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N° 300 : “CORRUPÇÃO”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 28 de Maio de 2017

No Brasil, a inserção da corrupção nas entranhas do poder é coisa antiga. Ainda no tempo do primeiro império havia uma trova que, de boca em boca, se propagava assim:

Quem furta pouco é ladrão
Quem furta muito é barão
Quem mais furta e esconde
Passa de barão a visconde

Pelos números até agora conhecidos, estima-se que a corrupção movimentou mais de 50 bilhões de Reais, no Brasil, desde 2003. Entretanto, se as estimativas do  Ministério Público federal se confirmarem, só a “Operação Lava-Jato”, desencadeada em março de 2014, já somará outro tanto desse. Até fevereiro deste ano, os acordos judiciais de colaboração já determinaram a recuperação de quase 12 bilhões de Reais; é um número monumental, mas ainda longe do montante desviado, pelo que até agora se sabe.

A ONG Transparência Internacional, sediada na Alemanha, classificou 176 países dos mais corruptos no mundo. Se dividirmos ao meio esse número, a primeira metade seria a dos menos corruptos da lista entre os mais corruptos do mundo; a segunda metade seria a dos mais corruptos da lista entre os mais corruptos do mundo. Que vergonha: o Brasil estaria no segundo grupo, na posição 79!

É por causa dessa corrupção natural que somos ‘capazes’ de ver, num ambiente, algo que não nos pertence, e passamos a mão, como se fosse nosso direito a apropriação. É por causa dessa corrupção que somos ‘capazes’ de receber um troco a mais, por engano do caixa, e deixar como está, tirando vantagem do erro alheio. É por causa dessa corrupção que somos capazes de usar a língua para açoitar, para destruir, mesmo que seja um próximo bem próximo… É por causa dessa corrupção que somos ‘capazes’ de alimentar a alma com oportunidades malignas que surgem à frente dos nossos olhos ou ouvidos…  

A palavra corrupção tem sua raiz ligada a deterioração moral. Ilustrando: a corrupção de um corpo de carne implica na sucumbência dessa carne aos vermes e bactérias que vão lhe devorando, até que a purulência se transforma em putrefação, irreversível e fétida. Dizem os estudiosos da humanidade que assim é a corrupção de valores. Um dos expoentes, entre esses estudiosos, foi o iluminista francês Jean Jacques Rousseau (1712-1778). Foi pelos seus pensamentos que se transmitiu o adágio: “O homem nasce bom; a sociedade é que o corrompe!”

Há, nisto, um engano fatal. De acordo com o maior de todos os entendidos em ser humano, várias correções são necessárias a este pensamento:

1) O homem NÃO nasce bom; ele já vem corrupto da forma: “Depravado é o coração de todos, e impenetrável; quem o conhecerá? (Jeremias 17.9, BCF); no entanto, há resposta imediata para esta pergunta retórica: “Eu sou o Senhor que esquadrinho o coração, e que sondo os afetos” (Jeremias 17.10, BCF).

2) Não é o meio, ou a sociedade que corrompe o homem; ora, se o homem já é corrupto por natureza, a sociedade o será por conseqüência, e não por causa. É claro que a sociedade pode influir… Mas, não gerando a corrupção, e sim, trazendo-a a tona… "Não há nenhum justo, nem um sequer; não há ninguém que entenda, ninguém que busque a Deus. Todos se desviaram, tornaram-se juntamente inúteis; não há ninguém que faça o bem, não há nem um sequer" (Romanos 3.10-12, NVI).

3) Se o homem não passar por uma transformação substancial, por dentro, não há esperança para ele; ainda que seu corpo seja adornado por muitos cosméticos, e seu espírito seja adornado por conhecimentos e etiqueta, não passa de um ser cambaleante a caminho do inferno: “Na verdade, na verdade te digo, que aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus” (João 3.3, ARC). O mestre Nicodemos chegou a conjecturar que isto seria por um retorno à barriga materna, ou por alguma forma de reencarnação do espírito; Jesus deixou claro que não é nada disso: é a transformação, em nova criatura, pelo poder redentivo de Deus.

Povo deste mundo: só existe uma chance real de livramento das bactérias deterioradoras da corrupção: ser nova criatura, pelo evangelho da Palavra de Deus e poder remidor de Cristo Jesus, aplicados pelo Seu Espírito!
Povo de Deus, que assim se proclama: só existe uma maneira de mostrar que somos, de fato, novas criaturas em Cristo – deixando de imitar as obras infrutíferas das trevas (Efésios 5.11)!

          Em 1987, uma família de Cedarville (Ohio) nos visitou em Salvador. Uma canção que eles entoaram em Português ficou marcada na memória. Com uma letra um pouquinho diferente, desfecho esta mensagem com a linda oração que eles cantaram… Segue, também, uma execução em língua inglesa (para quem possa apreciar)

FAZ-ME UM SERVO
MAKE ME A SERVANT

Kelly Willard (1956-…)

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Boa semana, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional