Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 03 de Fevereiro de 2013
O lastimável episódio da boate Kiss, na cidade de "Santa Maria", Rio Grande do Sul, instigou a sensibilidade de muita gente, não só em nosso país. Estando fora de Belo Horizonte, não tenho dados atualizados; no entanto, é de conhecimento amplo que o número de vítimas ultrapassou duas centenas. Algumas pessoas dentre os que me lêem pediram:
– Que tal uma mensagem sobre o assunto?
Bem! Cheguei a pensar em dois ou três ângulos diferentes de abordagem, ao ensejo. Isto, até que li uma matéria a propósito de históricos incêndios no Brasil. Foi retratado o caso da cidade gaúcha, também o dos edifícios Joelma e Andraus, em São Paulo (década de Setenta), e ainda o do Gran-Circo Americano, em Niterói, início da década de Sessenta. Desta última ocorrência, vi e ouvi um depoimento que se avolumou em minha atenção – resolvi elege-lo na minha preferência. Foi o caso de um oficial militar do estado do Rio de Janeiro, sobrevivente desta última tragédia. Ele contou que quando o pânico tomou conta de todos sob a lona que incendiava, seu pai, puxou a ele e sua irmã pelas mãos e arrastou-os para fora do circo. Foi o suficiente para salvar os dois filhos, ainda crianças.
Foram mais de 500 as vítimas naquele episódio (mioria crianças), mas o ato seguinte que as duas crianças procederam, vendo-se salvas pela mão do pai, foi pedir-lhe :
– Pai, leva a gente prá casa ? …
Talvez a grande diferença entre o lastimável incêndio do circo, anos Sessenta, e o lastimável incêndio da boate Kiss, nesta semana, é que no primeiro caso grande parte dos espectadores do espetáculo estava acompanhada dos próprios pais; no caso recente, provavelmente todos os pais estavam a dormir, enquanto seus filhos perdiam a vida na madrugada.
O detalhe daquele militar que chamou minha atenção foi este: no meio de muitos que perderam tragicamente a vida, as mãos do seu pai foram, para ele e sua irmã, socorro, salvação, e condução segura para casa; ele estava junto.
Não tenho como não associar este fato real, ilustrativo, com dois outros eventos reais – um passado, outro futuro. Quando, cerca de quatro mil anos atrás, Deus decidiu exercer juízo de destruição sobre as cidades de Sodoma e Gomorra, por amor a Abraão Ele ordenou a Ló e sua família que deixassem rapidamente a primeira cidade, sem olhar para trás. Como Ló e os seus amavam a perversa cidade, sua hesitação em cumprir a determinação divina foi superada – mercê divina – com intervenção de graça: anjos tomaram a Ló e sua família pelas mãos, conduzindo-os para fora do antro de destruição.
"Como, porém, estivesse Ló a se demorar para sair, pegaram-lhes os anjos pela mão, a ele, sua mulher e suas duas filhas, sendo-lhes misericordioso o Senhor, e o tiraram, e os puseram fora da cidade" (Gênesis 19.16, versão livre minha).
Aquele fato antigo foi registrado na Bíblia por razões pedagógicas. Aparentemente, Ló e sua casa não estavam muito convencidos de que a saraivada de pedras e fogo destruiria sua cidade. Se lá ficassem, morreriam junto com todos; foi a mão de Deus, por meio dos anjos enviados, que lhes trouxe livramento e vida. Mas, a mulher de Ló, talvez dos quatro a que mais amava a cidade pervertida, resolveu olhar para trás, e morreu salinizada (Gênesis 19. 26). Para enriquecer o caráter didático do significado de tudo o que se pode acrescer, Jesus Cristo disse: "Ninguém que, tendo posto a mão no arado, olha para trás, é apto para o Reino de Deus " (Lucas 9.62, ARA).
Posso dizer que a vida é, para muitos, como o espetáculo do Circo Americano, ou como a balada da boate Kiss: até certa altura do tempo, tudo parece pura diversão, até que o inesperado incêndio faz tamanha destruição. E aí vejo oportuna a inserção do outro fato real, o que é futuro. Como diz o Livro Santo: "Assim como foi nos tempos de Noé, assim acontecerá na vinda do Filho do Homem; nos dias que precederam o dilúvio, comiam, bebiam, casavam-se e davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca. E os homens ignoraram, até que veio o dilúvio e os levou a todos. Assim também será na volta do Filho do Homem " (Mateus 24.37-39, BCF). Tal como no episódio do circo, haverá muitos que hão de perecer sem salvação; mas, haverá também socorro do Pai Amoroso, por meio do Anjo que é Seu Filho, conduzindo pela Sua própria mão vidas, para fora do cenário de destruição vindouro. A verdade é que está anunciado, para breve: "Virá, entretanto, como ladrão, o Dia do Senhor, no qual os céus passarão com estrepitoso estrondo, e os elementos se desfarão abrasados; também a terra e as obras que nela existem serão atingidos" (II Pedro 3.10, ARA)". A Mão que conduzirá para fora do fogo é a Mão que hoje chama a Si, por meio do Seu Filho – Jesus Cristo. Sem essa Mão, não haverá escapatória, como ocorreu a centenas em "Santa Maria" e no circo. A Mão que trará o escape é a mesma Mão que faz (e fará) deitar-me faz em pastos verdejantes e que; guia-me mansamente a águas tranqüilas. (Salmo 23.2, ARC).
Uma pergunta para este momento oportuno: quando vier o Filho do homem, o Rei dos Reis, com seu séquito celestial, pronto para estabelecer aquele cenário final, e sua Mão salvadora estiver estendida para conduzir "para casa" os que Lhe pertencem, estará a sua mão unida à Dele? Se há um componente didático importante a ser extraído do episódio recente na boate Kiss, assim como do circo Americano, é este: o Dia Final está perto, a hora é inesperada, o "incêndio" é inevitável. Mas há uma boa Mão que pode conduzir "para fora", para o "lar celeste", para o Abrigo do Pai. Por que correr riscos fatais?
Nossa mensagem musical de hoje é extremamente significativa, a propósito.
Trata-se do mesmo compositor do hino "Manso e Suave, eis Jesus nos chamando", que foi um pedido especial de Dwight Lyman Moody, perto da morte, ao autor. Dentre os seus muitos belíssimos hinos, recuperei mais este das minhas gravações de rádio.
O autor compôs o hino de hoje ainda relativamente jovem – 32 anos de idade.
Mas, também ele viveu o grande incêndio de Chicago de 1872, que tantas vidas ceifou (mais de trezentas, fora os mutilados).
A expectativa do encontro com seu Mestre falava sempre forte ao seu coração, desde então.
LEAD ME GENTLY HOME, FATHER (1879)
Leva-me Ternamente Prá Casa, Pai
Will Lamartine Thompson (1847-1909)
Lead me gently home, Father, lead me gently home, Father !
Leva-me ternamente prá casa, Pai, leva-me ternamente prá casa, Pai!
Lest I fall upon Your wayside, lead me gently home!
Para que eu não caia andando ao teu lado, Pai, leva-me ternamente prá casa!
1. Lead me gently home, Father, lead me gently home!
Leva-me ternamente prá casa, Pai, leva-me ternamente prá casa!
When life's toils are ended, and parting days have come,
Quando as labutas da vida terminarem, e os dias da partida chegarem,
Sin no more shall tempt me, ne'er from You I'll roam,
Pecado já não mais tentar-me-á, nunca me apartarei de Ti
If You'll only lead me, Father, lead me gently home.
Se apenas me conduzires, Pai, leva-me ternamente prá casa.
2.Lead me gently home, Father, lead me gently home !
Leva-me ternamente prá casa, Pai, leva-me ternamente prá casa!
In temptations hour, Father, when so trials come…
Na hora das tentações, Pai, quando tantas provações chegarem…
Oh! Beneath You keep me, take me as Your own
Oh! Sob Ti guarda-me, toma-me como um dos teus
For I cannot live without You, leave me gently home!
Pois eu não posso viver sem Ti, leva-me ternamente prá casa!
3.[Verso não cantado] Lead me gently home, Father, lead me gently home !
Leva-me ternamente prá casa, Pai, leva-me ternamente prá casa!
In life's darkest hours, Father, when life's troubles come,
Nas horas mais escuras da vida, Pai, quando os apertos da vida chegarem
Keep my feet from wand'ring, lest from You I roam,
Guarda meus pés de vaguearem, para que não me aparte de Ti
Lest I fall upon the wayside, lead me gently home!
Para que eu não caia andando ao teu lado, Pai, leva-me ternamente prá casa!
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Boa semana, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
Ulisses
Notas das citações bíblicas:
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ACRF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional