Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 15 de Abril de 2012
Ontem foi um dia incomum, para mim. Um, daqueles dias em que, muito particularmente ministros da Palavra de Deus precisam efetuar um exercício de emoções que vão de um extremo a outro. Pela manhã, em meio a várias demandas de trabalhos, pensava em como conciliar a impossibilidade de estar em dois casamentos (pessoas do nosso círculo de relacionamento fraternal), em lugares distintos, mas ao mesmo tempo. Você sabe: casamento é festa, só tem alegria e sorrisos… No meio da manhã, um telefonema: o cardiologista da minha esposa, também irmão de fé, presbítero e amigo, me telefona ao celular: – "Pastor, tenho uma notícia para te dar, uma notícia triste – meu pai partiu hoje cedo! ". Ao fim da tarde, estávamos lá, para o sepultamento do sr. Jecydo, que, depois de 82 anos de vida e 40 dias de lutas numa UTI, de fato deixou o convívio dos seus. Além da solidariedade cristã, também uma palavra me foi encomendada pelos dois filhos – o médico, e o agrônomo, meu xará. Na volta, compartilhei com minha mãe (já chegando aos seus 84), que me acompanhou: "Agora, mudo de cara, e vou para um casamento; situação de cenários opostos, que me faz lembrar várias ocasiões destes anos de… "ministério", e que começaram já no primeiro ano. Já no primeiro ano, lá em Salvador, num mesmo Sábado, fiz um ofício fúnebre à tarde, e falei num aniversário, à noite".
Tomo a liberdade de compartilhar com vcs, que me lêem hoje, a breve palavra que ontem compartilhei, no "Bosque da Esperança"… Fi-la com base no Salmo 90, texto esse escrito (com certeza) há cerca de 3400 anos atrás, por ser um salmo de Moisés, não de Davi. Sem transcrever todo o texto (vc o tem, na íntegra, na Bíblia Sagrada), compartilho os segmentos por mim abordados. Foram três os pensamentos que tirei, a partir do salmo: Primeiro: "A nossa vida é breve! Pois mil anos, aos teus olhos, são como o dia de ontem que se foi e como a vigília da noite (4)Tu os arrastas [os homens] na torrente, são como um sono, como a relva que floresce de madrugada (5); de madrugada, viceja e floresce; à tarde, murcha e seca (6). Pois todos os nossos dias se passam na tua ira; acabam-se os nossos anos como um breve pensamento (9). Os dias da nossa vida sobem a setenta anos ou, em havendo vigor, a oitenta; neste caso, o melhor deles é canseira e enfado, porque tudo passa rapidamente, e nós voamos (10)." O salmo começa acentuando a distinção entre o Ser Divino – o Eterno, o que é, e que era antes que os montes nascessem, e se formasse a terra, e que sempre há de ser – e o top da Sua criação, o homem. Por esta ótica, que é a nossa vida, seja ela de 8 ou 80 anos ? O Salmo 8 que o responda… A nossa vida, vista pelo ângulo da abstração espiritual da eternidade, é um grande, expressivo e retumbante "nada"! Até a matemática convenciona que toda relação com o infinito é sempre "zero", não importando o número sob a relação :8, 80, 800, 8 mil, oitenta mil ou milhões. O maior de todos os números cabíveis num espaço a ser escrito continua sendo um "zero" convencional, diante do infinito. Repito: a vida é breve! Nós "voamos"!! Quando "menos esperamos", já acabou !!!
Segundo: O tempo é uma medida para o homem, mas pertence unicamente a Deus! Os mesmos versículos do texto acima transcritos servem para ressaltar este fato. É só lê-los de novo, sob a chamada desta assertiva. O verso 11, que a estes segue, ainda destaca: Quem conhece o poder da tua ira? E a tua cólera, segundo o temor que te é devido? É uma afirmação e tanto, uma espécie de corolário ao que antes se transcreveu: Ninguém é dono do seu tempo. Chamei a atenção dos ouvintes para o fato de que, certamente, todos os presentes estavam ali, na cerimônia fúnebre, estavam prontos para mencionar o que tinham planejado para depois que acabasse, ou para o dia seguinte, ou para a semana seguinte, e assim por diante… Todos nós, achando que podemos ser senhores do nosso tempo. Ledo engano. A verdade inexorável é que só UM é dono dele, e esse UM é Deus, o Todo-Poderoso! Não adianta espernear, não adianta resistir: o nosso tempo pertence a Deus, somente a Ele!
Terceiro: Se a vida é breve, se o tempo é um domínio de Deus, só um pensamento poderia seguir aos dois antecedentes… que mais se pode dizer ?: O tempo precisa ser gasto sob a ótica do dono dele! Precisa ser usufruído de acordo com a ótica divina! Perceba como diz o verso 12: "Ensina-nos a contar os nossos dias, para que alcancemos coração sábio". O que é "coração sábio", à luz do que o texto sagrado aduz? A dona Ester, viúva do sr. Jecydo, à beira de sua caixa de madeira, me cochichou, com voz embargada, momentos antes: "Pastor, só mesmo com a força de Deus é que se pode suportar isto, viu!!!" E eu arrematei logo em seguida, aos ouvidos dela:"E ainda bem que Ele está por perto, sempre, e promete essa força a todo instante; isto é promessa! Hoje à noite, depois que tudo acabar, a senhora pode contar com ela, com essa força… Amanhã também, e depois, e depois…" Uma coisa é certa: quem aprende a andar com Deus não anda só… jamais! Aí está um ponto de partida para esse aprendizado – "contar os dias", aprendizado este que pode produzir "corações sábios". Essa "contagem" é a "matemática" do sentimento e do assentimento da dependência de Deus… Dependência para nascer, para viver, para morrer e para reviver, pela eternidade, nas "moradas do Seu doce lar", por meio de Seu Filho, o Redentor! E, pela Sua Palavra, o aprendizado é seguro, porque ela o mais seguro e completo manual de sabedoria genuína!
Moisés, o salmista, não termina sem antes orar: "Volta-te, SENHOR! Até quando? Tem compaixão dos teus servos (13). Sacia-nos de manhã com a tua benignidade, para que cantemos de júbilo e nos alegremos todos os nossos dias (14). Alegra-nos por tantos dias quantos nos tens afligido, por tantos anos quantos suportamos a adversidade (15). Aos teus servos apareçam as tuas obras, e a seus filhos, a tua glória (16). Seja sobre nós a graça do Senhor, nosso Deus; confirma sobre nós as obras das nossas mãos, sim, confirma a obra das nossas mãos (17)." Nota-se claramente que, 3400 anos antes de nós, ele já havia aprendido, de Deus, sobre esta dependência dEle próprio; já havia aprendido acerca dessas três deduções, três reflexões, os três desafios:
– Nossa vida é breve !
– O tempo é um domínio de Deus!
– Convém usufruir do tempo sob a ótica de Deus!
O hino de hoje foi escrito por um ministro da Palavra de Deus, ao qual já recorremos antes, com outro hino. Ele reitera que, se temos a Cristo, não andamos sós, não estamos sós, mesmo em meio à tempestade! Ei-lo, para nosso desfecho de hoje …
I Never Walk Alone (1952)
NÃO ANDO SÓ
Alfred Henry Ackley (1887-1960)
1. Não ando só, pois Cristo me acompanha
Por toda a parte, aonde quer que eu for;
E quantos queiram, fruem Seu amor.
CORO: Não ando só, Jesus ao lado tenho,
E nEle achei Amigo sem igual.
De tal Amigo apoio e guia obtenho;
Não ando só, pois Ele me é real.
2. Não ando só, em meio à tempestade;
Mesmo que o vento esteja a me açoitar,
Seguro vou pois Cristo está comigo,
E os braços Seus estão a me rodear.
3. Não ando só, se as tentações me assaltam,
Comigo está Jesus a me guiar,
E quando enfim eu for ao lar eterno,
Ainda ali com Ele eu hei de andar.
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Abraço, bom Domingo, e uma boa semana!
Ulisses
Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional