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N° 269 : “FESTA DO PIJAMA”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 25 de Setembro de 2016

“Nunca cinco letras cortaram tão profundamente, e nem mesmo a mim foram elas dirigidas; foram, apenas, uma declaração simplista que pronunciou muitos volumes”. Com esta declaração, Bob Cornelius, um descendente de holandeses que mora no pequeno distrito de Rockaway, em New Jersey (Estados Unidos), se referiu a algo que seu filho escreveu.

Christopher Cornelius tem apenas 11 anos de idade. Frequenta uma escola do distrito. Ao fim de uma tarde, Bob foi buscar seu filho na escola. Viu que havia um painel com os trabalhinhos das crianças, tirou o celular do bolso rapidamente e fotografou o do seu filho; não deu muita atenção na hora, por causa da pressa. Só mais tarde foi ler o trabalhinho. Chocou-se! Em breve relance, perguntas da professora e respostas do aluno (fora da ordem original num detalhe):
– Idade? 11…     – Série? Sexta…      – Professor(a)? Miss Feid (sic). 
– Demais membros da família? Papai, mamãe, Michael, Ana e Stephen…
– Profissão que quer exercer, quando crescer? Professor.

Alguns dos seus amigos? Nenhum!

Em ingles, cinco letras: “NO ONE”. Antes de prosseguir, devo dizer que li o post completo do pai de Chris. Este, seu filho caçula, é destinatário de uma das formas do espectro autista. Agora, a resposta no trabalhinho é mais sonora, não? Cinco letras – NO ONE – foi a resposta que fez o corte profundo no coração do pai.

Bob logo se lembrou que seu filho, pouco tempo antes, perguntara se ele também poderia ter uma “festa do pijama”. Seus três irmãos, mais velhos, já tinham tido. Bob prontamente disse ao filho “é claro que sim”. E perguntou, de volta: “Com quem”? O menino ficou em silêncio, encruzou os braços, e depois abraçou o pescoço do pai. Como fazer uma “festa do pijama”? Com quais amigos? Chris tinha o pai como seu melhor amigo; os irmãos eram seus amigos. Mas, à semelhança dos seus irmãos, tinha que pensar em amigos de fora de casa. NO ONE! Por isto, Chris não tinha tido ainda, aos 11 de idade, sua própria festa do pijama. Sua vida, como a de muitos, especialmente os de quadro  idêntico, era solitária, de exclusão!

Bem! O restante desta história eu poderia contar… Poderia falar ainda, por exemplo, de um outro autista que conheço: ainda longe de chegar seu aniversário, pergunta quando vai ser… Pergunta se vai ter bolinho… E que mais vai ter… Se provocado, diz que seus convidados serão três ou quatro pessoas da igreja (um diácono, um presbítero em disponibilidade, e mais uma ou duas pessoas), como também o mecânico de automóvel do seu pai (igualmente por sempre lhe dar atenção). Mas vou mudar de rumo, sem desperdiçar a estrada por onde comecei. Vou mencionar que, ao vir ao mundo, o Filho de Deus também veio ao encontro de vários “excluídos”, vários “solitários”, vários “sem amigos”, aspirando por sua própria “festa do pijama”.

E Jesus lhes prometeu que nos daria uma “festa do pijama”, e que já começariam os ensaios. Bem, não foi realmente essa a expressão que ele usou, eu sei. Mas, tomo por metáfora, quase uma sinédoque. Certa feita, ao falar da festa prometida, Jesus viu os que gostavam de lugares privilegiados no banquete, e recomendou ao anfitrião: “Quando deres um jantar ou ceia, não chame amigos, parentes, vizinhos que forem ricos; para não suceder que eles também te convidem e te paguem, com isso. Chame os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos. E serás bem-aventurado, porque eles não têm com que te retribuir; mas, ser-te-á isso retribuído na ressurreição dos justos” (Lucas 14.12-14, BCF). Sugiro que você leia todo o relato do evangelho, clicando AQUI.

Aliás, foi isso mesmo que Ele veio aqui fazer. Deixe-me lembrar algumas de suas palavras:
“O Reino dos Céus é semelhante ao rei que celebrou as bodas do  seu filho…” (Mateus 22.2, ARA).
“Digo-vos que, assim, que haverá mais júbilo [festa] no céu por um pecador que se arrepende, do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento” (Lucas 15.7, ARA).
“Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o perdido” (Lucas 19.10, ARA);

Sabe o que digo? Digo que, com licença literária da sinédoque, está prestes a chegar o dia em que haverá uma grande “festa do pijama” no céu; muito júbilo, alegria e celebração… Estamos, agora, em ensaios… E, naquele diz, todos os que são, hoje, solitários, excluídos, desvalidos, sem amigos, porém, que sejam portadores da esperança de vida eterna, portadores da senha de acesso do Redentor, vão se alegrar com Ele. Prá sempre! Você leu até aqui? Está convidado!

Ira Stanphill foi um dos mais prolíficos compositores sacros da América; e está entre os que muito aprecio. Suas composições, invariavelmente, recebiam títulos derivados de ideias que os próprios cristãos lhe sugeriam, sem querer; situações de vida, que levavam sua mente criativa às Escrituras. Uma delas, típica da época em que, no oeste americano, residia com a família em casa com grande quintal. Ouça o hino, na voz singular de George Younce (1930-2005), clicando nosso áudio player que está após a letra.

SUPPERTIME (1950)
Ceia (Jantar)
Ira Forest Stanphill (1914-1994) 

1ª estrofe:
When I  was but a boy in days of childhood
Quando eu era menino em minha infância
I used to play till evening shadows come
Tinha o hábito de brincar até o pôr do sol
Then winding down that old familiar pathway
Relembrando aquela trajetória familiar 
I “heard” my mother call at set of sun:
“Ouvi” minha mãe chamar, ao pôr do sol:

Coro:
Come home, come home, it’s suppertime
Vem prá casa, está na hora do jantar
The shadows lengthen fast
As sombras chegam depressa
Come home, come home, it’s suppertime
Vem prá casa, está na hora do jantar
We’re going home, at last!
Já vamos prá casa, afinal!

[Na elocução, George Younce repete o que, originalmente, Stanphill dizia: suas doces lembranças do tempo em que sua mãe chamava para o jantar, da saudade de ouvir, de novo, aquela voz chamando; da verdade que esta lembrança cristalizou, sobre o dia vindouro em que o Senhor se postaria junto aos portais da Glória, chamando para a Ceia do Cordeiro, a maior de todos os tempos:
– Vem já, filho: é chegado o tempo da Ceia aqui no céu!

2ª estrofe:
In visions now I see her standing yonder
Em visões de agora, vejo-a lá adiante 
And her familiar voice I hear once more.
E mais uma vez ouço sua voz familiar
The banquet table's ready up in heaven,
A mesa do banquete está pronta lá no céu
It's Supper time upon that golden shore!
É hora da Ceia lá naquela praia dourada!

Coro (segunda vez):
Come home, come home, it’s suppertime
Vem prá casa, está na hora do jantar
The shadows lengthen fast
As sombras chegam depressa
Come home, come home, it’s suppertime
Vem prá casa, está na hora do jantar
We’re going home, at last!
Já vamos prá casa, afinal!
We’re going home…
Já vamos prá casa…

[Noutra elocução, George, na altura de seus mais de oitenta de idade, diz aos seus ouvintes que tinha muitos dias de vida decorridos, e sabia não ter muitos dias de vida pela frente; mas afirma que, se o Senhor viesse naquela noite, ele estaria pronto para partir; tinha sua casa em ordem!]

I’m going home, someday!… 
Já vamos prá casa, um dia!…

AudioPlayer online (controle de volume à direita)

Bom Domingo, boa semana,
Ulisses 

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil

ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional