Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 20 de Outubro de 2013
Em 04 de Novembro de 1869, apenas dez anos após a publicação, em Londres, de "A Origem das Espécies" (Charles Darwin), surgiu no mesmo país o periódico que seria o mais famoso, difundido e citado no mundo científico. Nature, hoje uma revista considerada de altíssimo gabarito científico, teve seu início dirigido pelo grupo sob a liderança do biólogo britânico Thomas Henry Huxley, o qual, naquela fase inicial, se tornou a principal voz de defesa do darwinismo evolucionista. Neste Outubro de 2013, a versão online da revista publicou uma instigante matéria, refletida na revista brasileira de maior circulação, com o seguinte título – "Cientistas criam método para 'ler pensamentos". A matéria original britânica tem um conteúdo altamente técnico e focado na descrição dos experimentos feitos com a "leitura" da atividade cerebral, mediante estímulos, obtida através de eletrodos 'plantados' na caixa intracraniana dos pacientes – método conhecido como ECoG (Eletrocorticografia). Por ela, tais leituras foram interpretadas como respostas não vocalizadas aos estímulos. Já a matéria espelhada no Brasil comporta um tom mais sensacional e futurista, sugerindo que "a descoberta pode levar a diversas aplicações no futuro, como permitir que pacientes que perderam a capacidade da fala após um derrame, por exemplo, se comuniquem por meio do pensamento".
Bacana, não é mesmo? Fica parecendo que, dentro de algum tempo, poderá o homem adquirir capacidade de "ler" o que está se passando no cérebro alheio. Se isto for verdadeiro, eu pergunto – vai ser bom, ou vai ser ruim? Depois do 11 de Setembro de 2001, os aparelhos de 'raio x' já se tornaram capazes de 'enxergar', com muito mais nitidez e precisão, além da roupa e da pele do cidadão. Agora, a humanidade caminha para "ler pensamentos". Minha imaginação 'voa longe': além de passarmos pelo pórtico de uma máquina que nos desnuda fisicamente, ainda teremos nossos pensamentos publicados? É a glória da 'divinização' humana. Sim, porque, apesar de um contingente humano massivo e majoritário não se dar conta, esses poderes Deus já tem, desde antes que o homem fosse por Ele criado no planeta.
Por mais que se diga e se repita (ou se ouça e se reverbere) que "Deus é Deus!", e que o Seu poder, bem como a extensão de seus atributos são infinitos, parecemos nós persistentes (e renitentes) em não "dar muita bola" a este fato. Porque, continuamos a proceder em oculto, ou sob as convenções dos acordos particulares, do recesso oculto das 'quatro paredes', como se Deus não estivesse tudo contemplando… Como se Deus não estivesse 'por dentro' de tudo… Aliás, muito mais 'por dentro' do que nós mesmos, no suposto ocultamento da individualidade, ou na suposta discrição dos eventuais conluios.
Eis a verdade:
"…porque o SENHOR não vê como vê o homem, pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o SENHOR olha para o coração." (I Samuel 16.7, ACRF).
"…o que há no interior dos insensatos vem a lume. " (Provérbios 14.33, ARA); "…a sua malícia se descobrirá publicamente." (Provérbios 26.26, ARA).
"Tu bem sabes como fui insensato, ó Deus; a minha culpa não te é encoberta." (Salmos 69:5, BCF).
"Conheces as nossas iniqüidades; não escapam os nossos pecados secretos à luz da tua presença." (Salmos 90:8, NVI).
Já viu, né? Não há como escapulir… Na verdade, pelo simples (e, ao mesmo tempo complexo) fato de que "Deus é Deus!", e que é detentor de todos os atributos que Ele mesmo declara ser possuidor, nada (mas, eu quero dizer NADA mesmo), fica oculto aos Seus olhos, seja ao nosso redor (ainda que sob um teto de concreto sustentado por quatro paredes herméticas), seja no nosso íntimo. Pela boca e 'pena' do profeta, Deus ainda proclama que Ele mesmo prova, no sentido de sondar, perscrutar os corações e o íntimo de cada um (Jeremias 11.20).
Mesmo o Filho de Deus, exercendo o ministério profético de maior envergadura e mais cabal autoridade sobre a terra, acentuou o fato, para que ninguém o ignore:
"E o Senhor lhe disse: Agora, vós, fariseus, limpais o exterior do copo e do prato, mas o vosso interior está cheio de rapina e maldade. Loucos! O que fez o exterior não fez também o interior? " (Lucas 11.39,40, ARC).
"Nada há encoberto que não venha a ser revelado; e oculto que não venha a ser conhecido." (Lucas 12.2, ARC).
Por fim, transcrevo a pesada anotação apostólica, e também Palavra de Deus:
"Por isso, não julgueis antes do tempo; esperai que venha o Senhor. Ele porá às claras o que se acha escondido nas trevas. Ele manifestará as intenções dos corações." (I Coríntios 4:5, BCF).
Já imaginou o perigo? Se imaginar essa máquina do futuro, na qual até os pensamentos podem ser expostos, é algo promissor, mas também arriscado, que dizer então daquEle que não precisa de nenhuma engenhosidade para o obter? Será que queremos continuar correndo o risco, sob a imaginação de que Deus não o possa? Ou, de que, mesmo podendo, Ele tem tantas outras ocupações para cuidar, que não vai ficar 'gastando seu tempo' em esquadrinhar nossos pensamentos e nossos intentos?
O Salmo 139 afiança quão patentes são, aos olhos de Deus, todos os nossos desígnios internos, além do nosso deitar, do nosso levantar e do nosso andar…
Mas, deixe-me te dizer uma coisa: nem tudo é 'arriscado' nesse cenário… A despeito de podermos nos assegurar (porque Deus é Deus, e Ele mesmo o garante) que o Altíssimo é intrinsecamente poderoso para tornar públicos todos os nossos intentos íntimos, nossas articulações ocultas e nossos pensamentos indignos, Ele também nos garante que é misericordioso, e que pode (basta querer, com sua vontade amorosa e benevolente) não olhar para as nossas iniquidades. Ele afiança que Sua benevolência é tão infinita quanto o são os Seus poderes perceptivos. Há um recurso para usufruir tal benevolência:
"Eis que te comprazes na verdade no íntimo e no recôndito me fazes conhecer a sabedoria." (Salmos 51.6, ARA).
Se você desconhece o contexto em que essa outra verdade foi posta como um estandarte no topo de um mastro, valeria a pena ir ao Livro da Verdade e conhecer todo este contexto.
"Pensamentos expostos"! Quem pode dizer – isto não me atinge?
Nossa mensagem musical de hoje é um clássico, presente em vários hinários cristãos. O seu autor estava em plena série de pregações em Ngaruawahia, na Nova Zelândia, quando, compelido pela atmosfera das pregações, e preparando-se para falar sobre o Salmo 139, compôs sua poesia. Ele, que era irlandês de nascimento, o fez em curtíssimo tempo, usando o lado limpo de um envelope postal que tinha às mãos, quando contava apenas 24 anos de idade. A composição serviu de oração pessoal de contrição e dedicação a Deus, mas também de intercessão pelo povo aborígene neozelandês, e por todo aquele país. Posteriormente, tornou-se um antema vertido em vários idiomas, usual nas campanhas evangelísticas do próprio autor, e de vários outros pregadores.
SEARCH ME, O GOD (CLEANSE ME, 1936)
Sonda-me, ó Deus (Purifica-me)
James Edwin Orr (1912-1987)
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Abraços, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15)
Ulisses
Notas das citações bíblicas:
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ACRF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional