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Author Archives: efrata

Nº 017 – “DIFERENÇA”

Ministérios EFRATA – Arautos de Vida
Junho de 2015

Em 1972, o Vietnã estava dividido e em guerra. No dia 08 de Junho daquele ano, um piloto, aparentemente confundindo a aldeia de civis com o exército inimigo, despejou bombas napalm sobre Trang Bang. A imagem mais marcante daquele dia, que se ‘eternizou’ na história do conflito, foi a de uma menina de nove anos em fuga, completamente nua, corpo vastamente queimado pelas substâncias inflamáveis das bombas. Kim Phuc Phan Thi estava numa cerimônia religiosa com a família, quando o bombardeio lhes atingiu, matando  familiares seus. O desespero de sua fuga acarretou sua queda ao chão, próxima ao fotógrafo, logo após a captação da foto. Esta foi escolhida a foto do ano, e ganhou o prêmio Pulitzer. Napalm é um tipo de substância inflamável que queima até abaixo da pele, profundamente.

Kim nasceu em 1963, na aldeia de Trang Bang, a norte de Saigon. Kim declarou que, naquele dia, sua vontade era que tivesse morrido, a ter que passar o horror que passou. Foram 14 meses hospitalizada, e 17 cirurgias. “Foi difícil, para mim, carregar todo esse ódio, todos os anos que se seguiram”, disse ela. Mas, Kim seguim a vida, tentando superar os traumas (que não eram poucos). Na juventude, conseguiu chegar à faculdade de medicina. Na biblioteca da faculdade em Ho-Chi-Min (ex-Saigon) ocorreu algo inesperado: Kim, ‘inadvertidamente’, descobriu uma literatura que viria mudar sua vida; era um Novo Testamento bíblico. Kim começou a lê-lo, inicialmente sem muito interesse; à medida, porém, que conhecia a pessoa, a obra e o ensino de Jesus Cristo, inesperadas mudanças e transformações aconteciam em sua vida. Uma das mudanças mais significativas foi a morte paulatina daquele ódio, antes abrigado dentro de si, e que parecia ser para sempre.

"No fundo do meu coração, havia uma incessante interrogação e busca do significado de sofrer tanto como eu sofri, e ainda permanecer viva. Graças a Deus, eu consegui as respostas quando estava aos 19 anos de idade”. Quando Kim descobriu a profundidade e o conforto da Palavra de Deus, não conseguia mais parar de ler. “O amor de Deus mudou minha vida; descobri que Jesus Cristo morreu naquela cruz para pagar por meus pecados; daí, perguntei a Deus – podes perdoar meus pecados?”

Kim veio a casar-se, tendo dois filhos – Thomas, de 18 anos e Stephen, de 15 anos, residindo com todos em Toronto, no Canadá. Eis uma parte do seu relato pessoal: “Depois que me tornei de Cristo, ainda no Vietnã, aprendi a lidar melhor com esses sentimentos. Aprendi a perdoar, amar meus inimigos, como a Bíblia diz. Quanto mais oro pelos meus inimigos, melhor me sinto. Eu aspirava a morte dessas pessoas. Queria que sofressem também. Hoje meu coração está curado. A dor física permanece, mas agora eu me sinto livre. Tenho liberdade, aprendi a perdoar, a seguir em frente, a usar minha experiência para ajudar outros que passam pela mesma dor, física ou emocional. Estou muito feliz por achar um propósito para a minha vida. Hoje posso ver o milagre que foi ser queimada e ainda estar viva. Estou muito agradecida, mas demorou um bom tempo para que eu aprendesse isso”.

Em 1997, Kim criou, juntamente com seu marido, a Kim Foundation International, organização que se dedica a prestar assistência a crianças, vítimas da guerra. Com isto, Kim Phuc descobriu o que significa a afirmação de Jesus Cristo – O Bom Pastor dá a vida pelas suas ovelhas (João 10.11, ARA). Por onde vai, e fala de sua história, Kim afirma: “O napalm é muito potente; mas, a fé, o perdão, e o amor, são ainda mais fortes!”. O que fez diferença na vida de Kim Phuc? Jesus! E o que faz diferença, hoje, depois de ultrapassar mais de quarenta anos após aquele terrível evento?  Jesus! O que Kim espera que fará diferença no restante de sua vida? Jesus! E, finalmente, o que Kim acalenta que fará diferença em sua vida por toda a eternidade? Mais uma vez, Jesus, só Jesus, e ninguém mais do que Jesus!

"E assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram, eis que se fizeram novas(II Coríntios 5.17, ARA). Aí está a nova realidade de vida de Kim Phuc Phan Thi, uma arauta de vida. Um arauto de vida é alguém que, "mesmo passando pelo vale árido, faz dele um manancial" (Salmo 84.6, ARA); sua vida inspira… É o caso de nossa arauto de vida aqui focalizada. 

Quando Noé soltou a pomba na janela da arca, depois de todo aquele dilúvio que cobriu (e destruiu) a terra (está lá, em Gênesis, entre os capítulos 6 e 9, inclusive), e a pomba trouxe a Noé o raminho de  oliveira no bico, a mensagem era clara, do jeito que Deus tinha dito: o dilúvio não será para sempre… Haverá vida, outra vez, e ainda há esperança! Confira, especialmente em Gênesis, capítulo 8. Concordemente com a nossa mensagem, nosso hino-tema é também mensagem de arautos de vida. Mesmo que o 'dilúvio' seja longo e hostil, não vai chover para sempre; há vida, depois dele… 

Nosso hino temático também fala disto. Na voz suave de Cynthia Clawson, ouça a mensagem, com o nosso player online…

IT   WON’T    RAIN   ALWAYS…  (1981)
NÃO VAI CHOVER PARA SEMPRE…
Letra : Gloria Gaither (1942…)
Música : Bill Gaither (1936…) & Aaron Wilburn (1950…)

Someone said that in each life:
Alguém disse que em cada vida  
Some rain is bound to fall:
Alguma chuva é fadada a cair
And each one sheds his share of tears:
E cada um entorna seu tanto de lágrimas
And trouble troubles us all:
E problemas afetam a todos nós
But, the hurt can't hurt forever:
Mas, a dor não pode ferir para sempre
And the tears are sure to dry…:
E as lágrimas por certo hão de se estancar… 

And it won't rain always:
E não há de chover para sempre
The clouds will soon be gone:

As nuvens logo se dissiparão
The sun that they've been hiding:
O sol que elas têm ocultado
Has been there all along…:
Tem estado lá, em todo o tempo…
And it won't rain always:
E não há de chover para sempre
God's promises are true!:
As promessas de Deus são reais
The sun's gonna shine in His own good time:
O sol há de brilhar no tempo próprio Dele [Deus]
And He’s gonna see you through!…:
E Ele vela por ti…
The sun's gonna shine in God's own good time:
O sol há de brilhar no tempo próprio Dele [Deus]
And He will see you through!…:

E Ele há de velar por ti! …

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Abraços
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

Nº 016 – “HAKANI”

Ministérios EFRATA – Arautos de Vida
Maio de 2015

“Hakani”, no idioma da etnia Suruwaha, residente na bacia do Rio Purus da Amazônia brasileira, significa “sorriso”. Mas, para este significado vir a traduzir-se na vida daquela menina, a trajetória foi longa. Hakani tem, hoje, 20 anos de idade, visto que nasceu em data não conhecida do ano de 1995. Entretanto, como é comum, seja entre indígenas ou não, determinadas circunstâncias das uniões conjugais ou da gravidez costumam resultar em filhos com deficiências; é o que se pode esperar de incestos e de ‘casamentos consanguíneos’ próximos, ou da ingestão de ervas impróprias no período de gestação. E eis a história de Hakani: a menina nasceu com déficit motor nos membros inferiores, assim como na função da fala, decorrentes de hipotireoidismo agudo; assim como seu irmão, Niawi. 

Um dia, certa tempestade climática foi entendida pelo provo Suruwaha como manifestação de “maldição dos espíritos maus”, por causa da tolerância dos pais em relação à menina na tribo. A tradição primitiva é que crianças com defeitos tiveram sua alma arrancada pelos espíritos, e não deveriam ter nascido. A lei da tribo (assim como em muitas das mais de duzentas etnias amazônicas) é a condenação à morte de crianças com deficiência; usualmente, a condenação implica em obrigação dos pais de enterrar viva sua criança. De muitas daquelas crianças ouve-se o choro, sob a terra das covas rasas, por uma noite inteira, até morrerem.

Os pais de Hakani – Dihiji e Bujini, se recusaram a faze-lo; antes, preferiram suicidar-se, ingerindo raízes venenosas. A responsabilidade ficou para o avô; este tentou mata-la com uma flechada no coração, mas a flecha atingiu apenas o ombro. Movido de remorso, o avô de Hakani também se suicidou. Coube, então ao irmão mais velho, Arwaji, cumprir o ritual, enterrando viva a menina. Mas o segundo irmão, Bibi, não concordava com aquilo. Não conseguiu salvar Niawi (irmão também deficiente), mas conseguiu salvar Hakani, desenterrando-a ainda com vida. Por isto, teve que pagar o preço, sendo abandonado por toda a tribo, inclusive pelo irmão mais velho.

Por três anos, Bibi cuidou da irmã Hakani, tentando que ela aprendesse a andar; na face dela, o ‘sorriso’ (“Hakani”) lhe fugiu. Por fim, acabou levando-a aos cuidados de um casal, quilômetros rio abaixo. Com 5 anos de idade, Hakani pesava 7 quilogramas, e media apenas 69 centímetros. Esse casal adotou Hakani como se fosse sua própria filha. Alimentou-a, medicou-a e, em um ano, Hakani já estava dando primeiras palavras e passos; seu peso dobrou, e a estatura aumentou bastante. Seu mal foi identificado (hipotireoidismo agudo) e erradicado. Neste ano, Hakani alcançou 20 anos de idade; sua face é alegre e brilhante. Naqueles anos, o sorriso (“Hakani”) voltou aos seus lábios; no restante de sua infância e na sua adolescência, não apenas aprendeu a andar e a falar, como também a dar um testemunho altamente tocante aos que lhe ouvem.  Num evento comovente, encontrou-se novamente com Bibi, que a salvou. Seu testemunho decorre do que aprendeu de Deus, de Seu propósito para a vida, da salvação em Cristo Jesus, da esperança para a vida presente, e da esperança de vida eterna. Aquele casal, que deixou sua terra natal para viver próximo aos Suruwaha por mais de 20 anos, foi o principal instrumento para mostrar àquela garota, hoje uma jovem alegre, que há, sim, esperança para a vida; principalmente, quando essa esperança é movida e nutrida pela Palavra de Deus, que eles conheciam e conhecem.

Infelizmente, há até entre autoridades constituídas quem pense que a tradição indígena precisa ser respeitada, mesmo que tal tradição resulte em resultados tão nefastos e horrendos, como o infanticídio e o suicídio de adultos. Houve quem dissesse que “a Declaração Universal dos Direitos Humanos não se aplica aos povos indígenas”. Para não poucos que se lembram dessa infeliz declaração, isto equivale a dizer que povos indígenas não se enquadram no mesmo patamar que os demais seres humanos.

O testemunho de Hakani faz lembrar um outro, muito importante na história. Não pertence a uma criança – pertence a um adulto; não pertence a um nativo das selvas – pertence a um homem muito letrado nas ciências mais evoluídas do seu próprio tempo; não pertence a um praticante de religião primitiva – pertence a alguém que, dantes, pertencera a uma das religiões mais respeitadas da época (a ponto de Alexandre, o Grande, imperador e conquistador helênico, poupa-la em suas conquistas mundiais); trata-se de Paulo, antes Saulo de Tarso: Dando graças a Deus Pai, que nos fez dignos de participar da sorte dos santos em luz; que nos livrou do poder das trevas, e nos transferiu para o reino de Seu Filho muito amado” (Col 1.12,13). Para ele, sua procedência, status e passado não o deixavam e posição de vantagem quanto a qualquer nativo, no tocante ao binômio “império das trevas”  versus “Reino do Filho do amor de Deus”. 

Hakani é um testemunho vivo de que há esperança, há vida, depois da tormenta, depois do “dilúvio”… Não são precisos muitos ingredientes para alimentar tal esperança: apenas um pouco de amor e sentimento fraterno (que emana de Deus Rm 5.5), um pouco de esclarecimento genuíno (a Palavra de Deus, tem ‘de sobra’, suficiente), um pouco de determinação para colocar boas intenções em prática.   

Quando Noé soltou a pomba na janela da arca, depois de todo aquele dilúvio que cobriu (e destruiu) a terra (está lá, em Gênesis, entre os capítulos 6 e 9, inclusive), e a pomba trouxe a Noé o raminho de  oliveira no bico, a mensagem era clara, do jeito que Deus tinha dito: o dilúvio não será para sempre… Haverá vida, outra vez, e ainda há esperança! Confira, especialmente em Gênesis, capítulo 8. Concordemente com a nossa mensagem, nosso hino-tema é também mensagem de arautos de vida. Mesmo que o 'dilúvio' seja longo e hostil, não vai chover para sempre; há vida, depois dele… 

Nosso hino temático também fala disto. Na voz suave de Cynthia Clawson, ouça a mensagem, com o nosso player online…

IT   WON’T    RAIN   ALWAYS…  (1981)
NÃO VAI CHOVER PARA SEMPRE…
Letra : Gloria Gaither (1942…)
Música : Bill Gaither (1936…) & Aaron Wilburn (1950…)

Someone said that in each life:
Alguém disse que em cada vida  
Some rain is bound to fall:
Alguma chuva é fadada a cair
And each one sheds his share of tears:
E cada um entorna seu tanto de lágrimas
And trouble troubles us all:
E problemas afetam a todos nós
But, the hurt can't hurt forever:
Mas, a dor não pode ferir para sempre
And the tears are sure to dry…:
E as lágrimas por certo hão de se estancar… 

And it won't rain always:
E não há de chover para sempre
The clouds will soon be gone:

As nuvens logo se dissiparão
The sun that they've been hiding:
O sol que elas têm ocultado
Has been there all along…:
Tem estado lá, em todo o tempo…
And it won't rain always:
E não há de chover para sempre
God's promises are true!:
As promessas de Deus são reais
The sun's gonna shine in His own good time:
O sol há de brilhar no tempo próprio Dele [Deus]
And He’s gonna see you through!…:
E Ele vela por ti…
The sun's gonna shine in God's own good time:
O sol há de brilhar no tempo próprio Dele [Deus]
And He will see you through!…:

E Ele há de velar por ti! …

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Abraços
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
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NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 206 : “ALERTA”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 31 de Maio de 2015

Reproduzo, aqui, afirmações recentes, atribuídas ao ex-presidente brasileiro, Luís Inácio Lula da Silva, quando discursava a sindicalistas no auditório de um hotel em São Paulo; a transcrição é tirada de um dos mais prestigiados veículos de imprensa do país, o jornal paulista O Estadão, em matéria assinada pelos repórteres Ricardo Galhardo e Carla Araújo, dentro de um contexto que foi interpretado como sugestão aos sindicalistas para imitar o método de supostos pastores: “Os pastores evangélicos jogam a culpa em cima do diabo. Acho fantástico isso. Você está doente é o diabo, tomou um tombo é o diabo, roubaram seu carro é o diabo… Eu acho legal (culpar o diabo) porque é direto. Não tem investigação. É direto. O culpado está ali. É a teoria do domínio do fato”. Depois, afirma o jornal, ainda sugeriu a solução adotada por tais pastores: “E a solução também está ali. É Deus. Pague seu dízimo que Jesus te salvará” (sic, fontehttps://br.noticias.yahoo.com/lula-ironiza-pastores-evang%C3%A9licos-palestra-125600074.html).

Será verdade? Bem, no mínimo, a tomar-se como verídico o teor da reportagem, pode-se apontar alguns erros e equívocos flagrantes do discurso. Apenas alguns, mais notórios: Primeiro, o da generalização. Se há “pastores” que adotam tais expedientes, é correto dizer que não fazem jus ao título…  Desde os dias dos antigos profetas, o próprio Deus adverte contra os pastores insanos e indignos“Meu povo tem sido ovelhas perdidas; seus pastores as desencaminharam e as fizeram perambular pelos montes. Elas vaguearam por montanhas e colinas e se esqueceram de seu próprio curral” (Jeremias 50:6, NVI).  Por outro lado, enfaticamente admoesta contra o juízo temerário: “Não julgueis, para que não sejais julgados”(Jo 7.24,  ARA);  “portanto, nada julgueis antes do tempo, até que venha o Senhor, o qual não somente trará à plena luz as coisas ocultas das trevas, mas também manifestará os desígnios dos corações; e, então, cada um receberá o seu louvor da parte de Deus” (I Cor 4.5, ARA).

Segundo, o de usar a retórica num contexto em que se pretende lançar também Deus (e Jesus, Seu Filho) debaixo da pilhéria. Eis a recomendação divina: “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará” (Gálatas 6.7, ACF ). Se há uma coisa que todo ser humano deveria, enfaticamente, evitar, para o bem de sua própria saúde, é escarnecer de Deus. O Terceiro Mandamento do Decálogo bíblico já proíbe, sem meias palavras, fazer uso vão do nome de Deus; quanto mais, o uso jocoso. 

Terceiro, o da hipótese de presunção de verdade. Por exemplo: de onde alguém poderia tirar que pagar dízimo garante salvação, se a Palavra de Deus diz inteiramente o contrário? “Porque pela graça é que sois salvos, mediante a fé, e isto não vem de vós, porque é um dom de Deus. Não vem das nossas obras, para que ninguém se glorie” (Efésios 2.8,9, BCF).

Quarto, o da ironia inoportuna com coisas sérias. Para este ponto, é extremamente útil atentar às palavras escritas por Salomão, mas procedentes de Deus: “Até quando, ó néscios, amareis a necedade? E vós, escarnecedores, desejareis o escárnio? E vós, loucos, aborrecereis o conhecimento? Convertei-vos pela minha repreensão; eis que abundantemente derramarei sobre vós meu espírito e vos farei saber as minhas palavras. Mas, porque clamei, e vós recusastes; porque estendi a minha mão, e não houve quem desse atenção; antes, rejeitastes todo o meu conselho e não quisestes a minha repreensão; também eu me rirei na vossa perdição e zombarei, vindo o vosso temor, vindo como assolação o vosso temor, e vindo a vossa perdição como tormenta, sobrevindo-vos aperto e angústia. Então, a mim clamarão, mas eu não responderei; de madrugada me buscarão, mas não me acharão. Porquanto aborreceram o conhecimento e não preferiram o temor do SENHOR; não quiseram o meu conselho e desprezaram toda a minha repreensão” (Pv 1.23-30, ARC). É altamente recomendável, a qualquer ser humano, que não se ria das coisas de Deus, para que não se veja, depois, em constrangedora vergonha diante de Deus.

Para o leitor freqüente destas páginas eletrônicas, é fartamente sabido que não há o mínimo interesse, nestas, de se explorar temas políticos; nem, tampouco, de usar estas linhas para expor figuras públicas ao ridículo, independentemente de quem sejam. O intuito, aqui, é aproveitar o ensejo de cada episódio classificável de Bem & Mal, a Cada Dia, para alertar os leitores quanto a verdades que têm autenticação eterna, posto que autenticadas pelo Eterno. Sob este prisma, se você se der ao trabalho de reler as quatro anotações acima, dentre outras que poderiam ter sido acrescidas, certamente terá grande proveito em nelas refletir. 

Deixo o leitor com a sugestiva composição cantada pelo Grupo ELO na década de Setenta. 

FOI ASSIM (1976)
Paulo César da Silva (1950…) 

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Boa semana, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
Ulisses

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N° 205 : “MEU TRIBUTO”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 24 de Maio de 2015

“Antes de tudo, queremos agradecer a Deus: foi um milagre o que aconteceu… Deus nos salvou! Nem sei como vou poder agradecer a Deus por salvar minha família; este é o dia do nosso renascimento”. Estas foram algumas das afirmações da apresentadora Angélica Ksyvickis (1973…), esposa do também apresentador Luciano Grostein Huck (1971…), após o acidente. Neste domingo, 24 de Maio, o avião em que viajavam no Mato Grosso do Sul, acompanhados dos três filhos e de duas babás, além do piloto e do co-piloto do vôo, esteve perto de esborrachar-se em solo.

O acidente parece ter sido, de fato, virtualmente um milagre: a cerca de 15 minutos da pista de Campo Grande, o comandante Osmar Frattini percebeu a pane em um dos motores; poucos minutos depois, dá-se a pane no segundo motor da aeronave. Aí, hora de decisão instantânea: a cerca de 4 mil metros de altitude, perdendo altura rapidamente, não dá muito tempo para escolher… O piloto teve que se servir do pasto de uma fazenda, próximo da rodovia MS-080. A proprietária disse que o gado tinha sido retirado daquele pasto 15 minutos antes; se ainda estivesse lá, a história seria outra… Evitando abrir os trens de pouso, para evitar maiores riscos, o hábil piloto conseguiu descer “de barriga”, ‘roçando’ o colonião. Foram segundos de terror, mas, pra quem está dentro, parece uma eternidade. Parada a aeronave, todos estavam vivos. Angélica ainda disse: “Falo que foi um milagre de Deus porque tudo quebrou, menos nós…”.

Num momento assim, não interessa se existe ou não simpatia pessoal por personagens famosos, vedetes da tevê: o sentimento comum humano nos carrega para a tentativa imaginária de estar na pele deles, e nos faz alegrar, também, pelo livramento… Significativa, aquela afirmação da Angélica: “Nem sei como vou poder agradecer a Deus por salvar minha família”.  Minha memória traz à tona outra pessoa que passou por dilema idêntico, embora em circunstâncias diferentes. Essa pessoa foi o rei Davi, conforme a letra de um dos seus salmos bíblicos: “Que darei eu em retribuição ao Senhor, por todos os benefícios que me tem feito? Tomarei o cálix da salvação, e invocarei o Nome do Senhor; cumprirei os meus votos ao Senhor, diante de todo o seu povo!” (Salmo 116.12-14, BCF, salmo numerado como 115 nesta tradução).   Davi também teve seu momento de angústia, ao lembrar-se:“Dores de morte me cercaram, perigos do inferno se apoderaram de mim. Eu me achei em tribulação e dor” (mesmo salmo, verso 3).  Sua interrogação, parecida com a da Angélica, e da família Huck, foi: que darei ao Senhor? Depois que laços de morte, angústias do inferno se apoderaram dele, vieram em seqüência os benefícios, o livramento, a benesse divina.

No entanto, Davi já tinha a resposta à sua própria indagação. Seria esta resposta útil também à Angélica, ao Huck, aos seus filhos, às babás, aos pilotos, os quais – todos – viveram o mesmo ‘filme de terror’?  Estou convencido que sim! Seria também útil a quem lê esta mensagem? Mais uma vez, estou convencido que sim, porque já tem sido útil (utilíssima) a quem a escreve.Tomarei o cálix da salvação… Aí está uma opção sábia, sapientíssima! Invocarei o Nome do Senhor… Aí está uma decisão nobre, nobilíssima! Cumprirei os meus votos ao Senhor… Aí está uma iniciativa prudente, prudentíssima!   

Infelizmente, há pessoas que dependem de um trauma de grande envergadura (pra não dizer vergadura) para que cheguem a tais atitudes. Não me refiro ao Luciano e à Angélica: refiro-me a Davi, e a muitos de nós outros (se não todos).  Melhor seria chegar à opção sábia, à decisão nobre, à iniciativa prudente sem precisar da vergadura. Mas, vindo ela, não raro ajuda. Tomar o cálice da salvação é algo que se faz, mesmo que metaforicamente, genuflexo, aos pés de Cristo; invocar o Nome do Senhor é algo que se faz quando se chega à inevitável conclusão de que “não há salvação em nenhum outro; porque, abaixo do céu, não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos” (Atos 4.12, ARA). “Cumprir votos ao Senhor” é algo sério, mas, que vale a pena, desde que sejam votos legítimos, a Ele aceitáveis. Ah! Quem me dera alguém contasse essas importantes novidades do salmista ao Huck e sua esposa. Poderiam encontrar a resposta ao desconhecido: “Nem sei como vou agradecer a Deus…”; a Palavra de Deus tem a resposta! Só ela tem!…  Meu tributo a Ele, como disse o grande Calvino (1509-1564): “meu coração a ti ofereço, Senhor, pronto e sincero”.

Pra variar, a mensagem musical de hoje leva também esse nome. Foi escrita por um dedicado servo de Jesus Cristo, em cuja poesia procurou ele retratar a aplicação das palavras de Davi à sua própria vida.

MY TRIBUTE [TO GOD BE THE GLORY]  (1971)
Meu Tributo [A Deus Seja a Glória)
Andrae Edwards Crouch (1942-2015) 

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Boa semana, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
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NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 204 : “IMITADORES”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 17 de Maio de 2015

Nos anos Setenta, um grande comunicador ocupava seu espaço cativo no rádio brasileiro: Hélio Ribeiro (1935-2000, cujo pseudônimo artístico escondia o verdadeiro nome: José Magnoli). Sua influência foi tão forte, que inspirou Chico Anísio na criação de um dos seus personagens – o Roberval Taylor. Seu programa, O Poder da Mensagem, era um misto de mensagens faladas e musicadas, recheadas com tiradas inteligentes do protagonista. Uma delas foi:“Quantas cópias ainda serão necessárias, até que surja um bom original?”. Fantástica; mas, para tentar interpretar o espírito do artista, uma audição fortuita era irremediavelmente insuficiente…

Essa frase que escolhi chama atenção para uma das sinas desta vida: o dualismo entre as ‘cópias’ e os ‘originais’… Não me refiro, aqui, àquelas máquinas maravilhosas que a tecnologia nos proporcionou; refiro-me à arte de ser, que oscila entre a originalidade e a imitação. A imitação pode ser ruim, mas pode também ser boa. Eu mesmo, nesta série de mensagens, tento quase em vão ser ‘algo por cento’ original, sem escapar de ser imitador. Não raro, aqui, faço-me imitador de dois Hélio’s: esse, o Ribeiro (de O Poder da Mensagem), e outro, o Schwartz Lima. Este último, hoje ainda nobre pastor na Penha, em São Paulo, décadas atrás cativava ouvintes com seu programa radiofônico em Governador Valadares – “O Bem & o Mal de Cada Dia”. Mas, confesso, sem constrangimento, que já me vi ensaiante de imitador de não raros bons exemplares, outros tantos.

Confesso mais: não teria como não sentir um certo  orgulho, caso algum dos meus ex-pupilos de muitos anos chegasse pra mim, ou  mandasse um email, ou um telefonema, dizendo de alguma boa influência imaginária que eu lhe tivesse causado… Mais do que meus pupilos, se meus próprios filhos assim dissessem… Certa feita, um dos mestres que mais profunda influência imprimiu sobre meu espírito ilustrou o fato (se é que eu venha a lembrar-me corretamente): andando ele por entre as gôndolas do supermercado, enquanto sua esposa levava as necessidades ao carrinho, inclinava-se ele, mãos para trás, olhando atentamente rótulos entre os produtos; ao virar-se para ver um dos netos que os acompanhava, que surpresa: mãos para trás, quase a mesma inclinação corporal e atitude, a olhar os rótulos das prateleiras mais baixas. Se alguém, que nasce neste mundo, disser que nunca se faz imitador, em momento algum, estará mentindo…

Por esta razão a Palavra  de Deus dá tanta importância à verificação dos modelos a imitar (ou a serem imitados). Veja, por  exemplo, esta  pequena amostra:

“Sede meus imitadores, bem como eu também o sou de Cristo” (I Coríntios 11.1, BCF).
“Portanto, sejam imitadores de Deus, como filhos amados” (Efésios 5.1, NVI).
“Irmãos, sede meus imitadores, e olhai atentamente para os que vivem segundo o exemplo que nós vos damos”  (Filipenses 3.17, ACF).

Imitar é bom, quando se imita o que é bom. Imitar a Deus, em sua plenitude, é coisa impossível; mas não existe outro referencial menor a imitar. “Sede, pois, perfeitos, como perfeito é o vosso Pai Celeste” (Mateus 4.48, ARA), foi o que disse Jesus.  Coisa boa e gratificante é ouvir de alguém: você teve uma influência importante em minha vida…  A vida já está tão repleta de maus exemplos!… Que tal contribuir um pouco mais intensamente para diminuir o déficit? Que tal escolher melhor os modelos a imitar?  Que tal esforçar um pouco mais para deixar melhores legados a serem imitados, ainda que subsconscientemente?   

Na mensagem musical de hoje, trago a expressão de alma de uma cristã afro-descendente que já expressava “alma” até no nome. Sua motivação partiu dos trabalhos em favor de uma instituição de tratamento de tuberculose, tão mais temível, naquela época. A Segunda Grande Guerra Mundial estava perto de acabar. Lá em Chicago, surge a composição, que talvez passasse despercebida, não fosse um britânico ouvi-la e leva-la para Londres. Ao cantá-la, ouvia-a um grande produtor musical, que se responsabilizou por adquirir seus direitos. Depois disso, afamou-se em vozes como Martin Luther King, Jr., Doris Day, George Beverly Shea, Tennessee Ernie Ford, Mahalia Jackson e o casal Roy Rogers e Dale Evans. Aqui, vai interpretada pelo  sensível Glen Payne (1926-1999).   

IF I CAN HELP SOMEBODY (1945)
SE EU PUDER AJUDAR ALGUÉM
Alma Irene Bazel Androzzo (1912-2001) 

If I can help somebody, as I pass along
Se eu puder ajudar a alguém, à medida que vou passando  
If I can cheer somebody, with a word or song
Se eu puder alegrar a alguém, com uma palavra ou com uma canção 

If I can show somebody, as he’s travelling wrong,
Se eu puder mostrar a alguém, que esteja num caminho equivocado   

Then my living shall not be in vain!
Então meu viver não terá sido em vão!

Then my living shall not be in vain,
Então meu viver não terá sido em vão!
Then, my living shall not be in vain
Então meu viver não terá sido em vão!
If I can help somebody, as I pass along,
Se eu puder ajudar alguém, à medida que vou passando
Then my living shall not be in vain!
Então meu viver não terá sido em vão!
If I can do my duty, as a good man ought
Se eu puder cumprir o meu dever, como convém a um bom homem
If I can bring back beauty to a world that’s so wrought
Se eu puder trazer beleza a um mundo que é tão forjado
If I can spread love's message, as the Master taught
Se eu puder espalhar a mensagem de amor, tal como ensinou o  Mestre 
Then my living shall not be in vain!
Então, meu viver não terá  sido em vão

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Boa semana, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 203 : “PRA DEUS, IMPORTA”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 10 de Maio de 2015

Na fronteira entre a China e o Nepal, encontra-se o pico do Everest; com seus 8.848 metros acima do nível médio do mar, costuma ser chamado de “topo do mundo”, por ser a formação mais elevada do planeta. No último dia 25 de Abril, um terremoto de 7,8 graus, na escala Richter, balançou por minutos não só o pico, mas também o país e até a região em volta. Um ex-aluno meu, que hoje é missionário na Índia, disse-me nesta semana que o tremor foi sentido também naquele país. No Nepal, aproxima-se de 8 mil o número de vítimas fatais. A ocorrência foi tão forte, que os geólogos estimam ter havido um deslocamento tectônico da posição de Katmandu, a capital nepalesa, em alguns metros.

Um dos vídeos que correu o mundo, referente ao dia do abalo, mostra o “tsunami” que se deu numa piscina, em local de certo evento. O responsável pelo vídeo é o casal holandês Adrian e Josien Los Oktay. Cristãos, estão no Nepal desde 2008, sem contar outra permanência anterior. O casal trabalha em projetos educacionais, especialmente voltados para crianças, enquanto transmite o conhecimento de Deus. O terremoto de Abril último tinha tudo para compelir os dois a retornar ao seu país. No entanto, a decisão deles foi de ficar no Nepal: “A vida passou a ser de completo silêncio, depois do terremoto… Decidimos ficar no Nepal e ajudar escolas, pais, e especialmente as crianças”, disseram em seu website oficial. E mais: “Nós acreditamos em Deus, acreditamos que Ele tem um plano para este mundo, e que nós temos uma tarefa a desempenhar”. Quanto ao cenário no país asiático, após o terremoto, Adrian e Los Oktay afirmaram algo marcante: “Para muitas pessoas, aqui, mudou o foco: o que antes era importante, agora não é mais!”.

Isto é, não apenas marcante e surpreendente, mas também um tanto emblemático. Por que muita coisa que antes importava tanto, agora não importa mais? Certamente porque as pessoas se deram conta de que a existência é tão fugaz, ou porque as perdas foram tão sentidas, ou porque o choque emocional foi tão forte, que os valores e o foco mudam. Pode, também, ser por tudo isto junto. Não importa mais um sonho pessoal, não importa mais a soberba, não importa mais a cobiça, não importa mais a aspiração egoísta, não importa mais o existencialismo desmedido, o amor tão intenso pelo aqui & agora. Nada disto importa mais, e muito mais não importa mais…Se o que antes importava, não importa mais, o que agora importa? Muito provavelmente, agora importam o amor, a solidariedade, a compreensão, o compartilhamento generoso, o sentimento de suporte mútuo… Importa muito, muito mais, pensar na efemeridade da vida de aqui, e na eternidade da vida de além: “Eis que mediste os meus dias a palmos; o tempo da minha vida é como que nada diante de ti. Na verdade, todo homem, por mais firme que esteja, é totalmente vaidadeNa verdade, todo homem anda qual uma sombra…” (Salmo 39.5,6, BCF).

E, importa muito, agora, pensar em quem se importa, e escolher Seus braços, Seu acolhimento. Como estão anunciando, em palavras e obras, o casal holandês no Nepal, Deus importa mais, sobre todas as coisas. Porque, sobretudo, Ele se importa: se importa com um fio de cabelo da cabeça (Mateus 10.30), com uma erva de pequena duração que brota no campo (Mateus 6.30)… Por mais incrível que possa parecer aos céticos, se importa até com Rishi Khanal, de 27 anos que, para sobreviver 82 horas sob escombros, bebeu da própria urina para hidratar-se.   

Deus não dorme, não vacila, não cochila. Pode parecer estranho que algo tão chocante quanto um terremoto, com todos os seus nefastos efeitos, esteja sob o inteiro desígnio divino, tanto quanto todo o esforço solidário que, depois dele, se desenvolve para minorar a dor. Contudo, não é por parecer estranho que se deva diminuir, por um lado, a extensão da soberania de Deus sobre todos os eventos naturais e todas as vidas; ou, por outro lado, a compaixão que Ele mesmo permite manifestar-se pelos sofredores. Deus não é sádico: Ele se importa! Tanto, tanto, que não se deteve de dar Seu próprio Filho, em favor de pecadores, como quaisquer de nós… O salmista proclama: Quando contemplo os teus céus, obra dos teus dedos, A lua e as estrelas que formaste; que é o homem, para te lembrares dele? E o filho do homem, para o visitares? Pois o fizeste pouco abaixo de Deus, de glória e de honra o coroaste.” (Salmo 8.3-5, NVI).Especialmente para aqueles que com Ele se importam, diz Deus: “De maneira alguma te deixarei, nunca, jamais, te abandonarei” (Hebreus 13.5, ARA). Ninguém consegue se importar como Deus se importa…

Em nossa mensagem cantada, Jake Hess (1927-2004), já ao final de sua vida, marca-passo-desfibrilador no peito, retrata o assunto numa de suas preferidas canções…  

IF GOD DIDN’T CARE (1953)
Se Deus Não Se Importasse
Lee Roy Abernathy (1913-1993)/ Harold Barlow (1915-1993) 

We wouldn’t have strenght to bear our sorrows
Nós não teríamos força para aguentar nossas tristezas
If God didn’t care
Se Deus não se importasse
There never would be a glad tomorrow
Nunca haveria um amanhã gratificante
If God didn’t care
Se Deus não se importasse
We wouldn’t have a hope of earning
Nós não teríamos esperança de receber
A mansion in the Sky
Uma mansão celestial
We wouldn’t expect our Lord’s returning
Nós não teríamos expectativa no retorno do Senhor
For if He came and didn’t care
Pois, se Ele viesse e não se importasse
He’d surely pass you by…
Com certeza Ele passaria ao largo de ti  

Those welcoming bells would not be ringing
Aqueles sinos de ‘boas-vindas’ não estariam tocando
If God didn’t care
Se Deus não se importasse
Those heavenly voices wouldn’t be singing
Aquelas vozes celestiais não estariam cantando
If God didn’t care
Se Deus não se importasse
He wouldn’t have said we’d be rewarded
Ele não teria dito que seríamos galardoados
And promised us joy beyond compare
E não teria prometido a nós gozo além de qualquer comparação
No, there wouldn’t be any hope of heaven
Não, não haveria qualquer esperança do céu
If God didn’t care.
Se Deus não se importasse
[Repete esta última estrofe] 

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Boa semana, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
Ulisses

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N° 202 : “CANDLES”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 03 de Maio de 2015

“O perdão é a melhor forma de vingança!” Esta afirmação eu ‘capturei’ da boca de uma mulher de 81 anos de idade, quando estava de mãos dadas com o soldado alemão Oskar Gröning. Gröning era um dos guardas nazistas da SS de Auschwitz-Birkenau quando, em 1944, os pais e as duas irmãs mais velhas de Eva Mozes Kor (1934…) foram arrancados de sua companhia, para serem assassinados no campo de extermínio. Com Eva, uma judia-romena, a autora da frase que eu capturei, ficou apenas a sua irmã gêmea, Miriam, ambas próximas de completar 11 de idade. Por que foram poupadas? Naqueles dias, comandava experiências com gêmeos em Auschwitz o oficial médico Joseph Mengele (1911-1979). Mengele (“o anjo da morte”) usava gêmeos judeus para experimentos médicos cruéis: inoculava gérmens e bactérias num dos gêmeos, transfundindo seu sangue infectado no outro(a), por exemplo. Numa dessas experiências, feita entre Eva e Miriam, Eva quase morreu. Aliás, a lista de experimentos de Mengele é digna de qualquer série de terror da TV. Chegou a injetar tinta azul nos olhos de crianças, pesquisando mutações genéticas.

Poucos dias atrás, Eva Kor foi ao encontro do ex-oficial nazista Oskar Gröning, de 93 anos de idade, estendeu-lhe a mão, abraçou-o, e declarou seu perdão em favor dele. Daí a frase destacada no início. Disse Eva que perdoou, não apenas Gröning, mas também o próprio Mengele, que veio a morrer em proscrição na praia brasileira de Bertioga, após anos evadido e vivendo na Argentina, depois no Paraguai e, depois, no Brasil. Com isso, acrescentou, perdoei a mim mesmo por ter odiado tanta gente, por tantos anos, inclusive meus pais. Eva Kor, junto com sua irmã (falecida em Israel em 1993, de câncer), criou a instituição CANDLES. Trata-se de palavra plural, em língua inglesa, para “candeia”; a candeia é uma espécie de luminária ou lamparina natural (uma vela, ou um pavio). Mas, é também o acrônimo para “Children of Auschwitz Nazi Deadly Lab Experiments Survivors” (Crianças Sobreviventes dos Experimentos Laboratoriais Letais de Auschwitz). Dos milhares de gêmeos que sofreram nas mãos do monstruoso Mengele, 122 sobreviventes foram reunidos pela instituição de Eva e Miriam. Ao mesmo tempo, o nome indica o afã que levou à criação de um organismo para lançar luz sobre um dos capítulos mais negros e esquecidos da história das pretensões ‘eugênicas’ de Hitler. 

A atitude de perdão de Eva Kor causou diferentes reações. Houve quem repudiasse sua atitude, afirmando que o Nazismo não merece nenhum perdão. Se merece ou não, é algo que as diferentes opiniões poderão debater. Mas, será muito difícil colocar em debate a opinião de alguém que nem no pós-guerra jamais esteve em Auschwitz, no mesmo nível que a de alguém como Eva Mozes Kor. Estas curtas linhas aqui são efêmeras e raquíticas para retratar tudo que ela e sua irmã ali passaram, em 9 meses, junto com outros milhares de gêmeos judeus. E ela perdoou. As mesmas linhas efêmeras e raquíticas são, também, insuficientes para retratar a compulsão interna daquela mulher, para o fazer. Mas, lembre-se: Deus também perdoou; e, perdoou ofensas muito mais graves, cruéis e ‘imperdoáveis’. Seu próprio Filho, ao sofrer a lancinante dor da crucificação, bradou aos céus: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lucas 23.34, BCF). De quem falava? De seus irmãos nacionais, e de seus próprios algozes, e de todos nós…

Aquele que tal atitude tomou, também determinou imitação: E, quando estiverdes orando, se tendes alguma coisa contra alguém, perdoai, para que vosso Pai celestial vos perdoe as vossas ofensas.” (Marcos 11.25, ARA). Eva Kor foi questionada, até por alguns de seus conterrâneos; mas, quem pode questionar a autoridade de Jesus? Ninguém! Assim, o apóstolo dos gentios captura a grandeza do ensinamento e prescreve: Suportem-se uns aos outros e perdoem as queixas que tiverem uns contra os outros. Perdoem como o Senhor lhes perdoou (Col 3.13, NVI). Eva Kor disse que o perdão é a melhor forma de vingança; eu digo que é muito mais que isso: é a única alternativa para quem queira assemelhar-se ao Seu Mestre, em virtudes. Eva criou a CANDEIAS (“CANDLES”); e Jesus disse: Nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus.” (Mateus 5:15,16, ACRF).

Eu confesso: fiquei surpreso, admirado, arrepiado com o desprendimento e a virtude longânima de Eva Mozes Kor. Coisa de exemplares raros da humanidade. Confesso ainda minha admiração por sua instituição humanitária, a CANDLES.  E, acima de tudo, confesso que mais arrepiado e tocado fico pela virtude longânima no Mestre por excelência! Quantos perdoou? Quantos pecados? Quão graves, cruéis e odiosos têm sido? Sua prescrição, do Sermão do Monte imediatamente acima transcrita, é obra-prima da ética universal: Brilhe assim a vossa candeia, de tal modo que os homens vejam as vossas [autênticas, e não hipócritas] boas obras; e, na hora de glorificar alguém, glorifiquem eles, não a vós outros, mas ao vosso Pai Celestial (parafraseado por mim).

Minha oração: Senhor! Faz brilhar minha candeia! E que os que a virem brilhar dêem glórias ao Teu Nome! Só ao Teu Nome!

Nossa poetisa de hoje queria muito, quando jovem, seguir carreira em favor de Seu Salvador correndo o país; no entanto, a debilidade de saúde do seu próprio pai a reteve. Refletindo sobre o propósito de Deus diante de tal frustração, ela chegou à conclusão de que não é imprescindível grandes deslocamentos para servir ao Redentor: é possível fazer brilhar a candeia por Cristo, mesmo na esquina onde se trafega todo dia… A interpretação musical vai em português, mas acrescento a poesia original, para quem possa ter o privilégio de lê-la, em inglês. 

Brighten the Corner Where You Are (1913)
BRILHA NO MEIO DO TEU VIVER
Letra: Ina Mae Duley Ogdon (1872-1964)
Música : Charles Hutchinson Gabriel (1856-1932) 

Do not wait until some deed of greatness you may do,
Do not wait to shed your light afar,
To the many duties ever near you now be true,
Brighten the corner where you are.

Brighten the corner where you are!
Brighten the corner where you are!
Someone far from harbor you may guide across the bar;
Brighten the corner where you are!

Just above are clouded skies that you may help to clear,
Let not narrow self your way debar;
Though into one heart alone may fall your song of cheer,
Brighten the corner where you are.

Here for all your talent you may surely find a need,
Here reflect the bright and Morning Star [Jesus Christ];
Even from your humble hand the Bread of Life [Jesus Christ] may feed,
Brighten the corner where you are.

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Ulisses

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N° 201 : “LÓGICA REVERSA

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 26 de Abril de 2015

 “Leve você também vantagem em tudo!”. Lembra-se quem redobrou sua fama, dizendo isto? Foi o jogador de futebol Gérson, da seleção brasileira tricampeã do mundo em 1970. Gérson de Oliveira Nunes (1941…) já havia ficado famoso com sua chamada “canhotinha de ouro”; em 1976, protagonizou certa campanha publicitária em favor de uma marca de cigarro, usando este bordão. Quase ninguém mais se lembra da marca de cigarro divulgada, mas já tem lugar notório na cultura brasileira o que ficou conhecido como a “Lei do Gérson”. Mais tarde, porém, o fato trouxe arrependimento ao ex-atleta, em função do desencadeamento pouco ético da associação popular daquele bordão.

Pela “Lei do Gérson” (esqueça, agora, o ex-atleta, e considere o mote, em sua acepção popularizada), esperto é aquele que leva vantagem em tudo o que faz ou fala. E hoje me chegou um dia em que pretendo ajudar a desfazer esta mística cultural, ao menos no campo mais importante da existência (e não é o do gramado entre quatro linhas brancas). Muito pelo contrário: esperto é aquele que toma atitude oposta, pela qual assume a gloriosa postura de ‘morrer’, de ‘perder’, de se ‘despojar’ e de ‘negar-se’ a si mesmo! Mas, vou logo avisando aos incautos navegantes: nenhuma palavra vou usar em favor de teses éticas reprováveis, ao contrário do que possa parecer, à primeira vista.

Os estóicos, seguidores de Zenão de Eléia (490-430 a.C), defendiam que a virtude máxima resulta de o homem dominar-se a si mesmo, resignar suas sensações; os gnósticos, seguidores de Sócrates (469-399 a.C.) e Platão (428-348 a.C), defendiam que resulta de conhecer-se a si mesmo; os epicureus, seguidores de Epicuro de Samos (341-270 a.C.), defendiam que resulta de satisfazer-se a si mesmo, aos seus sentidos. Entretanto, quando se levantou o dono da universal verdade, eis que pregou desafios admiráveis (por suas palavras próprias, ou por palavras que Ele transmitiu via apóstolos):

1.    “Se o grão de trigo não cair na terra, e não morrer, continuará ele só; mas, se morrer, produzirá muito fruto. Aquele quem ama a sua vida, a perderá; aquele, porém, que odeia a sua vida neste mundo, a conservará para a vida eterna” (João 12.24, 25, NVI). O apóstolo explica o sentido deste ensino: “Fazei, pois, morrer a vossa natureza terrena…” (Colossenses 3.5, ARA), referindo-se ao pecado, tão próprio dessa natureza. Isto não é mera supressão de prazeres e sensações; é uma transformação espiritual, baseada em ser nova criatura, em conversão, em santificação.

2.   “Despojando-vos de toda a impureza e acúmulo de maldade, acolhei com mansidão a palavra em vós implantada, a qual é poderosa para salvar as vossas almas” (Tiago 1.22, ARA).

3.   “Mas, tudo o que, para mim, eram vantagens, considerei perdas por Cristo; na verdade, julgo como perda todas as coisas, em comparação com esse bem supremo – o conhecimento de Jesus Cristo, meu senhor” (Filipenses 3.7,8, BCF).

4.   “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz, e siga-me” (Marcos 8.34, ACRF). 

No Reino do Filho de Deus é assim: você nunca consegue levar vantagem em tudo pela esperteza, pelo tirocínio, pelas qualidades pessoais, pelo que é, pelo que faz ou pelo que tem. A vantagem só existe a partir destes surpreendentes princípios: morrer, despojar-se, perder, negar-se a si mesmo. Tudo por causa do conhecimento mais sublime – o conhecimento de Jesus Cristo, o da Sua Palavra, que tem poder para salvar; só aí existe esse poder. Isto constitui, como você pode ver facilmente, uma lógica reversa: enquanto a grande maioria ainda segue a difundida lei da vantagem pessoal (chamada popularmente de “a lei do Gérson”), no Reino de Jesus Cristo o princípio é reverso: faça morrer a velha natureza, decaída em seus pecados, despojando-se das impurezas que lhe são próprias, considerando perda qualquer vantagem neste mundo, negando-se a si mesmo em favor de Cristo Jesus, de Sua cruz, e você encontrará mais, muito mais: encontrará toda a vantagem que vale a pena. Só que o seu inesgotável volume não pertence a esta vida: pertence à vindoura! Mas, vale a pena! Aliás, só vale! Acima de tudo, é a única coisa que vale a pena!

Na mensagem musical de hoje, o pastor Jessy Dixon (1938-2011) interpreta notável poesia sintonizada com este assunto. Ouça, com nosso áudio player online…

I LOST IT ALL TO FIND EVERYTHING (1976)
PERDI TUDO, PARA ENCONTRAR TUDO
William James Gaither (1936…) & Gloria Gaither (1942…)  

I have won all I could win
Eu conquistei tudo o que poderia ganhar
There was no place I hadn’t been
Não lugar onde não tenha estado
But my heart was so needy and so poor
Mas meu coração era tão carente e tão pobre
Then I heard Him gently say:
Então, ouvi-O dizer, ternamente:
“Why don’t you just lose it all and find my way”?
“Por que você apenas não perde tudo, e acha o meu caminho?”
So I gave it up, and found it all and more…
Então, eu desisti e encontrei tudo aquilo, e mais…  

I lost it all to find everything
Eu perdi tudo, para encontrar tudo
I’ve died a pauper to be born a king
Morri pobre para nascer um rei
When I learned how to lose, Oh! I found out how to win
Quando aprendi a maneira de perder, Oh! encontrei jeito de ganhar
Oh! I lost it all to find everything!
Oh! Perdi tudo, para encontrar tudo! 

I was frantic to survive
Eu era sôfrego para sobreviver
And I was racing to arrive
Corria para chegar
And I walked on any standing in my way
Percorria cada palmo do meu caminho
Then, I watched my schemes all die
Então, percebi meus esquemas todos fenecerem
And I realized that I
E reconheci que eu
Could find new life because the old
Poderia encontrar nova vida porquanto a velha
Had died that day!
Havia morrido naquele dia! 

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Ulisses

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N° 200 : “DOR SEM LIMITE”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 19 de Abril de 2015

“Perder um filho é uma dor sem limite. Só a fé e a solidariedade dos amigos nos ajudam a suportá-la neste momento…”. O dono desta afirmação é o governador paulista Geraldo Alckmin – Geraldo José Rodrigues Alckmin Filho (1952-…). A declaração se deu após retornar da missa de sétimo dia do falecimento de seu filho caçula Thomaz, que estava perto de completar 32 anos de idade. Thomaz foi sepultado em plena Sexta-feira que se costuma chamar da “Paixão”, 03 de Abril último, vítima de acidente aéreo de helicóptero. Outros quatro ocupantes do aparelho também faleceram, e o rapaz deixou esposa e duas filhas pequenas.

Eu não tenho um miligrama de dúvida sobre a veracidade hiperbólica do que afirmou o governador, ainda que jamais tenha passado, pessoalmente, por experiência idêntica. Quem estava com Alckmin, quando ele soube do sinistro, atesta que viu, em seu semblante, “um olhar de absoluto desalento”. Pais com quem já estive neste tipo de experiência – e já estive com não poucos – sempre se expressam de modo semelhante. Lembro-me do meu próprio tio, referindo-se à perda do segundo filho: “É, gente! Um filho sepultar um pai é muito dolorido; mas, um pai sepultar um filho, é dor que não tem tamanho”!  Geraldo Alckmin já havia perdido seu pai aos 45 anos de idade e, aos 11, sua mãe.  Por isto, mesmo sem ser paulista, mesmo sem jamais ter estado com o governador daquele estado brasileiro, sendo também pai, consigo solidarizar-me com essa sua dor. A minha mensuração dela é exercício de imaginação, não é empírica.

Sem óbice à dolorosa experiência da família Alckmin, pergunto eu: você acha que a ‘dor’ do Pai Celestial foi menor, na morte de Seu filho, Jesus Cristo? Nem um pingo! Nem meio, na verdade! Muitíssimo pelo contrário. Se existe uma espécie de dor que ninguém, jamais, consegue mensurar, é aquela que se deu ao contemplar Seu Unigênito Filho; lá estava ele, sem culpa alguma, expirando, mãos estendidas e cravadas contra o madeiro daquela cruz, cabeça pendente a derramar sangue por espinhos em forma de halo a cravar-lhe a fronte…

Alguns levantam intrigante objeção, lembrando que a Bíblia diz que a Deus “agradou” entregar o Seu Filho à morte – “Todavia, ao Senhor agradou moê-lo…(Isaias 53.10, ARA), como se houvesse deleite em Deus pela morte do Justo. Ora, se nem com a morte do injusto se produz, em Deus, deleite, quanto mais na morte do Seu Filho Amado! Diz Ele: Teria eu algum prazer na morte do ímpio? Palavra do Soberano, o Senhor. Ao contrário, acaso não me agrada vê-lo desviar-se dos seus caminhos e viver? Diga-lhes: Juro pela minha vida, palavra do Soberano, o Senhor, que não tenho prazer na morte dos ímpios, antes tenho prazer em que eles se desviem dos seus caminhos e vivam. Voltem! Voltem-se dos seus maus caminhos! Por que o seu povo haveria de morrer, ó nação de Israel?(Ezequiel 18.23 e 33.11, NVI).

Em hipótese alguma aquela expressão de Isaías poderia ser tida como sadismo da parte de Deus. Antes, significa que o propósito que O levou a entregar Seu Filho Amado por nós, na cruz, o resultado proposto – este, sim – Lhe trouxe e Lhe traz deleite. Aliás, se há alguém a quem se poderia atribuir, verdadeiramente, “dor sem limite” pela morte do Filho, esse alguém é Deus! Porque a morte, no tocante à natureza humana de Jesus, trouxe ao Pai Celeste a mais intensa natureza, extensão e profundidade de dor que alguém poderia, jamais, sentir. Imensurável, até… Um dilema incompreensível, mesmo ao ser humano mais bem dotado de cérebro: por um lado, disposição para entregar à própria morte, segundo forma de expressar que está infinitamente acima de qualquer compreensão – “agradou moê-lo”!  Por outro lado, a inevitável dor, dor sem limite, porquanto o Seu único Filho, o Justo, estava sendo submetido à ira divina por causa dos pecados dos que foram por ele mesmo criados.

Notinha pertinente, a esta altura: já que o preço da redenção que a morte de Cristo propicia é tão alto, que atitude convém observar, em decorrência? Vale pegar resposta emprestada! Neste caso, sugiro, tome emprestada a do salmista: Mas que poderei retribuir ao Senhor por tudo o que ele me tem dado? Erguerei o cálice da salvação, invocando o nome do Senhor (Salmo 116.12, BCF).

Nossa mensagem musical de hoje é um poema de piedosa cristã, que compôs mais de 2000, a serviço do Seu Salvador. Sua saúde era frágil e, às vezes, necessitava descansar. Nesses descansos, tendo sempre junto um dos cinco filhos, compunha, sob a influência da Palavra de Deus. Um dia, despachou ela um pacote com poemas seus a um músico e pastor que chegou a suceder meu xará na presidência dos Estados Unidos da América; ela obteve dele a composição musical para os poemas. Entre eles, esta composição, e também o belíssimo “Face a Face Eu Hei de Vê-lo…”. Ouça, com nosso AudioPlayer online…  

There Was One Who Was Willing (1899)
Houve Alguém
Letra: Carrie Ellis Breck (1855-1934)
Música : Grant Colfax Tullar (1869-1950)

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N° 199 : “LUA, Ó LUA”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 12 de Abril de 2015

Na década de Sessenta, certa marchinha musical ficou famosa no Brasil: “Lua, ó lua, querem te passar prá trás; lua, ó lua, querem te roubar a paz; lua que no céu flutua, lua que nos dá luar;  lua, ó lua, não deixa ninguém te pisar”. Quanto ao poético anseio para que ninguém pisasse na lua, o final da mesma década o deixou superado – o homem pisou na lua; pisou, e tornou a pisar. Já pisou tanto, e frustrou de tal modo suas expectativas naturalistas, que hoje nem se interessa em repetir o feito, e está em busca de novas pisadas. Quanto a passá-la prá trás, parece que o esforço continua celeremente.

Recentemente, a prestigiada revista científica britânica Nature publicou uma matéria que chamou atenção: “Quebra-cabeças da origem da lua [é] resolvido”. A despeito do título tão sugestivo, o teor do artigo não é tão convicto assim; mas, admite que a teoria aventada constitui a probabilidade científica mais apurada. Trata-se da “Hipótese do Impacto Gigantesco”. Eis o que ela propõe: cerca de 4,5 bilhões de anos atrás, quando um corpo celeste do tamanho de Marte (cujo diâmetro ‘equatorial’ corresponde a cerca de metade do da Terra), se chocou com o nosso planeta; daí, um punhado de detritos se espalhou e, talvez, a lua tenha sido o maior deles. Depois disso, a lua teria se estabilizado numa rotação em torno do seu próprio eixo, e numa translação em torno da Terra, como hoje conhecemos. É o que a maioria esmagadora da comunidade científica, hoje, sustenta.

Pessoalmente, acho que a própria lua não concorda com essa teoria. É como disseram Armando Cavalcanti (1914-1964) e Klécius Caldas (1919-2002): estão querendo passar a lua prá trás…  Cito algumas das razões que mesmo cientistas reconhecem: a constituição rochosa da lua é um tanto similar à da terra, mas um impacto gigantesco desse tipo teria que deixar vestígios da constituição do outro corpo celeste, o que se chocou… Ah! Tentam contornar essa dificuldade com uma outra teoria um tanto improvável: que o tal corpo celeste também seria de constituição similar à da Terra… Outra coisa: a rotação da Terra obedece um eixo distinto em 23 graus, em relação ao seu plano orbital; a lua, apenas 5 graus. A Terra faz um giro elíptico em torno do sol, mas a lua faz um giro praticamente circular em torno da Terra. Não obstante, a lua, tão menor que a Terra, mantém rotação e translação inteiramente sincronizadas com a da Terra, mostrando sempre a mesma face, ao mesmo tempo, para quem a vê ‘de cá de baixo’…  Trocando em miúdos: a lua gasta o mesmo tempo para dar uma volta em torno da Terra, como gasta para dar uma volta em torno de si mesma. Ademais, enquanto a Terra gasta praticamente 24 horas para girar em torno de si mesma, a lua gasta cerca de 28 dias para girar em torno de si mesma.

São fatos que impressionam, dificultam em muito todas as teorias até hoje tentadas pela nossa Ciência humana. Só uma ‘teoria’ não sofre as insuperáveis e inexplicáveis dificuldades que, hoje, a própria Ciência nos permite conhecer: a ‘teoria’ de que o Criador, com Seu infinito poder, criou todas as coisas, inclusive o sol, a Terra, a lua, os demais astros celestes.  Depois de haver criado, colocou cada componente no seu devido lugar e estabeleceu meios para que se mantivessem assim, com todos os seus mistérios. E, se por alguma razão, Ele mesmo permitiu alguma novidade catastrófica nessa ordem de coisas, Ele mesmo garantiu o reordenamento, para chegar ao que hoje vemos. É o que a Bíblia nos conta, acerca do sol, da lua e da Terra. Simplesmente insuperável.

E, sabe por quais razões essa ‘teoria’ continua insuperável? Primeiro, porque atesta que toda essa construção é divina, e não casual; foi planejada por Deus, e não acidental . Segundo, porque somente Deus poderia criar, colocar em ordem e ajustar todo o funcionamento harmonioso do universo. Pensar que essa harmonia toda viria a ocorrer assim, do nada, sem que nem prá que, afronta qualquer inteligência razoável (a menos que queira crer no improvável). Terceiro, porque Deus tinha Suas pretensões com tudo isso; não Lhe foi algo semelhante ao que a nós, de vez em quando ocorre: “Nem sei o que vou fazer hoje; vou inventar algo!” A intenção de Deus foi clara: Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos. Um dia discursa a outro dia, e uma noite revela conhecimento a outra noite. Não há linguagem, nem há palavras, e deles não se ouve nenhum som; no entanto, por toda a terra se faz ouvir a sua voz, e as suas palavras, até aos confins do mundo” (Salmo 19.1-4, ARA). Observando esse testemunho do universo criado, somos também convocados a promover, com lábios e vida, a glória de Deus. E reconhecer que a Criação tem um propósito! E viver debaixo desse propósito!

Lua, ó lua: ninguém vai te passar prá trás… Nem a lua, nem todo o restante da Criação divina, nem Deus, nem a Sua Palavra! Jamais!

Nosso hino de hoje teve sua composição derivada da celebração do primeiro centenário da independência norte-americana, e ganhou música composta para o primeiro centenário da constituição daquele país.  Fala do propósito divino em criar e sustentar a beleza dos astros celestiais, que resplandecem nos céus para a glória de Deus. "Deus dos Antigos, cuja forte mão rege e sustém os astros na amplidão; o cintilante céu inspirador…"

GOD OF OUR FATHERS (1876)
Deus dos Nossos Pais

Letra: Daniel Crane Roberts (1841-1907) Música: George William Warren (1828-1902) 

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Boa semana, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
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