". Ele, então, compôs esse cântico, muito conhecido das gerações das décadas de Sessenta e Setenta no Brasil. Ouça-o, recorde-o,  pensando no "nosso programa Minha Casa, Minha Vida".  

Somewhere, Beyond the Blue (1960)
ALÉM DO CÉU AZUL 
Alfred Barney Smith (1916-2001)

Além do Céu Azul foi Jesus preparar
Um lar prá dar a quem a vitória alcançar
Anelo conseguir a vida no porvir
Com fé no meu Senhor Jesus

Bem sei que eu, de mim, nada tenho prá dar
Mas sei que meu Jesus já me veio salvar
Agora quero eu ter fé no coração
Até seu rosto ver além…

Há um verso, se não me engano inserido aqui no Brasil, não cantado nesta execução :

Quando chegar ao céu onde reina a luz
Então eu estarei junto do meu Jesus
Pois lá não haverá tristezas e nem dor:
De lá eu jamais voltarei!

Parte da letra original que consegui recuperar é :

Somewhere, beyond the blue
Em algum lugar, além do azul
There´s a mansion for me  
Há uma mansão para mim
Somewhere, beyond the blue 
Em algum lugar, além do azul
I am longing to be 
Eu lá anseio estar
I'1l see my Saviour's face 
Verei a face do meu Salvador
And sing amazing grace 
Cantarei 'preciosa graça'
Somewhere, beyond the blue, someday ! 
Em algum lugar, além do azul, algum dia

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Ulisses

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N° 56 : “SOB SUAS ASAS”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 13 de Maio de 2012

A história da mulher de quem lhes vou falar é muito propícia para o dia. Pertence a muito tempo passado. Era irmã de mais 24 irmãos : isso mesmo – filha de um casal que teve 25 filhos. Tornou-se mãe de 19 (eu disse "dezenove"). Desde o início do casamento enfrentou várias dificuldades, algumas quase extremas: Por causa das limitações profissionais do marido, a família viveu a vida toda com limitadíssimos recursos. Duas das casas (de madeira) onde moraram foram destruídas acidentalmente por fogo. Ao filho mais velho – Samuel – chamava de "filho de minhas provas"; ele não falou até aos 5 anos de idade, e foi muito doente; ela orava por ele de contínuo. Outro filho asfixou-se enquanto dormia. A primeira filha – Susana, seria seu alento como mãe e dona de casa, talvez sua companheira; mas também não sobreviveu à infância. Era mãe parcimoniosa, mas de vez em quando aceitava uma ajuda para cuidar dos filhos, enquanto fazia algum trabalho para ajudar o marido com as finanças; mas uma dessas ajudas resultou num grave acidente doméstico, que deformou outra filha. Vários de seus filhos tiveram varíola, que ceifou um ou outro. E assim, nove de seus dezenove filhos morreram ainda na infância. Desses nove, quatro eram dois pares de gêmeos. Por falta de recursos, era comum os filhos não frequentarem a escola regular por uma fase, frequentando a "escola domiciliar", onde a própria mãe era a professora. Apesar das perdas que sofreu, era muitíssimo zelosa pelos filhos. Quando cada um completava os cinco anos de idade, ela mesma o alfabetizava. E, das "primeiras letras" seguia-se o aprendizado das "sagradas letras". Era enérgica quando preciso, mas era também amorosa: seus filhos deixaram registros de quanto a mãe lhes fez bem, de quanto a amaram. Seus filhos aprenderam com ela os valores elevados das virtudes, e o temor devido ao Criador. Pode-se dizer que ela, qual uma águia de agudo instinto maternal, conservava sob o abrigo de "suas asas" cada filho, orando por eles, velando por eles. Era uma mulher de presença contínua, diária, perante Deus. E, não por pouco tempo: costumava gastar duas horas por dia. Quando lhe perguntavam como achava tempo para tantos afazeres e ainda o cuidado com os filhos, e ainda sua devoção diária, costumava 'responder':-  "Não tem o dia 24 horas?"

   Do ponto de vista natural (e horizontal, humano), sua vida foi um exemplo de insucesso (pensando no lado financeiro); do ponto de vista sobrenatural (e vertical, divino), sua vida tem sido quase universalmente tida como um elevado exemplo de sucesso espiritual. Considere-se, para tanto, o que se viu em muitos países pelo histórico de influência de alguns de seus filhos, até hoje. Nenhum historiador digno do nome deixa de retroceder os méritos do que eles legaram à sua mãe. No meio das duras provas pelas quais passou, deixou um registro escrito : "Ainda que a gente nasça para o infortúnio, eu ainda creio que sempre têm sido raros os seres humanos sobre a Terra, considerando todo o curso de sua vida, que não tenham recebido mais misericórdia do que aflições e muitos mais prazeres do que dor. Todos os meus sofrimentos, pelo cuidados do Deus Onipotente, cooperam para promover meu bem espiritual e eterno [e o de meus filhos]… Glória seja a ti, oh Senhor!" O nome dela? Susana Wesley (1669-1742), mãe de John Wesley (o décimo quinto, pregador), e de Charles Wesley (o décimo  oitavo, músico, hinólogo).

   No dia que hoje se celebra, um pequeno flash da vida dessa valorosa mulher (dentre as duas que nos 'inspiraram' o nome de nossa filha) é um simbólico retrato de como o nosso Deus é: Ele cuida de nós com cuidado inestimável; nos educa em cada aplicação dos ensinamentos de Sua Palavra, o que ocorre em cada transe de vida. Ele se deu por nós, na pessoa do Seu Filho. Nele, sofreu, humilhou-se, privou-se, morreu, mas revelou amor tal que, cá "embaixo", aparentemente só um tipo de amor pode ilustrar adequadamente o Dele – o amor de mãe! As palavras do Livro das Verdades Eternas ecoam: "Guarda-me como a menina dos teus olhos, esconde-me à sombra das tuas asas". (Salmo 17.8) As aves são conhecidas por esse tipo de instinto materno; as fêmeas, são capazes de extinguir-se ante o perigo, no intuito de resguardar seus filhotes. Assim também são mães legítimas. Pois assim também é o nosso Deus. Por isto, o salmista ainda proclama: "Como é preciosa, ó Deus, a tua benignidade!  Por isto, os filhos dos homens se acolhem à sombra de tuas asas". (Salmo 36.7) E ainda :  "Cobrir-te-á com as Suas 'penas' e, sob Suas asas estarás seguro!". (Salmo 91.4) Sim, Deus é qual refúgio, "asas seguras", sob as quais temos abrigo inigualável.  

    Esta mensagem de hoje é, ao mesmo tempo, uma homenagem e um ode de exaltação. Homenagem, às mães, sob cujas 'asas' temos refúgio até o maturar para a vida (e até depois); ode de exaltação, a Deus, sob cujas 'asas' temos refúgio eterno!"Bem-aventurado aquele que Nele se refugia!". (Salmo 34.8) Assim o poeta se inspirou, quando compô"Sob Suas asas te acolherá; Deus velará por ti!".

    O hino de hoje é um clássico de dois conhecidos compositores cristãos. Foi o Salmo 17.8, acima mencionado, diante de uma circunstância de vida, que compeliu o lirista a compor. Cushing teve uma séria enfermidade na garganta, pela qual perdeu a voz. Já não mais poderia pregar. Orou a Deus, com o coração derramado sobre o Salmo 17.8. Deus respondeu as suas orações, mas de um modo diferente do que ansiava: em troca da voz, deu-lhe o dom de escrever, e de compor. Outrossim, foi o músico das campanhas de Moody quem lhe pôs melodia.  Segue, na voz de Heritage Singers.

UNDER HIS WINGS (1896)
Sob Suas Asas
William Orcutt Cushing (1823-1902)
Ira Sankey (1840-1908)

Under His wings I am safely abiding,
Sob Suas asas habito em segurança
Though the night deepens and tempests are wild,
Ainda que a noite adentre e as tempestades sejam selvagens
Still I can trust Him; I know He will keep me,
Ainda assim posso Nele confiar; sei que me guardará,
He has redeemed me, and I am His child.
Ele me redimiu, e eu sou dos seus filhos.

    Under His wings, under His wings,
    Sob Suas asas, sob Suas asas

    Who from His love can sever?
    Quem pode, de seu amor, separar-se?
    Under His wings my soul shall abide,
    Sob Suas asas minha alma residirá
    Safely abide forever.
    Com segurança, habitará para sempre.

Under His wings, oh, what precious enjoyment!
Sob Suas asas, oh que precioso prazer
There will I hide till life's trials are o'er;
Onde eu me abrigo até que passem as tormentas da vida
Sheltered, protected, no evil can harm me,
Aninhado, protegido, nenhum mal pode injuriar-me,
Resting in Jesus, I'm safe evermore.
Descansando em Jesus, estou para sempre seguro.

Há um verso não cantado nesta execução :

Under His wings, what a refuge in sorrow!
Sob Suas asas, que refúgio na tribulação!
How the heart yearningly turns to His rest!
Como duradouramente o coração encontra seu descanso!
Often when earth has no balm for my healing,
Frequentemente, quando a terra não traz o bálsamo para minha cura
There I find comfort, and there I am blessed.
Ali eu encontro conforto, onde está minha bênção.

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Bom domingo, boa semana a seguir
Ulisses

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