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N° 110 : “QUE PAÍS É ESSE?”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 23 de Junho de 2013

A semana termina como extensão do que na anterior havia começado. Extensão no tempo, na intensidade, nas manifestações, nas formas, e nas apreensões. De Porto Alegre e de São Paulo, um movimento que começa reivindicando apenas transporte gratuito (designada pelos reivindicadores como agenda "anti-capitalista") se alastra para todo o país, ampliando-se para uma farta pauta de reivindicações por melhoras, que este país realmente precisa, diga-se de passagem.

Li, com apreensão replicada, o relato de um repórter do jornal Estado de Minas, focalizando acontecimentos de ontem, aqui na capital mineira. "Replicada", porque eram apreensões sobre o que eu já temia ao começo do dia; para quem viveu, mesmo ainda novo, aqueles terríveis dias de 1968 e 1969 numa cidade do interior, ainda que com menor repercussão e menores enfrentamentos (comparada às capitais), mas já com uma ciência razoável deles, e o temor pelo toque de recolher à noite, não teria como não preocupar. Infelizmente, como eu previa, o que, em BH, começou como manifestação pacífica, terminou como um cenário de "guerra civil". Foi uma turba infiltrada, dirão alguns (certamente, com razão); mas, antes, ninguém sabia quem eram, onde estavam, o que carregavam, o que planejaram, a partir de que hora agiriam. Bem, estas toscas mensagens nunca tiveram (e nem agora vão ter) a mesma inclinação que arrebatou muitos evangélicos (até pastores) das duas décadas sob regime de exceção para as discussões políticas, partidárias ou ideológicas. Também não pretendem mostrar insensibilidade à premente necessidade de mudanças que o nosso país, rico e pobre ao mesmo tempo, indiscutivelmente ostenta há tempos. Estas toscas mensagens se preocupam com o evangelho, face ao que o "bem e o mal" de cada dia lhe encaminham.

Sinto que preciso manter o foco. Então, de todas as considerações possíveis para a mensagem de hoje, vou ficar com uma, retirada do desfecho do relato jornalístico de um repórter do Estado de Minas, que acompanhou tudo na ida (6,5 km da Praça Sete à Pampulha) e no retorno, até por volta das 23 horas do Sábado. Depois de tudo relatar, lamentando a infiltração de baderneiros no meio dos mais de cem mil manifestantes do dia, lamentando o que isto provocou – a reação policial, os feridos, os incêndios criminosos, as bombas caseiras, a destruição de patrimônio público e privado, etc… – perguntou ele: Até quando os justos pagarão pelos pecadores ?

Tenho uma, talvez, decepcionante resposta para esta pergunta de retórica: enquanto não nos forem manifestos o Novos Céus e a Nova Terra, nos quais habita a justiça (II Pedro 3.13), não há que se esperar a justiça que só ali reside. Meu amigo e colega, mestre do idioma vernáculo, que me perdoe o artigo singular referente à expressão plural: faço isto como um movimento friamente calculado, para autenticar minha convicção de que "Novos Céus" e "Nova Terra" não são duas realidades distintas, mas uma só e nova realidade escatológica – a nova criação, o novo paraíso, onde o céu encontra a terra, e vice-versa, num "tudo novo". Mas, isto é outro assunto; volto ao principal. O que se viu, especialmente nesta última semana, em nosso país, foi uma imensa massa descontente com as condições de vida na nação, com a nefasta condução que número significativo dos políticos empresta à sua função pública (exceções são honrosas, talvez raras), com o descaso com serviços básicos, essenciais mesmo, que toda campanha política traz como recheio principal das promessas, mas com constatação decepcionante, após. É a decepção, que parece ter chegado ao limite para um significativo contingente da população. Na época de Médici, um slogan tornou-se público: Brasil – Ame-o, ou deixe-o !

Pois bem! Decepção é algo que pode acontecer entre seres humanos. Dos cidadãos para com seus governantes, parece frequentemente inevitável. Amar a pátria, mesmo sob decepção com os que, eventualmente, a conduzem, é desafiador. Deixar o país? Como? Por que? E, para onde?

Mas, meu tempo de ser brasileiro já tem limite previsto! Também tem limite meu tempo de decepções. Já tenho 'cidadania' de uma outra nação, já tenho um outro 'passaporte', que se sobrepõe ao passaporte brasileiro. A nação à qual passarei a pertencer, em definitivo (na verdade, já pertenço, e até exerço, dela, a 'carreira diplomática'), suplantando minha cidadania brasileira, tem um governante que não decepciona. Lá, aliás, o regime de governo não é o de uma república; tampouco é lá uma monarquia ornamental, do tipo parlamentarista – o regime de governo do meu novo país é uma monarquia absolutista, porque seu Rei não aceita dividir seu poder com ninguém mais; e, quem ousa desafiá-lo será trazido aos Seus pés (Salmo 110.1; I Coríntios 15.25).

Lá, o governo é também concentrador – a mesma pessoa assume o papel de legislativo, de executivo, e logo se manifestará na toga branca do judiciário (e este, exclusivamente monocrático). Estou falando, obviamente a alguns, da "pátria celestial"; estou falando do Rei Jesus, o único que legisla coerentemente, que governa retamente e que julga justamente.

"Eu dei a eles a tua palavra, e o mundo os odiou, porque eles não pertencem ao mundo, como eu não pertenço ao mundo. Não te peço para tirá-los do mundo, mas para guardá-los do Maligno. Eles não pertencem ao mundo, como eu não pertenço ao mundo." (João 17.14-16, BCF).

Eu estou plenamente ciente de que não é sensato e pertinente assumir a típica postura ascética medieval, buscar um mosteiro, ou uma caverna e isolar do mundo, mesmo em tempos de crise. Tampouco, me coloco sob aidentidade de um dos apelos anabatistas do século XVI, pregando a alienação do espírito patriótico. Entretanto, num momento como este, é necessário ao cristão lembrar que "o mundo passa, bem como a sua concupiscência  [avidez pelos efêmeros prazeres mundanos]aquele, porém, que faz a vontade de Deus, permanece eternamente" (I João 2.17, ARA). Ademais, foi o próprio Filho de Deus quem proclamou: "O meu Reino não é deste mundo. Se fosse, os meus servos lutariam para impedir que os judeus me prendessem. Mas agora o meu Reino não é daqui" (João 18.36, NVI). Eu te convido: Faça uma autocrítica sincera… Você tem certeza de que o nível de suas preocupações e aspirações com as contingências deste mundo, que passa e passará, está dentro de limites aceitáveis? (nota: quem diz quanto é aceitável não é você, nem eu – é a Palavra de Deus!). Tem certeza de que a expectativa do Rei da Glória, que demanda, através da voz do apóstolo – "Pensai nas coisas lá do Alto, não nas que são daqui da terra; porque morrestes, e  a vossa vida está oculta, juntamente com Cristo, em Deus"(Colossenses 3.2,3, ARA), não está sendo sobrepujada, ofuscada, empanada, toldada? Tem certeza de que sua expectativa por mais justiça neste mundo não está tornando translúcida (ou até opaca) a sua expectativa de que é no Novos Céus e Nova Terra que encontraremos verdadeira justiça? Tem certeza de que a decepção pelos homens que legislam, que governam e que julgam, está, como deveria, reforçando a convicção de que o Grande Legislador, Rei e Juiz é o único que a ninguém decepciona, e que, em momentos como o presente, convém a Ele nos achegarmos mais? De mim, para mim mesmo, é este o teor da minha oração!

Que país é esse (não digo "este")? Esse é aquele país, do qual a minha cidadania está garantida! O passaporte está na minha mão, emitido e assinado em carmesim, não o carmesim das bandeiras das ruas, mas o carmesim do sangue do Cordeiro, o Rei da Glória! …

Nossa mensagem musical final é uma composição de 1973.

Nela, o casal compositor retrata o contraste entre a possibilidade de encontrar com os grandes deste mundo, ou possuir suas riquezas, e encontrar com o Rei da Glória, ou usufruir de Seu reino, aqui e no porvir…

Com minha livre [e pobre] tradução, na voz de John Minnick e coro…

COME, SEE ME (1973) 
Venha Estar Comigo
Bill & Gloria Gaither

I can't tell what's deep inside earth's buried caverns
Não posso te falar quantas profundezas há nas cavernas subterrâneas
I've only read about their jewels, rich and rare
Apenas tenho lido acerca de suas ricas e raras jóias
I've not explored the depths of any ocean
Não tenho explorado as profundezas de um só oceano
But when you want to meet the Savior, I've been there! 
Mas, quando você quiser conhecer o Salvador, isto eu conheço!
When you're ready to meet Jesus, come see me, come see me
Quando você estiver pronto a encontrar-se com Jesus, venha estar comigo (2x)
When you're sick of sin and longing to be free, to be free
Quando você estiver triste pelo pecado e desejoso de ser livre (2x) 
When you need a love that's so much deeper than your deepest sin
Quando você precisar de um amor que é mais profundo que seu mais grave pecado
When you're ready to come home again no matter where you've been
Quando você estiver pronto a 'voltar prá casa', não importando onde tenha estado
When you're ready to meet Jesus, come see me, come see me
Quando você estiver pronto a encontrar-se com Jesus, venha estar comigo (2x)

I've not walked or talked with earth's most famous statesmen
Não tenho andado ou conversado com os mais famosos estadistas da terra
And chances that I'll ever meet them all are dim
E as chances de que venha encontrar-me com eles são escassas
But if you'd like to know the King of Glory
Mas, se você gostaria de conhecer o Rei da Glória 
I can take you to meet Jesus, for I know Him!
Eu posso trazer você ao encontro de Jesus, pois eu O conheço! 

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Boa semana, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ACRF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional