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N° 190 : “VIVE ALGUÉM SEM ÁGUA?”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 08 de Fevereiro de 2015

No final de Janeiro último, a seca assolava a região Sudeste, e algumas pessoas ainda brincavam com o assunto. Uma das charges que chamou atenção foi a de um caminhão pipa, em plena região Sudeste, percorrendo uma rua para socorrer a população, e enorme escolta policial, com armamento pesado, se via de todos os lados, para proteger o veículo. O estado de Minas Gerais sempre foi chamado de “caixa d’água” do Brasil; a ‘caixa’ está pingando. Tome-se, como exemplo, o Rio São Francisco, o maior rio cem por cento nacional: sua bacia hidrográfica beneficia seis estados brasileiros, numa área que está próxima de dez por cento do território nacional. É espantoso… Equivale a praticamente uma França inteirinha, ou quase duas Alemanhas, ou quase três Reino’s Unido’s. De uma vazão média que historicamente alcança 170 mil metros cúbicos por minuto, na foz, chegou ao final de 2014 com apenas trinta por cento disto. Calamidade! O reservatório paulista da Cantareira agoniza, com um volume lutando para se manter em seis por cento da capacidade total.

Tenho ouvido acerca de muitos cristãos que se mobilizaram para pedir chuvas, principalmente nos reservatórios e nas cabeceiras dos rios, uma vez que, nas cidades, além de não trazer benefícios ao consumo, as chuvas trazem grandes transtornos. Na cidade de São Paulo, em duas semanas pela virada do ano, foram cerca de mil árvores vindo ao solo. Sim, quem sabe, com um clamor aos céus, Deus mande chuvas torrenciais para encher a Cantareira, Guarapiranga, Furnas, o São Francisco, etc… E Ele pode fazer isto. Uma outra coisa ainda não percebi, nas mobilizações: será que Deus pretende, antes, fazer-nos perceber alguma coisa? Dizer a Ele o que queremos, do que precisamos, faz parte do nosso dia-a-dia; e Ele até afirma que tem ouvidos para ouvir. No entanto, e o que Ele tem a dizer, queremos ouvir? Estamos prontos a ouvir, a reconhecer? Ou, mais importante – queremos ouvir ANTES? Ou só depois que Ele nos ouvir?

Deus nos deu a natureza para dela usufruirmos, louvando-O por Suas boas dádivas, mas, cuidando dessa natureza. Ver o leito seco dos rios revelando a imensidão de lixo e entulhos não é sinal de cuidado com a natureza. E o desperdício, o descaso? Gastam-se anos e anos para se ver uma árvore frondosa, mas apenas minutos para, irresponsavelmente, jogá-la ao chão. Há quem prefira eliminar uma árvore do passeio simplesmente porque “suja muito”, com suas folhas (como se uma folha fosse sujeira).

O mais grave, agora: No passado, já houve caso em que Deus, explicitamente (por mediação do mensageiro profético, conforme registro bíblico), advertiu o povo que detinha a Sua Aliança, mostrando a razão da seca, da aridez, da sede. O profeta Amós, que ministrou cerca de oito séculos antes da vinda de Jesus Cristo, num contexto de amplas imprecações, assim se expressou: “Além disso, retive de vós a chuva, três meses ainda antes da ceifa; e fiz chover sobre uma cidade e sobre a outra, não; um campo teve chuva, mas o outro, que ficou sem chuva, se secou. Andaram duas ou três cidades, indo a outra cidade para beberem água, mas não se saciaram; contudo, não vos convertestes a mim, disse o SENHOR.” (Amós 4. 7,8, ARA).

Segundo ele, as ações divinas através da natureza eram sinais de que, se o homem não se voltasse corretamente para o Senhor, pior seria depois. O profeta Jeremias, alguns anos mais tarde, vendo chegarem as piores consequências sobre o povo, lembrou que a falta de temor de Deus era a principal causa das consequências terríveis por via da natureza: Mas este povo tem coração obstinado e rebelde; eles se afastaram e foram embora. Não dizem no seu íntimo: ‘Temamos o Senhor, o nosso Deus: aquele que dá as chuvas do outono e da primavera no tempo certo, e assegura-nos as semanas certas da colheita’. Mas os pecados de vocês têm afastado essas coisas; as faltas de vocês os têm privado desses bens” (Jeremias 5:23-25, NVI).

Na história do povo de Deus no Antigo Testamento, era cíclica a manifestação divina na retenção das chuvas, quando prolifera a maldade, a corrupção, o destemor, a desobediência, o desprezo à Sua Palavra. Mesmo os fiéis, no seu meio, sofriam consequências. Por outro lado, também era cíclico o desapontamento divino quando, ainda que proporcionando bênçãos, chuvas, colheitas e bem-estar em seguidos períodos e anos, faltava ao povo o sentimento de gratidão, de contentamento; faltava, também, a noção de boa administração dos recursos naturais, a boa gestão do meio ambiente. Bastava a mão de Deus pesar, com a restrição das bênçãos sazonais, e logo vinha o povo, em choros e lamúrias, suplicar a misericórdia divina. Reiteradamente, a palavra profética advertia: “Portanto dize-lhes: Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Tornai-vos para mim, diz o SENHOR dos Exércitos, e eu me tornarei para vós, diz o SENHOR dos Exércitos" (Zacarias 1:3, ACRF); e, ainda: Desde os dias de vossos pais vos apartastes de meus mandamentos e não os guardastes. Voltai a mim, e eu me voltarei para vós – diz o Senhor dos exércitos"(Malaquias 3:7, BCF).

Uma mensagem apocalíptica, aqui, não é precisamente a intenção. Mas, há gritantes semelhanças com o estado de vida daquele povo, no passado, com o que se vê em nossos dias. Tal como naqueles dias, é pertinente assinalar algumas lições oportunas:
1) Antes de gastar e desperdiçar, é oportuno aprender e exercitar a boa gestão dos recursos que Deus proporciona…
2) Antes de lamentar e lamuriar na escassez (inclusive contra os governos humanos, independentemente de quão culpados ou omissos sejam, eventualmente), é oportuno reconhecer as boas dádivas divinas e ser-Lhe grato pelas provisões diárias (apesar de nós)…
3) E, antes de clamar a misericórdia de Deus, quando da adversidade, é oportuno conhecer a Deus, conhecer e praticar a Sua vontade, em qualquer circunstância; os sinais didáticos da existência estão aí… É só aprender a notar, e refletir! 

Vive alguém sem água? Nas últimas gerações, sabe-se que é perfeitamente possível viver sem derivados de petróleo (que parecem mais fartos do que água potável, hoje), mas, “sem água ninguém vive!” – é o que se diz há tempos. Agora, a verdade do patamar de cima: sem autêntica comunhão com Deus, como pode alguém viver? Sem aprender a observar o que Ele pretende, o que Ele ensina, o que Ele demanda? Cada episódio da vida tem lá suas lições; estamos vivendo mais um cenário ‘escolar’… Aproveite-o o sábio de coração!

A melodia que acompanha a mensagem de hoje é um dueto ao piano e órgão, para momento de oração e reflexão.
No primeiro instrumento, Ralph Carmichael; no segundo, Rudy Atwood.

I Walked Today Where Jesus Walked (1937)
Jesus É Infinito 
Daniel S Twohig (1883-1961);
Melodia de Greg Nelson (1948…)
 

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Boa semana, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil

BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

Nº 013 – “ESTRELA”

Ministérios EFRATA – Arautos de Vida
Fevereiro de 2015

“Hemmerson, o Senhor nos deu um filho. Hoje descobrimos que em breve Ele vai levá-lo. Nosso bebê tem anencefalia”.Foi assim que a dra. Quésia Tamara, e seu esposo Arthur, se pronunciaram ao obstetra, dr. Hemmerson Henrique Magioni, logo que tomaram conhecimento do fato. Quésia e Arthur residem em Belo Horizonte, Minas Gerais. Essa primeira gestação lhes proporcionou, na verdade, uma menina – Esther. Ester significa “estrela”. O nome foi escolhido muito a propósito. Foi a Esther da Bíblia, a esposa de Assuero, o rei persa de cinco séculos antes de Cristo, quem inspirou Quésia e Arthur na escolha. A ciência da anencefalia se deu através de uma ultrassonografia efetuada na vigésima terceira semana da gestação. A história está registrada em livro que a própria doutora Quésia escreveu: Os últimos Quatro Meses – Diário da Gravidez de um Bebê com Anencefalia

A anencefalia é um problema gestacional que atinge um em cada mil fetos, dependendo do país, proporção que pode cair para até um para dez mil, em países de prevenções mais avançadas. Caracteriza-se pela má formação do tubo neural, acarretando supressão parcial (ou praticamente total, nos casos mais graves) do encéfalo e da caixa craniana. Assim, o legado popular é que o feto é destituído de cérebro. A expectativa de sobrevivência é de poucos dias, ou mesmo horas (talvez minutos). No entanto, há casos em que a vida se prolonga por meses. No Brasil, desde 2012 a interrupção da gravidez anencefálica deixou de ser criminalizada, assim como em vários outros países. As autoridades brasileiras entenderam que não se trata de crime contra a vida, neste caso. No entanto, não é compulsória a interrupção, pelo que podem os pais decidir levar adiante a gestação; foi o que Quésia e Arthur decidiram, à luz de entendimentos mais iluminados, pela Palavra de Deus. Um detalhe importante: Quésia é médica ginecologista e obstetra; isto significa que, desde a 23ª semana até quando ainda permanecesse trabalhando, teria que acompanhar casos de gestações e partos, sabendo de quem trazia, ela própria, dentro de si. 

Inegavelmente, todos os dias restantes da gravidez de Quésia foram dias de ensejo de sentimentos fortes, muito choro compartilhado com o esposo. Mas, também foram dias de determinação, diante de Deus: 'Deus quis assim, assim será'. E o casal decidiu resolutamente respeitar a vida de Esther, quaisquer que fossem suas dificuldades, e qualquer que fosse a sua duração. Era a sua primeira gestação. Um dia, ainda durante a gravidez, Quésia e Arthur foram à casa de um tio, compartilhar do assunto. Quando seu tio soube que o bebê de Quésia não teria expectativa de vida normal, fez o que? Foi ao quarto, pegou uma Bíblia, onde leu para eles os três primeiros versículos do capítulo nove do evangelho de João. Ali, Jesus curou um cego, mas os seus discípulos queriam saber a origem, a etiologia, no campo da teodicéia, daquela enfermidade: Quem pecou, ele, ou seus pais, para ter essa doença? Foi o que perguntaram a Jesus. Jesus entendeu que os discípulos queriam encontrar o culpado para a cegueira, e essa culpa teria que decorrer – assim pensavam – de algum pecado. E Jesus lhes respondeu que a cegueira de nascença daquele homem não provinha diretamente de culpa – nem dele, nem de seus pais. Embora Jesus soubesse que todas as enfermidades humanas têm origem no pecado de Adão e Eva, não significa que de um pecado se encontre, necessariamente, a culpa específica de uma enfermidade. E Jesus afirmou que nem ele nem seus pais, com algum dos pecados peculiares a qualquer de nós, seriam os responsáveis pela cegueira desde nascido. Ao contrário, assim tinha ele nascido para que as obras de Deus se manifestassem nele; e assim se deu. Foi precisamente o que o tio de Quésia lembrou, naquela visita, trazendo grande conforto ao casal. 

Em geral, toda gestante quer ter uma lembrancinha para dar aos visitantes, quando lhe nasce o bebê. Não raro, um adorno para a porta do quarto no hospital; de preferência, uma coisa combinando com a outra. Quésia escolheu uma casinha de passarinho para o adorno (porta aberta, com o pássaro fora dela, obviamente), e um passarinho de tecido, para a lembrança. E mais, a frase, prá marcar: “Os mais belos pássaros não vivem em casas, presos em nossas gaiolas. Eles podem até pousar perto de nós, por algum tempo, mas logo partem, deixando memoráveis lembranças”. Assim seria Esther. 

Esther nasceu em 29 de Junho de 2011, e viveu exatos quarenta minutos. No mesmo dia seu corpinho foi colocado, qual semente para o dia da ressurreição, na terra. E depois, a tarefa de contar a todos: chegou, e já se foi, tal qual um lindo passarinho. Naquele momento, Arthur sussurrou para Quésia a parte final de Jó 1.21: “O Senhor o deu, e o Senhor o tomou; bendito seja o nome do Senhor” (versão ARA). Um detalhe: em qualquer Bíblia, isto pode ser lido apenas uma folha após o encerramento do livro antecedente, o de Ester!  Arthur e Quésia sentiram a passagem e a rápida partida de Esther? Sentiram sim, e muito! Mas, como enfrentaram, como superaram? Foi fácil? Decerto que não. Mas, superaram. Porque, tiveram, como ainda têm, ao seu lado, o Autor e Doador da vida. O que lhes disse o tio, com a Bíblia na mão, recordando as palavras de Jesus? Nem ele, nem seus pais… No caso específico, o texto poderia assim ser entendido: Nem ela, nem seus pais, mas para que a obra de Deus seja manifesta. Um dia, tudo o que não se entende por ora, se entenderá. Se não for por aqui, será por lá. E a “estrela”? Por lá já está, numa antecipação típica da economia divina, quanto à presença, face a face, com Deus, em gozo da recompensa dos salvos. Disto, Arthur e Quésia já sabem, desde 29 de Junho de 2011.

Por todo este testemunho, Arthur e Quésia são Arautos de Vida!

Quando Noé soltou a pomba na janela da arca, depois de todo aquele dilúvio que cobriu (e destruiu) a terra (está lá, em Gênesis, entre os capítulos 6 e 9, inclusive), e a pomba trouxe a Noé o raminho de  oliveira no bico, a mensagem era clara, do jeito que Deus tinha dito: o dilúvio não será para sempre… Haverá vida, outra vez, e ainda há esperança! Confira, especialmente em Gênesis, capítulo 8. Concordemente com a nossa mensagem, nosso hino-tema é também mensagem de arautos de vida. Mesmo que o 'dilúvio' seja longo e hostil, não vai chover para sempre; há vida, depois dele… 

Nosso hino temático também fala disto. Na voz suave de Cynthia Clawson…

IT   WON’T    RAIN   ALWAYS…  (1981)
NÃO VAI CHOVER PARA SEMPRE…
Letra : Gloria Gaither (1942…)
Música : Bill Gaither (1936…) & Aaron Wilburn (1950…)

Someone said that in each life:
Alguém disse que em cada vida  
Some rain is bound to fall:
Alguma chuva é fadada a cair
And each one sheds his share of tears:
E cada um entorna seu tanto de lágrimas
And trouble troubles us all:
E problemas afetam a todos nós
But, the hurt can't hurt forever:
Mas, a dor não pode ferir para sempre
And the tears are sure to dry…:
E as lágrimas por certo hão de se estancar… 

And it won't rain always:
E não há de chover para sempre
The clouds will soon be gone:

As nuvens logo se dissiparão
The sun that they've been hiding:
O sol que elas têm ocultado
Has been there all along…:
Tem estado lá, em todo o tempo…
And it won't rain always:
E não há de chover para sempre
God's promises are true!:
As promessas de Deus são reais
The sun's gonna shine in His own good time:
O sol há de brilhar no tempo próprio Dele [Deus]
And He’s gonna see you through!…:
E Ele vela por ti…
The sun's gonna shine in God's own good time:
O sol há de brilhar no tempo próprio Dele [Deus]
And He will see you through!…:

E Ele há de velar por ti! …

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Abraços
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 189 : “CORREDOR”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 01 de Fevereiro de 2015

Antes de contar a história do personagem, que aparentemente tem uns trinta anos de idade (ou pouco mais, talvez), conto a história do contexto. Ele mora no bairro Vila Nova Conceição, em São Paulo. Prá quem não sabe, Vila Nova Conceição despontou na imprensa econômica como o bairro do metro quadrado mais caro da capital paulista, de acordo com pesquisa da FIPE – Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas. É o bairro a oeste do Ibirapuera, ‘cortado’ pela avenida Santo Amaro, onde fica o hospital São Luiz. Só por aí, dá prá imaginar o status econômico do nosso personagem. Pois bem! E onde o personagem tem sido visto recentemente? Nos corredores do segundo andar da maternidade daquele mesmo hospital; mais precisamente, no saguão em frente à UTI neo-natal, onde um punhado de mães, e um número menor de pais, avós e avôs (nesta ordem de precedência numérica) se apinha, acompanhando a saga de bebezinhos prematuros que lutam, não mais para vir à luz, mas para sair, vitoriosos, à luz natural. Como a Vitória, que nasceu de 24 semanas, com pouco mais de seiscentos gramas.

 E o nosso personagem ‘anônimo’? É um exemplar daquilo que se pode chamar de “marinheiro de primeira viagem”, por ser pai da primogênita Beatriz. A Bia, também colega de saga da minha recém nascida neta naquela UTI neo-natal, veio ‘apressada’ ao mundo: 28 semanas, apenas. O peso? Pouco mais de novecentos gramas. Há quase três semanas, a luta da pequena Beatriz (e de todo o staff hospitalar que a assiste) tem sido recompensada: já alcançou mil e trezentos gramas. Previsão? Se continuar no ritmo, em trinta ou quarenta dias terá “alta”; ‘nossa’ Giovana foi mais galardoada: depois de dez dias naquela UTI, acaba de sair. Agora, transcrevo palavras do nosso personagem anônimo, o do bairro Vila Nova Conceição (capturadas por minha esposa, que está de companhia com a nossa filha, mãe da Giovana): “Nessa hora, não adianta ter carrão, casão, dinheiro, nada! A única coisa que quero é ver minha filha saindo daqui, e bem! Nunca me imaginei num cenário desses… A gente nunca imagina tantas mães, as crianças, esta luta. Isto aqui é uma escola, um verdadeiro aprendizado!"

 E é mesmo! Por exemplo: Você, que me lê, sabe o que é “corredor”, no ‘dialeto’ específico daquele território? “Corredor” é quando médicos e médicas, enfermeiros e enfermeiras, e até funcionários, aqueles da rotina diária, se formam em fila pelos dois lados do corredor de saída, para aplaudir um “principezinho”, ou uma “princesinha”, que superou sua severa saga, tendo ficado pelo menos trinta dias, e está de saída, nos braços de sua mãe. Como ocorreu, nesta semana, com o pequeno Gabriel: depois de mais de dois meses de UTI, para alcançar 2,8 quilogramas, teve seu “corredor” nesta semana. Dia de festa, dia de vitória, o dia de “corredor”… E todos aplaudem! Emocionante demais!! Simplesmente indescritível!!!

 Sabe qual a pessoa mais procurada naquele lugar? Ninguém mais, ninguém menos do que Deus. É numa hora como essa que o Criador, o doador da vida é insistentemente buscado, mesmo por quem não Lhe deu lá muita importância, até então. Ademais, uma das palavras mais frequentemente ouvida é… “milagre”. Milagre, referindo-se ao nascimento, milagre referindo-se à saga, à superação, à esperança que se renova a cada dia, à sobrevivência, ao “corredor”! Agora, junte as duas palavras – Deus e milagre – e o vocabulário adquire senso (acima dos sentidos), adquire razão (acima da própria razão), toma o contorno verdadeiro da esperança e do novo horizonte. Só em Deus, só com Deus, só por Deus, ninguém mais! Reconheço: a ciência avança, e ganha em poder cada vez mais. Mas, não dá um passo sem o consentimento divino. Mais que isso, ratifico o que continuamente repetia o grande cientista teutônico Joahannes Kepler (1571-1630): “Oh, God! I am merely thinking Thy thoughts after Thee!” (tradução: “Ó Deus, eu estou meramente te seguindo em Teus pensamentos!”).

 E é também o que Deus reivindica sobre Si, em Sua palavra de revelação escrita: Pois em Ti está a fonte da vida; graças à  Tua luz, vemos a luz (Salmo 36.9, NVI)… E, como se não bastasse: Quem, pois, realizou essas coisas? Aquele que desde a origem chama as gerações à vida: eu, o Senhor, que sou o primeiro – e que estarei ainda com os últimos. (Isaías 41:4, BCF).  

 Para cada um de nós há sempre um “corredor” à vista: o corredor da vitória nos desafios, o corredor da superação nas crises, o corredor da contemplação da esperança que se vê em realidade. O “corredor” da netinha Giovana não se deu no hospital – ela não alcançou os trinta dias de UTI neo-natal (grazie a Dio). Deu-se, outrossim, em corações rendidos à sabedoria e à soberania divina; deu-se em almas inclinadas a levar cativo todo pensamento à obediência de Cristo (II Coríntios 10.5, ARA). Mas, como disse o pai da Bia, que fica um grande aprendizado, fica. A lição principal é: não importa o tamanho do desafio, não importa o grau de dependência na superação: Só existe um que pode (se quiser) proporcionar o “corredor” da transformação de esperança em realidade – Deus! Andar com Ele faz toda a diferença! Reconhecer Sua grandeza e majestade é um imperativo!

Quando Stuart Hine (Stuart Wesley Keen Hine, 1899-1989) traduziu para o inglês, acrescendo duas estrofes ao poema original, o hino que já era cantado com melodia sueca, não imaginava que se tornaria a segunda maior preferência entre os hinos (perdendo só para o Preciosa Graça). A inspiração poética proveio do Salmo 8. Mesmo tendo várias versões em nosso idioma, vai aqui a interpretação de Alan Jackson.

HOW GREAT THOU ART (1885)
QUÃO GRANDE ÉS TU
Carl Gustav Boberg (1859-1940)

O Lord, my God, when I in awesome wonder
Ó Senhor, meu Deus, quando eu, impressionado e maravilhado 
Consider all the worlds Thy hands have made
Considero todos os mundos Tuas mãos criaram
I see the stars, I hear the rolling thunder
Vejo as estrelas, ouço o trovão retumbante
Thy power throughout the universe displayed…
Por todo o universo se exibe o Teu poder…

Then sings my soul, my Savior, God, to Thee:
Então canta minh'alma, meu Salvador, Deus, a Ti:
How great Thou art! How great Thou art!
Quão grande és Tu! Quão grande és Tu!
Then sings my soul, my Savior God, to Thee:
Então canta minh'alma, meu Salvador, Deus, a Ti:
How great Thou art! How great Thou art!
Quão grande és Tu! Quão grande és Tu!

When Christ shall come with shouts of acclamation
Quando Cristo vier, com alaridos de aclamação
And take me 'home', what joy shall fill my heart!
E me levar prá 'casa', que gozo há de encher meu coração
Then I shall bow in humble adoration
Logo me curvarei em humilde adoração
And there proclaim: My God, how great Thou art!
E lá proclamarei: Meu Deus, quão grande és Tu!

Um verso não cantado:
When through the woods and forest glades I wander
Quando vagueio através de bosques e florestas
And hear the birds sing sweetly in the trees
Ao ouvir pássaros cantando docemente nas árvores
When I look down from lofty mountain grandeur
Quando me deslumbro do alto de uma montanha
And hear the brook and feel the gentle breeze…
Ouvindo o ribeiro, e sentindo a fresca brisa…

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Boa semana, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 188 : “TUDO DIFERENTE”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 25 de Janeiro de 2015

“Não chores, meu filho; não chores, que a vida é luta renhida: Viver é lutar! A vida é combate, que os fracos abate, que os fortes, os bravos só pode exaltar”. Assim ‘canta’ o primeiro verso da Canção do Tamoio, de Antonio Gonçalves Dias (1823-1864). Assim é, de fato, a vida, tal como a travessia de um oceano: Há dias em que a travessia flui suavemente, com ondas baixas… Há outros em que não são poucas as vagas e as tempestades. Em cada episódio, singrar as correntes marítimas (não raro, contrárias) implica em descobrir que as circunstâncias se mostram inusitadas, ante o esperado: tudo diferente! 

É a viagem que se planeja, e que resulta diferente do planejado; é o casamento que se sonha, e que resulta diferente do sonhado; é a carreira profissional que se almeja, e que resulta diferente do almejado; é a expectação da chegada de um filho, ou de uma filha, e que resulta diferente do expectado; ou mesmo, a ansiada relação com Deus, o Criador, que resulta diferente do que deveria ter sido. Tudo pode ser diferente do que o previsto, ou do que o anelado. Quem nunca dantes o testificou? Ou mesmo o experimentou? Os ases do jogo de xadrez têm desenvolvida a habilidade de prever as próximas jogadas do adversário, para planejar as suas… Na vida, isto costuma ser meio utópico, meio debalde. O trajeto é sempre caminho novo.

Por que é assim?  Por que há tantas surpresas? Por que de modo tão freqüente, tanta coisa acaba sendo diferente do previsto, do almejado, do esperado? Há dois níveis para buscar-se a resposta. No nível mais freqüente, não há uma só resposta, senão uma variedade delas: acaso (afinal, dizem os que isto defendem, tudo ocorre sob o estigma do acaso desde o começo); sina, ou “karma” (afinal, dizem seus defensores, há uma “lei cósmica universal” fatalista, inteiramente alheia à nossa vontade e participação, que já determinou tudo o que tem de acontecer, inexoravelmente); retribuição natural (afinal, tudo quanto ocorre é sempre conseqüência de nossos atos, daquilo que plantamos, sem qualquer gestão externa, é o que se postula). Aí estão alguns exemplos de respostas extraídas do primeiro plano, o humano, filosófico, seja o especulativo ou seja o empirista.

Num segundo plano, a resposta vem de quem realmente sabe as respostas, mas não está, por direito natural (Iuri Divino) sob a obrigação de justificá-las, todas. Por isto, a travessia do oceano de que acima falo,é também um constante exercício de submissão à Sua Soberania, que é aliada da Sua Sabedoria. De fato, muito do que enfrentamos na vida é conseqüência do que plantamos: “Não vos enganeis: de Deus não se zomba; o que o homem semeia, isso mesmo colherá” (Gálatas 6.7, BCF). Mas, é totalmente incorreto atribuir tudo (incluindo o que de diferente ocorre, quanto ao almejado) a mera conseqüência dos atos. A Bíblia ilustra este fato com a história de Esaú e Jacó (Romanos 9). E mais: Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos, os meus caminhos, diz o SENHOR. Porque, assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos, mais altos do que os vossos pensamentos (Isaias 55. 8,9, ARC). Então, às vezes pode parecer que nos encontramos diante de um conflito: quando resulta diferente do que se pretendeu, do que se pediu a Deus, é ‘colheita’ do que se semeou, é fruto da soberania sábia de Deus, as duas coisas, ou nenhuma das duas? Pelo ensino da Escritura Divina, podemos admitir até uma das três primeiras hipóteses; nunca, porém, a última. E mais: “…o coração do sábio conhece o tempo e o modo” (Eclesiastes 8.5, ARA), porque, quem guarda a Sua Palavra não teme quando tudo resulta diferente; não se exaspera com Deus, não se exaspera com o semelhante, não se exaspera consigo próprio e, ainda por cima, “não experimenta nenhum mal” (ainda Ec 8.5); isto não significa que nada lhe ocorra diferente do previsto, do supostamente prometido, nem que não lhe ocorram desditas. Antes, significa que tudo quanto se lhe suceder ‘diferente do planejado’ tem um propósito divino para bem, e não para mal. Por outro lado, quem não guarda a Sua Palavra, e não é submisso ao Senhor, faz mito bem em ponderar nas suas veredas, para buscar o caminho mais excelente.  

A travessia do oceano resultou diferente do esperado? Há diferentes maneiras de reagir. A mais sábia e proveitosa é sempre aquela que leva na vívida lembrança “aquietai-vos, e sabei que Eu sou Deus!” (Salmo 46.10, ARA)

Ao fim, te convido a ouvir um hino, em apresentação feita pelo quarteto The Cathedrals em um grande auditório de Nashville.  Ignore as palmas e apupos, ao final; vale a mensagem do hino, cantado a cappela, por George Younce, Glenn Payne, Wesley Pritchard e Eernie Haase. Se preciso, aproveite a tosca tradução…

LIFE IS A RAILWAY TO HEAVEN (1890) 
A VIDA É [COMO] UMA FERROVIA PARA O CÉU
Letra: Eliza R. Snow (1804-1887) & M. E. Abbey
Música : Charles David Tillman (1861-1943)

Life is like a mountain railroad 
A vida é como uma ferrovia de montanha
With an engineer that’s brave;
Com um maquinista que é valente; 
We must make the run successful,
Somos compelidos a buscar uma jornada de sucesso
From the cradle to the grave;
Desde o berço até à tumba;  
Watch the curves, the hills and tunnels
Observe as curvas, as montanhas e os túneis
Never falter, never fail;
Nunca hesitando, nem falhando;
Keep your hand upon the throttle,
Mantenha sua mão sobre a manete, 
And your eye upon the rail. 
E seu olho sobre a estrada. 
 
        Blessed Savior, Thou will guide us
        Bendito Senhor, Tu nos guiarás  
        Till we reach that blissful shore
        Até que alcancemos aquela praia bem-aventurada
        Where the angels wait to join us
        Onde os anjos aguardam para juntar-se a nós
        In Thy praise, forevermore !
        Em louvor a Ti, para todo o sempre!
 
As you roll across the trestle,
À medida que você avança sobre os trilhos, 
Spanning Jordan’s swelling tide,
Atravessando o Jordão que transborda suas margens  
You behold the Union Depot
Você se depara com a Estação da União [uma associação de idéias com as estações da ferrovia] 
Into which your train will glide;
Para dentro do qual seu trem deslizará;
There you’ll meet the Sup’rintendent,
Lá você vai se encontrar com o Superintendente [da metafórica ferrovia]
God, the Father, God, the Son,
Deus, o Pai, Deus, o Filho
Will extend the hands will greet you
Há de estender-te as mãos com as quais vai saudar tua chegada
“Weary Pilgrim, welcome home.” 
"Peregrino fatigado, seja 'bem-vindo' em casa!"

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Boa semana, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 187: “VALE”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 18 de Janeiro de 2015

No Ocidente, os entorpecentes começaram a suplantar o álcool, como produto de consumo psicotrópico, já no século XIX. No Oriente, plantas como a maconha e o ópio são consumidas há séculos. O século XX marcou a disseminação das drogas em escala mundial astronômica; a cocaína passou a ter um comércio espantoso. Já o início do século passado ficou conhecido com sua primeira “epidemia tóxica”, algo que teve certo declínio temporário durante as grandes guerras, para depois voltar com muito maior força. E em 1971, o ex-presidente norte-americano Richard Nixon declarou que as drogas seriam o inimigo público número 1 do país. Quanto ao Brasil, o mundo o vê como um país atrasado neste setor, concentrando a frágil política em combate, com pouca ação em prevenção e instrução. Como resultado, aloja uma cultura de relativização, irrelevância e banalização do problema. No extremo oposto, há países em que o tráfico de entorpecentes é tratado como crime da mais alta gravidade, passível até de pena de morte.

É o caso da Indonésia, país asiático que está no noticiário, por causa do avião da Air Asia que está sob operação de resgate; tráfico de drogas, ali, é punido com pena de morte. Neste final de semana, o brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, de 53 anos, foi executado na ilha indonésia de Nusakambangan, com pena de morte por fuzilamento. Marco era instrutor de vôo livre, e foi detido na entrada no país, após os aparelhos de RX do aeroporto detectarem 13 kg de cocaína nos tubos de sua asa delta. Familiares de Marco viveram quase o mesmo drama do brasileiro, desde que souberam já definida a data da execução: uma intensa batalha pelo livramento dele. Até o papa romano foi procurado, para interceder junto às autoridades indonésias. A presidente Dilma dirigiu apelo em vão ao colega asiático. Horas de sono das últimas noites, lá e cá, foram literalmente perdidas. O drama de Marco foi acentuado com um vídeo, tornado mundialmente público:

– Eu não mereço morrer deste jeito!, disse ele, propondo-se a lançar uma cruzada pela conscientização de jovens, contra o uso de drogas. Nada adiantou. Suas últimas horas devem ter sido uma verdadeira tortura, a menos que tenha se encontrado ‘pessoalmente’ com aquEle (o único) que faz mansa, suave e tranquila a passagem para a outra existência.

O salmista bíblico fala do “vale da sombra da morte” – “Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal nenhum, porque Tu estás comigo, a Tua vara e o Teu cajado me consolam” (Salmo 23.4, ACRF). O vale da sombra é a iminência da morte, mas não significa, ainda, sua certeza. Em figura geográfica, a ladeira abaixo de Jerusalém a Jericó seria uma ilustração de lembrança constante; são apenas 24 quilômetros para descer da altitude de 760 metros a 240 metros abaixo do nível do mar. Era uma estrada perigosa, em muitos trechos escura, e constantemente sujeita a riscos e assaltos (ideal para a parábola do Bom Samaritano). Mas, quando a certeza da transição se avoluma, a “sombra” cede lugar, no vale, às trevas completas. É nessa hora que mais vale a melhor companhia: Todavia, estou sempre contigo, tu me seguras pela minha mão direita. Tu me guias com o teu conselho e depois me recebes na glória. (Salmo 73.23,24, ARA).

De um jeito ou de outro, o “vale” é lugar, com estrada pela qual todos temos de passar. Como na estrada entre Jericó e Jerusalém, há os que descem e há os que sobem. Os que descem, descem AO vale; os que sobem, sobem DO vale. Os primeiros, enfrentam a estrada sem a segurança retratada acima, pelo salmista; os que a têm, desfrutam da mão robusta e ao mesmo tempo terna do Salvador, a ajudar-lhes a ‘transpor o rio’. Estes não temem a morte (a propósito, vide o testemunho ocorrido num lugar próximo de onde foi o brasileiro executado, na mensagem “JOY”, de “Arautos de Vida” – https://www.efrata.net.br/mod/page/view.php?id=170). Oque ocorre é que o Divino Redentor se coloca junto (até carregando) os que andam em sua companhia, nesse momento extremo. Que certeza rica de diferencial, que segurança cheia de sólida esperança, a da transição da morte nas mãos do Eterno Filho de Deus! Só existe um jeito de aquilatar o valor: tendo-a, usufruindo-a, cultivando-a! Não importa a forma da passagem: é algo que produz o mesmo resultado. É esta a sua esperança?

Nossa mensagem musical de hoje é extremamente significativa, a propósito. Trata-se do mesmo compositor do hino "Manso e Suave, eis Jesus nos chamando", que foi um pedido especial de Dwight Lyman Moody, perto da morte, ao autor.  O autor compôs este hino ainda relativamente jovem – 32 anos de idade. Mas, também ele viveu o grande incêndio de Chicago de 1872, que tantas vidas ceifou (mais de trezentas, fora os mutilados). A expectativa da transposição do rio, do encontro com seu Mestre, falava sempre forte ao seu coração, desde então. 

LEAD ME GENTLY HOME, FATHER (1879) 
Leva-me Ternamente Prá Casa, Pai 
Will Lamartine Thompson (1847-1909)

Lead me gently home, Father, lead me gently home, Father !
Leva-me ternamente prá casa, Pai, leva-me ternamente prá casa, Pai! 
Lest I fall upon Your wayside, lead me gently home!
Para que eu não caia andando ao teu lado, Pai, leva-me ternamente prá casa!

1. Lead me gently home, Father, lead me gently home!
Leva-me ternamente prá casa, Pai, leva-me ternamente prá casa!
When life's toils are ended, and parting days have come,
Quando as labutas da vida terminarem, e os dias da partida chegarem,
Sin no more shall tempt me, ne'er from You  I'll roam,
Pecado já não mais tentar-me-á, nunca me apartarei de Ti
If You'll only lead me, Father, lead me gently home.
Se apenas me conduzires, Pai, leva-me ternamente prá casa.

2.Lead me gently home, Father, lead me gently home !
Leva-me ternamente prá casa, Pai, leva-me ternamente prá casa!
In temptations hour, Father, when so trials come…
Na hora das tentações, Pai, quando tantas provações chegarem… 
Oh! Beneath You keep me, take me as Your own
Oh! Sob Ti guarda-me, toma-me como um dos teus 
For I cannot live without You, leave me gently home!
Pois eu não posso viver sem Ti, leva-me ternamente prá casa! 

3.[Verso não cantado] Lead me gently home, Father, lead me gently home !
Leva-me ternamente prá casa, Pai, leva-me ternamente prá casa!
In life's darkest hours, Father, when life's troubles come,
Nas horas mais escuras da vida, Pai, quando os apertos da vida chegarem 
Keep my feet from wand'ring, lest from You I roam,
Guarda meus pés de vaguearem, para que não me aparte de Ti
Lest I fall upon the wayside, lead me gently home!
Para que eu não caia andando ao teu lado, Pai, leva-me ternamente prá casa!

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Boa semana, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
Ulisses

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N° 186 : “VAI TUDO BEM?”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 11 de Janeiro de 2015

Numa entrevista, perguntaram ao famoso artista brasileiro:

– Já vão ficando famosas as histórias de palhaços que fazem todo mundo rir, e que, lá por trás, na vida real, carregam grandes tristezas; é verdade?
– No meu caso, não poderia ser mais verdadeiro. Tínhamos acabado e montar o circo numa cidade paulista. Minha mãe, meu irmão e eu ficamos ajudando nos trabalhos para o primeiro espetáculo; meu pai deu uma saída e sofreu um acidente fatal instantaneamente. Perguntei à minha mãe – E agora? E decidimos que tínhamos que cumprir a agenda. Eu e meu irmão éramos palhaços, naquele dia. E assim foi: enquanto, por trás da máscara de palhaço, fazíamos o público rir, quando voltávamos atrás do picadeiro estávamos lá, velando nosso pai.  

Que coisa! Um dos mais famosos palhaços brasileiros foi o Arrelia (Waldemar Seyssel, 1905-2005). Foi ele quem tornou célebre, repetindo junto ao público, em cada espetáculo, a marchinha:– Como vai, como vai, como vai? Como vai, como vai, vai, vai? – Muito bem, muito bem, muito bem! Muito bem, bererém, bem bem!  Dizem que Waldemar chegou a confidenciar a alguns quantas vezes tinha o coração dilacerado, enquanto o Arrelia, na sua pele, fazia rir.  

A nossa vida não é tão diferente. Ela pode retratar diferentes reações, diante de uma simples pergunta, como – Como vai? E, mesmo sendo uma pergunta simples, exige discernimento para ser feita: Coisa desconcertante é chegar num hospital, para uma visita, e perguntar – Como vai?…  

Nos encontros cotidianos, uma reação não muito rara é a de quem só espera uma pergunta desse tipo, para começar a derramar suas lamúrias. Nem vale a pena perguntar. Começa, se estende, como se ninguém mais sofresse. Se fazemos menção de seguir adiante, apontando que o tempo avança, ainda diz…– Espere! Não terminei ainda… A própria vida lhes é a melhor chance de murmurar…   Há uma outra reação curiosa –  a daqueles que perguntam, mas querem mesmo é uma chance de falar de si.  Quando se lhes faz a pergunta – Como vai – seja qual for a resposta, não estão muito interessados nela, porque não são bons de ouvidos; são bons de boca. Estão interessados na primeira chance que lhes for dada para interromper e começar a falar de si. 

Há, porém, uma reação incomum. Fazemos a protocolar pergunta:
– Como vai? E a resposta pode ser, ou não, também protocolar:– Tudo bem! Ou… Tudo em paz!

Se for apenas protocolar, é porque quem responde não quer conversa. Mas, se não for (e é preciso certa astúcia investigativa para discernir), trata-se, por certo, de uma virtude altaneira, virtuosa. Diante da resposta, melhor seria acrescer – Tudo em paz, como? Se houvesse tempo para parar, e dizer como realmente vão as coisas, a pessoa que pergunta ainda diria:- E você ainda diz – tudo bem – ou – tudo em paz? 

Assim foi com a mulher sunamita, que hospedou o profeta Eliseu. A história se encontra no ‘livro’ bíblico de II Reis, capítulo 4. Ela não tinha filhos; seu esposo já não era capaz de proporcionar-lhe uma gestação. O profeta quis retribuir-lhe pela fidalguia da hospedagem; sob a condução divina, prognosticou-lhe um filho para dali um ano. Mas, nascido o menino (alegria da sua mãe e do seu pai), eis que ele um dia veio a falecer subitamente. E a mulher foi em busca do “homem de Deus”, que era o profeta Eliseu, que estava no Monte Carmelo. Aparentemente, Eliseu pressentiu que algo estava mal, mas não sabia o que era (o Senhor lho encobriu). A mando de Eliseu, seu discípulo e auxiliar Geazi foi acionado, para encontrá-la, ainda no caminho: “Vai bem contigo? Vai bem com teu marido? Vai bem com o teu filho?  Ela respondeu: tudo bem!”  (II Reis 4. 26, ARA). Sua resposta foi equivalente a – Está tudo em paz! Muito parecida com o título do hino que lastreia a mensagem Nº 140 – “Paz?… Que Paz?”, hino de autoria de Horatius Gates Spafford (1828-1888); ver em https://www.efrata.net.br/no-140-paz-que-paz/

O filho daquela mulher de fé e piedade estava morto sobre uma cama, em casa, desde poucas horas antes, e ela dizendo: Está tudo em paz! Lá por dentro, o coração de mãe bem sabia o tamanho da dor. Pois bem! Uma coisa posso dizer: é possível que, da próxima vez que eu perguntar a alguém – Vai tudo bem? A resposta não me mostre toda a verdade. Duas até, posso dizer: Talvez seja possível penetrar um pouco mais naquele mundo fechado, se eu quiser ser verdadeiramente solidário, e não meramente protocolar. Na verdade, são três coisas que posso dizer: ainda que aquele mundo me fique oculto, tal qual o mundo fechado do protagonista que se traja de palhaço, escondido atrás de sua máscara de fazer rir, não está fechado para aquEle que sonda e conhece cada coração; aquEle, em quem podemos nos refugiar a qualquer tempo; aquEle que não se limita a tratar conosco  de modo protocolar.

Se tratarmos com Ele, igualmente de modo não protocolar, experimentaremos quão valioso é o Seu braço, a Sua força, o Seu consolo! Mesmo que a nossa face, externamente, mostre o comum do dia-a-dia, escondendo o esmorecimento de espírito, ainda assim, é Ele o único refúgio! Assim o salmista se expressou: “Ao SENHOR ergo a minha voz e clamo, com a minha voz suplico ao SENHOR. Derramo perante ele a minha queixa, à Sua presença exponho a minha tribulação. Quando dentro de mim me esmorece o espírito, conheces a minha vereda. No caminho em que ando, me ocultam armadilha. Olha à minha direita e vê, pois não há quem me reconheça, nenhum lugar de refúgio, ninguém que por mim se interesse. A Ti clamo, SENHOR, e digo: Tu és o meu refúgio, o meu quinhão na terra dos viventes. Atende o meu clamor, pois me vejo muito fraco. Livra-me dos meus perseguidores, porque são mais fortes do que eu. Tira a minha alma do cárcere, para que eu dê graças ao Teu nome; os justos me rodearão, quando me fizeres esse bem” (Salmo 142, ARA).

A propósito, um depoimento adicional: “Era 01.30h, madrugada, Setembro de 1980. Era a minha vez: Mary (minha esposa) e eu nos revezávamos para cuidar do Billy (2 anos) e do Davi (apenas um mês de vida). Levantei-me, cuidei deles, e tentei voltar a dormir, mas os problemas dos dias correntes vieram-me à mente;  fugiu-me o sono.  Abri a Bíblia e parei no Salmo 142. Que conforto! Logo, me veio uma melodia… Levantei-me, plena madrugada, fui ao piano, e comecei a escrever a partitura. Além disto, harmonizei as quatro vozes, metrifiquei as estrofes. Olhei pro relógio: 7 da manhã… Com a minha voz, clamo ao Senhor… A Deus, toda a glória! ”

Ouça, aqui, o hino, sob a interpretação do Coral Vozes do Calvário (Campinas, SP), em companhia da Orquestra Filarmônica Messiah.  

Segue a letra, para o caso de ser útil… Mais abaixo, nosso Audio  Player… 

SALMO 142
(COM A MINHA VOZ CLAMO AO SENHOR, 1980)
Verner Geier  

Com a minha voz clamo ao Senhor,
Com a minha voz ao Senhor suplico
Diante d'Ele a queixar-me eu estou,
Diante d'Ele exponho a minha aflição
Quando aqui dentro de mim esmorece o meu espírito,
Tu então conheces minha vereda
Olho à mão direita e vejo: Não há quem me conheça,
Não há ninguém onde me refugiar!…

Com a minha voz clamo ao Senhor,
Com a minha voz ao Senhor suplico
Diante d'Ele a queixar-me eu estou,
Diante d'Ele exponho a minha aflição
Ó Senhor a Ti clamei, pois Tu És o meu refúgio
E o meu tesouro entre os viventes
Vem, atende ao meu clamor, estou muito abatido
Livrar-me vem do forte tentador!…

Com a minha voz clamo ao Senhor,
Com a minha voz ao Senhor suplico
Diante d'Ele a queixar-me eu estou,
Diante d'Ele exponho a minha aflição
Tira-me desta prisão e assim louvarei Teu nome
E então os justos me cercarão
Meu Senhor, eu clamo a Ti: Oh, vem livrar minh'alma
E cantarei que me fizeste bem!

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Boa semana, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
Ulisses 

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
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Nº 012 – “A MENINA DOS OLHOS”

Ministérios EFRATA – Arautos de Vida
Janeiro de 2015

Como vou começar a história da Lúcia, a “Lúcia do Petrônio”? Ela é o ‘arauto de vida’ desta edição. Bem, escolhi uma afirmação sua, muito significativa, para começar. Então, aqui vai uma parte:

– Passar por todos estes procedimentos só foi possível pela misericórdia de Deus. Fui tratada como a menina dos olhos de Deus! Os efeitos colaterais, diante de outros que compartilhavam a dor, foram imunizados…

Lúcia conheceu Petrônio em 1990. Ele havia saído de Vazante, Minas Gerais, antes de plenitude da mocidade, para tentar a vida na capital mineira. Um dia, porém, quando as férias dele o levaram de volta a Vazante, algo mudaria o curso da vida. Dona Maria, a mãe do Petrônio, já se tinha tornado amiga de Lúcia; aliás, da família… E, como toda mãe que preza o filho, falava dele. Ah, sim, falava mesmo; “era o orgulho da mãe”. Mas, naquele ano de 1990, alguém os apresentou. Então, ein?! Esse era tão propagado filho da Dona Maria, de quem tanto já tinha ouvido falar?… Já dá prá imaginar no que resultou aquela apresentação, não? Pouco mais de quatro anos de namoro e noivado, e casaram-se em 18 de Março de 1995. Vieram morar em Belo Horizonte.Todo casal normal almeja filhos; Lúcia e Petrônio não seriam diferentes, porque ambos queriam, pelo menos o primeiro. Eles queriam, e muito, mas… Deus não quis! A severa endometriose da Lúcia, que a levou a três cirurgias (a última, um tanto agressiva), não possibilitou gestação. Oito anos de tratamento, até chegarem a um pit stop da estrada da vida:

– A condição física, emocional e financeira nos fez repensar e entender que Deus tinha propósitos maiores em nossa vida, além de filhos…

Lúcia tem sido uma mulher de fé verdadeira, consciente e bem estribada em Deus; e isto lhe tem sido vital. Além disto, quão importante sempre partilhar a (e da) mesma fé com o esposo.

– Pude receber todo carinho, compreensão, apoio e orações me encorajando sempre. Deus nunca permitiu que eu ficasse deprimida; deu graça e consolo para cada dia. Mas, a história prossegue e, com ela, mais algumas novidades que o ‘tempo’ tinha de trazer… Em fins de 2012, Lúcia descobriu que ‘as provas’ da endometriose não eram ‘provas finais’… A mamografia deixara o mastologista preocupado. Só ele? Claro que não: imagine a Lúcia, e o Petrônio. A ressonância magnética foi acompanhada de gentilezas fora do comum por parte da equipe, pensou ela. A imaginação já abrigava pensamentos mais inquietantes; muito mais. Enquanto isso, Lúcia orava a Deus. Com o passar do tempo, com o aprofundamento dos exames, e com a face mais grave do médico, a oração se transformava em súplicas e em rogos aos céus. E tome Raio X, e tome ultrassom, preparativos, risco cirúrgico…  Era preciso extirpar o corpo estranho, sem ainda se saber se era de natureza maligna ou benigna. Lúcia continuou seus afazeres, seu trabalho, sua vida de comunhão com Deus e, suas orações. Nós, que a víamos com freqüência, nem poderíamos imaginar que, debaixo do ‘véu natural’ daquela face sempre simpática e carinhosa com todos, estava um coração tão apertado. Parecia a sunamita: “Vai tudo bem?” era a pergunta do profeta Eliseu, por intermédio do porta-voz… “Vai tudo bem, tudo em paz!”, respondia a sunamita, ainda que com o coração materno dilacerado pela perda do filho. Assim, a Lúcia…

Cirurgia efetuada, lá vai o “material” para laboratório oncológico. “Foi o tempo mais longo da minha vida, aquela espera”.Chegara a hora da verdade. Ora, a hora da verdade não poderia ser traumática, porque Lúcia conhecia (e conhece) o seu Deus; e o Deus de Lúcia é o Deus de poder (acima dos médicos e dos medicamentos), de livramento (acima das mais difíceis circunstâncias), de cura (mesmo que a ameaça seja a mais cruel). Pronto! Sabe o que aconteceu com o resultado daquela biópsia? Sabe qual foi a resposta divina a todas as orações (ela não estava orando sozinha), as orações daqueles longos dias de espera? “Carcinoma lobular”! Isto mesmo!! Estamos todos sujeitos!!! Crente adoece, assim como adoece o não crente; crente adquire um câncer assim como o adquire um não crente; e crente morre, assim como morre o não crente. “Estamos todos no mesmo barco”, disse o pregador, depois do tsunami asiático. A diferença não está nos fatos externos, mas nos internos (área privativa do coração e da alma). O que viria pela frente? Mais cirurgia (mastectomia), reconstrução mamária, e assim por diante. Pós-cirúrgico difícil – só quem passa sabe: sem posição para sentar, sem posição para dormir. Mas, havia um detalhe, que não foi apenas um detalhe: Havia um Deus presente! Cuidador! Provedor! Confortador!  Entre ela e Petrônio, lembranças de verdades aprendidas, agora elevadas a um significado exponencial: Em tudo somos atribulados, porém não angustiados, perplexos, porém não desanimados (I Co . 4.8, ARA).

E agora? O médico havia dito que, provavelmente, não seria necessária a quimioterapia. Que alívio! Com palavras da própria Lúcia: “Meu mastologista me ligou pedindo para eu ir ao seu consultório. Estava ainda chorando, perguntei-lhe por que deveria ir; ele só me disse que explicaria pessoalmente. Quando cheguei, ele estava com tudo pronto. Disse-me que o oncologista havia conversado com ele sobre meu caso e só havia um jeito de confirmar com certeza a necessidade de passar pela químio. Existe um exame, não disponível no Brasil, que custa mais ou menos R$ 17.000,00; muito difícil de conseguir… Fiquei pensando – este médico tá de brincadeira, ele acha que vou poder fazer isso? Não acreditava que havia me chamado para dar mais uma notícia ruim. Só então falou que estava indo para um congresso nos Estados Unidos, trabalho científico, e deveria levar um caso para apresentar; ele havia decidido que o caso seria o meu, após a conversa com o oncologista. Eu não iria pagar nada; ele só precisava de minha autorização! Autorizei, e fiquei aguardando o resultado por quase um mês; estava muito tranquila e confiante de que não seria necessário o tratamento. Quando recebi a ligação do meu médico dizendo que havia chegado a resposta, fui tomada de um choro tão grande e uma certeza que não tinha dado certo, antes de ir ao consultório… Fui orando o tempo todo, pedindo a Deus para me sustentar e carregar no colo, pois estava sem forças. Ao chegar lá, gozava de uma paz tremenda, não entendia… A resposta que eu não queria ouvir, foi a que veio; tudo ao contrário do que eu pedira a Deus: confirmou um teor de malignidade muito grande (80%) e era necessário passar pela químio. E mais: de todos os casos do Brasil que foram apresentados no congresso (e foram apenas cinco!), só o meu teve tal resultado nocivo”.

Consequência: quimioterapia da mais forte, radioterapia diária, fora mais cinco anos de químio oral. Passar por todos estes procedimentos só foi possível pela misericórdia de Deus. A declaração da Lúcia, transcrita ao início, está incompleta. Agora, vem completa:

– Fui tratada como a menina dos olhos de Deus! Os efeitos colaterais, diante de outros que compartilhavam a dor, foram imunizados. Pude consolar e falar de Cristo em todo período de tratamento com várias amizades. `Guarda-me como a menina dos olhos, esconde-me, à sombra das tuas asas.” (Salmo 17.8, ARA) .

Hoje, Lúcia superou toda aquela fase tenebrosa, e prossegue com a químio oral. Naqueles momentos, não podia faltar a queda do cabelo, dos cílios e das sobrancelhas, baixa defesa orgânica, mal estar cíclico, enfrentar tudo e todos. Diz ela que tudo lhe mostrou, em experiência própria e singular, a fragilidade, a miséria humanas e a total dependência de Deus; pensar no lar celestial, no conforto do eterno porvir, tudo mais que perfeito, sem dor, sem choro, sem câncer Pois Ele conhece a nossa estrutura, e sabe que somos pó. (Salmo 103.14, ARA); E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras cousas passaram (Ap 21.4, ARA). Usufruir da confiança possível somente em Deus, e do descanso disponível somente nEle também… Nutrir a certeza de que Ele está no controle de todas as coisas e tudo faz como Lhe agrada, como diz o cântico baseado no Salmo 115.

– Deus foi sustento e sempre o será para minha vida.  Porque para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente não são para se comparar com a glória por vir a ser revelada em nós. (Rm 8.18, ARA). E Lúcia, ao lado de Petrônio (com quem somará contas, dentro de poucos dias, de vinte anos de convívio agraciado pelo céu) preservou, ainda com mais vigor, sua vida, sua fé, sua comunhão. Mais que isso: Lúcia passou a ser uma cristã muito mais intensamente focada no afã de ensejar que outras pessoas conheçam o mesmo Deus de ação soberana, sábia, superior e independente, mas também de amor, provimento, força, graça, sustentação e misericórdia. Por todo este testemunho, Lúcia Machado, a “Lúcia do Petrônio”, é Arauto de Vida!

Quando Noé soltou a pomba na janela da arca, depois de todo aquele dilúvio que cobriu (e destruiu) a terra (está lá, em Gênesis, entre os capítulos 6 e 9, inclusive), e a pomba trouxe a Noé o raminho de  oliveira no bico, a mensagem era clara, do jeito que Deus tinha dito: o dilúvio não será para sempre… Haverá vida, outra vez, e ainda há esperança! Confira, especialmente em Gênesis, capítulo 8. Concordemente com a nossa mensagem, nosso hino-tema é também mensagem de arautos de vida. Mesmo que o 'dilúvio' seja longo e hostil, não vai chover para sempre; há vida, depois dele… 

Nosso hino temático também fala disto. Na voz suave de Cynthia Clawson…

IT   WON’T    RAIN   ALWAYS…  (1981)
NÃO VAI CHOVER PARA SEMPRE…
Letra : Gloria Gaither (1942…)
Música : Bill Gaither (1936…) & Aaron Wilburn (1950…)

Someone said that in each life:
Alguém disse que em cada vida  
Some rain is bound to fall:
Alguma chuva é fadada a cair
And each one sheds his share of tears:
E cada um entorna seu tanto de lágrimas
And trouble troubles us all:
E problemas afetam a todos nós
But, the hurt can't hurt forever:
Mas, a dor não pode ferir para sempre
And the tears are sure to dry…:
E as lágrimas por certo hão de se estancar… 

And it won't rain always:
E não há de chover para sempre
The clouds will soon be gone:

As nuvens logo se dissiparão
The sun that they've been hiding:
O sol que elas têm ocultado
Has been there all along…:
Tem estado lá, em todo o tempo…
And it won't rain always:
E não há de chover para sempre
God's promises are true!:
As promessas de Deus são reais
The sun's gonna shine in His own good time:
O sol há de brilhar no tempo próprio Dele [Deus]
And He’s gonna see you through!…:
E Ele vela por ti…
The sun's gonna shine in God's own good time:
O sol há de brilhar no tempo próprio Dele [Deus]
And He will see you through!…:

E Ele há de velar por ti! …

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Abraços
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
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N° 185 : “NOVO ANO, NOVOS AUMENTOS…”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 04 de Janeiro de 2015

Já virou rotina: todo Ano Novo já vem com expectativas de aumentos… No setor trabalhista, o aumento já não é mais expectativa: sobe 8,84% o Salário Mínimo nacional; no setor energético, a expectativa é muito preocupante, principalmente devido à crise de suprimento hídrico no sudeste brasileiro: os aumentos podem estarrecer consumidores, ficando entre 20% e 30%; no entanto, a crise hídrica até ajuda a construção de argumentos pelos aumentos, pois estes aconteceriam (e assustariam) com ou sem a crise. Aliás, a crise hídrica também promete aumentos significativos no fornecimento do líquido precioso, até como forma de conter o consumo; há pais que passaram a ser mais rigorosos na fiscalização da duração do banho – “máximo de seis minutos para cada banho” – decretou um que conheço. 

Ainda falando em setor energético, combustíveis prometem aumentos de 15% nas refinarias e pelo menos 10% nas bombas. Nos transportes, os aumentos são variados: 9% aqui, 13% ali, 16,5% acolá, e assim vão indo, mesmo antes dos combustíveis subirem o que subirão. No setor de saúde, os planos diversos, que tiveram aumentos de “apenas” 9,65% em 2014, esperam, por parte do governo, uma autorização de incremento mais possante em 2015. E assim vão indo, de caso em caso, as expectativas. Dizem vários especialistas que a ocorrência de ano eleitoral amplo, em 2014, acabou por restringir diversas necessárias recomposições de preços, para não prejudicar candidatos à reeleição, ‘empurrando’ tudo para 2015. Infelizmente, as expectativas que se publicam para o novo ano não são das mais animadoras.  

Entretanto, nem todo aumento que se pode prever para 2015 é de ordem negativa. Há aumentos que, vindo a ocorrer no novo ano, podem trazer benefícios imensos.  Calma! Não se trata (ainda não) de um caso de senilidade explícita o registro que você está lendo aqui… É isto mesmo que eu disse: há aumentos que se podem prever, para 2015, que podem trazer enormes benefícios, tanto pessoais quanto coletivos. E, até sou capaz de mencionar alguns exemplos. Vamos a eles, pois…

Um primeiro exemplo de aumento benéfico, para 2015, é o do exercício das virtudes! Mas, só se for das virtudes prescritas pelo Criador. Numa época em que a carência de virtudes vai se tornando tão latente, com tantos prejuízos evidentes, um ‘aumento’ de apenas 10% do exercício da virtudes já faria uma diferença enorme; que dizer, então, se o ‘aumento’ alcançar taxas maiores? ‘Taí um caso em que, quanto maior a taxa de aumento, maior o benefício. Contrariar o histórico diagnóstico de Rui Barbosa (vero, por sinal) seria de incalculável benefício para a geração de 2015. A propósito, disse o ínclito jurista: De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantar-se o poder nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto. Pois bem! Até a Bíblia prevê esta sina indômita – “Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos; porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela" (II Timóteo 3.1-5, ARC). Logo, numa época de escasseamento das virtudes, qualquer empreendimento que promova seu aumento será altamente saudável.

Outro aumento altamente benéfico para o ano que se inicia é o de ‘autarkia’. Bem! Essa palavra não existe no nosso vocabulário; existe “autarquia”, que dela deriva, mas esta tem significado ligeiramente diverso do que quero empregar. O significado que quero empregar é o de Filipenses 4.11 : “pois tenho aprendido a ser auto-suficiente seja como for” (minha tradução livre). A palavra para “auto-suficiente” (relativo a ‘autarkia’, que algumas traduções citam como contentamento) significa isto: sinto-me satisfeito (‘auto-suficiente’) com o que tenho! Não se trata do senso arrogante de não depender de ninguém; antes, significa ser grato a Deus pelo que tenho, e sentir-me sob a condição de suficiência, sem ficar continuamente ambicionando o que Deus ainda não aprouve me acrescentar. O segredo do entendimento dessa ‘autarkia’  está logo adiante: Tudo posso naquEle que me conforta” (Fp 4.13, BCF).

Outro aumento que fará muito bem, no novo ano: fé! Jesus questionou, em tom de vaticínio: “Contudo, quando vier o Filho do Homem, achará, porventura, fé na terra?” (Lucas 18.8, ARA). O tipo de fé de que falava o Verbo divino era específico. Fé em Deus, traduzida em fé no Seu Unigênito Filho, com lastro na certeza redentiva, construída na Sua Palavra. Os olhares humanos estão cada vez mais materialistas, cada vez mais consumistas, cada vez mais hedonistas (a característica dos que concentram interesses nos prazeres, nos entretenimentos e nas sensações). Reportagem que vi, por estes dias, mostra o universo de estudantes da faixa teen: chega o intervalo ou o fim das aulas, e os olhares estão avidamente concentrados nas telinhas dos aparelhinhos em suas mãos, que herdaram o nome de ‘celulares’, enquanto aumenta a rejeição e a indolência pelos livros. Parece que revivemos os dias de Cícero (106 a.C.-43 a.C.) – O tempora, o mores! (exclamação constante do texto Primeira Oração Contra [Lucius Sergius] Catilina, a primeira “catilinária”; a expressão significa “que tempos, que costumes!”).

O novo ano é propício: ao contrário da ‘enxurrada’ de aumentos que apontam para um ano mais difícil, e que repugnam pela sua natureza, há certos aumentos que valem a pena! Que tal que nós os agendemos para o novo ano?

Na mensagem musical de hoje, o Grupo Prisma, cujas interpretações tantas vezes se assemelharam às do grupo Heritage Singers, interpreta canção vertida do inglês; o coração devoto do autor se revela nas linhas de sua poesia, cuja mensagem, em harmoniosa melodia, conclama para cultivo de autêntico sentido para a vida.

ONLY JESUS CAN SATISFY YOUR SOUL (1965)
SOMENTE JESUS PODE SATISFAZER SUA ALMA
Lanny Wolfe (1942 – …)
   

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Boa semana, Um Novo Ano venturoso, abençoado, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
Ulisses 

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 184 : “NOVO ANO! NOVA CHANCE!”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 28 de Dezembro de 2014

A “arca de Noé” está na Indonésia; mais precisamente, na cidade costeira de Banda Aceh. Desde 26 de setembro de 2004, está sobre o telhado de um sobrado. Bem! Que se explique melhor esta história: Banda Aceh é uma cidade à margem do Oceano Índico na Indonésia, que foi duramente castigada pelo tsunami de 26 de setembro de 2004, o mesmo que ceifou, subitamente, quase 300 mil vidas. Dez anos atrás, no vilarejo de Lampulo, Fauziah Basyariah contou a sua história, logo após o tsunami. Seu marido havia saído de moto para compras. Ela, seus cinco filhos e seus pais sentiram o terremoto; pouco depois, ao verem as águas subindo, correram. Seus pais, idosos, não conseguiram escapar; de seu marido, nunca mais teve notícia. Ela e os filhos, porém, correram até uma casa de dois andares; mas a água subia rapidamente também. Quando estavam no limite do teto, apenas com as cabeças de fora, o filho de 14 anos abriu um buraco pelo telhado; lá estava a “arca de Noé”: um barco, atracado ao telhado, onde mais de 50 pessoas já se amontoavam. Foram segundos preciosos para Fauziah e os filhos transporem o telhado, e na “arca de Noé” subirem. A visão dali era traumática: centenas de casas ruindo com pessoas dentro, sem nada se poder fazer. Mas, as 59 pessoas dentro do barco se salvaram, incluindo aquele remanescente da família Basyariah. Por isto, a embarcação (a única, de um total de 15 em posição semelhante, até hoje preservada sobre o telhado, em Lampula) é reverenciada como a “arca de Noé”. Eis como ela fala do acontecimento: “Estávamos confusos; nunca tínhamos visto algo parecido… Pensei que havia chegado o Dia do Juízo Final… Quando chegamos ao barco, só fazia orar e orar, agradecendo a Deus pelo barco que nos salvou..”. Somente em Aceh, foram 167 mil, da multidão de  vítimas do tsunami. 

História não menos emocionante é a da australiana Jillian Searle. Ela, o marido Brad e os dois filhos – Lachie, de 5, e Blake, de 2 – estavam num resort, na ilha tailandesa de Phuket. Num momento em que Brad subiu ao hotel, veio o tsunami, e Jillian lutava para tentar segurar os dois filhos à tona. O ímpeto da corrente de refluxo desprendeu-lhe os filhos, um para cada lado, e ela teve que escolher a qual socorrer; o instinto materno fez-lhe escolher o mais vulnerável, o mais novo, enquanto o marido a tudo assistia, aterrorizado, da sacada de seu andar. Baixadas as águas, Blake estava com ela e Brad; mas, Lachie certamente não teria sobrevivido. Duas horas depois, a guarda costeira o encontrou flutuando no oceano, agarrado a uma porta de madeira, apenas com a cabeça fora d’água, trazendo-o para reunir-se à família.

E assim, quantas são as histórias de um evento mundialmente marcante; umas, mais ou menos traumáticas que outras. Terceira e última história que vou contar: Naquele dia, ouviu-se um estrondo no céu, muito mais potente que o do terremoto asiático de 2004, embora se assemelhasse a muitos terremotos, nos cinco continentes e nos cinco mares, ao mesmo tempo… A impressão era de que não havia um único vulcão no planeta, ativo ou extinto, que não estivesse a vomitar… Ao contrário do que pensou a Fauziah Basyariah, julgando que as águas daquele tsunami fossem o “Dia do Juízo Final”, o fenômeno era um tanto diferente – o agente predominante era fogo. O universo atingido não correspondeu a apenas parte da população do planeta; correspondeu ao planeta inteiro. E, de lá de cima, um ser com aparência celestial, acompanhado por hostes angelicais inumeráveis, viu-se descendo ao mundo, para chamá-lo à presença de seu tribunal. Esse sim, o Dia do Juízo Final. Embora os verbos, aqui, estejam conjugados no passado, trata-se de figura retórica: o evento é [brevemente] futuro. Em todo o 2014, não poucas mensagens desta série apontaram para o evento vindouro; mas, por certo muitos não lhe dão, ainda, a devida importância. Próximo de findar-se o ano, parece iminente a conveniência de repetir o aviso em 2015. Isto, porque a vizinhança do novo ano evidencia que o evento global já profetizado parece fadado a não se cumprir no ano que finda (sei lá!)…

Uma coisa é certa: se, com todos os avisos até aqui, cá pelo Ocidente haja quem ainda não se conscientizou da dimensão, da natureza, da ocasião e do propósito do evento (não poucos), lá pelo Oriente já existe lembrança testemunhal suficiente para advertir e ilustrar. “Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até no ocidente, assim há de ser a vinda do Filho do Homem. Logo em seguida à tribulação daqueles dias, o sol escurecerá, a lua não dará a sua claridade, as estrelas cairão do firmamento, e os poderes dos céus serão abalados. Então, aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem; todos os povos da terra se lamentarão e verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e muita glória.   E ele enviará os seus anjos, com grande clangor de trombeta, os quais reunirão os seus escolhidos, dos quatro ventos, de uma a outra extremidade dos céus. Mas a respeito daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, senão o Pai. Pois assim como foi nos dias de Noé, também será a vinda do Filho do Homem. Porquanto, assim como nos dias anteriores ao dilúvio comiam e bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e não o perceberam, senão quando veio o dilúvio e os levou a todos, assim será também a vinda do Filho do Homem.” (Mateus 24. 27-30, 36-39, ARA).

Novo ano! Nova chance!

Falando em linguagem poética que se mistura com profética, termino com uma poesia que usa o recurso. Trata-se de tentativa do compositor, a seu modo, de retratar, musicalmente, o auspicioso evento que em breve se descortinará…  Para um descortinamento mais preciso, completo e seguro, recorra à sua Bíblia! A interpretação é dos Heritage Singers… Segue, abaixo, a letra, com tradução, além do nosso Audio Player online.  

THE KING IS COMING (1970)
O Rei Está Para Chegar
William James Gaither (1936-…) 

All the marketplace is empty
O mercado inteiro está vazio
No more traffic in the streets
Não há mais tráfego nas ruas
All the builder's tools are silent

Todas as ferramentas dos construtores silenciaram
No more time to harvest wheat
Não há mais tempo para colher trigo 
Busy housewives cease their labors

Donas-de-casa ocupadas cessaram seus labores
In the courtroom no debate
No tribunal não há mais debate
Work on earth is all suspended

Na terra, todo trabalho está suspenso
As the King comes through the gate!
Pois o Rei está para chegar no portal! 

Coro:
The King is coming, the King is coming
O Rei está para chegar, o Rei está para chegar
I just heard the trumpet sounding

Acabo de ouvir a trombeta soando
And now His face I see
E agora, vejo Sua face 
Oh! The King is coming, the King is coming

Oh! O Rei está para chegar, o Rei está para chegar
Praise God, He's coming for me!

Glória a Deus, Ele está para chegar para mim!
Happy faces line hallways
Rostos alegres se alinham no saguão
Those whose lives have been redeemed
Aqueles cujas vidas foram redimidas
Broken homes that He has mended

Cujas lares Ele remendou
Those from prison He has freed
Aqueles que ele libertou da prisão
Little children and the aged

Criancinhas e idosos 
Hand in hand stand all a-glow
Mãos dadas, postam-se resplandecentes
Who were crippled, broken, ruined

Os quais eram desprovidos, humilhados, arruinados
Now they’re clad in garments white as snow
Agora trajados em vestiduras brancas como neve 

I can hear the chariot's rumble
Posso ouvir o estrondo da carruagem
I can see the marching throng
Posso a ver a multidão a marchar
The fury of God's trumpets

A fúria das trombetas divinas
Spells the end of sin and wrong
Proclamam o fim do pecado e do erro 
Regal rolls are now unfolding

Rolos régios agora se abrem
Heaven's grandstands all in place
Arquibancadas celestais, cada qual no seu lugar 
Heaven's choir is now assembled

Eis que se ajunta o coral celeste
Start to sing 'Amazing Grace'!…
Começando a cantar ‘Preciosa Graça’!… 

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Boa semana, Um Novo Ano venturoso, abençoado, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
Ulisses 

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 183 : “MILIONÁRIO SECRETO”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 21 de Dezembro de 2014

Enquanto no Brasil os programas do tipo reality show nada mais têm a explorar do que o sensualismo explícito das relações dos participantes, no Reino Unido fez grande sucesso um outro tipo de reality show : chama-se The Secret Millionaire (O Milionário Secreto). O primeiro episódio foi ao ar oito anos atrás, numa rede pública de televisão; hoje, o modelo foi ‘copiado’ em outros países de fala inglesa. De que consiste? A produção do seriado seleciona um dos milionários do país para participar de um episódio de vida real; ele (ou ela) deixa sua mansão, sua vida regalada, se infiltra de modo incógnito no meio de um segmento pobre da comunidade, ou de uma entidade, vivendo a vida dela. Ao final de uma semana (ou mais) revela-se, doando uma significante quantia de sua fortuna para beneficiar aquela comunidade ou entidade.

Desse modo, cerca de 70 milionários britânicos já se infiltraram em instituições de idosos, em sociedade de recuperação de químico-dependentes, em grupos de voluntários para assistência comunitária, em clínicas de enfermos desenganados ou terminais, em agências de recolocação em trabalho, e assim por diante. Com isto, certa mãe de uma filha acidentada e paraplégica recebeu ajuda financeira para assistência à filha; um casal em que a esposa é cancerosa, recebeu ajuda para uma sobrevivência mais digna; uma turma de adolescentes, que se reunia algumas noites por semana para evitar as ruas, sob a condução de voluntários da sociedade, recebeu recurso para investir em suas atividades de inserção social; uma entidade de acolhimento de crianças sem pais, privada de recursos governamentais, recebeu recursos para estender sua sobrevivência; e muitos outros casos foram se sucedendo.

Só mesmo vendo a reação das pessoas, com sua incredulidade e surpresa, ao receberem cheques gordos, de milhares de Libras Esterlinas, de uma pessoa que, por sete a quatorze dias antes se passava como mero voluntário comum no seu meio, um colega de serviço voluntário… Um desses milionários não escondeu a dificuldade que teve em enfrentar o cuidado com idosos, com suas necessidades peculiares (inclusive fisiológicas, descontroladas); por exemplo, limpeza de banheiro, ou mesmo limpeza corporal de uma quantidade de idosos que nem mais consegue chegar ao banheiro. Em vários casos, protagonistas acabaram testemunhando a descoberta de um horizonte da existência que, no recôndito de seus gabinetes e mansões, nem tomava parte em suas cogitações; mas, uma ou duas semanas imergindo em um mundo diferente e carente, vivendo como um dos participantes ou assistentes, mudou suas vidas para sempre. Vários deles retornaram àquelas cidades pobres, às instituições carentes, porque suas almas ficaram para sempre ligadas com vidas dependentes, agora familiares.

São episódios muito curiosos. E eu tenho um episódio histórico, factual, ainda muito mais curioso e atraente para retratar. Muito provavelmente não conseguirei atrair uma agência de promoções e eventos, ou uma rede internacional de TV, para retratar a história. Trata-se de um voluntário, “milionário” em certo sentido da palavra (toda a prata e todo o ouro do universo lhe pertencem), que também deixou um palácio (o palácio celestial) para ‘infiltrar-se’ no meio dessa raça degenerada e miserável (a raça humana, caída, pecadora), tornando-se como um de nós; ao final de sua jornada ‘fora de casa’, acabou por deixar muito mais que um cheque gordo aos miseráveis no meio dos quais veio temporariamente viver. Ele simplesmente renunciou ao esplendor de sua glória, para assumir lugar entre nós, natureza tal como a nossa (exceto quanto ao pecado), e propiciar uma conexão definitiva de sua alma com a nossa.  E deixou um prêmio de herança, que vale uma mansão celestial, onde ninguém vai pagar aluguel, e de onde ninguém jamais vai desejar sair. E ele mesmo garante o resgate desse prêmio, ofertado por meio de sua própria vida, quando de sua estada entre nós (foi bem mais que uma semana). Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz. Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai. (Filipenses 2.5-11, ARA).

Neste próximo Natal, daqui alguns dias, te encorajo a pensar nisto: Jesus Cristo, o dono de todas as riquezas eternas da divindade, deixou o lugar celestial de glória, e se ‘infiltrou’ entre nós, como um de nós, para proporcionar um bilhete de passagem para a eternidade paradisíaca do céu – o Seu presente de Natal! Enquanto muitos pensarão em presentes, “muito dinheiro no bolso, saúde pra dar e vender”, pense nisto: há uma única possibilidade de tirar proveito da passagem transitória daquele “milionário secreto” singular (nem tão secreto assim, mas de procedência celestial, divina) neste mundo. E essa oportunidade só é disponível enquanto aqui estamos. Sabe de uma coisa? Sabe qual o verdadeiro significado do Natal? Pensar nos episódios dos “milionários secretos” da tevê inglesa, já trará uma interessante analogia; conhecer a verdadeira história, contada no Livro de Deus, será muito melhor; fazer da vida pessoal o lugar de sua hospedagem e moradia permanente, à semelhança das instituições que receberam o milionário voluntário, será o melhor presente de Natal!   

Majesty, 1980
Jack Williams Hayford (1934-…)

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Boa semana, Feliz Natal, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
Ulisses 

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
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