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Author Archives: Priscila

N° 85 : “VIDA LONGA”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 09 deDezembro de 2012

104 anos!  Uma existência longa, para os padrões mais comuns… Não tive como não prestar atenção a alguns detalhes da extensa exploração da mídia em torno da figura de Oscar Niemeyer. Não restam dúvidas de que marcou época, com seu estilo próprio de arquitetura. Se bem que esse seu estilo, a mim, ao menos, parecia um serviço muito mais à arte e à estética, do que à engenharia e à lógica; mais a seu próprio "ego", do que à necessidade e bem-estar das pessoas. Mas trouxe-lhe fama internacional. Sua identidade com a filosofia marxista e comunista grangeou-lhe afinidade com governantes de várias décadas e países, de Juscelino a Dilma, incluindo os de fora, como Fidel. Era simpatizante declarado daquele governante soviético que ficou conhecido pela política de "expurgos e depurações", dirigidas a todos os desafetos (refiro-me a Joseph Stalin – só quem lê história verídica sabe parte da verdade sobre essa política). 

Poucos personagens não políticos receberam as homenagens que Niemeyer recebeu do governo brasileiro, assim como do governo do estado a sudeste do meu. E, não só de governantes… No Rio de Janeiro, dois padres receberam a adesão de um pastor luterano e um rabino judaico, para celebrar um … … "culto ecumênico" (sic) em homenagem à lembrança do renomado arquiteto – o artista das linhas curvas,  com o ofício fúnebre. O pastor luterano – por nome Mozart Noronha – chegou a declamar um poema, no qual arriscou dizer que o ateu (por "profissão de fé") Niemeyer teria sido aclamado por Deus ante os anjos, na sua recepção no céu, dizendo a esses anjos que cantassem "mil louvores" ante a entrada de Niemeyer na esfera de Seus celestiais domínios. Quer ver o poema? No rodapé desta mensagem colocarei o link… Ao final do chamado "culto", cantou-se um hino… Mas, que hino se cantaria num "culto" desses ? O hino da "Internacional Comunista", ora essa – foi esse mesmo.  Acho que foi a primeira vez que ouvi falar que "profissionais sacerdotais" das distintas heranças religiosas da fé monoteísta de Abraão se juntassem para afrontar tão explicitamente, com um ato de ofício, ao Deus verdadeiro, em nome de quem (supostamente) exercem seus ofícios.  A menos que Niemeyer tenha refugado seu ateísmo nos últimos momentos (mas isto destoaria do tom geral do ato de ofício). 

Uma visão canhestra da Escritura Sagrada pode intrigar certas pessoas. A Bíblia diz, por exemplo, que a virtude dos que ouvem as prescrições divinas proporciona longevidade. O Quinto Mandamento do Decálogo o afirma. Isto é reiterado adiante, sob variados aspectos: "Guardai, pois, todos os mandamentos que eu vos ordeno hoje, para que sejais fortes, e entreis, e ocupeis a terra que passais a possuir; e para que prolongueis os dias na terra que o SENHOR jurou dar a vossos pais e à sua descendência… " (Deuteronômio 11.8,9, ACRF). O primeiro Salmo igualmente o confirma, com metáfora que se refere ao homem que teme ao Senhor. Provérbios,  em seus primeiros capítulos, onde decanta os benefícios de se seguir a sabedoria que vem do Alto, também declara que "o alongar-se da vida" está no poder dessa sabedoria, e que ela é "árvore de vida para todos os que a alcançam"  (Provérbios 3.18, ARA). Diante desses valores bíblicos, incautamente poderíamos pensar que ateísmo não impede alguém (como Niemeyer) de alcançar essa bela dádiva divina. Se nos lembrarmos de que alguns, de maneira nenhuma ateus (muito pelo contrário até), já têm sido colhidos "bem cedo" na vida, fica-nos a impressão de que a conclusão provisória se confirma. 

Mas, é só provisória. O Salmo 73 é um monumento altaneiro, um farol supino, a mostrar que a realidade é diferente do que mostram as aparências.  Ignorar a existência de Deus, desprezar o Seu conselho, afastar-se de Sua expressa vontade, ainda que sob caminhos de aparente êxito, fama, prosperidade ou saliência entre os homens, é um quadro temporário, precário, e até enganoso. Pode até ser verdade que "o seu povo se volta para eles, e os tem por fonte de que bebe a largos sorvos" (verso 10);  mas, a sequência desse mesmo salmo, retomada a partir do verso 12, e avançando até o verso 17, mostra que a "visão do fim", genuína apenas quando apurada na presença do Altíssimo, mostra quão enganosas são as aparências  temporárias. 

Tenho certa segurança em dizer que estamos mesmo em dias últimos dos "últimos dias". As coisas que se podem ver, as notícias que chegam ao nosso conhecimento, os desafios que estão à nossa volta, me deixam com um grau significativo dessa expectativa, para o afirmar; como exemplo, isto, que acima relatei, sob breves palavras. Então, é assim agora? Popularidade também leva para o céu? Habilidade artística também leva para o céu? Reconhecimento de feitos que a sociedade considera relevantes também leva para o céu? Longevidade terrena produtiva também leva para o céu? Até ateísmo já leva para o céu? Não! Nada disto leva alguém para o céu, para a presença do Augusto Criador; para alguns, o Sublime Redentor. Somente o reconhecimento autêntico de que Deus existe, e de que Deus é Deus; somente o genuíno reconhecimento de que Jesus Cristo, Deus de Deus, eternamente pré-existente como Deus, como homem encarnado, Criador e Redentor, "único mediador entre Deus e homem" (I Tm 2.5); somente o reconhecimento e a submissão de fé que brota da apreensão da Sua Palavra, toda suficiente na Escritura… Somente isto pode carimbar o passaporte deste mundo para o céu.

Penso que a longevidade de que fala a Bíblia, para não incorrer em contradição verdadeira, não pode excluir a visão do fim, a projeção da eternidade. E penso ainda que, na 'fração' terrena, ela aponta muito mais para o valor qualitativo, do que para a duração numérica dos dias de vida. Justamente por que a 'matemática' é : "finito + eterno = eterno"! Neste caso, o valor numérico que substitui a parcela "finito" não importa !!!

Há algumas coisas que disseram, ao ensejo das exéquias de Oscar Niemeyer, que caminham sob as cores da verdade. Haverá, sim, um glorioso encontro no céu. Ocorrerá um dia, e esse dia pode estar mais perto do que alguns imaginam… Pois, até dizem: "Onde está a promessa de sua vinda ? Pois, desde que os pais dormiram, todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação…"  (II Pedro 3.4, ARA). Naquele dia glorioso, os anjos cantarão, além de ribombar suas trombetas. Os remidos do Cordeiro de Deus serão recebidos com festa no céu (os vivos, que presenciarem Sua vinda, e os mortos em Cristo, que ressuscitarão para o encontro); e cantaremos com eles. Não vou afirmar que Niemeyer estará lá (pela convicção ateísta, não estaria nunca), nem vou dizer que não estará (sei lá o que Deus pode ter-lhe propiciado nos últimos momentos, livrando-o da maldição insensata do ateísmo.?. ?…).  Mas sei que Eu estarei lá !  Deus me livrou do ateísmo, da incredulidade, da ignorância espiritual. Foi uma obra de pura graça de Deus… E é expectativa sincera do meu coração que cada um dos que me lêm também esteja lá… Daremos, juntos, as mãos ao coro celeste. 

Não se iluda – você que me lê. Porque as aparências dos olhos são enganosas. Vida longa, sob a perspectiva mais sadia do Livro-Que-Nunca-Falha, só é uma expectativa agradável quando inclui a eternidade com Deus. Quando não inclui, ainda que pareça um modelo "aos que os têm por fontes de que bebem a largos sorvos", é um suplício prolongado de alma. Por outro lado, não importando quanto dure por aqui, somada à eternidade com Deus, já é um 'pedaço' dessa eternidade. Eu não me engano: Já 'ouço' o coro celeste que me aguarda (não importando quantos dias de 24 horas ainda leve para estar em sua presença, e na presença do Cordeiro, junto ao trono divino da glória). Chego a pensar que até já estou aprendendo algumas das melodias que lá cantarei junto deles…  Mas, bem pode ser que o repertório que aprendo aqui, mavioso como me parece, nem em fração se assemelhe ao repertório que me será entregue para cantar com os anjos por lá… 

Veja (ou melhor, ouça, e em Português) que mensagem musical, a de hoje… Seu autor foi um pastor genuinamente cristão e evangélico;  converteu-se aos onze anos de idade, e serviu a igreja oficialmente por mais de trinta e cinco anos, e não oficialmente, até findar da vida. Não chegou a completar seus 74 anos de vida. Como diriam alguns – "morreu novo, né"? Mas, sua vida, desde que se converteu ao evangelho de Cristo, foi cheia, foi rica de graça. Nunca lhe faltou, à memória, a consciência da promessa do bendito porvir. Se, para Oscar Niemeyer a "curva" era obsessão artística, para esse compositor a promessa do encontro vindouro era uma constante na pregação, inclusive sob a forma poética. O compositor musical trabalhou nas campanhas de Billy Sunday.  Para os que quiserem apreciar a letra original, aí vai ela. 

Abaixo da letra, use o nosso audioplayer online…

I SHALL SEE THE KING (1915) 
Hei de Ver o Rei 
William Charles Poole (1875-1949); Bentley DeForest Ackley (1872-1958)

I shall see the King
Where the angels sing;
I shall see the King some day,
In the better land,
On the golden strand,
And with Him shall ever stay.

In His glory, I shall see the King,
And forever endless praises sing;
’Twas on Calvary Jesus died for me;
I shall see the King some day.

In the land of song,
In the glory-throng,
Where there never comes a night,
With my Lord once slain
I shall ever reign
In the glory-land of light.

I shall see the King,
All my tributes bring,
And shall look upon His face;
Then my song shall be
How He ransomed me
And has kept me by His grace.

AudioPlayer online (Controle de volume à direita)

Boa semana, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 84 : “ALGO BELO…”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 02 deDezembro de 2012

Outro dia, eu me encontrava na sala de espera do aeroporto de Aracaju, prestes a embarcar para Belo Horizonte… Entra aquela jovem… Pela aparência, estava a caminho da "meia-idade". Sem dizer uma palavra, chamou atenção de todos (inclusive minha), por um simpático sorriso que trazia nos lábios. Ninguém, em particular, em momento algum esteve no alvo da direção dos seus olhos. Havia gente à sua volta – duas mulheres de idade madura, uma jovem, e um rapaz. Mas, por que aquele sorriso parecia cativante? Custei a entender.

 O grupo atravessou o salão, e veio se "alojar" bem próximo de mim. Tive sensação de algo que faltava àquela jovem… E faltava mesmo – era a visão. Seus olhos estavam abertos, mas não havia visão. Descobri depois que era "zero" de visão. No entanto, aquele sorriso… aquele sorriso… E ela continuava calada… Ou melhor: soltava uns sons ininteligíveis aos meus ouvidos. Será que havia algo mais de "errado" com ela? Havia! Além de cega, ela era também muda. Foi a minha suspeita, de início, mas foi suspeita confirmada, quando conversei com uma de suas acompanhantes.

O que ela tinha ido fazer em Aracaju?  Bem! Prepare-se para a resposta, porque vou retransmitrir o que ouvi, sem estar eu mesmo preparado naquele momento: Ela tinha ido dar uma palestra! "Ouviu" isso, meu estimado leitor? Aquela cega-muda tinha ido dar uma palestra em Aracaju (uma das suas acompanhantes era sua intérprete). Fui ouvindo explicações, e continuei observando. Deus quis que eu estivesse ali, naquele lugar, naquela hora especial… 

Toda vez que ela parecia esboçar uma risada, ou fazia as acompanhantes dar risada, pegavam-lhe num dos braços… Às vezes, próximo do pulso, às vezes próximo ao cotovelo, às vezes, no antebraço. Não resisti, e perguntei mais à acompanhante que me deu ouvidos: 

– Que voces fazem com ela, pegando no braço? [ Prepare-se para mais uma ‘pancada’, agora, caro leitor, estimada leitora…]

– Estamos conversando com ela! disse uma das senhoras…

– Conversando? Como assim?   Insisti…

– Ela, além de cega e muda, é também surda. Aliás, é muda por ser surda. Conversamos com ela por comunicação tátil.

Me deu vontade de soltar uma exclamação típica do Pato Donald : QUAC!

– Ela é cega, surda e muda? É isso que você quer me dizer?

– Isso mesmo. Essa jovem nasceu com as duas deficiências: auditiva e visual; por isto é muda também.

Seus pais a abandonaram pouco depois que nasceu. Ela mora conosco, no Instituto São Rafael, desde pequena, em Belo Horizonte. É uma das alegrias da nossa 'casa'. Mas foi um custo para aprender a comunicar-se por tato. Hoje, ela é isso aí que você está vendo…

– E dá palestras?

– Isso mesmo! E o auditório adora…

Creio que aquela cena, da qual fui participante presencial, em carne e osso, jamais vai sair da minha mente. A "nossa casa", da qual falou aquela acompanhante, era o Instituto São Rafael, de Belo Horizonte. Depois da palestra, era hora de voltar prá "casa"… Mas, como sou dado a ficar procurando um significado espiritual, uma lição, um estímulo espiritual em cada situação que presencio, não me contentarei (você já esperava por isto) em apenas contar o fato.  Tenho que contar o que mais ele me lembra… O que mais traz ele à minha mente e coração…  

Deixe-me dizer-te: eu tenho minha visão. É verdade que, desde os 19 de idade, já vem afetada com uma crescente miopia cumulada com pequeno grau de astigmatismo. Mas não me atrapalha essa miopia. É verdade que, de alguns anos para cá, o doutor mandou usar um multifocal, porque agora já há também uma hipermetropia. E é verdade ainda que ele me alertou que a presbiopia (do grego 'presbytes' = velho) já se instalou. Mas minha visão está me servindo muito bem… E aquela jovem nada tinha de visão?  Eu tenho também minha audição. É verdade que, vez por outra, minha esposa pode reclamar que não consigo ouvir tão bem mais, como antes (e acho que devo concordar com ela)… Mas está me servindo muito bem. E aquela jovem, que não tinha nada de audição ? E, tenho ainda meu aparelho fonético funcionando aparentemente direitinho, do ponto de vista funcional; aquela jovem não conseguia exprimir, com a boca, uma só palavra, em nenhum idioma, porque nunca conseguiu ouvir uma só palavra. Mas a sua mente e, principalmente, o seu coração, tinham uma sensibilidade altamente aguçada…

Você já parou para pensar nesta maravilha de revelação : "O ouvido que ouve, e o olho que vê, o Senhor os fez, tanto um como o outro " (Provérbios 20.12 , ARA) ?  Quer saber? É possível que ela, em quem faltava audição, visão e locução, soubesse expressar sua alegria de viver, e de poder se comunicar com pessoas (meramente pelo tato), e até de se comunicar ÀS pessoas, com mais eficiência e com mais penetração do que eu. Não sei dizer se ela conhecia a Cristo; o rápido tempo desse episódio não me propiciou saber (se bem que já me deu vontade muitas vezes de visitar o instituto, para retomar minha 'aula'). Mas, no meu caso, tendo os três sentidos funcionando razoavelmente bem, tenho ainda uma razão mais potente para me alegrar, diante do meu Criador (senão duas, três, ao menos) … É que minha visão, minha audição e, principalmente minha voz, podem estar a serviço daquEle que pagou um preço para que eu pudesse me alegrar Nele (II Coríntios 5.15 – "E Ele morreu por todos, para que os que vivem, não vivam mais para si mesmos, mas para aquEle que por eles morreu, e ressuscitou ").. 

Também, para que eu pudesse valorizar o que Ele me proporciona, sabendo que tudo vem das mãos Dele… E mais: por saber que, por meio Dele, tudo o que hoje vai funcionando em nós (ainda que com alguns defeitos temporários ou, quem sabe, até supressão!) tem a garantia ainda de pé, de que o 'aparelho' vai ser trocado por um novo, novinho em folha, com toda a perfeição das propriedades vitais. Tá tudo coberto pela 'garantia'.  Quero dizer: na verdade, vai haver uma restauração completa do aparelho, para uma espécie de perfeição perene. 

Por isto, faz sentido ler : "Alegrai-vos sempre no Senhor; outra vez digo, alegrai-vos" (Filipenses 4.4, ARA). É possível perceber o significado, para o salmista, assim como para qualquer um que se curva ante a Palavra de Deus, de uma afirmação tão cheia de signficado com a que vemos no Salmo 40.3 "E me pôs nos lábios um novo cântico, um hino de louvor ao nosso Deus". Dá prá entender porque "Se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas antigas já passaram, eis que se fizeram novas" (II Coríntios 5.17, ARA). Deus faz algo belo, às vezes indescritível, em criaturas com deficiências de sentidos. Tenho um especial amigo, ex-professor meu, hoje residente nos Estados Unidos de volta, em quem (e por meio de quem) Deus tem feito maravilhas invejáveis (no bom sentido), a despeito de sua deficiência visual.

E por que Deus não seria capaz de fazer algo belo também, primoroso, em nós (e por meio de nós), que temos visão, audição e fonação em adequadas condições? Com que frequência, honestamente falando, não deveríamos reconhecer quão desatentos somos com o que temos, e quão atentos somos com o que julgamos nos faltar? O salmista faz uma pergunta estimulante: "Que darei ao Senhor por todos os seus benefícios para comigo? " (Salmo 116. 12, ARA). E, ele mesmo responde, porque a pergunta é retórica: "Tomarei o cálice da salvação, e invocarei o nome do Senhor " (Salmo 116. 13, ARA). 

Tempos atrás, o casal Gaither compôs um hino belíssimo. A primeira vez que o ouvi, foi em 1982, através do coral da Igreja Presbiteriana da Bahia, então pastoreada pelo meu estimado colega Rev. Guimarães. Daria muito para poder ouvi-lo de novo, com a bela versão em Português que ouvi. Mas, a ocasião mais especial em que esse hino foi cantado, foi quando o irmão de Bill Gaither se encontrava no meio de uma série de terapias (rádio e químio), por causa de um câncer na garganta. Danny era componente do Bill Gaither Trio desde os primórdios. No meio de um grupo de amigos, cantores sacros, Danny Gaither não esperava que o irmão  o pusesse para cantar uma parte do hino. Você vai ouvir, e vai notar quão embargada estava sua voz. Mais marcante ainda foi a parte que ele cantou:  "But my dreams turned to ashes, my castles all crumbled, my fortune turned to loss; so I just wrapped it all in the rags of my life, and I laid it at that old cross!" (Mas meus sonhos se transformaram em cinzas, meus castelos todos desabaram, meu sucesso se tornou em perda; então eu tão somente embrulhei tudo como no pacote dos trapos da minha vida, e depositei [esse pacote] aos pés daquela antiga cruz"…

Ouça aí, e reflita de novo nesta mensagem, se achar que vale a pena…

Após a letra, use o nosso AudioPlayer Online…

SOMETHING BEAUTIFUL, 1971
(ALGO BELO)
Bill (1938… ) & Gloria Gaither (1942…)

Something beautiful, something good
Algo belo, algo bom
All my confusion He understood
Toda a minha confusão, Ele teve compreensão
All I had to offer Him was brokeness and strife
Tudo o que eu tinha a oferecer a Ele [de mim mesmo] era ruptura e demanda 
But He made something beautiful of my life!
Mas Ele fêz algo belo da minha vida!

If there ever were dreams
Se alguma vez houve sonhos
That were lofty and noble
Que fossem sublimes e nobres
They were my dreams at the start
Eles foram meus sonhos, no começo
And the hopes for life's best
E as expectativas pelo melhor da vida
Were the hopes that I harbored down deep in my heart
Foram expectativas que eu abriguei no fundo do meu coração
But my dreams turned to ashes, my castles all crumbled,
Mas meus sonhos se transformaram em cinzas, meus castelos todos desabaram
And my fortune turned to loss
E minha sorte se tornou em perda 
So I just wrapped it all, in the rags of my life
Então eu empacotei tudo nos trapos da minha vida
And I laid it at that old cross
E depositei tudo naquela antiga cruz

Something beautiful… (l° verso)

Let's just praise the Lord, let's just lift our hands for heaven and praise the Lord
Vamos louvar a Deus, vamos erguer nossas mãos aos céus e adorar a Deus

AudioPlayer online (controle de volume à direita)

Boa semana, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 83 : “REI DOS REIS”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 25 de Novembro de 2012

Um fato de elevada relevância para minha função de ensinador de Ética Cristã foi recentemente publicado pelos meios de imprensa. Scott Routley é um canadense de Ontario, de  apenas 39 anos de idade. Há cerca de 12 anos ele jaz imóvel num leito, por força de um acidente automobilístico, que lhe causou danos "cerebrais profundos e irreversíveis". Há, portanto, 12 anos que ele foi diagnosticado como um ser humano em estado vegetativo. 

Para a ciência médica, "estado vegetativo" é o último estado antes da morte cerebral: a pessoa pode fechar ou abrir olhos, mas a aceitação geral de que não há a mínima consciência sobre o mundo exterior a faz comparável a um … vegetal ! E tem sido assim por décadas, sob o "avanço" da ciência. Mas Scott Routley, bem como seu neurologista britânico Adrian Owen, 'resolveram' que está na hora de mostrar um novo desafio à Ciência, a favor do nosso velho-sempre-novo Manual do Criador. Experimentos inteiramente revolucionários, conduzidos por dr. Owen e equipe, demonstraram que Routley foi capaz de processar, em seu cérebro, entendimento e resposta a uma simples pergunta: "Você está sofrendo?". E respondeu, por meio de ressonância magnética, que NÃO! Se você fizer uma pequena pesquisa em alguns sites de língua portuguesa (ou de língua inglesa, melhor ainda), vai poder ler a impressionante matéria. 

Caramba, minha gente. Depois de 12 anos considerado semelhante a um vegetal, o sujeito estava apenas 'esperando' (por doze anos) a primeira chance que tivesse para 'dizer' alguma coisa aos que o cercam. Doze anos! Dizem alguns doutores da ciência neurológica que o fato vai exigir que os manuais de neurologia sejam reescritos. Vou repetir, porque não sou eu quem está dizendo (aliás, quem sou eu para tanto?): são os próprios especialistas. Os métodos para definir "estado vegetativo" vão precisar de revisão. Talvez haja a necessidade de se criar uma nova categoria, levando a "estado vegetativo de nível 1" e "estado vegetativo de nível 2", por exemplo (sei lá – não sou médico!!!). Mas, isso, talvez, até ocorrer mais algum avançozinho nessa Ciência gloriosa, vindo a exigir o "nível 3"… Não é fantástico? Você me perguntaria (se pudesse) : "Mas, o que é fantástico nisso?" E eu te diria: Há décadas estão "mexendo" com a "obra prima" da criação divina, como se fosse mera matéria animada por energia elétrica cuja "usina central" é o cérebro. O pressuposto de que não passamos de pouco mais que símios evoluídos governa a academia. E assim, pode-se facilmente descartar um feto anencefálico, pode-se facilmente suspender a alimentação parenteral ou a endogástrica de alguém em "estado vegetativo", que não tem nenhum problema ético – é "vegetal" mesmo, não é?

Não foi assim que fizeram com a Terri Schiavo? A Justiça nortemericana se convenceu, pelos argumentos embasados na Ciência que o advogado do marido dela acostou em seu ajuizamento, contra os argumentos contrários dos pais dela, de que ela não passava de um "vegetal" consumindo inutilmente recursos para ser alimentada. Mas, vem agora uma descoberta, um novo avanço da Ciência, e… pronto: "Deus apanha os sábios [do presente mundo, do presente século] na própria astúcia deles." (I Coríntios 3.19). Seres humanos em "estado vegetativo" não são tão "vegetais" como se pensa… 
 
O que o fato desnuda é a inglória mania do homem de pensar que pode ocupar o lugar do ser divino. Não estou discutindo inclinações de "A" ou de "B", de como estaria seu interesse se estivesse  em situação idêntica, ou se tivesse alguém seu em situação idêntica. Assim como não estou discutindo a persistência dos pais do Scott (ou dos pais da Terri), no sentido de sustentarem – eles mesmo –  que há consciência nesse estado. No caso da Terri Schiavo, não há mais o que fazer – seus pais foram vencidos: a Justiça dos homens decretou a retirada dos tubos de alimentação, e ela morreu de inanição quatorze dias depois, em 2005. E mais: sei que, em muitos casos, podemos ter boas razões para aspirar que a vida, num estado desses, se abrevie. 
Mas, não é nada disto o meu foco.

O que estou colocando em pauta é a inconsequência de se tratar a criatura humana como se fosse um quase objeto, sujeito aos veredictos falíveis daqueles que se julgam senhores da existência. É a inconsequência de arvorar-se o homem a ser uma deidade, quando não passa de um verme nas mãos do Criador, não passa de um "volumoso e expressivo grão de pó", insignificante como qualquer outro grão de pó, ante o Todo-Poderoso. Por muitos e muitos anos, decretou-se a inconsciência de um ser humano, segundo os mais avançados e tradicionais métodos neurológicos. Mas o próprio neurologista que cuidou de Scott Routley – o dr. Bryan Young – foi quem afirmou (para deleite dos seus pais): 

– Fiquei  impressionado quando vi o resultado da nova técnica! Os textos médicos precisarão ser revistos… 
 
O grande "apóstolo dos gentios" declarou, num histórico discurso no principal centro de convenções do principal polo da ciência de sua época: "…pois Ele mesmo é quem a todos dá vida, respiração e tudo o mais… pois nele vivemos, nos movemos e existimos, como alguns de vossos poetas têm dito: porque dEle também somos geração" (Atos 17.26 e 28, registro da ocorrência em Atenas, na Grécia). Homens se levantam no meio de sua própria geração, ditam a ela rumos e destinos, ignorando (e até desdenhando) da autoridade do seu Criador. Além de enganados, estão enganando. Não são todos, mas são muitos. Quem é o verdadeiro dono da existência? Quem é o legítimo detentor da vida, respiração, consciência, e tudo o mais, no homem? Quem, senão o Deus único e verdadeiro, "o único Soberano, o Rei dos Reis, e Senhor dos Senhores, o único que possui a imortalidade, que habita em luz inacessível , a quem homem algum jamais viu, nem é capaz de ver".  (I Timóteo 6.15,16) ? 
 
Sim!  Reis dos Reis, Senhor dos Senhores, é o que ele é. O mundo está em Suas mãos! As autoridades estão em Suas mãos! Os cientistas, os médicos, além de todos os demais de qualquer profissão, estão inteiramente em Suas poderosas e surpreendentes mãos. A vida de qualquer um está em Suas mãos! A maravilhosa, complexa e intrincada natureza humana está em Suas mãos. Por mais "vegetal" que pareça, é "coroa da criação divina"
(Leia o Salmo 8, para o constatar). Não viemos a este mundo por acaso, não permanecemos nele sem propósito; Deus (o Criador) é quem tem Seus propósitos, e Ele nos conta Suas intenções através de um Livro, antigamente conhecido como "Livro da Capa Preta", que andava nas mãos dos cristãos. 
Falei isto num pequeno culto de aniversário, neste final de semana, de uma vetusta senhora que completava 87 primaveras… oitenta e sete primaveras com ares de outono, porque têm sido, lamentavelmente, anos após anos sem comunhão com seu Deus e Criador! É temerário ignorar… É arriscado desafiar… É fatídico desdenhar… Rei dos  Reis, Senhor dos senhores, dono da vida, dono da nossa respiração, e de tudo o mais que nos cerca e supre. 
Só Ele! Ninguém mais!!!
 
Ouça, agora, a mensagem musical de hoje. Seu autor, um pastor, certa feita, teve que reassumir o seu pastorado, de vez que seu sucessor de antes, seu próprio filho, sofrera um aneurisma cerebral, do qual veio a incapacidade que o levou à morte. Ainda assim, o autor declarou pessoalmente a mensagem que incorporou sua composição, como se ouve e se vê aqui. No MP3 de hoje, está  em nosso próprio idioma. 

MAJESTY
Jack Williams Hayford (1934…) 

Majesty, worship his majesty;
Unto Jesus be all glory, honor, and praise.
Majesty, kingdom authority,
Flow from his throne unto his own, his anthem raise.
So exalt, lift up on high the name of Jesus.
Magnify, and glorify Christ Jesus, the King.
Majesty, worship his majesty,
Jesus who died, now glorified, King of all kings.

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Boa semana, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana

ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 82 : “MORREU POR MINHA CULPA”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 18 de Novembro de 2012

Eu não tenho mais filhos pequenos, muito menos em idade lactante. Meu filho mais novo já passou alguma coisa dos vinte anos.
Mas não consegui deixar de me sintonizar, quero dizer, até me consternar com um jovem pai, com quem ocorreu um fato de marcar 'eternamente'. 
Clóvis Perrut Mantilla, de 29 anos e, até quanto me chega ao conhecimento, um cristão evangélico, publicou a seguinte oração que fez ao Senhor nosso Deus: "Senhor, se possível, leva a mim para junto de ti, mas deixa minha anjinha nesta terra. Mas se essa não for a tua vontade, eu sei que não posso falar com ela, e só o Senhor pode me ouvir. Então, por favor, leia isto para ela: 'Meu anjinho, minha Manuzinha, você é o meu coração, e morreu por minha culpa. Mas eu nunca quis te causar nenhum mal. Enquanto eu levava o seu corpinho para o hospital, pedi prá o Papai do Céu  me levar no seu lugar. Mas Ele escolheu  você, pois você será um anjo mais belo e puro, e esse mundo terrível não é digno de você; espere o papai aí. Em breve estaremos juntos, só não sei o dia… Mas eu , a mamãe e o Juan iremos nos reencontrar com você no céu. Os dez meses e dez dias que você esteve conosco foram os mais belos, felizes  e maravilhosos de nossas vidas. Sempre vou te amar, meu anjinho… Até daqui a pouco, papai".

Manuela Suhet Mantilla, de apenas dez meses e dez dias, morreu no hospital, poucos minutos depois de ter sido retirada de dentro do Honda Civic do pai, onde foi esquecida após o horário de almoço, até o fim da tarde. Ninguém viu – o carro tinha insulfilm; ninguém ouviu seu eventual choro (se chorou) – o carro estava todo fechado. Todos os dias, Manu era levava para a creche por outras pessoas, inclusive a mãe. Mas, naquela Sexta-feira, dia 09 de Novembro, houve uma mudança na rotina, por necessidade de Camila. Então Clóvis ficou incumbido de levar Manuela. Só que alguns fatores acabaram por acarretar a trajédia: esta não era a sua rotina, e um telefonema ao celular, no meio do caminho, arrebatou toda a sua atenção, ele se esqueceu da filha que dormia no bercinho do banco de trás (estes são apenas alguns dos fatores mais revelados, porque certamente há os não revelados). Deixou o carro na porta de um restaurante, onde haveria um almoço de negócios; e, de lá, saiu com outra pessoa, deixando o caarro onde estava (com a filha dentro). Ao final da tarde, Camila foi buscar sua filha na creche, mas ela não estava lá. Quando ela ligou para Clóvis questionando onde estava a filha, foi que o disparo de sua memória detonou toda a reserva de adrenalina no seu sangue. Saiu  ele em disparada, pegou um táxi, e também uma carona de moto, até chegar onde havia deixado o carro, com a filha dentro (sabe como é, esses carros modernos fecham tudo automaticamente num apertar de botão). Era tarde…  Procurei ler um pouco mais sobre a situação, alguns comentários dos internautas, etc… Num primeiro momento, a maioria esmagadora dos comentários horrorizava aquele pai com uma imagem monstruosa. Depois da publicação desta prece, que foi feita a caminho do hospital, e ali completada, muitos comentários de natureza diferente começaram a surgir. Para a psicóloga Maria Valésia Vilela, que deu depoimento a um meio de comunicação, há riscos para a vida de Clóvis: "Ele pode até se suicidar, se ficar muito atormentado por este sentimento de culpa…  Para minimizar a dor, é preciso um tratamento psicológico em que ele perdoe a si mesmo”, diagnostica, defendendo ainda uma mudança temporária da família para outra cidade. “A sociedade próxima a ele nunca vai aceitar sua falha e isso pode prejudicá-lo ainda mais”Descobri, também, que o casal é membro de uma igreja evangélica na área de Volta Redonda, estado do Rio, onde aconteceu a tragédia. 
Na delegacia, uma frase repetida por Clóvis, com a atitude que ele exibia, comoveu até os policiais e delegado: "Ela morreu por minha culpa! "

Eu, pessoalmente, confesso que desde o primeiro momento em que ouvi da notícia, sem ainda saber os detalhes que hoje sei, me senti altamente condoído com aquele pai. Tentei imaginar-me na sua situação, e percebi quão inimaginável é. Me condoí com ele, mesmo sabendo que esta – condoer-me com ele – é uma empreitada um tanto impossível. Oro a Deus, que é o Perfeito e Infinito nestes assuntos de condoer-se com o homem, que seja Compassivo como só Ele sabe e pode ser, com aquela família – o Clóvis, a Camila e o Juan, de apenas 4 anos.  Contudo, se você teve a paciência de ler-me até aqui, que tal ler mais algumas linhazinhas, bem a propósito?
Por exemplo: a frase muitas vezes repetidas pelo Clóvis  – ela morreu por minha culpa – não me sai da cabeça.  E, não tanto por causa daquele fato, mas, também, por outro fato que a frase me lembra.  Um fato de muito maior significação, de muito mais elevado sentimento, de muito mais profunda dor, de muito mais extenso alcance, de muito mais autêntica verdade.  Trata-se daquele de quem  o apóstolo diz : "E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou ." (II Coríntios 5.15, ARA).
Para ele essa frase cabe, enfaticamente, como uma 'luva', como afirmou o profeta, mais de cinco séculos antes que se desse o fato:  "Verdadeiramente ele tomou sobre a si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si;  e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido
Mas ele foi ferido pelas nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniquidades;  o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados."(Isaias 53.4,5).
Se há alguém de quem se pode fazer tal afirmação – "morreu por minha culpa! ", esse alguém é o Filho de Deus.  E ele sabe disso; sabia desde o princípio – tanto é que afirmou : "Ninguém tira a minha vida de mim; pelo contrário, eu, voluntariamente a dou…" (João 10.18, trad livre). E, tudo isto, porque "o Filho do homem veio buscar e salvar o perdido"  (Lucas 19.10). O texto de Deus declara, com autoridade judicial que nem o STF (Brasilia), nem a Corte Internacional de Haia podem refutar – todos são culpáveis (e culpados) perante Deus (Romanos 3.19). E mais: de acordo com I Coríntios 15.3, foi precisamente por conta de nossas culpas diante da face de Deus, que Ele – o Filho de Deus, enviado ao mundo – morreu! 

Dependendo de quem é você, que chegou a ler-me até aqui, prevejo uns três tipos de reações diferentes, em face dessa história toda. 
Primeira possibilidade: se você é um 'filho de Deus' (I João 5.13) e está na Sua comunhão, isto provavelmente te estimula a uma nova rendição, sem reservas, a Ele (releia a primeira citação bíblica acima, de II Coríntios 5.15).
Segunda possibilidade: se você é um filho de Deus, e sabe disto, mas sabe que sua comunhão com Deus não anda lá estas coisas, provavelmente isto te estimula a tomar uma nova posição diante dele (porque "o amor de Cristo [que morreu por nossa culpa] nos constrange ", como diz o verso anterior ao que aqui relembro). 
Terceira possibilidade: se você ainda não sabe ao certo se é um filho de Deus, ou apenas pensa que o é tão somente por ter sido criado por Deus (o que não garante a ninguém ser "filho de Deus"), é provável que você queira entender melhor o que é esse 'negócio' de "ele morreu por minha culpa" (frase idêntica à do Clóvis, sobre a Manuela, sua filha). Já tentou imaginar quanto custou, ao coração de Deus, entregar seu próprio Filho para morrer por pessoas como eu e você, que nunca fizemos (nem jamais vamos conseguir fazer) uma mínima ação que tal sacrifício viesse a merecer? Se você não consegue, como eu, se imaginar sob o sentimento que arrebatou mente e coração do Clóvis, como poderia chegar perto do coração de Deus, naquele ato de entrega à morte do Seu Unigênito Filho, por mim e, quem sabe, por ti?   
 
Finalizando: podemos deixar a vida do Clóvis e da Camila (e até do Juan) com Deus, que saberá tomar conta deles com toda a sabedoria e consolação possíveis; da Manuela, já não há mais o que se possa fazer… Deus a tomou para si! O Clóvis chegou a desejar que Deus o levasse, em lugar de sua filha. 
Mas, quanto a nós, que por aqui ainda ficamos, que a frase do Clóvis, embora trazida por mim a um outro contexto, ecoe o suficiente para carregar-nos para muito mais perto de Deus, porque Ele morreu por minha, por nossa culpa ! Foi precisamente em nosso lugar que Ele o fez!

Presenteio você, como 'remate' desta mensagem escrita, uma mensagem musical, como de costume. 
Infelizmente, ainda não consegui identificar a origem e a autoria do hino… O LP (isto mesmo: LP, "bolachão", vinil, "CD de Itú"…) que tenho, de onde vem esta gravação, não diz o nome original nem a  autoria. Não consegui, ainda, com meus recursos. Se alguém, que me lê, souber me indicar, fico grato. 
Só uma recordação aponto: anos atrás, precisamente em 1989, tive o privilégio de ouvi-lo dentro de um velho Opala quatro portas, que virou uma verdadeira 'caixa de ressonância', da rodoviária até o bairro do Jaraguá, entre outros hinos… 
Foi quando trouxe o Quarteto Âncora de Valadares a Belo Horizonte, para apresentar-se na igreja que estava sob meus cuidados. 
Lá dentro, de vidros fechados, o vozeirão do Isaias Pacheco (esse 'felizardo' já está na glória) e dos irmãos Silva fazia tremer o velho Opalão – doce lembrança que fica até quando eu também for prá lá… 

MORREU POR MIM

Cristo morreu na cruz em dor, seu sangue as manchas me lavou
E perdoou os erros meus – Tudo foi pago, livre estou…

Morreu por mim, morreu por mim, e do pecado me livrou…
Hei de cantar nos dias meus: Cristo morreu e salvo estou!

As harpas de ouro pelo céu os anjos fazem ressoar
Pois que Jesus em dor morreu, mas os perdidos resgatou!

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Boa semana, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana

ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 81 : “QUEM ESTÁ NO LEME?”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 11 de Novembro de 2012

A maior nação do mundo acaba de reeleger seu presidente. Barak Obama terá mais quatro anos para ir implementando, seja o que lhe vem da cabeça à cabeça, seja o que lhe sugerem seus 'conselheiros'. Não pretendo, com o recurso que uso para introduzir esta singela mensagem, manifestar inclinação a favor de um em detrimento de outro, entre os candidatos que concorreram à eleição norteamericana. Primeiro, porque não sou eleitor de lá; segundo, porque não é política a motivação da minha mensagem.

Mas, já que ele está eleito, vem à minha lembrança uma frase sua recente em campanha: "os americanos  estarão escolhendo, não um candidato, mas uma geração! ". 
Ora, esta frase da campanha de 2012 me faz lembrar um famoso discurso de Obama na campanha de 2008. 
Se vc quiser vê-lo numa razoável porção, clique (Aqui

Algumas de suas 'eloquentes' declarações ali são de deixar cristãos estupefactos. No entanto, aparentemente, cristãos da América de hoje (a terra a eles legada por herança pelos "Pilgrim Fathers", os "Pais Peregrinos" do passado)  tanto apreciam seu herói falastrão, que o reconduziram; e ele estava discursando numa igreja, onde parece ter pretendido dar uma aula de interpretação contemporânea da Bíblia. 

Embora chegando ele a algumas proposições aparentemente positivas, que afirmações impactantes destaco daquele discurso, em contraste?

Por exemplo, sua retórica que parece induzir a nação à ilusão de que seguir a Bíblia é um corredor sem portas de acesso; ou, para ser mais preciso na comparação, onde todas as portas de acesso são puro 'retro-acesso'. 

Por exemplo, a declaração de que escolher seguir o "Sermão da Montanha" (Mateus 5 a 7) é uma escolha inconveniente, porque, segundo julga Obama, a passagem é tão radical, "que é de se duvidar de que o nosso próprio Departamento de Defesa sobreviveria à sua aplicação". Se voce assistir ao vídeo, vai perceber que o artifício surtiu o efeito desejado por muitos oradores, quando o usam – arrancou risos dos ouvintes.

Por exemplo ainda, o desdém da inerrância da Escritura (sabe-se lá o que ele realmente entende sob esse conceito?), pelo qual aduz  – "numa sociedade pluralista, nós não temos escolha", para insinuar que fundamentação bíblica é inconsequente e nada moderno.  

Outro desdém, usado para insinuar a impossibilidade de aplicar princípios 'religiosos' à vida da nação: "Se Deus falou, então espera-se que seus seguidores vivam de acordo com os éditos, a despeito das consequências…".  Pelo que entendi, ele acha isto impossível, hoje.

Por conseguinte, se fôssemos cidadãos norteamericanos, diríamos, talvez com indiferença : 'Então, vamos para mais quatro anos, e seja o que Deus quiser! '. Ou, talvez, estivéssemos deplorando esta reeleição (conjecturando – 'cuidado, Obama está no leme!''); ou, talvez, celebrando… (e festejando – 'que bom! Obama está no leme! ').

Afinal, quem está no leme de uma nação? Será Barak Obama, nos Estados Unidos? Será a Dilma Roussef, no Brasil? Será Hugo Chaves, na Venezuela? Será Cristina, na Argentina? Será Evo Morales, na Bolívia? Ângela, na Alemanha? Quem, afinal?

Eu me arrisco dizer: podem estar esses personagens temporários no comando das nações, mas quem as governa, e governa seus destinos, desde muito antes de eles assumirem seus, digamos, 'mandatos', é Aquele que está por sobre todos. Aliás, a Ele mesmo devem seus mandatos, antes que a seus eleitores.

Veja, por exemplo, o que disse 'inerrantemente', o Deus de todo o Universo, pela pena do mais sábio de todos os governantes de todos os tempos:

"Por meu intermédio, reinam os reis e os príncipes decretam justiça. Por meu intermédio, governam os príncipes, os nobres e todos os juízes da terra " (Provérbios 8.15,16 – ARA).

E diz mais:

"Como ribeiros de águas, assim é o coração do rei [e do presidente, e do primeiro-ministro, e do cacique…] na mão do Senhor; este, segundo o Seu querer, o inclina" (Provérbios 21.1 – ARA).

Então, que não se enganem estes governantes, e que não se enganem os seus súditos: por uma maneira secretamente alheia à minha compreensão, ainda que as vontades e as determinações dos seres humanos participem do conselho de Deus no tocante às nações (e à própria vida), é Ele que tem o leme nas mãos.

Faço a você, que me lê, um convite (uma apelo, até): leia a porção bíblica de Jeremias 29, especialmente a porção dos versos 15 a 20. Ela fala sobre o que Deus fala a um rei que se assenta no trono. Há uma série de atos que Deus traz sobre aquela sua nação, por conduto de outra nação, de outro governante. Mas a chave está no verso 19:

"…porque não deram ouvidos às minhas Palavras, diz o Senhor, com as quais, começando de madrugada, lhes enviei os meus servos, os profetas; mas vós não os escutastes, diz o Senhor." (Jeremias 29.19 – ARA)

"Madrugada", nesta passagem, não me parece uma referência à fração do dia literal; antes, parece-me uma indicação simbólica do tempo de sua história, de sua existência.

Deus mandou, àquela nação, desde ainda muito, muito cedo em sua existência, a Sua Palavra, e eles não lhe deram ouvidos. E isso durou muito tempo assim.

Assim como Deus tem mandado, em nossa própria existência, desde ainda cedo (apara alguns de nós, muito cedo, como a madrugada) o conselho e a admoestação da Sua Palavra; mas cada um de nós sabe se tem a ela dado ouvidos, e quanto "por cento" tem dado, e por quanto tempo o tem …

Uma coisa me parece certa, duas, no mínimo: Deus é quem está no leme da grande nação norteamericana, assim como é Ele quem está no leme das demais nações; e, enquanto no leme, Sua voz profética ecoa, pelas páginas escritas da Sua rica Palavra. Penso que posso usar a seguinte figura: O rumo para o qual há de apontar o leme de alguma maneira (ainda que secreta, insondável, inescrutável, como diz Romanos 11.33), e em algum grau, há de interagir com a percepção que Ele tem, de quão receptível é a sua voz, enquanto no leme.  Também está Ele no leme da nossa vida: o rumo em que Ele a dirige (por meios que me são secretos e insondáveis) depende, em algum grau, de quanto Sua Palavra – 'nada inerrante, e talvez nada autoritativa', como desdenhou Obama – é prezada e atendida.   

Se você tem dúvidas, faça uma simples pesquisa: Verifique em quantas passagens bíblicas, a partir de quando Deus introduziu a descendência de Abraão em Canaã, Ele mesmo convoca os que lhe ouvem a voz a ouvirem e seguirem também seus ensinamentos e prescrições. Você vai gastar um bom tempo pesquisando, porque são muitas as passagens. Eles estão presentes em toda a Bíblia. Aparentemente, para Obama, há tanto de radical nisto, sendo arriscado governar pelo que o Conselho de Deus preceitua.  

Então, fica assim:
Enquanto muitos ficam (insensatamente) pensando que estão sozinhos com a mão no leme – seja no governo de uma nação, ou de uma cidade, ou de uma igreja, ou de uma instituição, ou de uma empresa, ou de uma família, ou da própria existência, achando que o destino daquilo que é dirigido pelo seu metafórico leme está singularmente em suas mãos, Aquele que de fato dirige e governa, continua conclamando: "Se quiserdes, e me ouvirdes, comereis o melhor desta terra; mas, se recusardes e fordes rebeldes, sereis devorados à espada; porque a boca do Senhor o disse" (Isaias 1.19,20 – ARA).

Eu não estou tentando afirmar que todas as adversidades pelas quais passamos são consequências da "espada do Senhor" (longe de mim esta teologia "cataclísmica").

Mas nem por isto é sensato olvidar a sua advertência – é Ele quem está no leme, e Ele fala enquanto timoneia! Fala pela Sua Palavra, enquanto governa.

Aliás, vem à minha mente aquela figura do briquedinho do parque: o carrinho que tem lugar para a criança, com um volante de ficção, enquanto que o volante verdadeiro está na mão do seu pai. A criança vira o seu 'volante' prá lá, vira prá cá, 'crente' que está dirigindo o rumo para onde vai. Mas, quem realmente o dirige, é seu pai.

Assim entre nós e o nosso Deus, com alguma distinção, por causa do relativo grau de verdadeira participação. Brincamos de dirigir o nosso planeta (viu, srs humanos?), a nossa nação (viu, srs e sras presidentes?), a nossa cidade (viu, srs e sras prefeitos?), a nossa igreja ou instituição (viu, srs pastores e líderes eclesiásticos?), a nossa  empresa e negócios (viu, srs empresários e empreendedores?), os nossos pacientes (viu, srs médicos), nossos patrocinados (viu, srs advogados?), a nossa família (viu, srs pais), a nossa própria vida (viu, srs leitores?)… 

Esquecendo-nos de quem realmente dirige cada um dos nossos empreendimentos e vidas, esquecemos-nos também com frequência de a Ele recorrer, com ouvido atento e submisso à Sua Palavra monárquica.  

Misericórdia, Senhor!  Misericórdia, sobre nosso planeta, sobre nossa nação, nossa cidade, nossa igreja, nosso negócio, nossos pacientes, nossos patrocinados, nossas famílias e… nossas vidas!

A mensagem musical de hoje foi composta sob o espírito do que a mensagem acima evoca.

Seu autor compôs sua poesia a partir de uma reverberação profunda e 'incômoda' que a reflexão sobre a Palavra de Deus produziu  sobre ele, certa noite do ano de 1974.

A passagem era a sequência de Isaias 52 e 53. Num capítulo, impressionou-lhe profundamente a proclamação de que são formosos os pés dos que anunciam as boas-novas; no outro, porém, impressionou-lhe o registro introdutório da profecia messiânica – "quem creu em nossa pregação? "

Assim, percebeu ele que, a despeito de ser formosa a mensagem, e serem "formosos os pés dos que a anunciam", o desdém e o descaso pela Palavra de Deus são tão notórios quanto o foram nos dias do cumprimento primário da profecia. A despeito disso, resolveu o autor ecoar repetidamente, no refrão, a declaração suprema – O nosso Deus está reinando! Em 1978, o autor acrescentou mais alguns versos, e o hino passou a ser incluído em vários hinários, inclusive o Psalter Hymnal, de Dale Grotenhuis.

A despeito das palmas do recinto domiciliar do grupo, aqui vai, na terna voz de Bob Cain (1939-2000).

Obs.: Falando em "incômoda", me lembrei do meu velho e falecido professor : "É função da Palavra de Deus confortar os incomodados, e incomodar os acomodados!".

OUR GOD REIGNS! (1974)
Nosso Deus Reina!
Leonard E. Smith, Jr (1942-   ) 

How lovely on the mountains are the feet
Quão formosos, sobre os montes, são os pés
Who bring news, good news…
Que trazem novas, boas-novas…
Announcing peace, proclaiming news of happiness:
Anunciando paz, proclamando novas de alegria:
Our God reigns, our God reigns! 
Nosso Deus reina, nosso Deus reina!

Our God reigns! (4x)
Nosso Deus reina!

Out from the tomb He came with grace and majesty;
Erguido de sua tumba, Ele veio com graça e majestade;
He is alive, Oh! Yeah, He is alive.

Ele está vivo, Oh, sim, Ele está vivo!
God loves us so, see here His hands, His feet, His side

Deus de tal forma nos ama, vê aqui Suas mãos, Seus pés, Seu lado [disse a Tomé] 
Yes, we know :  He is alive!

Sim, sabemos : Ele está vivo!

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Boa semana, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana

ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 80 : “PORQUE ELE VIVE!”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 04 de Novembro de 2012

Poucos dias atrás, recebi a recomendação para assistir um acervo de imagens que alguém julgou útil para minhas aulas. Não creio que sejam todas as pessoas aptas para ver tais imagens, sem guardar impressões fortes e psicologicamente marcantes. Trata-se de acervo que mostra um ritual da região de Tana Toraja, na Indonésia: determinados clãs familiares, naquele país, fazem uma celebração com seus mortos,  designada como "Ma'nene", uma festiva "troca de roupa". Eles retiram, de suas covas, os seus mortos, abrem-lhes os caixões diante de todos os familiares, e fazem um cerimonial de troca de roupas dos cadáveres, "em honra aos seus espíritos". Isto mesmo: por considerarem "velhas" as roupas dos cadáveres semi-mumificados, trocam-lhes as roupas; com isto, pensam homenagear seus espíritos, já 'libertos' do corpo. 

De outra parte do mundo, vem-nos certa tradição tida como cristã, desde a idade medieval: alguns cristãos passaram a seguir ensinamento de que é aconselhável dedicar um dia à intercessão pelos espíritos dos que já faleceram. No ano de 998, um monje europeu, chamado Odilon, abade do mosteiro de Cluny (França), passou a pregar um dia para tal prática. Poucos anos depois, passou a ser uma observância por ordem papal. O dia de "Finados", dois de novembro, segue-se ao dia chamado "de todos os santos"… E este, copiando algumas tradições pagãs (principalmente celtas), começa na vesperal, o que originou os rituais de Halloween. No Brasil, constitucionalmente tido como país laico, virou até feriado nacional, e assim permanece até hoje. Nesta semana, cemitérios por toda parte do país (e até mundo) foram varridos e limpos, para receber massas de pessoas para seus rituais. Pessoalmente vi, num deles, mulheres prestando serviço, lavando tumbas (mármore, granito) e fotos. Foram milhões e milhões, em todo o Brasil. Só na capital paulista, os jornais deram conta de que dois milhões de pessoas afluíram. É um quadro contextual que faz-nos retomar o que o nosso Velho-Sempre-Novo-Livro-de-Deus pode dizer sobre o assunto.

Por um lado, esse Livro diz que "morte" não é o fim. Não é como insanamente apregoou o famoso poeta mineiro, Carlos Drummond de Andrade  – "morreu, acabou; não há mais nada!". Ah, isto não. É a palavra de Drummond, contra a palavra do Deus Criador. E, nessa balança, incomparavelmente melhor ficar com o que Deus diz… No dia vindouro, que a Bíblia chama de "Dia do Grande Trono Branco", o futuro tem voz de passado profético: "Deu o mar os mortos que nele estavam; a morte (hades) e o além deram os mortos que neles havia" (Apocalipse 20.13, ARA) "Morreu, acabou!", coisa nenhuma… Há um recomeço, futuramente…  E, em duas direções distintas, diga-se de passagem… Com tal predição profética, a Escritura nos adverte de que todos os espíritos que deixam seus corpos, na morte, vão a eles retornar, na ressurreição que está próxima, mui próxima.

Por outro lado, diz-nos o nosso Livro que a morte não tem que significar desesperança. Por mais contraditórias que possam parecer as palavras, com Cristo até a morte é vida.  "Preciosa é, aos olhos do Senhor, a morte dos seus santos"(Salmo 116.15) "Insensato! O que semeias não nasce, se primeiro não morrer" (I Coríntios 15.36) "Na verdade, na verdade vos digo que, se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, dá muito fruto" (João 12.24). Com estas palavras, a Escritura nos conforta, por meio da figura e da analogia, dizendo que a morte é o ponto de partida para a vida, e vida eterna. Com isto, o verdadeiro cristão não celebra a morte; ele celebra a vida. Melhor, celebra a vida, quando a vida é com o Autor da Vida!   

Por falar nisto, é preciso lembrar que esta celebração da vida, que inclusive traz a nós outra visão da própria morte, é totalmente possível porque temos aquele pioneiro na história. Esse pioneiro é Cristo Jesus. A vitória dele sobre a morte é também garantida como a nossa própria vitória sobre a morte. "Nossa", quer dizer, quem estiver nele, com ele, por meio dele, sob ele – Jesus Cristo, o autor e consumador da nossa fé.  No evangelho de João, há uma sucessão de afirmações do próprio mestre, que conectam sua obra e suas virtudes à forma sublime de vida que com ele passamos a desfrutar, desde aqui, até ao infinito:  "Por isso, quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, todavia, se mantém rebelde contra o Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus" (3.36) "Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida" (5.24)"O ladrão vem somente para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância" (10.10) "Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão" (10.28) "Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá" (11.25) "Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim" (14.6)   "Quando Jesus ressuscitou, anjos disseram a quem foi procurá-lo na sepultura: "Por que buscais entre os mortos ao que vive?" (Lucas 24.5)  Pois, posso dizer que a mesma pergunta pode ser aplicada aos que morrem no Senhor; e chegará o dia em que esta realidade será plena e definitiva. O conhecimento da Palavra de Deus é alvissareiro. Ele adverte sobre a morte, sim. Mas, acima de tudo, aponta para a vida que se sobrepõe à morte. Esta vida está em Cristo, e pertence aos que lhe pertencem. "Porque buscais entre os mortos aquele que vive?", perguntaram os anjos… Porque Ele vive, nós também vivemos, e viveremos (ainda que morramos, em caráter temporário) !!!  

Para terminar, segue uma suave execução instrumental do antológico Because He Lives (Porque Ele Vive); você pode até cantar com ela. Em 1970, o casal autor deste hino vivia dias muito turbulentos. Bill estava enfrentando uma séria enfermidade (mononucleose), e o contexto em que vivia a família trazia muitas e severas apreensões. Sua esposa, Gloria, esperava o nascimento do terceiro filho (e ele, sem saber quanto viveria). Imaginavam eles – "que mundo é esse, em que nascerá e viverá esta criança? ". Que mundo lhes preocupava quanto ao seu terceiro filho? Ascensão das drogas, da criminalidade, maior risco de guerras, avanço da atitude pregada pelo slogan nitszcheano "Deus está morto!" nas escolas …  Tudo isto isto, no meio de suas aflições pessoais, apertava-lhes o coração. Então, quando nasceu Benjamim, Deus lhes trouxe o conforto e a segurança de Sua Palavra, a despeito de todas as apreensões. Foi como se " a vida estivesse mostrando sua vitória sobre a morte", disseram. Eis, abaixo, as duas letras  – original e uma versão em nosso idioma.

BECAUSE HE LIVES (1970)
William (1936…) and Gloria Gaither (1942…)

God sent His son, they called Him, Jesus;
Deus enviou Seu filho, chamaram-no Jesus
He came to love, heal and forgive;
Ele veio para amar, curar e perdoar
He lived and died to buy my pardon,
Ele viveu e morreu para remir meu pecado
An empty grave is there to prove my Savior lives! 
Uma tumba vazia lá está, provando que meu Salvador vive!

Because He lives, I can face tomorrow,
Porque Ele vive, posso encarar o amanhã
Because He lives, all fear is gone;
Porque Ele vive, todo o temor se foi;
Because I know He holds the future,
Porque eu sei que Ele governa o futuro 
And life is worth the living,
E viver vale a pena
Just because He lives!
Justamente porque Ele vive!

How sweet to hold a newborn baby,
Quão doce é segurar nas mãos um recém-nascido 
And feel the pride and joy he gives;
E sentir o orgulho e a alegria que ele proporciona
But greater still the calm assurance:
Mas é ainda maior a serena segurança:
This child can face uncertain days because He Lives! 
Esta criança pode enfrentar os  dias incertos… porque Ele vive!

Em Português, eis a letra mais usual : 
Deus enviou, seu Filho amado – prá nos salvar, e perdoar
Na cruz morreu por meus pecados, mas ressurgiu e vivo com o Pai está!
 
Porque Ele vive, posso crer no amanhã
Porque Ele vive, temor não há
Pois eu bem sei, eu sei, que a minha vida
Está nas mãos do meu Jesus que vivo está!
 
Um dia eu vou cruzar o rio; irei, então, prá o céu de luz
Verei que lá, em plena glória, vitorioso reina e vive o meu Jesus! 
 
ou
 
E quando enfim chegar a hora, em que a morte enfrentarei
Sem medo, então, terei vitória, verei na glória o meu Jesus que vivo está!

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Boa semana, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana

ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 79 : “E SERÁ PARA SEMPRE!”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 28 de Outubro de 2012

Já passei pela cidade de Alagoinhas, na Bahia, por várias vezes. Nesta semana, um fato que lá se deu chamou minha atenção. A familia do cidadão Gilberto Araújo, de 41 anos, estava velando-o na casa de sua mãe. Isto foi no Domingo passado. Familiares haviam sido chamados, naquele dia, a reconhecer o corpo no necrotério, porque havia sido vítima de um assassinato. E, feito isto, todo o preparo para o sepultamento ocorreu ainda no Domingo, com um velório que durou toda a noite. Quando chegou o dia seguinte, havia muita gente na pequena e simples  casa, para acompanhar o sepultamento. A família estava, naturalmente, desconsolada. A  mãe  do Gilberto queria ver qualquer coisa, naquele Domingo, menos o seu filho numa urna funerária. E eis, que, já próximo do horário para seguir ao cemitério, uma correria tremenda prá vários lados… Alguns da família chegaram a desmaiar… Qual o motivo? O Gilberto, que parecia depositado naquele caixão, acabava de entrar pela porta da frente, dizendo – "Gente, eu tô vivo; num tô morto, não!" Explicação: a família fez o reconhecimento, mas de alguém altamente parecido com o Gilberto. Só que não era ele. Deu até televisão na casa da dona Marina Santana, mãe do Gilberto. Quando a repórter perguntou… – E agora, como se sente a senhora? – "Ah! Feliz,  né mesmo? Qual mãe que não se sentiria? Num momento, seu filho está morto, e noutro momento, está vivo?"   E, de um momento para outro, o que era só choro e lamento naquela casa, se transforma em riso e alegria.  

E não é que é mesmo? Num momento, num abrir e fechar de olhos, aqueles que eram dados por mortos aparecerão vivos… 

Não por engano, como lá em Alagoinhas, na Bahia. "Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os vivos, isto  é, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares e, assim, estaremos para sempre com o Senhor. Consolai-vos, pois, uns aos outros com estas palavras." (I Tessalonicenses 4.16-18, ARA). 

Quando os tessalonicenses receberam esta instrução divina por meio do apóstolo, estavam divididos entre algumas correntes: Uma, daqueles que não estavam 'dando muita bola' para a promessa do retorno do Filho de Deus, que prometeu voltar para consumar sua missão triunfal (como hoje acontece, não é mesmo?).  Outra, daqueles que já começavam a se desligar desta vida, achando que não havia outra coisa a fazer, senão esperá-lo (não tão frequente hoje quanto a primeira corrente, mas ainda há…). Outra, talvez de grande número por lá, daqueles que estavam sendo perseguidos por causa do evangelho que abraçaram, e estavam a testemunhar, tristemente, alguns dos seus queridos tendo a vida ceifada; por conta disso, experimentando grande abatimento de alma e coração (isto também acontece hoje, ainda que sem as mesmas causas…).

A palavra de Deus a eles endereçada prometia: 1. Cristo volta, e não demora… 

2. Os mortos em Cristo ressuscitarão, e nós, se ficarmos de pé até aquele dia, teremos a alegria de vê-los vivos, quer dizer, redivivos (uma alegria certamente maior do que a da dona Marina Santana de Alagoinhas)…  

3. Eles, e nós, nos ajuntaremos ao nosso Senhor, para estar com ele para sempre… Isto é designado "encontro com o Senhor nos ares!"… Por conta disso, o estímulo final: "consolai-vos, pois, uns aos outros com estas palavras".  

O Gilberto, de Alagoinhas, não ressuscitou; mas a mãe dele se sentiu como se o tivesse… Considerando o sentimento humano mais comum, de que "nunca mais veremos esse que aqui jaz" (para quem não conhece a Palavra de Deus), imagina o sentimento daquela mulher…  Houve já alguns, como Lázaro, que ressuscitaram extraordinariamente, mas morreram de novo. Mas, naquele dia, esse "encontro" de que fala a Escritura deverá ser algo grandioso, algo estupendo, algo inigualável. Embora a Bíblia não exalte e não focalize o re-encontro que há de se dar, entre parentes, amigos e familiares, é natural que pensemos nele. Mas a Bíblia ressalta e focaliza com letras colossais o encontro com o nosso Mestre, o nosso Salvador e Rei. E será  algo totalmente sem precedentes. "Consolai-vos, pos, uns aos outros, com estas palavras", é oportuno repetir… E mais: é mais que oportuno assinalar que esta expectativa é consolo (e força) para aqueles que não têm o que temer, na hora de encontrá-lo. "Vede quão grande amor nos tem concedido o Pai, que fôssemos chamados filhos de Deus. Por isso o mundo não nos conhece; porque não o conhece a ele. Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifestado o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele; porque assim como é o veremos. E qualquer que nele tem esta esperança purifica-se a si mesmo, como também ele é puro.(I João 3.1-3, ARC).  

Hoje, uso um hino que tem sido uma espécie de 'hino oficial' de muitos que vagueiam pelas estradas (tanto pavimentadas quanto férreas) americanas. Segue o hino em MP3, numa apresentação feita por um quarteto em um grande auditório de Nashville.  As palmas e apupos, ao final, poderiam ter sido evitadas, embora não tenham sido.  Mas vale a mensagem do hino, cantadoa cappela.

LIFE IS A RAILWAY TO HEAVEN (registro em 1890) 
A VIDA É [COMO] UMA FERROVIA PARA O CÉU
Letra: Eliza R. Snow (1804-1887) & M. E. Abbey (pastor no estado da Georgia)  
Música : Charles David Tillman (1861-1943)

 
Life is like a mountain railroad 
A vida é como uma ferrovia de montanha
With an engineer that’s brave;
Com um maquinista que é valente; 
We must make the run successful,
Somos compelidos a buscar uma jornada de sucesso
From the cradle to the grave;
Desde o berço até à tumba;  
Watch the curves, the hills and tunnels
Observe as curvas, as montanhas e os túneis
Never falter, never fail;
Nunca hesitando, nem falhando;
Keep your hand upon the throttle,
Mantenha sua mão sobre a manete, 
And your eye upon the rail. 
E seu olho sobre a estrada. 
 
        Blessed Savior, Thou will guide us
        Bendito Senhor, Tu nos guiarás  
        Till we reach that blissful shore
        Até que alcancemos aquela praia bem-aventurada
        Where the angels wait to join us
        Onde os anjos aguardam para juntar-se a nós
        In Thy praise, forevermore !
        Em louvor a Ti, para todo o sempre!
 
As you roll across the trestle,
À medida que você avança sobre os trilhos, 
Spanning Jordan’s swelling tide,
Atravessando o Jordão que transborda suas margens  
You behold the Union Depot
Você se depara com a Estação da União [uma associação de idéias com as estações da ferrovia] 
Into which your train will glide;
Para dentro do qual seu trem deslizará;
There you’ll meet the Sup’rintendent,
Lá você vai se encontrar com o Superintendente [da metafórica ferrovia]
God, the Father, God, the Son,
Deus, o Pai, Deus, o Filho
Will extend the hands will greet you
Há de estender-te as mãos com as quais vai saudar tua chegada
“Weary Pilgrim, welcome home.” 
"Peregrino fatigado, seja 'bem-vindo' em casa!"

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Boa semana, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana

ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
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N° 78 : “MILAGRES !”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 21 de Outubro de 2012

Por razões muito pertinentes, o sujeito foi escolhido , pouco tempo atrás, por cem notáveis no mundo da mesma profissão dele, o "mais memorável físico de todos os tempos". Refiro-me a Albert Einstein (1879-1855), prêmio Nobel de Física em 1921. No ano de 2005, a comunidade científica internacional celebrou o centenário do chamado "annus mirabilis" ("o ano do milagre"): foi o ano (1905) em que o renomado físico publicou os quatro fundamentos científicos que marcaram época na história do século XX. "Milagre", aqui, é tomado no senso de um grandioso feito notável. Há uma frase que foi atribuída a Einstein no Journal of France and Germany, periódico que era publicado bem no período da guerra (1942-1944), sobre "milagre" – acho-a interessante : "Há duas maneiras de se viver – você pode viver como se nada fosse milagre, e você pode viver como se tudo fosse milagre ! ". Se realmente foi dita por Einstein (que, cientificamente falando, era um tanto cético quanto a milagres), paira certa dúvida. Mas, se realmente foi, torna-se altamente interessante.  

Neste mesmo mês de Outubro, faz idéia de quantas pessoas visitaram o Vale do Paraíba paulista, em romarias de devoção na busca de milagres? Mais de 15 milhões de pessoas !!! E isto, crescendo a cada ano. É um número que supera em pelo menos cinco vezes (isto mesmo, CINCO VEZES) o número (também crescente, a cada ano) de peregrinos que, de todo o mundo, finalizam a sua Hajj anual a Meca (a "peregrinação", um dos fundamentos obrigatórios para salvação, para o muçulmano) nesta semana de Outubro. E também estes buscam por milagres. Não só entre muçulmanos e cristãos há os que buscam por milagres; é difícil lembrar de uma concepção religiosa onde não existam. Apesar de todo o ceticismo que a era da ciência impôs sobre a expectativa de milagres, mais do que nunca multidões buscam-nos.  

Pensando nisto, quero falar, hoje, de seis milagres; cinco são bem patentes aos nossos olhos, e um outro está para acontecer. O primeiro milagre é o da criação. Muito embora não seja um fato tão miraculoso quanto se tudo tivesse (caso fosse verdade) vindo a existir e se organizar no universo inteiramente ao acaso, a criação é um grande milagre. Conforme o próprio Criador nos contou, tudo veio a existir pela palavra do seu poder, a partir do 'nada' que lhe antecedeu, e tudo já veio à existência com o altíssimo grau de ordem e perfeição que nós podemos constatar. "Pela fé entendemos que foi o universo formado pela palavra de Deus [o Logos de Deus], de modo que o visível veio a existir das coisas que não aparecem" (Hebreus 11.3, ARA).

Para muitos prosélitos da ciência de que Einstein foi um expoente, é muito crível sustentar que o universo veio a existir por conta própria, mediante processos aleatórios, numa quase infinda escala de tempo. Mas não lhes é crível que foi criado, com ordem e propósito, simplesmente porque isto lhes exige crer que Deus existe, e que Ele "é Deus!". Entretanto eu digo: existindo Ele, o acontecimento da criação é milagre para nós, mas nada de tão complicado para Ele – Ele é Deus!  

O segundo milagre, é o da vida: a vida é uma particularidade da obra criativa de Deus (e que particularidade estupenda!). Segundo a revista Superinteressante (numa edição de 2005), nascem cerca de 180 crianças por minuto (só na Índia são 33), o que  aponta mais de 250 mil por dia. É um verdadeiro milagre que, de um só casal inicial (quer você creia, quer não) tenhamos chegado a uma tal proeza… E pensamos que tudo depende de nós… Basta um homem e uma mulher (para seres humanos), ou um macho e uma fêmea (para animais, por exemplo). Que nada !!! "Graças te dou, visto que por modo assombrosamente maravilhoso Tu me formaste; as tuas obras são admiráveis, e a minha alma o sabe muito bem" (Salmo 139.14, ARA).  "Assim, veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: Antes que eu te formasse, no ventre materno te conheci, e antes que saísses da madre, te santifiquei" (Jeremias 1.5, ARCF). Que fique bem claro: quando um casal se une, nova vida brotará daí somente se Deus quiser e o fizer… do contrário, nada adianta. Com base na estatística mais acima, já notou quantos milagres (o milagre da vida) Deus já está fazendo, somente neste Domingo? Já reconheceu que, se você está vivo, deve isto a um milagre de Deus?  

O terceiro mlilagre é o da revelação. Voltaire (1694-1778), chamado 'fenômeno francês do pensamento e da razão', acreditava na existência de Deus; no entanto, era deísta. Segundo o deísmo, Deus até existe, mas é tão transcendente, é tão intangível, é tão incomunicável, que não se dá a conhecer a nós. Mas, que adianta?  Ele próprio – Deus – desmente o deísta, tanto em palavras quanto em atos. Na maneira como Ele toma a Si a tarefa que criar, cuidar e manter o universo criado (e a vida, enquanto lhE apraz), temos uma incontestável auto-revelação de Deus. Na forma como Ele se deu (e se dá) a conhecer através da encarnação de Jesus Cristo, temos uma proposital e inquestionável auto-revelação de Deus. Em todo o conhecimento repassado por inspiração do Espírito Santo aos homens que Ele escolheu para repassá-lo, e perpetuá-lo até nós, temos a forma mais usual, acessível e suficiente da auto-revelação divina. Veja, por exemplo: "… nestes últimos dias nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo. Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata de seu ser, sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder… " (Hebreus 1.2,3, ARA). "  Ora, àquele que é poderoso para vos confirmar segundo o meu evangelho e a pregação de Jesus Cristo, conforme a revelação do mistério que desde tempos eternos esteve oculto, mas que se manifestou agora, e se notificou pelas Escrituras dos profetas, segundo o mandamento do Deus eterno, a todas as nações para obediência da fé…"  (Romanos 16.25,26, ARCF) Tudo isto se constitui num verdadeiro milagre porquanto manifesta a imanência (a acessibilidade, o relacionamento conosco) daquele que é inegavelmente transcendente (também)!  

O quarto milagre é o povo de Deus, os discípulos de Jesus Cristo. Constituídos como igreja por ele mesmo, advertiu-os que passariam por aflições no mundo, que sofreriam perseguições severas. Parece que nunca tem havido um tipo de ser humano mais aviltadamente perseguido que o povo de Deus (especialmente quando se expõe como tal). E ainda hoje isto ocorre. No hemisfério oriental do planeta, a perseguição parece predominantemente física; enquanto que no hemisfério ocidental pode ser predominantemente ideológica. Desde os dias do império romano, não houve um só século em que o povo de Deus não tenha sido perseguido e constrangido. Mas, como por um milagre, é sustentado, e está de pé. "… lançarão mão de vós, e vos perseguirão, entregando-vos às sinagogas e aos cárceres, levando-vos à presença de reis e governadores por causa do meu nome… De todos sereis odiados por causa do meu nome… E eis que estou convosco, todos os dias, até à consumação do século " (Lucas 21.12, 17; Mateus 28.20); Reis, presidentes e vários governantes se levantam contra esse povo; instituições também; homens que se arvoram pela autoridade da ciência e do conhecimento, igualmente agridem o povo que pertence a Jesus Cristo. Contudo, não consegue extingur essa geração de gente. A igreja de Jesus Cristo, o povo de Deus, sobrevive, está de pé, e ainda estará até o fim, porque há um 'milagre que o sustenta' – a invisível (mas poderosa) mão de Deus.  

O quinto milagre é a esperança. Como ter (e manter) esperança num mundo como o nosso, tão adverso e maligno como é ? Os ministros de economia dos países (como o nosso Mantega) sempre dizem que tudo vai melhorar… E pode até ser que, pontualmente, isoladamente, melhore para alguns, por certo tempo. Mas o cenário geral dos nossos dias confirma o antigo diagnóstico : "… porque os dias são maus" (Efésios 5.17). E eu ainda me atrevo a dizer que vão de mal a pior…  Então, como ter esperança? Só por milagre mesmo. Pois, esse milagre existe. Contra a esperança, há esperança (como por milagre) ! Um milagre, tal como espera um pai que vê o filho seguir para um campo de batalha, onde o mais certo é a morte, quando não a derrota; ou quando o vê sendo submetido ao tratamento de uma enfermidade dolorosa e letal, quando o mais certo é a sucumbência. Assim diz o Senhor: Contém a voz do teu choro, e as lágrimas dos teus olhos; porque há recompensa para o teu labor, diz o Senhor, porquanto os teus filhos voltarão da terra do inimigo. Sim, há esperança para o teu futuro, diz o Senhor, porque os teus filhos voltarão aos seus territórios  ”  (Pv 19:4, Trad. livre adaptada).   

O sexto milagre de que quero falar não é passado, e ainda não é presente – é futuro. Mas, o mesmo que afiança a veracidade e a factibilidade dos milagres retro mencionados, é também o que o afiança quanto a este próximo. Trata-se da Nova Criação. Segundo o 'Livro do Testemunho Inerrante' do Criador-Provedor-Redentor do universo e dos homens, este presente universo está sendo "entesourado para fogo" (II Pedro 3.7). Sem entrar em detalhes de quão literal ou figurado sejam estas palavras, a realidade ali retratada é uma só: Por um novo milagre – milagre por vir – todo o presente universo será subvertido em uma Nova Criação, novos céus e nova terra (II Pedro 3.13).  Depois desse evento, já não mais haverá possibilidade de reversão ou permuta nas condições que passarem a persistir, dali prá diante. Céu e inferno serão essas condições. E será um novo milagre, porque o acontecimento dependerá, mais uma vez, da intervenção direta e plenipotenciária do Criador. Não faz bem para a saúde do homem duvidar disto; ao contrário, faz bem ao homem "apostar" tudo nesse novo e futuro milagre, parafraseando o grande colega de profissão (e preceptor) de Einstein, o francês Blaise Pascal (1623-1662). A cada dia subtrai-se um dia na contagem regressiva de Deus para a interposição desse futuro milagre. E ele trará consigo um milagre mais invejável, estupendo, extasiante: O justo florescerá como a palmeira; crescerá como o cedro no LíbanoPlantados na casa do Senhor, florescerão nos átrios do nosso Deus”  (Salmo 92.12,13). Como sabemos, essa linguagem é tanto profética quanto poética. Retrata, em poesia e profecia, o milagre futuro da Nova Criação, de que estou falando. Estaremos lá ? Eu sim!    

Para fechar: Já disse uma vez, e não nego – John W. Peterson (1921-2006), é um dos compositores sacros que mais me agrada. Peterson era apelidado, na força aérea americana, de "diácono"; a cada manhã ele convidava seus colegas da força aérea, e os "servia" com leituras da Escritura. Suas composições são de uma riqueza e uma sensibilidade raras. Leia  (ou releia) a declaração que ele fez, quanto à circunstância pela qual compôs o hino que hoje segue-se a esta mensagem…  Isto se deu quando, numa missão na China, sobrevoou, em noite clara e estrelada, algumas montanhas do Himalaia. "Em muitos dos meus vôos pela força aérea americana, eu ficava só; e só, pensava em Deus, enquanto lá nas alturas. Um dos pensamentos que me deixou perplexo, é que o mesmo Deus que criou este universo, com suas ilimitadas maravilhas,  é o Deus que me amou, e que me enviou seu único Filho, para tomar o meu lugar na cruz! – um verdadeiro milagre de Deus "   Segue o hino em MP3, numa das versões em nossa língua. Para os que apreciarem, vai ainda a letra original:

IT TOOK A MIRACLE (1948)
Exigiu um Milagre
('O MAIOR MILAGRE', título comumente dado à versão portuguesa)

My Father is omnipotent,
And that you can't deny;
A God of might and miracles –
'Tis written in the sky.
It took a miracle, to put the stars in place,
It took a miracle to hang the world in space;
But when He saved my soul, cleansed and made me whole,
It took a miracle of love and grace!
Though here His glory has been shown,
We still can't fully see
The wonders of His might, His throne –
'T will take eternity.

The Bible tells us of His power
And wisdom all way through,
And every little bird and flower
Are testimonies too.

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Boa semana, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
Ulisses

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N° 77 : “ME ESCONDA EM TI !”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 14 de Outubro de 2012

Alfred Nobel (1833-1896), químico e industrial sueco, deixou grandes realizações em vida. Foi ele o inventor de um poderoso explosivo, que idealizou para fins industriais e tecnológicos (principalmente em exploração de riquezas minerais), o qual ganhou o nome de 'dinamite'. Mas desgostou-se, ao perceber que o principal uso de sua invenção passara a ser para fins não pacíficos. No seu testamento, deixou uma significativa fortuna para a criação da Fundação Nobel, cujo fim seria premiar, anualmente, pessoas que fizessem importantes pesquisas, descobertas e avanços, para benefício da humanidade. E assim, a cada Outubro, são escolhidos os destacados, para serem premiados em Dezembro.  

Neste ano, o Nobel da Paz não foi para uma pessoa; alguns denunciam a conversão em fins políticos do ideal do fundador, nesta ocorrência, porque esse Nobel acabou dedicado à "União Européia". No mundo inteiro, um dos nomes mais lembrados e marcantes pelo Nobel da Paz é o de Martin Luther King, Jr (1929-1968). A cada ano, lembra-se dele.  Foi ele o mais jovem ganhador desse prêmio, no ano de 1964, aos 35 anos de idade (foi assassinado aos 39). O feito que lhe deu a merecer, aos olhos do comitê da fundação, foi a campanha deflagrada em solo americano, pela igualdade de direitos civis das minorias marginalizadas, especialmente os cidadãos de pele de cor escura. No dia 28 de Agosto de 1963, nos degraus do Lincoln Memorial, em Washington (DC), King pronunciou seu famosíssimo discurso, iniciado com as palavras I have a dream!  ("Eu tenho um sonho!"). Seu "palco" foi a céu aberto, e a platéia tinha simplesmente umas duzentas mil pessoas. Esse discurso foi eleito o mais importante de todo o século XX, no mundo. Por causa da campanha, sua vida passou a estar em risco. Quando lhe perguntavam – você não teme ser morto? … ele respondia :  Se você não se erguer pela justiça, sua vida já acabou, ainda que chegue aos noventa! Costumava ele afirmar que quem guardava sua vida era um só – seu Criador divino, seu Deus e Senhor…  

No século XVI, outro Martin Luther estava ameaçado de morte, por causa da Reforma cristã na Alemanha. Quando, às vésperas de uma assembléia imperial, em 1526, Lutero se encontrava sob o interdito imperial (poderia ser morto por qualquer um, em nome do imperador), seus amigos lhe disseram : – Lutero, não vá à dieta imperial; estão preparando várias emboscadas para tirar-te a vida… E ele respondeu: – Ainda que haja mil demônios nos telhados das casas, entrincheirados para tirar-me a vida, ainda assim eu vou; Deus é meu refúgio e fortaleza [em alusão ao Salmo 46]. E assim nasceu o hino conhecido como a Marselhesa da Reforma, o Castelo Forte. Lutero sabia que sua vida estava guardada nas mãos do Seu Criador, seu Deus, e só nessas mãos. Só este era o seu rochedo e fortaleza, como diz o salmo.   

José, filho de Jacó, teve também um sonho (aliás, dois). Isso está em Gênesis 37. Sonhos eram uma forma ocasional de Deus revelar conhecimentos proféticos a alguns poucos dos filhos de Deus, naqueles tempos primordiais. Nesses sonhos, José foi prevenido de que ele seria escolhido por Deus para uma missão importante à frente de seus pais e irmãos. Por causa daqueles sonhos, sua vida correu alto risco: os versos 20 e 21 desse capítulo registram o consenso entre os irmãos de José, para tirar-lhe a vida. Lemos que Rúben, o irmão mais velho, foi aquele que Deus escolheu e guiou para "livrar José das mãos deles" (veja o verso 22). Sendo escondido numa cisterna vazia e seca, e depois vendido aos mercadores itinerantes rumo ao Egito, eis a forma como Deus ocultou seu escolhido sob Si mesmo, para futura redenção da casa de Jacó.  

Eu pergunto: O que há de comum entre José "do Egito", Martinho Lutero, Martin Luther King, Jr., eu, e você, que me lê? À primeira vista, sob uma rápida reflexão, diríamos : nada! "Cada um no seu quadrado", para, toscamente, ilustrar com uma expressão bem popular e recente. Mas, acrescentarei, sob esta hipótese: ledo engano… Como disse em hino Fanny Jane Crosby (1820-1915) – "He hideth my soul in the cleft of the rock , that shadows a dry, thirsty land !" ("No abrigo da rocha me esconde ao calor, em árida terra de sol !"- versão típica em Português, em vários hinários) Como disse também Augustus Montague Toplady (1740-1778) – "Rock of Ages, cleft for me, let me hide myself in Thee!" ("Rocha eterna, abra-te por mim; permita-me refugiar-me em Ti!"). Se a nossa vida for, em alguma medida e extensão, semelhante à deles, também precisamos (e muito) de um rochedo de refúgio (e não de vez em quando, apenas)… E esse rochedo seguro, para nos abrigar quando necessário (e não é de vez em quando, apenas), é Deus! Só Deus! Somente Ele!!  

O salmo que 'inspirou' Martinho Lutero diz: "Deus é nosso refúgio, nossa fortaleza, socorro bem presente nas tribulações. Portanto, não temeremos, ainda que a terra se transtorne, e os montes se abalem no seio dos mares; ainda que as águas tumultuem e espumejem, e na sua fúria os montes se estremeçam. … Aquietai-vos, e sabei que eu sou Deus; sou exaltado entre as nações, sou exaltado na terra. O Senhor dos exércitos está conosco, o Deus de Jacó é o nosso refúgio [a nossa Rocha Eterna]"  (Salmo 46.1-3, 10,11, versão ARA modificada).  

Ele continua sendo, para sempre, a Rocha eterna em quem podemos nos refugiar. Seja para abrigo no 'escaldante deserto', no qual a vida, por vezes, se converte… Seja para abrigo na 'hora do temporal' (que às vezes dura muito mais do que uma hora literal), no qual, não raras, vezes, nosso frágil 'tabernáculo' balança, como se fosse sossobrar… Seja na escuridão da noite em meio a uma caminhada arriscada, cheia de perigos e tocaias… A "Rocha" está ali… Podemos orar e clamar – "Me esconda em ti!" Porque Ele é nosso refúgio e fortaleza "O SENHOR é o meu rochedo, e o meu lugar forte, e o meu libertador; o meu Deus, a minha fortaleza, em quem confio; o meu escudo, a força da minha salvação, e o meu alto refúgio." (Salmo 18.2, versão Corrigida e Revisada Fiel). Este salmo foi composto por Davi quando de severa perseguição pela qual passou, não apenas por inimigos vários, mas também naquela desencadeada pelo próprio rei Saul. Segundo o relato bíblico, Deus o livrou da mãos de todos os seus inimigos, ainda que isto tenha durado bom tempo, e custado muitas angústias. Andou errante, havendo precisado, muitas vezes, se esconder nas cavernas dos rochedos. Isto lhe mostrou quão "seguro Rochedo de refúgio" é o Senhor.  

Luther King se expôs, e tinha a Deus por Sua Rocha de refúgio… Toplady se expôs, e tinha a Deus por Sua Rocha de refúgio… Lutero se expôs, e tinha a Deus por Sua Rocha de refúgio… Davi, o salmista, tinha a Deus por sua Rocha de refúgio… José do Egito também… Eu tenho essa Rocha de refúgio… Você o tem? Ele é o mesmo, ontem, hoje, e o será eternamente… Ou será que você prefere confiar em si mesmo? Ou, quem sabe, prefere confiar em outros semelhantes?  

Nosso hino de hoje lembra essa metáfora bíblica. O autor de sua letra é um tanto desconhecido. Seu nome pode até ser um pseudônimo. Consta do "Primitive Baptist Hymnal" e do hinário de antigas versões da KJV (King James Version). Diz-se que ele, por alguma experiência semelhante à que passou Toplady (http://ministeriosrbc.org/2012/01/27/escondido-na-rocha/), lembrou-se do Salmo 18, verso 2, e exclamou numa oração o que depois passou a fazer parte da composição. Assim, surgiu esse belíssimo hino, aqui interpretado em língua inglesa pelo Gaither Vocal Band… Com ele, guarde na memória: Só há um rochedo seguro de abrigo para todas as horas : Cristo Jesus, o Verbo divino, a "pedra angular"…

ROCK OF AGES, HIDE THOU ME (1926)
Rocha Eterna, Esconda-me em Ti
L. R. Tolbert (?-?)  
Música de Thoro Harris (1874-1955)

Oh! Then I cry – Oh! Rock of Ages, hide thou me!
Oh! Então eu clamo – Oh! Rocha Eterna, esconda-me em ti!
Sometimes I feel discouraged, and I think my work’s in vain
Às vezes, sinto-me desencorajado, e acho que meu labor é em vão 
I'm tempted oft[en)] to murmur to grumble and complain
Frequentemente sou tentado a murmurar meus grunhidos e reclamações 
Oh! But then I think of Jesus and all he's done for me
Oh! Mas reflito sobre Jesus e tudo o que ele tem feito por mim
Then I cry – Oh! Rock of Ages, hide thou me!
Então eu clamo – Oh! Rocha eterna, esconda-me em ti!

Oh! Rock of Ages, hide thou me!
Oh! Rocha Eterna, esconda-me em ti!
There is no other refuge can save, Lord, but thee…
Nenhum outro refúgio há que possa salvar, Senhor, senão Tu [mesmo]…
And through this dark world , I've wandered far, far from thee
E em meio a este mundo de escuridão, eu tenho vagueado, [por vezes] longe, 
longe de ti
Then I cry – Oh! Rock of Ages, hide (dear Lord) 
Então eu clamo – Oh! Rocha eterna, esconda-me (amado Senhor)…
Thou (hide thou me) me !!!
Em ti (esconda-me em ti) !!!

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Bom Domingo, boa semana, e até próximo Domingo (se não voltar antes o Senhor Jesus)
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana

ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 76 : “CANDIDATO”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 07 de Outubro de 2012

Hoje, por todo o Brasil, ocorrem eleições municipais. O clima produzido pelo julgamento no STF, inevitavelmente, acentua paixões. O eleitor brasileiro se 'apaixona' facilmente: sua paixão por um time de futebol é demonstrada, com frequência, irracionalmente. Então, na política, a 'coisa' não é diferente. A ala de minha rua tem apenas 4 casas (incluindo a minha); a primeira delas ostenta, na grade da janela do segundo piso, bem de frente para a rua, um grande estandarte de cor vermelha, com foto destacada do candidato de preferência daquela família, com frase de efeito. Em muitas casas, vê-se banneres com frases do tipo : "Eu sou fulano", ou então "Eu sou mais fulano". Vi uma que diz : "Eu sou beltrano e não abro mão". Um dos candidatos de minha cidade patrocinou publicidade com uma frase de efeito similar: "Eu sou sicrano,  porque sou BH!" Obviamente que "fulano", "beltrano" e "sicrano", nas minhas transcrições aqui, são apenas efígies vocabulares para substituir os nomes verdadeiros, simplesmente porque não tenho a mínima intenção de insinuar propaganda eleitoral nesta mensagem. Até entre pessoas de religião, as paixões se avultam: Nesta semana finda, dentro do portão de uma grande edificação tida como templo evangélico da Av Olegário Maciel, em Belo Horizonte, um homem de calça preta e camisa branca, com emblema colado na camisa, gritava para todos na rua, estimulando-os a votar num dos candidatos a prefeito ("porque ele é  de Deus"), demonizando o outro, dentre os dois que se destacam nas pesquisas.  

Bem! Quanto a mim, o tipo de inclinação aos fatos políticos que cultivo não me induz, nem um pingo, a manifestações apaixonadas desse calibre. Prá dizer a verdade, momentaneamente tenho uma preferência indisfarçável para que os que têm feito notório mau uso do mandato, inclusive seus partidos, recebam uma lição e uma correção adequada nas urnas. Acontece que os "ensinadores" (os eleitores) não me parecem muito aptos: é muita paixão e pouca reflexão, pouco raciocínio e… pouco temor a Deus.  

Entretanto, olhando de outro ângulo, gostaria de sugerir a vc, que me lê, um perfil de candidato muito apropriado à ocasião (aliás, a qualquer ocasião). "Paixão" não é uma palavra muito adequada para descrever o sentimento que nutro por esse 'candidato'; no entanto, se ela for pontualmente qualificada em certo sentido semântico, até que essa palavra servirá. E mais: é um 'candidato' que serve a quem me lê no norte do país, ou no sul, mesmo no centro-oeste – qualquer lugar.

Ele tem vários diferenciais; posso citar umas amostras:

  • enquanto o eventual prefeito, ou o eventual vereador, possa me decepcionar (é comum enxergar uma grande diferença de postura entre o 'antes' e o 'depois' da eleição, na mesma pessoa), esse que me cativa não decepciona jamais…
  • enquanto o eventual político, no exercício do poder, tenda a mostrar grande diferença de sentimento para com seus 'semelhantes', uma vez que, depois de eleito, pode parecer não ter mais 'semelhantes', esse que recomendo, no exercício do poder, conserva total empatia por seus governados, aos quais ama seme retoques e sem reservas…
  • enquanto o eventual político, havendo assumido seu mandato, possa mostrar quão comum é aquele que recebe seu múnus dos que o elegeram, usando-o de muitas maneiras para nutrir a si mesmo, e aos seus 'chegados', com os próprios benefícios do poder, esse de quem falo é muito diferente: enquanto governa, vive para o bem e o benefício dos seus governados.
  • enquanto a investidura no poder faz muitos políticos perderem o 'pique' do trabalho, esse meu trabalha incansavelmente na sua missão.
  • enquanto não pucos políticos se perdem em seus caminhos (ou melhor, descaminhos), esse de quem falo tem o grande diferencial de saber a que veio, saber onde pisa, e saber para onde me leva.

Não quero ser injusto: sei que há exceções entre os políticos que conhecemos. Mas, parecem não ser mais do que isto mesmo: exceções! No entanto, esse de quem falo não tem paralelo, não tem semelhante. Suspeito que, a esta altura,  já não seja nenhuma surpresa o nome do "meu candidato": é ele mesmo – o Senhor Jesus, o Príncipe da Paz, o Rei dos reis, o Senhor dos senhores.  As características que o tornam diferente são autenticadas na Escritura Sagrada: " Esteja absolutamente certa, pois, toda a casa de Israel de que a este Jesus, que vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo"(Atos 2.36) 
Então, ouvi uma como voz de numerosa multidão, como de muitas águas e como de fortes trovões, dizendo: Aleluia! Pois reina o Senhor, nosso Deus, o Todo-Poderoso(Apocalipse 19.6)
Pois, naquilo que ele mesmo sofreu, tendo sido tentado, é poderoso para socorrer os que são tentados." (Hebreus 2.18)
 porque sei em quem tenho crido e estou certo de que ele é poderoso para guardar o meu depósito até aquele Dia" (II Timóteo 1.12)
E esta é a confiança que temos para com ele: que, se pedirmos alguma coisa segundo a sua vontade, ele nos ouve" (I João 5.14)
E Jesus lhes respondeu: Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também." (João 5.17)
"…porque as obras que o Pai me deu para realizar, as mesmas obras que eu faço, testificam de mim, que o Pai me enviou."(João 5.36)
"… eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância. " (João 10.10)
"…guia-me mansamente a águas tranquilas. Refrigera a minha alma; guia-me pelas veredas da justiça, por amor do seu nome" (Salmo 23.2,3)

Isto é muito diferente do que temos visto por aí.  Como diz o cântico, já conhecido: "Nele a gente pode confiar ! " Você ainda vai ver hoje, e vai ver até segundo turno: promessas e mais promessas… Os candidatos são só simpatia: abraçam todo mundo, andam com todos, carregam um carrinho de mão com um ajudante de obras, levantam a cesta de produtos do feirante, jogam futebol com a meninada da periferia, beijam no rosto mulheres simples, donas de casa, e assim por diante. Mas é só na véspera da eleição.  

Jesus Cristo, o Rei dos Reis, o Príncipe da paz, aquele que tem o poder de subjugar os reinos deste mundo e ainda o império das trevas, é o único que  está disponível em todo o tempo, sem protocolo (a não ser a fé salvadora), sem dificuldade de agenda prá audiências (é só trancar a porta do quarto e encontrar com ele, de joelhos… É o único que realmente sabe o que faz, sabe o que é melhor para nós, e sabe para onde nos conduz. "Em quem também vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa." (Efésios 1.13)

Sabe o que vou fazer hoje? Eu te digo: Vou cumprir o meu dever cívico com meu voto, orando para que Deus derrame graça sobre nós e sobre a gente sofrida que está à nossa volta, mesmo que use um político sem o devido temor do seu Nome. Mas, meu estandarte, meu banner de coração não ostentará o nome de nenhum destes do horário político gratuito. Meu banner tem um só nome: "Esse nome é Jesus Cristo – Nele a gente pode confiar!".  Vou sair daquela sessão eleitoral com a mesma confiança com a qual vou entrar: "Uns confiam em carros, outros, em cavalos; nós, porém, nos gloriaremos em o nome do SENHOR, nosso Deus. Eles se encurvam e caem; nós, porém [com Ele], nos levantamos e nos mantemos de pé." (Salmo 20.7,8). 

O compositor do nosso hino de hoje tinha uma acentuada preocupação: que a mensagem de seus hinos fosse rigorosamente bíblica. Por isto, ele memorizava ainda com mais afinco passagens da Escritura, para que elas governassem sua mente, sua 'inspiração'. Sua biografia diz que ele se rendeu a Cristo aos 6 anos de idade, e aos 12 já tocava o órgão de sua igreja, no Brooklyn, Nova Iorque; ele permaneceu nesta posição por cinco décadas a fio. Nesta composição, ele retrata o que eu chamo de 'o refrão da aliança' : eu pertenço a Cristo, e ele me pertence.

A letra original é mais rica que a execução que disponho, e disponibilizo em nosso idioma. Mas, essa que partilho, mostra quão contrastante é a propaganda dos correligionários da política com a profissão do cristão…

NOW I BELONG TO JESUS (1943)
SOU de JESUS AGORA
Norman John Clayton (1903-1992)

Jesus, my Lord will love me forever,
From Him no pow'r of evil can sever,
He gave His life to ransom my soul;
Now I belong to Him;

Chorus
Now I belong to Jesus,
Jesus belongs to me,
Not for the years of time alone,
But for eternity.

Once I was lost in sin's degradation,
Jesus came down to bring me salvation,
Lifted me up from sorrow and shame,
Now I belong to Him; 

Joy floods my soul for Jesus has saved me,
Freed me from sin that long had enslaved me
His precious blood, He came to redeem,
Now I belong to Him;

P.S.: Para ouvir um medley puramente ao piano deste hino, clique aqui 

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 Boa semana, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana

ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional