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N° 216 – “FARELO”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 16 de Agosto de 2015

“Farelo” é uma palavra que vem do latim: vem de “far”, que significa trigo; farelo é a migalha desprezível do trigo, depois que se extrai o grão, a parte considerada nobre. Desprezível, não! Porcos comem farelo, não só de trigo, mas de vários cereais e de folhas… Daí o ditado: “quem com porcos dorme, farelo come”… Ademais, não deveria ser tão desprezível assim, dada a quantidade de bons nutrientes que se tem descoberto no farelo, inclusive do arroz. 

Assim foi encontrado um grupo de pelo menos 30 trabalhadores, em pleno século 21, em certa região brasileira. Trata-se de um dos quatro municípios da costa norte piauiense, que perfazem os 66 quilômetros do seu curto litoral. Os trabalhadores foram flagrados numa blitz do Ministério Público, no município de Luís Correia. Contratados a trabalho típico de semi-escravidão, eram operários da colheita da palha da carnaúba. Quem nunca apreciou um mármore ou um granito bem polido e brilhante? Pois, saiba que pode estar custando o sangue de gente explorada, como os que foram encontrados na fazenda piauiense: a cera da carnaúba é comumente usada para o polimento na indústria de marmoraria, além de muitas outras utilidades. O “alojamento” daqueles trabalhadores era também abrigo de porcos: porcos no chão, farelos espalhados, operários dormindo pendurados em redes sobre eles, com seus pertences também pendurados ao telhado.

 Que situação ilustrativa! Faz lembrar um discurso do Mestre Divino: Um homem teve dois filhos. E disse o mais moço deles seu pai: Meu pai, dá-me a parte da herança que me toca. E ele repartiu entre ambos os haveres. E, passados não muitos dias, entrouxando tudo o que era seu, partiu o filho mais moço para uma terra muito distante, num país estranho, e lá dissipou a sua herança, vivendo dissolutamente. Depois de ter consumido tudo, sucedeu haver naquele país uma grande fome e ele começou a necessitar. Retirou-se, pois, dali, e acomodou-se com um dos cidadãos daquela terra, que o mandou aos seus campos, para guardar os porcos. Desejava ele encher a sua barriga dos farelos que os porcos comiam, mas ninguém lhos dava. Até que, tendo entrado em si, disse: Quantos jornaleiros há na casa de meu pai, que têm pão em abundância, e eu, aqui, pereço à  fome!” (Lucas 15.11-17, BCF, atualizado). Triste! Triste demais!

 Esta narrativa é chamada de “parábola do filho pródigo”; mas, bem que poderia ser chamada de “parábola do pai longânimo”, porquanto o personagem que merece o maior destaque é o pai amoroso e longânimo, não o filho perdulário. Dormir entre os porcos, como os operários piauienses da carnaúba, já é suficientemente degradante. Passar fome a ponto de comer farelo, lavagem, que aos porcos era dado, degradação multiplicada. Aquele moço errou várias vezes: primeiro, pedindo antecipação de herança, desprezando o amor e o provimento paternos; a Bíblia diz: “A posse antecipada de uma herança no fim não será abençoada” (Provérbios 20.21, ARA). Errou, também, sendo gastador; errou, ainda, demorando-se a cair em si… Mas, um dia caiu na realidade, lembrou-se do seu lar e do seu pai, e reconheceu que de onde saíra jamais deveria ter saído. Ensaiou dizer ao pai, e praticamente disse, conforme Jesus ilustra em palavras: Pai, pequei contra o céu e perante ti; Já não sou digno de ser chamado teu filho; faze-me como um dos teus jornaleiros” (Lucas 15:18,19, ACF). E foi-se a ele…

 O fato é que o pai daquele moço, quando o avistou ainda longe, correu, abraçou-o, beijou-o, e restituiu-lhe a dignidade de filho. Que retrato é esse? É o retrato do amor divino, que, de um auto-renegado, troca farelos suínos por finos manjares (vejaIsaias 55.2); troca farrapos de vestimenta por vestiduras brancas de alvura celestial (veja Apocalipse 3.18), que troca o descalço dos pés da escravidão pelos calçados firmes e seguros do evangelho da paz (veja Efésios 6.15), e que troca, por fim, a humilhação malcheirosa de uma pocilga, por mansões celestiais edificadas pelo Filho de Deus, o Redentor, em ruas de ouro (veja Apocalipse 21.18). É claro que estou usando, aqui, figuras (figuras bíblicas); a realidade da troca é muito mais magnífica! É esse amor divino que, mais do que todos os outros apontamentos possíveis pelo ensino da parábola, é intensamente retratado por Jesus. Vale a pena experimenta-lo, se você não o conhece de verdade; vale a pena desfrutá-lo intensamente, se você o desfruta timidamente…  

Sobre este assunto, um dos compositores norte-americanos se expressou com uma beleza singular; e o grupo “The Gaither Vocal Band” interpreta de maneira magistral, em execução que o nosso Áudio Player online te possibilita ouvir (com minha tradução 'muito' livre)…

THE LOVE OF GOD (1949)
O AMOR DE DEUS
Vesphew Benton "Vep" Ellis (1917-1988)

The love of God has been extended to a fallen race
O amor de Deus vem sendo estendido a uma raça caída
Through Christ, the Saviour of all men, there's hope in saving grace!
Por meio de Cristo, o Salvador de todo homem, há esperança na graça salvadora!

The love of God is greater far than gold or silver ever could afford
O amor de Deus é muito mais valioso que do que o ouro ou a prata possam comprar
It reaches past the highest star, and covers all the world!
Alcança muito mais do que a mais remota estrela, e cobre o mundo inteiro!

Its power is eternal, its glory is supernal
Seu poder é eterno, sua glória é superna
When all this earth shall pass away, there'll always be the love of God!
Quando todo este planeta fenecer, ainda haverá sempre o amor de Deus!

It goes beneath the deepest stain that sin could ever leave
Ultrapassa em muito a mais profunda mancha que o pecado jamais possa deixar 
Redeeming souls to live again who will on Christ believe!
Redimindo almas para reviver, aquelas que crerem em Cristo!

[Volta à 2ª e 3ª estrofes acima]

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Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 215: “AVISO PRÉVIO”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 09 de Agosto de 2015

Há registros históricos que dão conta de que o texto que se segue foi usado, como aviso prévio de uma catástrofe que se deu setenta anos atrás: “Leia cuidadosamente isto, pois pode salvar sua vida, a vida de um parente ou amigo. Nos próximos dias, algumas ou até todas as cidades citadas no verso serão destruídas por bombas americanas… Estamos determinados a destruir todo o arsenal dos redutos militares usados para prolongar inutilmente esta guerra. Infelizmente, porém, bombas não têm olhos. Assim sendo, de acordo com nossa política humanitária, e sem querer ferir gente inocente, advertimos a evacuar as cidades citadas para que vidas sejam salvas…”.

 A catástrofe a que me refiro foi a destruição de Hiroshima e Nagasaki pelo primeiro (e único, até agora) uso de bombas nucleares em guerra. O aviso prévio teria sido dado em 1º de Agosto de 1945, uma ‘chuva’ de folhetos impressos, derramada sobre 33 cidades japonesas. As cidades permaneceram como estavam… Em 06 de agosto a bomba seria lançada sobre a cidade. Em mais três dias, seria a vez de Nagasaki…

 Aparentemente, o governo imperial japonês não contava com a realidade em potencial. A população, aparentemente também não… Centenas de milhares de japoneses foram mortos: em Hiroshima, cerca de 80 mil no mesmo dia, número que chegou a 150 mil com o tempo. O número de vítimas teria um aumento brutal com a segunda bomba, em Nagasaki.  Por estes dias, a humanidade lembrou, reverente, as vítimas das duas cidades. Isto, porque ainda há humanidade no planeta, para lembrar…

 Pense num outro ‘aviso prévio’ que se espalhou pelo mundo: “…relativamente a tempos ou épocas, não há necessidade de que eu vos escreva; pois vós mesmos estais inteirados com precisão de que o Dia do Senhor vem como ladrão de noite. Quando andarem dizendo:’Paz e segurança’, eis que lhes sobrevirá repentina destruição, como vêm as dores de parto à que está para dar à luz; e de modo nenhum escaparão” (I Tessalonicenses 5.1-3, ARA). Não está em panfletos, como os milhares que foram derramados do céu sobre as cidades japonesas na guerra. Está na Escritura Sagrada, a Palavra de Deus.

 Será que o efeito destruidor daquele dia será maior do que o de Hiroshima e Nagasaki? Certamente! Será que vai pegar mais gente despreparada? Certamente, muito mais! Será que este ‘aviso prévio’ merece mais atenção e credibilidade do que o dos panfletos aéreos sobre o Japão, na Segunda Guerra Mundial? Sim, com certeza: muito mais atenção séria e credibilidade indiscutível! Depois daquele evento do “Dia do Senhor”, não haverá humanidade por aqui, para contar história. 

 Hiroshima e Nagasaki, além de dezenas de outras cidades japonesas receberam seu ‘aviso prévio’, que parece não ter adiantado, parece não ter sido levado a sério… Eis que, agora, o mundo tem este outro ‘aviso prévio’. Não vale a pena ignorá-lo… Não é boa idéia desprezá-lo… Não é sensato olvidá-lo…  

 Um fato curioso de 1945: o imperador Hirohito pediu, em sua rendição, que pelo menos seu status imperial fosse preservado no Japão – e foi atendido! A propósito, deixe-me lembrar o que também nos adverte hoje, tirado de uma missiva do Rei dos Reis: “Eis que venho sem demora; guarda o que tens, para que ninguém tome a tua coroa” (Apocalipse 3.11, ARC).  

A propósito, a nossa mensagem com música de hoje fala disto também. O autor já nos é conhecido: não faz muito tempo, usei numa das mensagens a sua composição "Meu Tributo", cantada em Português. Andrae Crouch, que foi transferido ao céu no início deste ano, captou a admoestação bíblica em relação ao tema acima mencionado, com propriedade e destreza. Ouça interpretação do coro  Heritage Singers, com nosso Player online, logo após a transcrição (traduzida) da canção. 

IT WON'T BE LONG (1972)
NÃO VAI TARDAR 
Andrae Edward Crouch (1942-2015)

It won’t be long, then we’ll be leaving here
Não vai tardar, e então vamos partir daqui 
It won’t be long, we’ll be going home!
Não vai tardar, estaremos nos dirigindo 'para casa'.

Count the years as months, and count the months as weeks
Conte os anos como meses, e conte os meses como semanas
And count the weeks as days, any day now : We'll be going home!
E conte as semanas como dias, e qualquer dia desses, então: estaremos nos dirigindo 'para casa'.
You look around the world today, you see trouble and heartache on every side
Você vê o mundo de hoje à volta, vê problemas e aflição por todo lado
But the Father says : Don’t worry! For I've called you by my Name, and you are mine…
Mas o Pai diz: Não se turbem! Pois vos chamei pelo meu Nome, e vós sois meus…
So, when the flames of affliction threaten to ravage your soul
Logo, quando as chamas da aflição ameaçam devastar sua alma
When the mighty waves of strife threaten to wash over that old ship of Zion
Quando as poderosas vagas de conflito ameaçam encobrir a nauzinha de Sião
Remember : that it won’t be long
Lembrem-se: Não vai tardar
For Jesus said – friends, I’m gonna leave you now
Pois Jesus afirmou – amigos, vou deixá-los agora
But just as sure as I’m leaving you, I’m coming back to receive you
Mas tão certo quanto os deixo, voltarei para recebê-los
And when he comes again this corruptible is gonna put on incorruption
E quando ele voltar, este corruptível vai se tornar incorruptível
This mortal is gonna put on immortality 
Este mortal vao se tornar imortal
For we shall be changed !
Porquanto nós seremos transformados!

We shall be like Him (3x) any day now : We’ll be going home !
Nós seremos à semelhança dEle (3x), qualquer dia desses: estaremos nos dirigindo para 'casa'.

It won't be long (it won't be long, it won't be long)
Não vai tardar… (não vai tardar, não vai tardar)
When we'll be leaving here (going home)
Quando nós partiremos daqui(indo para 'casa')
It won't be long (it won't be long, it won't be long)
Não vai tardar… (não vai tardar, não vai tardar)
We'll be going home (people, listen to us : it won't be long)
Estaremos indo para casa (pessoal, ouçam-nos: não vai tardar)
It won't be long (then we'll be leaving here)
Não vai tardar… (estaremos partindo daqui)
Then we'll be leaving here (you'd better be ready)
Então estaremos partindo daqui (é melhor que você esteja preparado)
It won't be long : we'll be going home!
Não vai tardar : estaremos indo para 'casa'!

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Abraços, boa semana !
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br  
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

 

N° 214 : “QUEM TÁ FALANDO…”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 02 de Agosto de 2015

"Olha só quem tá falando!” Foi essa a exclamação de um apresentador de programa de rádio, outro dia, a respeito de determinada personalidade, diante do que disse esta. Num linguajar bem coloquial, é essa a frase típica eventualmente pronunciada por quem ouve um pronunciamento, e rejeita tal pronunciamento, por conta da suposta ausência de credencial de quem fala. Usualmente, acontece em casos de uma admoestação ou exortação, quando se lembra que quem pronuncia já tenha quebrado o princípio que reivindica.  Se o mentor já infringiu uma lei moral, é desqualificado para dar lição de moral… É como se pensa.

Por um lado, isto tem certo grau de verdade: é muito pertinente que os modelos de princípios (pais, professores, líderes religiosos, legisladores, etc…) sejam bons praticantes do que prescrevem, para não verem invalidadas sua autoridade, ante às prescrições. Mas, há um certo limite, e o repúdio não pode ser assim, tão rigoroso, generalizadamente: sob esta hipótese, não escaparia ninguém, a não ser Jesus, o Irrepreensível (Hebreus 4.15).

Pense comigo, por curiosidade: você sabe que há 150 salmos na Bíblia, certo? Você sabe que nem todos foram escritos por Davi, o rei de Israel, certo? Te socorro logo: segundo a compreensão majoritária, há certeza de que Davi escreveu pelo menos 73 dos 150 salmos; se passar disto, não é muito. Muito bem! Sabe-se que, a certa altura, cometeu ele dois graves pecados: adultério com Bate-Seba, mulher de Urias, e o homicídio indireto  de Urias, esposo de Bate-Seba, para encobrir o adultério, conforme os registros de II Samuel 11. As conseqüências, sem dúvida, foram gravíssimas. Pergunto: será que o Espírito de Deus ainda usou Davi para escrever salmos devocionais, ou salmos didáticos, depois desse lamentável episódio? Respondo, em dois termos: sim e, provavelmente, ainda com a maioria dos 73 que escreveu. O adultério de Davi com Bate-Seba ocorreu aproximadamente na metade do seu mandato real; é muito provável, porém, que o número de seus salmos, escritos após o episódio, tenha superado bem a metade. E, uma ouutra curiosidade interessante: tal como sugere Charles Spurgeon (1834-1892), o maior salmo, que concentra seu teor nas riquezas da Palavra de Deus – o Salmo 119 – parece ter sido escrito ao longo de toda a vida de Davi, “o diário real de Davi”– antes e depois do lastimável episódio.

Bem! O que quero dizer com isto? Que pecados devem ser ignorados, tolerados, ou subestimados? Não! Que os que detêm posições de relevância (pais, mestres, líderes religiosos, líderes civis, etc…) ficam à vontade em suas missões, mesmo se cometerem erros contra os quais pregam? Absolutamente, não! Mas, antes de repudiar o conselho de um pai, ou de uma mãe, o conselho de um líder ou de um mestre, pense duas vezes. Somos todos falíveis! Erros ocasionais, por conta das fragilidades humanas, não devem receber o mesmo rigor de julgamento que erros sintomáticos e contumazes. Jesus mesmo disse à mulher adúltera: “Mulher, onde estão os que te acusavam? Ninguém te condenou? Respondeu ela: Ninguém, Senhor. Então disse Jesus: Nem eu tampouco  te condenarei; vai, e não peques mais”  (João 8.10,11, BCF). Ninguém se iluda: a pergunta de Jesus – “ninguém te condenou?” – não significou ‘ninguém achou erro em ti?’, mas sim ‘ninguém executou a sentença cabível?’… Erro, indubitavelmente houve. Mas, Jesus, que era o único apto a executar a sentença condenatória, não a executou; os acusadores também não a puderam executar, por causa da cláusula –“Se algum de vocês estiver sem pecado, seja o primeiro a atirar pedra nela” (João 8.7, NVI).

Se, além de Davi, Deus fosse considerar o passado de Pedro, Paulo ou vários dos outros personagens bíblicos, falíveis como nós (mas não contumazes, nem detratores da lei de Deus), não os teria usado como usou. Deus não nos dá pais perfeitos e infalíveis, mestres perfeitos e infalíveis, líderes perfeitos e infalíveis. Tampouco nós, sob a tendência de cobrar-lhes perfeição, jamais seremos perfeitos (aqui no mundo), quando estivermos investidos nas mesmas funções. Na fragilidade de cada um, procurando fazer o melhor, o mais sensato, o mais correto, diante de Deus, em face de suas responsabilidades por ele comissionadas, são passíveis de erros. A eles convém buscar sempre os reparos e o aprimoramento necessários.  Perfeito, só um, e está no céu! Assim sendo, antes de exclamar – “Olha só quem está falando!”, pense um pouco mais.  Para cada “argueiro” (do grego karphos, cisco de dimensões diminutas) em olhos alheios, pode haver uma “trave” (do grego dokos, palavra usada para grandes peças de madeira, usadas para vigas ou escoras de sustentação em edificações) em olhos próprios (conforme Mateus 7.1-5).

Uma mensagem musical expressiva, para terminar. Seu compositor foi prolífico: mais de mil composições, incluindo trinta e cinco cantatas. Encontra-se entre os compositores cristãos de maior sensibilidade musical e, como já dito, é um dos meus prediletos. A cena que ‘inspirou’ esta composição foi dupla: o olhar de Jesus a Pedro, quando este pecou, negando-o antes da crucificação, e o terno olhar de Jesus ao mesmo Pedro, quando, após a ressurreição, comissionou-o a apascentar suas ovelhas.

HIS WONDERFUL LOOK OF LOVE (1958)
SEU MARAVILHOSO OLHAR

John Willard Peterson (1921-2006) 

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Boa semana, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
Ulisses

Notas das citações bíblicas:  
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
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NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional  

N° 213 : “PIB – RECESSIVO OU EXPANSIVO?”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 26 de Julho de 2015

O PIB brasileiro (PIB é a sigla de Produto Interno Bruto, a soma de toda a produção de bens e serviços da nação, neste caso) ficou, em 2014, em 0,1 por cento ‘positivo’ – praticamente estagnação. A saúde de uma economia nacional se mede, entre outros fatores, pela intensidade de um PIB expansivo, e não recessivo. Para 2015, porém, o resultado negativo já é questão de “favas contadas”; isto tem o nome de recessão. O que se esperava (e pregava) até poucos dias atrás era a recuperação da economia em 2016. Qual o que! Analistas econômicos, tanto independentes quanto do governo, já admitem que a recessão, tida como inevitável para 2015, se estenderá por sobre 2016. Seria a primeira vez de seqüência de dois anos consecutivos, desde 1930-1931. Naquela época, a “Grande Depressão” mundial (1929) ‘quebrou’ vários países. A expectativa para estes dois anos é tão séria, que tirou a ex-candidata Marina Silva do silêncio de seu recolhimento, para dizer em público: “Não se sacrifica o destino de uma nação para se ganhar uma eleição”!

Imaginemos que o cenário fosse o oposto: economia em franco crescimento, ganhos financeiros se elevando para todos os cidadãos, expectativa ainda mais promissora para o ano seguinte, otimismo geral… Na sua auto-avaliação, sua relação com Deus, com os preceitos da Sua Palavra, estariam se encaminhando para um nível melhor? A primeira tendência para se responder a esta pergunta é com um “sim”! Afinal, todos nós costumamos corresponder melhor, mais afetivamente, a quem nos agrada, nos presenteia, nos faz favores. Que enorme ilusão! Com Deus, costuma acontecer ao contrário: Se as coisas vão bem, se o bolso fica mais cheio, se as expectativas são mais otimistas, mais comum nos esquecermos dEle… Veja, para exemplo, o caso do povo de Deus no Antigo Testamento: foi livrado da escravidão em terra alheia, foi conduzido miraculosamente pelos obstáculos do caminho (como o Mar Vermelho), foi miraculosamente suprido com alimentos dia e noite, ganhou um fantástico sistema de aquecimento para o frio da noite no deserto, e um outro fantástico sistema de redução de calor para o escaldante sol do dia, entre outras tantas benesses… E como correspondeu? Com murmúrios, reclamações, frieza, indiferença, voltando suas costas para Deus. Que ter uma amostra? Leia o capítulo 2 do livro do profeta Jeremias…  

O exemplo que citei, de um povo que era predileto de Deus no seu tempo, não é caso único. Na parábola do semeador, Jesus ensina que as fascinações das riquezas e os cuidados do mundo sufocam a Palavra de Deus, que “fica infrutífera”(Mateus 13.22). E isto é universalmente comum. A Bíblia declara: “Pois onde estiver o seu tesouro, aí estará também o seu coração” (Lucas 12.34, NVI). Por outro lado, é notório que quando as coisas apertam, quando parece faltar o conforto, quando o que se come e se bebe parece não fartar, quando o que se veste no frio parece não aquecer, quando se torna necessário trabalhar mais para garantir os rendimentos (e, mesmo assim, parece que vazam pela carteira, e somem, na conta bancária), mais comum tendência é a de procurar a face de Deus. Poderia ser tudo ao contrário, mas não é…

Por este ângulo, quem sabe a recessão na qual já estamos mergulhados trará algum proveito útil? Poderá ser doloroso, é verdade, e seria nem eu vou negar que melhor seria evitar a dor… Mas, no meio da dor, proveito, valor! Valorizar a vida (ainda que sob apreensões), valorizar a saúde (ainda que carente de cuidados), valorizar os dons naturais da criação de Deus (ainda que tão mal cuidados), valorizar o trabalho (ainda que incerto)… Sobretudo, isto é, mais que os bens da vida natural, os bens da vida espiritual: valorizar a Deus, valorizar Seu Filho – Jesus Cristo, valorizar a redenção por ele conquistada, valorizar a vida eterna proposta, valorizar a Palavra de Deus, que de tudo isto nos ensina. 

Faço uma proposta: já quem é certo que teremos PIB (Produto Interno Bruto) econômico negativo por dois anos (pelo menos), segundo as predições que se anunciam, que tal aproveitar a ocasião para um outro, positivo? Um “PIB” duradouramente expansivo, tal como um “Programa Intensivo de Bíblia”?  Buscai ao SENHOR e vivei, para que não irrompa na casa de José como um fogo que a consuma, e não haja em Betel quem o apague. Vós, que converteis o juízo em alosna e deitais por terra a justiça, procurai o que faz o Sete-estrelo e o Órion, e torna a densa treva em manhã, e muda o dia em noite; o que chama as águas do mar e as derrama sobre a terra; SENHOR é o seu nome (Amós 5.6-8, ARA).  Te digo uma coisa: quanto maior for índice deste outro “PIB” que proponho, maior será a saúde espiritual de quem o adotar, com conseqüências benéficas, não apenas para esta  vida, mas para toda a eternidade. Ele significará uma relação saudável com a vida (mesmo que adversa), com a criação divina (mesmo que decadente) e, acima de tudo, com Deus!

Sejam como forem os dias que virão, convido a uma atitude similar à que proclama o profeta: “No dia da angústia descansarei, quando subir contra o povo que invadirá com suas tropas. Porque ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; ainda que decepcione o produto da oliveira, e os campos não produzam mantimento; ainda que as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos currais não haja gado; todavia eu me alegrarei no Senhor; exultarei no Deus da minha salvação. O Senhor Deus é a minha força, e fará os meus pés como os das cervas, e me fará andar sobre as minhas alturas” (Habacuque 3.16-19, ACF).

Na canção de hoje, através do nosso Player online, o autor fala do avanço dos dias que a vida proporciona, cada um deles em crescente comunhão com o Senhor Jesus. Que anelo! Heritage Singers cantam para nós…

 THE LONGER I SERVE HIM (1965)
QUANTO MAIS O SIRVO
William James Gaither (1936…)   

Since I started for the Kingdom
Desde que comecei pelo Reino
Since my life He controls

Desde que Ele controla minha vida
Since I gave my heart to Jesus

Desde que dediquei meu coração a Jesus
The longer I serve Him

Quanto mais o sirvo
The sweeter He grows

Mais terno Ele se torna

The longer serve Him, the sweeter He grows
Quanto mais o sirvo, mais terno Ele se torna
The more that I love Him, more love He bestows

Quanto mais o amo, mais amor Ele proporciona 
Each day is like heaven, my heart overflows

Cada dia é como o céu, meu coração transborda
The longer I serve Him, the sweeter He grows.
Quanto mais o sirvo, mais terno Ele se torna

Ev'ry need He is supplying
Cada necessidade Ele vai suprindo
Plenteous grace He bestows

Plena graça Ele confere
Ev'ry day my way gets brighter

Cada dia meu caminho mais brilha
The longer I serve Him

Quanto mais o sirvo 
The sweeter He grows
Mais terno Ele se torna

AudioPlayer online (controle de volume à direita)

Boa semana, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
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N° 212 : “COLÍRIO

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 19 de Julho de 2015

Recente entrevista que ouvi pelo rádio alertava contra a negligência de número expressivo de cidadãos, quanto à possibilidade de ocorrência de doenças oculares. O oftalmologista citou glaucoma e catarata como exemplos, justificando a imperiosa necessidade de se proceder, quanto antes, exames médicos capazes de diagnosticar problemas e indicar tratamentos. “Quanto antes”, na linguagem do médico, foi mencionado com a adição de uma lembrança de Maquiavel.

Nicolau Bernardo Maquiavel (1469-1527) foi um filósofo, diplomata e músico de Florença, Itália. Notabilizou-se pela forma como um de seus pensamentos passou à história: “Os fins justificam os meios”. Suas obras, com destaque para “O Príncipe” (1513), lhe conferiram o renome de fundador da ciência política moderna. Entre suas máximas filosóficas, está o conselho de que se deve cortar o mal pela raiz. Foi este pensamento que o oftalmologista entrevistado lembrou, parafraseando Maquiavel: problemas de visão, como praticamente todos os males, são difíceis de diagnosticar e fáceis de curar, quando no início; porém, quando em estágios avançados, são fáceis de diagnosticar, e difíceis de curar…      

Talvez, fosse esse o problema de certo grupo de pessoas na antiga cidade de Laodicéia, ao final do primeiro século. Esse grupo se ufanava, com aquele sentimento típico de quem afirma – “Eu me basto”!  No entanto, o que eles ouviram, de quem efetuou o juízo mais legítimo no tocante à sua condição foi:Aconselho-te que de mim compres ouro provado no fogo, para que te enriqueças, e vestes brancas, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez; e que unjas os olhos com colírio, para que vejas (Apocalipse 3.18, ARC). E o diagnóstico foi: nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu” (Apocalipse 3.17, ARA).

Que colírio é este, capaz de curar até cegueira? Se consegue curar cegueira, certamente é eficaz também contra outras enfermidades oculares…  Hummmm! De fato, o texto usa figura de linguagem, e não trata especificamente das patologias da visão humana; antes, trata daquele tipo de cegueira que se manifesta por outros sintomas típicos: vacilação entre verdade e mentira, entre comportamentos justos e injustos, desdém diante de quem honestamente lhe aponta erros ou impropriedades, ouvidos moucos diante das verdades eternas, ou diante denúncia de carência de atitudes dignas aos olhos de Deus: a devoção, a santidade, a adoração verdadeira, o acolhimento do ensino de Sua Palavra…  Pessoas com a sensação de auto-suficiência moral e espiritual costumam sentir que em nada dependem de Deus. No máximo, podem até pensar que Dele  dependem, mas cabe a elas, exclusivamente a elas, escolher os dias (ou horas) em que Deus será admitido em suas vidas. Pensam que sabem tudo, enquanto lhes afeta uma flagrante ignorância; pensam que enxergam toda a realidade, enquanto lhes afeta um tipo de cegueira que pode lhes subtrair excelentes dotes da eternidade – até mesmo a própria convivência com Deus, naquela eternidade.

Devo dizer: o conselho do oftalmologista entrevistado, amparando-se em Maquiavel, vale especialmente para circunstâncias assim. Há deficiências mais fáceis de tratar, ainda que mais difíceis de diagnosticar, quando diagnosticadas mais cedo. É o caso, no campo dos valores espirituais. Você, que lê, acha que nenhuma deficiência na esfera espiritual tem para ser tratada, neste momento? Talvez, lá na frente, descubra que não deveria ter deixado passar tanto tempo, até socorrer-se do tratamento eficaz. Segundo a Bíblia, quem não anda sob a verdade do evangelho, anda em trevas, em cegueira completa; e quem diz andar sob o evangelho, mas coxeia entre dois caminhos, é como aquela gente de Laodicéia: Conheço as suas obras, sei que você não é frio nem quente. Melhor seria que você fosse frio ou quente! Assim, porque você é morno, nem frio nem quente, estou a ponto de vomitá-lo da minha boca” (Apocalipse 3.15,16, NVI). Chega de ser morno (ou morna); chega de faz-de-conta! É hora de encontro com a verdade…

O conselho adequado para hoje é o mesmo de outrora: adquiras o colírio, para ungir os olhos, para enxergar… E, sem esquecer do lembrete de Maquiavel (quer dizer, do oftalmologista): quanto mais cedo, melhor, porque mais eficaz será o tratamento. Se deixar para mais tarde, pode complicar muito mais. Que colírio é este? É a verdade do evangelho de Jesus Cristo, de sua redenção, de seus mandamentos, de seus ensinamentos. Ok! Para alguns, diagnóstico preciso, prescrição precisa… O que falta? Começar a usar o colírio. Diagnóstico correto, receita na mão não resolvem nada, se não for seguida a prescrição.

A mensagem musical de hoje toca neste assunto: “eu que era cego, agora posso ver”… Ouça, na voz do seu compositor, com o Grupo Elo.

AUTOR DA MINHA FÉ (1988)
Paulo Cezar da Silva (1952…) 

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Ulisses

Notas das citações bíblicas:
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N° 211 : “AGORA É TARDE

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 12 de Julho de 2015

Quando foi eleita, em Outubro de 2014, a presidente Dilma Roussef contou com a aprovação explícita de teóricos 53% da população brasileira; maioria eleitoral, portanto. No entanto, de acordo com os maiores institutos brasileiros de pesquisas de opinião, ainda em Dezembro caiu para 42% o número dos consultados que consideravam seu governo “bom” ou “ótimo”, com 33% considerando regular. Em março deste ano, uma queda vertiginosa: apenas 13% ainda consideravam no patamar mais elevado, com 24% no patamar intermediário. Agora, decorridos seis meses do ano, somente 9% ainda julgam “bom” ou “ótimo” o seu governo, que já conta com 68% de reprovação explícita. Os mesmos institutos apontam que mais de setenta por cento da amostra populacional consultada não confiam na presidente.

É algo extremamente curioso: oito meses atrás, eleita com 53% de votos; hoje, quase 70% reprovam, e mais de 70% não confiam na presidente. Praticamente esse mesmo percentual afirma, hoje, que não votaria em Dilma Roussef, fosse hoje a eleição. O que mudou – ela, ou a percepção e o juízo das pessoas? Sem julgar se essa faixa da população estava certa ou errada em Outubro, ou se hoje é que está certa ou errada, um fato é indiscutível: Para esse contingente, agora é tarde! Está eleita, e na plenitude dos direitos do mandato, ao que parece. Se essa grande maioria estiver hoje com razão, estava muito equivocada oito meses atrás… Mas, que adianta? Para os arrependidos, agora é tarde!

Deixando de lado o cenário político, que não é mesmo o que interessa nestas páginas, é cem por cento seguro dizer-se que há situações assim: um dia pode-se chegar à clareza da verdade dos fatos… Contudo, tarde demais…  Por exemplo, em matéria de existência após a morte. Há um grande contingente – os céticos e os agnósticos – que não crê existir vida após a presente existência. Supõem que ao morrer um homem, uma mulher, tudo se acaba para ele. Ao chegar-lhes a morte, desembocando na próxima existência, descobrir quão estavam errados não lhes trará oportunidade de reconsideração: a eternidade é caminho sem volta! Se é que lhes ocorrerá ‘arrependimento’ por seu ceticismo, sua incredulidade, será tarde demais. O lugar e o tempo para rever a descrença é aqui e agora. Quer um exemplo dos fatos? Davi, diante da cena da morte de sua criança recém-nascida, exclamou a verdade: “Posso por acaso fazê-lo voltar à vida? Eu é que irei para junto dele; ele, porém, não voltará mais a mim!” (II Samuel 12.23, BCF).

E quanto àqueles que admitem o prolongamento eterno da existência, mas se equivocam quanto à maneira de se preparar para ele? Sobre tais, digo o mesmo: chegar lá, no caminho sem volta da eternidade, e descobrir que fizeram escolhas erradas, tomaram decisões erradas quanto a ele, não lhes proporcionará nenhum ‘refresco’. As escolhas certas, as decisões certas quanto ao melhor trajeto na eternidade precisam ser tomadas aqui e agora. De forma análoga à maioria que elegeu Dilma e agora acredita que errou, sem que lhes seja dada a chance de rever seu voto, adentrar a eternidade sem o precedente de decisões acertadas quanto àquele caminho, onde não ocorrerá nenhuma chance de revisão de decisões pessoais só levará a uma conclusão: “Agora é tarde!”.

Aliás, do ponto de vista da Palavra profética de Deus, proferida por Seu Unigênito e Divino Filho, o único e legítimo caminho para o lado da eternidade com Deus (João 14.6), será também uma expressiva maioria que estará sob a instância de descobrir quão tarde será para suas reconsiderações… O Rei dos reis e Senhor dos senhores afirmou: “Entrem pela porta estreita, pois larga é a porta e amplo o caminho que leva à perdição, e são muitos os que entram por ela. Como é estreita a porta, e apertado o caminho que leva à vida! São poucos os que a encontram” (Mateus 7.13,14, NVI). De que importância isto se reveste? Bem, se voltarmos ao assunto das pesquisas sobre o governo Dilma, admitindo a hipótese, para fins de arrazoado, de que a maioria de hoje estava errada lá atrás, quando votou, diríamos que deveriam ter qualificado de forma adequada sua decisão lá atrás também. Por semelhança, direi que chegar a eternidade – cujo caminho é sem volta – e por lá descobrir o erro que terá sido desdenhar da eternidade, ou o erro que terá sido desdenhar do único caminho que conduz à vida eterna com Deus, deveria ser útil para as reconsiderações necessárias. No entanto, direi, com linguagem futurista: agora é tarde! Meu “agora” se refere àquele momento, já impróprio para retomada de decisões: “Porque ele diz: Eu te ouvi no tempo da oportunidade e te socorri no dia da salvação; eis, agora, o tempo sobremodo oportuno, eis, agora, o dia da salvação” (II Coríntios 6.2, ARA).

Portanto, já que a eternidade é caminho sem volta, e que é um tempo em que não mais haverá disponibilidade para revisões, que tal aproveitar o único tempo disponível para elas, e tomar uma decisão acertada, quanto à eternidade, antes que seja tarde?   

Repriso, aqui, um hino que tem sido uma espécie de 'hino oficial' de muitos que vagueiam pelas estradas (tanto pavimentadas quanto férreas) americanas. Segue o hino em MP3, numa apresentação feita por um quarteto em um grande auditório de Nashville.  As palmas e apupos, ao final, poderiam ter sido evitadas, embora não tenham sido.  Mas vale a mensagem do hino, cantado a cappela pelo quarteto Cathedrals. Após a letra transcrita e traduzida, nosso AudioPlayer online.   

LIFE IS A RAILWAY TO HEAVEN (registro em 1890) 
A VIDA É [COMO] UMA FERROVIA PARA O CÉU
Letra: Eliza R. Snow (1804-1887) & M. E. Abbey (pastor no estado da Georgia)  
Música : Charles David Tillman (1861-1943)

 
Life is like a mountain railroad 
A vida é como uma ferrovia de montanha
With an engineer that’s brave;
Com um maquinista que é valente; 
We must make the run successful,
Somos compelidos a buscar uma jornada de sucesso
From the cradle to the grave;
Desde o berço até à tumba;  
Watch the curves, the hills and tunnels
Observe as curvas, as montanhas e os túneis
Never falter, never fail;
Nunca hesitando, nem falhando;
Keep your hand upon the throttle,
Mantenha sua mão sobre a manete, 
And your eye upon the rail. 
E seu olho sobre a estrada. 
 
        Blessed Savior, Thou will guide us
        Bendito Senhor, Tu nos guiarás  
        Till we reach that blissful shore
        Até que alcancemos aquela praia bem-aventurada
        Where the angels wait to join us
        Onde os anjos aguardam para juntar-se a nós
        In Thy praise, forevermore !
        Em louvor a Ti, para todo o sempre!
 
As you roll across the trestle,
À medida que você avança sobre os trilhos, 
Spanning Jordan’s swelling tide,
Atravessando o Jordão que transborda suas margens  
You behold the Union Depot
Você se depara com a Estação da União [uma associação de idéias com as estações da ferrovia] 
Into which your train will glide;
Para dentro do qual seu trem deslizará;
There you’ll meet the Sup’rintendent,
Lá você vai se encontrar com o Superintendente [da metafórica ferrovia]
God, the Father, God, the Son,
Deus, o Pai, Deus, o Filho
Will extend the hands will greet you
Há de estender-te as mãos com as quais vai saudar tua chegada
“Weary Pilgrim, welcome home.” 
"Peregrino fatigado, seja 'bem-vindo' em casa!" 

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Boa semana, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
  Ulisses 

Notas das citações bíblicas:
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N° 210 : “POPULARIDADE

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 05 de Julho de 2015

O grupo musical britânico “The Beatles” foi formado em 1960; contudo, foi em 1962 que sua formação definitiva – John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr – começou a alcançar o sucesso que alcançou. Quatro anos depois, a aclamação do grupo já era mundial. Em agosto de 1966, a revista norte-americana Datebook publicou uma entrevista antes concedida por John Lennon; a entrevista, a pedido da jornalista Maureen Cleave, foi originalmente publicada pelo London Evening Standard, em 04 de Março do mesmo ano.

A parte que mais repercutiu da entrevista de Lennon diz respeito a um vaticínio e a uma auto-avaliação por ele feitos. Segue,ipsis litteris, numa pequena transcrição traduzida: “O Cristianismo vai passar; vai esvaecer e encolher. Não preciso argumentar a respeito disso; estou certo, e ficará provado que estou certo. Nós [os Beatles] somos, neste momento, mais populares do que Jesus Cristo”.  Lennon estava bastante convencido de sua popularidade, junto com o grupo; até predisse o fim do cristianismo. Diz-se que ele se desculpou, depois; mas a diferença estratosférica entre a raquítica publicação das desculpas e a estrondosa repercussão da primeira declaração é inegável.

Em matéria de popularidade, dá pra se tentar uma pequena comparação entre Lennon e Jesus. Curiosamente, Jesus era avesso à auto-promoção e popularidade. Curou ele um leproso nas proximidades de Cafarnaum, e logo ordenou que este a ninguém dissesse do que se lhe tinha sucedido (Mateus 8.4); na casa de um chefe de sinagoga, ele ressuscitou sua filha morta, mas ordenou expressamente o sigilo sobre o fato (Marcos 5.43); curou ele um surdo-gago em Decápolis, sobre o que também solicitou reserva (Marcos 7.34); curou ele um cego em Betsaida, e logo o mandou para casa, evitando a população da aldeia (Marcos 8.26); também em Cafarnaum curou ele dois cegos, reclamando-lhes o silêncio a respeito de sua identidade (Mateus 9.30); multiplicou ele pães e peixes para uma multidão, e logo depois retirou-se a sós para um monte, a fim de orar; quando, pouco depois, os discípulos manifestaram seu entendimento de quem ele era (Pedro afirmou: “Tu és o Cristo de Deus” – Lucas 9.20, ARA), e ele ordenou que a ninguém dissessem tal coisa (pelo menos, até que ele morresse e ressuscitasse). 

Ninguém que leia os evangelhos com isenção há de encontrar, ali, qualquer iniciativa de auto-promoção, de propaganda, de busca de popularidade, na pessoa de Jesus Cristo. Não é o que se pode dizer de John Lennon, enquanto viveu. Aliás, Jesus chegou a desafiar parte de seus ouvintes certa ocasião a abandoná-lo, como outros antes fizeram. Havia ele alimentado uma multidão, certo dia, com o milagre da multiplicação de pães e peixes; entretanto, no dia seguinte, convidava os ouvintes (figuradamente) a beber o seu sangue e a comer sua carne (nem todos entendem esse ‘convite’). E eles foram se retirando, um a um, dizendo: Duro é este discurso; quem o pode ouvir? (João 6.60, ACF).  E Jesus, virando-se para eles, questionou: “Isto vos escandaliza?” Logo a seguir, virando-se para seus próprios discípulos próximos, isto é, os “doze”, indagou: “Vocês também não querem ir?” (João 6.67, NVI). Decididamente, estas não são maneiras de agir e falar para quem está atrás de popularidade.

Por outro lado, há uma diferença estupenda entre os propósitos de vida de Lennon e Jesus. O primeiro, ainda em 1966, conheceu Yoko Ono; esta acabou se colocando na posição entre John e sua esposa, Cynthia, levando-os ao divórcio. De 1966 a1980, quando morreu, Lennon teve sua vida deteriorada por álcool e drogas; chegou a ser preso por porte de entorpecentes. No início da década de setenta, o grupo (aquele, para o qual John reivindicou mais popularidade do que para Jesus Cristo) se desfez, com John declarando – o sonho acabou… E quanto a Jesus? Foi preso injustamente pela inveja dos sacerdotes judeus; foi considerado inocente por Pôncio Pilatos, e mesmo assim, foi entregue à morte – morte de cruz. Mas, houve uma reviravolta formidável, assim descrita pelo apóstolo Paulo: Pelo que também Deus o exaltou soberanamente e lhe deu um nome que é sobre todo o nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai" (Filipenses 2. 9-11, ARC).

O fim do cristianismo, que Lennon ‘profetizou’, está longe de acontecer. É verdade que ocorre declínio na Europa e na América do Norte; o contrário ocorre nos demais continentes. O declínio tem relação com a secularização acomodada do Primeiro Mundo; já o crescimento nos demais continentes, mesmo sob forte perseguição a cristãos, como na África e na Ásia, indica que a fé cristã mantém sua vitalidade. Que me desculpasse John Lennon, se vivo estivesse: Jesus Cristo nunca procurou por fãs, nunca andou atrás de popularidade. O que ele proclamou, em nome do Deus Altíssimo,  foi: Mas vem a hora, e já chegou, em que os verdadeiros adoradores hão de adorar o Pai em espírito e verdade, e são esses adoradores que o Pai deseja” (João 4.23,24, BCF). Entendeu direitinho? Adoradores, não um ‘fan-clube’; adoradores, não de fantasia, de encenação, de cerimonial, de faz-de-conta, mas adoradores que o adorem em espírito e em verdade! Isso é tudo!

No ano anterior ao da declaração de Lennon, o poeta sacro compôs um hino tangente. Anos mais tarde, um dos seus maiores desafios foi tocar para que seu irmão cantasse frente ao público. O detalhe é que esse seu irmão, Danny Gaither, estava em pleno tratamento de câncer na garganta, do que viria a sucumbir pouco tempo depois. Ao ouvir a mensagem cantada, vertida para o nosso idioma (na interpretação do Quarteto Templo), você entenderá… As palavras desafiam também o prognóstico de John Lennon…

The Longer I Serve Him (1965)
QUANTO MAIS O SIRVO
William James Gaither (1936…)

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Nº 018 – “ESPERANÇA”

Ministérios EFRATA – Arautos de Vida
Julho de 2015

“Tenho tido a necessidade de garimpar a Palavra de Deus na busca de respostas para questões difíceis sobre Deus, sobre como Ele opera, e percebo que meus leitores enfrentam as mesmas batalhas e questões… Para mim, a Palavra de Deus é um tesouro  a ser explorado; quanto mais garimpo, mais sabedoria vejo, mais autenticação dela própria, mais revelação do maravilhoso mistério divino. Ele me deu uma mente que aspira descortinar quem Ele é, e o que está fazendo com o nosso mundo”.  Quem afirma isso é Nancy Guthrie, que escreveu Um Fio de Esperança (Holding On to Hope), além de Hearing Jesus Speak Into Your Sorrows (Ouvindo Jesus Falar Em Meio aos Seus Sofrimentos).

Nancy, e seu esposo David são cristãos ativos em Nashville, Tennessee, nos EUA. Nancy diz que seu lar era como qualquer outro. Ela e esposo lecionavam na escola bíblica dominical; um dos temas que a encantou foi a vida de Jó, seu sofrimento, suas reações diante de todo o quadro de sua vida. Perguntava-se – será que eu reagiria da mesma forma?  Depois de terem Matt, seu filho mais velho, Nancy veio a ter Hope, em 1999. “Depois do parto, os médicos começaram a identificar certas anomalias em nossa filha; era uma síndrome rara [Síndrome de Zellweger, doença genética rara, pela qual ocorre certo déficit nas células de órgãos como rins, fígado e cérebro, com diversas conseqüências nefastas no organismo]; ficamos aturdidos e mal ouvimos as últimas afirmações – não há tratamento, não há cura, não há sobreviventes; a maioria das crianças não vive mais que seis meses”.

Nancy se lembrou de Jó, e de suas lições de Escola Dominical. Agora, era com ela, e com David, e até com Matt. A interrogação adicional que veio foi: “Será que nossa fé em Deus nos ajudará a sofrer menos?” Hope rompeu a barreira dos seis meses: viveu exatos 199 dias, durante os quais ela e sua família ‘garimparam’ profundas riquezas da Palavra de Deus, para enfrentar o quadro. Mas, o diagnóstico se confirmou, e Deus levou para si a pequena e amada Hope. A Síndrome de Zellweger decorre, segundo a ciência, de existência de um gene recessivo no código genético de ambos os pais, mas há meios de prevenir que tal existência, quando identificada e tratada, prejudique uma gravidez.

David e Nancy tomaram todas as precauções para nova tentativa. Veio a gravidez, e era um menino, desta vez: seu nome seria Gabriel, o pequeno Gabe. A previsão de nascimento, para 2001, se cumpriu. No entanto, antes mesmo, Nancy soube que, a despeito de todos os cuidados, Gabe tinha a mesma síndrome de Hope. Passar por tudo de novo, Senhor?  É, Deus quis assim… O pequeno Gabe viveu menos: 183 dias, com sintomas e conseqüências idênticos aos da irmã. Seria motivo suficiente para deixar Deus de lado… Mas, não para Nancy e David. Ao contrário, o que se viu foi um impressionante aprofundamento na fé, nas riquezas da graça de Deus, a ponto de poderem ajudar a inumeráveis pessoas em sofrimento.   

"Diante da calamidade que lhe sobreveio, Jó se prostrou diante de Deus em adoração… Somente uma pessoa que compreendia a grandeza de Deus poderia tê-lo adorado em meio a tanta dor”, reconheceu Nancy, seguindo a mesma fórmula. Seu testemunho de vida e de esperança tem chegado a milhões, em mais  de oito línguas, inclusive em língua portuguesa; até a mídia secular, como o jornal USA Today e a Time Magazine, retrataram seu drama. A publicação Sacred Melody registrou: “Os que observaram Nancy e David prosseguir, em meio às suas perdas, e os milhões no mundo que tomaram conhecimento de sua história, admiraram-se de sua habilidade de emergir de tal sofrimento com alegria no viver e paixão por Deus”.  Sobretudo, tem sido evidenciada a atitude típica de Jó: “Porque eu sei que o meu Redentor vive, e que, no fim, se levantará sobre a terra. E depois que o meu corpo estiver destruído e sem carne, verei  a Deus. Eu o verei com os meus próprios olhos; eu mesmo, e não outro! Como anseia no meu peito o  coração”  (Jó 19.25-27, NVI). É a esperança de reencontro com Hope e Gabe… É a esperança de vida eterna com Deus… Isto nutre a vida de aqui!

A esperança de Jó, a esperança de Nancy, é a mesma esperança que usufruem milhares, milhões, ainda que não tão provados como eles. Mas, que podem usufruir tantos quantos forem provados como eles foram. Nancy Guthrie, por seu testemunho de vida e de esperança, não poderia ser aqui retratada, senão como outra “Arauto de Vida”…

Quando Noé soltou a pomba na janela da arca, depois de todo aquele dilúvio que cobriu (e destruiu) a terra (está lá, em Gênesis, entre os capítulos 6 e 9, inclusive), e a pomba trouxe a Noé o raminho de  oliveira no bico, a mensagem era clara, do jeito que Deus tinha dito: o dilúvio não será para sempre… Haverá vida, outra vez, e ainda há esperança! Confira, especialmente em Gênesis, capítulo 8. Concordemente com a nossa mensagem, nosso hino-tema é também mensagem de arautos de vida. Mesmo que o 'dilúvio' seja longo e hostil, não vai chover para sempre; há vida, depois dele… 

Nosso hino temático também fala disto. Na voz suave de Cynthia Clawson, ouça a mensagem, com o nosso player online…

IT   WON’T    RAIN   ALWAYS…  (1981)
NÃO VAI CHOVER PARA SEMPRE…
Letra : Gloria Gaither (1942…)
Música : Bill Gaither (1936…) & Aaron Wilburn (1950…)

Someone said that in each life:
Alguém disse que em cada vida  
Some rain is bound to fall:
Alguma chuva é fadada a cair
And each one sheds his share of tears:
E cada um entorna seu tanto de lágrimas
And trouble troubles us all:
E problemas afetam a todos nós
But, the hurt can't hurt forever:
Mas, a dor não pode ferir para sempre
And the tears are sure to dry…:
E as lágrimas por certo hão de se estancar… 

And it won't rain always:
E não há de chover para sempre
The clouds will soon be gone:
As nuvens logo se dissiparão
The sun that they've been hiding:
O sol que elas têm ocultado
Has been there all along…:
Tem estado lá, em todo o tempo…
And it won't rain always:
E não há de chover para sempre
God's promises are true!:
As promessas de Deus são reais
The sun's gonna shine in His own good time:
O sol há de brilhar no tempo próprio Dele [Deus]
And He’s gonna see you through!…:
E Ele vela por ti…
The sun's gonna shine in God's own good time:
O sol há de brilhar no tempo próprio Dele [Deus]
And He will see you through!…:
E Ele há de velar por ti! …

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Abraços
Ulisses

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N° 208: “NOITES LONGAS”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 14 de Junho de 2015

 Quero começar estas linhas dizendo onde eu estou, quando as escrevo: estou num ambiente chamado UDC – Unidade de Decisão Clínica, contígua à emergência do hospital da Unimed. Já passei pela avenida do Contorno, em frente a este hospital, várias vezes; entretanto, só hoje me dou conta de que há pelo menos dois estabelecimentos comerciais de serviços funerários, praticamente em frente…  Qual foi a minha imaginação? Alguém, tempos atrás, deve ter pensado quão oportuno (e, talvez, lucrativo) ter um estabelecimento deste gênero bem na porta de um hospital. Aliás, consigo lembrar-me de vários outros casos idênticos, em outros bairros, ou mesmo cidades.

Cá dentro, um “quase caos”: de um lado, tendo passado pela emergência, alguém que foi assaltado e agredido dentro de sua própria casa, com várias lesões corporais; do outro lado, alguém que estava sob monitoramento intensivo, devido a um ataque cardíaco; perto, uma idosa senhora com quadro de pneumonia e enfisema pulmonar; mais adiante, um senhor aos gritos, em nítido estado de confusão mental… Passou-se a primeira noite, noite ‘em claro’… Fiquei imaginando como deveria ser estar debaixo desta rotina, diariamente. Quase ao amanhecer o dia, depois de alternância das equipes, a acompanhante da idosa senhora comentou comigo: “Aqui as noites são longas!”

Será que alguém, alguém que se dá ao trabalho de ler estas linhas, ignora o sentido da frase da minha ‘vizinha’? Os poetas enumeram, em seus versos, várias razões para noites longas. Fernando Pessoa fala de carência e de solidão; Vinícius fala da desilusão curtida; Pina fala de insônia; Quintana fala de medo, fobias; Drummond lembra as frustrações (e a minha vizinha de espaço hospitalar falava de ânsia pelo dia, face o quadro presenciado e acompanhado)… Agora, eu, que não sou poeta, que direi? Esta pergunta, ensaio de ensaio de retórica – jamais eu negaria – carrega junto uma segunda intenção: estou praticamente a adivinhar que alguém por aí vai imaginar meu epílogo triunfal, ufanista: “um cristão, um verdadeiro cristão, não passa por longas noites… nem por carência ou solidão, nem por medo ou escuridão, nem por fobia ou frustração!” Afinal (tento eu ainda imaginar o imaginado), não é mesmo na Bíblia que encontramos a consoladora afirmação – “Apenas me deito, logo adormeço em paz, porque a segurança de meu repouso vem de vós só, Senhor” (Salmo 4.8, BCF).

Qual o que! Enganou-se redondamente… Conheço muitos bons cristãos que já passaram por não poucas noites de insônia, noites longas; afinal, estamos todos no mesmo barco, somos todos de carne e osso, passamos todos por idênticas circunstâncias. Todas aquelas razões de que falam os poetas, certamente traduzindo experiências próprias, são também pertinentes à vida de qualquer pessoa, mesmo temente a Deus. Estou certo de que até quem já tenha usado o verso bíblico acima, fosse para encorajar, fosse para desafiar, fosse para estimular (como eu já usei), também já teve suas noites ‘mais longas’, com sensação de intermináveis. E posso dizer que até os heróis da fé bíblica também as enfrentaram. Aliás, sendo mais contundente, mesmo Jesus, quando estava para enfrentar a cruz…

De modo algum estas constatações invalidam o que diz o salmista, que também era poeta. O contraste que ele pretendeu estabelecer foi que, passadas as situações específicas, que causam perda de sono por causa da agonia de alma, ele, tendo seu coração firmado no Senhor, alimentado pela esperança que Ele planta e proporciona, poderia, outra vez, experimentar o sono pronto e reparador. E, mesmo que o sono reparador não viesse de pronto, a presença do Deus que traz o repousar seguro, e que não se afasta dos que o temem, lhe era garantia incomutável. O salmista que aqui disse isto é o mesmo que disse acerca do homem que teme ao Senhor: “Não temerá más notícias; seu coração está firme, confiante no Senhor; o seu coração está seguro e nada temerá.” (Salmo 112. 7,8, NVI).  

Noites longas, longas noites… Quanta coisa, ainda, a aprender com Deus!… Quanta coisa, ainda, a aprender de Deus!… Quanta coisa, ainda a usufruir em Deus, até que o tempo em que há noites acabe, e venha o tempo (tempo SEM tempo) em que não haverá mais noites, nem curtas nem longas!… Será quando o dia que há de raiar já com luz de meio-dia, e que jamais vai avançar do meio-dia da mais plena luz, chegar…  Oh, que dia será, glorioso será. Enquanto não chega, uma certeza: seja de dia, seja de noite, noite  ‘curta’, ou noite “longa’, não ando só! Quer ‘ouvir’ uma das Suas promessas? “Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel” (Isaias 41.10, ARA).

Te deixo, ao final, com a palavra de outro poeta. Aos 65 de idade, depois de haver composto centenas de hinos, ele retrata este tipo de preocupação em sua poesia.

I Never Walk Alone (1952)
NÃO ANDO SÓ
Alfred Henry Ackley (1887-1960)

1. Não ando só, pois Cristo me acompanha 
   Por toda a parte, aonde quer que eu for; 
   Meu coração se alegra em Sua graça,
   E quantos queiram, fruem Seu amor.

CORO: Não ando só, Jesus ao lado tenho, 
      E nEle achei Amigo sem igual.
      De tal Amigo apoio e guia obtenho; 
      Não ando só, pois Ele me é real.

2. Não ando só, em meio à tempestade; 
   Mesmo que o vento esteja a me açoitar, 
   Seguro vou pois Cristo está comigo,
   E os braços Seus estão a me rodear.

3. Não ando só, se as tentações me assaltam, 
   Comigo está Jesus a me guiar,
   E quando enfim eu for ao lar eterno, 
   Ainda ali com Ele eu hei de andar.

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Abraço, bom Domingo, e uma boa semana
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 207 : “NÃO CONTAVAM COM MINHA ASTÚCIA…”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 07 de Junho de 2015

Quem não sabe que a frase acima se tornou popular na boca de um personagem famoso – o Chapolin Colorado? A julgar pelo uso daquele personagem trapalhão, ‘astúcia’ é uma qualidade que passaria a demandar outra definição no dicionário. E, não é só nas séries de TV: até no campo da intocável Ciência. Vejamos, por exemplo, as mais clássicas afirmações históricas sobre a época do primeiro exemplar humano: há muito tempo que os livros escolares ensinam ao universo estudantil, no mundo inteiro, que o gênero homo, ancestral direto de todos os hominídeos do planeta, surgiu por volta de 2,8 milhões de anos atrás. Afirma-se que foi este o caso do Homo habilis, e que o Homo eretus veio bem depois dele.

Entretanto, certas descobertas científicas recentemente efetuadas e publicadas trazem o nosso personagem ao cenário imaginário, como que a dizer – “não contavam com a minha astúcia!”.  Uma das mais prestigiadas revistas científicas do mundo, a britânica Nature, acaba de publicar resultados desafiadores de descobertas arqueológicas na África. Em West Turkana, no Quênia, os arqueólogos descobriram um arsenal de ferramentas, esculpidas em pedras, de cair o queixo. Martelos, bigornas e outros artefatos de pedra foram datados como de época ‘simplesmente’ 700 mil anos mais antiga do que as que, até então, eram conhecidas. Com base nas conhecidas, até então, é que se estipulou aquele limite antigo para a origem do homem. O dilema dessa história toda é: se essas ferramentas foram produzidas por humanos, então contaram nos livros uma história errada, até agora; mas, se não foi produzida por humanos, quem as produziu, afinal? Quem teria vivido antes dos humanos, para ensinar a estes a arte de esculpir artefatos e ferramentas de pedra?

No website do projeto de pesquisa arqueológica há uma citação do eminente paleoantropologista Louis Leakey (1903-1972):“ferramentas de pedra são o comportamento humano fossilizado”. Pimba! É por isto que precisamos de alguém como o Chapolin Colorado, com devida vênia do toque humorístico que o caso enseja. Fico a imaginar os cientistas, até decidirem se publicavam ou não o que descobriram; imagino o amplo reclame: “E agora, quem poderá nos ajudar?”; ora, ora, ninguém se desespere – vem aí o nosso herói: “não contavam com a minha astúcia!” (E, tome trapalhada).  Cientistas chegam a dizer: Se o arsenal de ferramentas for, de fato, produção humana, toda a história da origem do homem terá que ser recontada! Não é fantástico, pitoresco, bizarro mesmo?    

Falando em astúcia dos sábios, que tal lembrar, mais uma vez, o registro de dois mil anos atrás, que reúne as palavras “astúcia” e “sábios” num só texto? Porque a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus; porquanto está escrito: Ele apanha os sábios na própria astúcia deles” (I Cor 3.19, ARA). Sabe o que isto quer dizer? Quer dizer que, se o Homo cientificus (não precisa procurar no dicionário: não vai achar!) quer brincar de ser astuto com assuntos de Deus, Deus já lhe deu o veredicto, nas palavras escritas pelo apóstolo Paulo. E mais: pra que gastar suor para reescrever a história da origem do homem? Ela já foi escrita, com toda a propriedade, por quem realmente entende dessa ‘ciência’: o Criador!

O que o homem precisa é de um pouco mais de humildade, e reconhecer quem é Deus, qual o Seu papel, qual o Seu interesse, qual o Seu propósito; depois disto, ficar-lhe-á bem investigar o papel do homem, e o seu propósito. E que deixe de bancar o astuto, tentando contar e recontar histórias sem o Deus da História: Ele apanha os sábios na própria astúcia deles. Aliás, muito antes de Paulo escrever, pelo Espírito, Elifaz, o temanita, havia dito a Jó: “Ele apanha os sábios na sua própria astúcia; e o conselho dos que tramam se precipita” (Jó 5.13, ARA). E, tempos depois, Davi ecoou: “Desprezas os que se desviam dos teus decretos, porque falsidade é a astúcia deles” (Salmo 119.118, ARA).

Coisa mais inconveniente, para não dizer arriscada, é o homem teimar com Deus, entendendo-se mais sábio do que Ele. Bobagem pura, e puro dano próprio. Melhor lhe fica reconhecer que Deus é Deus! Primeiro ponto… Depois, que Ele é único, o criador, criador único! Segundo ponto… Depois, que tudo quanto foi criado, desde a menor partícula de qualquer átomo, até à mais remota e densa galáxia, dá testemunho exclusivo de Deus, como Criador! Terceiro ponto! E mais: que tudo quanto precisava ser contado, para nortear o conhecimento seguro e saudável do homem, Deus o fez na Sua Palavra! Quarto ponto… Por fim, que todo conhecimento e toda ciência, seja aquela que cuida de investigar a menor partícula de qualquer átomo, ou aquela que treina para ir ao alcance da mais remota galáxia, se legitimam de verdade tão somente quando levados cativos à obediência de Cristo Jesus (II Cor 10.5), em quem reside toda a plenitude da divindade, e de quem as Escrituras dão pleno testemunho! Ponto final…  E basta, para fins de governo do intelecto! O resto, vem em decorrência, quando, nos curvamos diante do Criador e Governador e Redentor do universo!

Nosso hino de hoje também aponta nessa direção.  Seu compositor chegou aos 104 anos de idade cantando, mesmo numa cadeira de rodas. Desde a década de 1950 esse hino tem sido uma verdadeira pregação cantada, em vários lugares do planeta, assim como nas campanhas de Billy Graham, onde o autor era oficial. 
Ouça-o, com a participação tocante de Doug Oldham (1930-2010), e coro de vozes onde o próprio compositor se encontrava. 

THE WONDER OF IT ALL (1955)
A [MAIOR] MARAVILHA DE TODAS 
George Beverly Shea (1909-2013)

There's a wonder of sunset at evening,
Há uma maravilha no pôr-do-sol ao entardecer,
The wonder as sunrise I see;
A maravilha que é o alvorecer, eu [também] vejo;
But the wonder of wonders that thrills my soul
Mas a maior de todas as maravilhas que faz vibrar minh'alma
Is the wonder that God loves me.
É a maravilha de que Deus ama a mim.

Oh, the wonder of it all! The wonder of it all!
Oh, a [maior] maravilha de todas! A [maior] maravilha de todas!
Just to think that God loves me…
Tão somente pensar que Deus ama a mim…
Oh, the wonder of it all! The wonder of it all!
Oh, a [maior] maravilha de todas! A [maior] maravilha de todas!
Just to think that God loves me!
Tão somente pensar que Deus ama a mim…

There's the wonder of springtime and harvest,
Há a maravilha da estação da primavera e a da colheita
The sky, the stars, and the sun;
O céu, as estrelas, e o sol (por que não também a lua?); 
But the wonder of wonders that thrills my soul
Mas a maior de todas as maravilhas que faz vibrar minh'alma
Is a wonder that has just begun… 
É a maravilha que apenas começou… 

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Abraços, boa semana !
Ulisses 

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional